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Mais Que Boa Sorte

  Eu não tenho sorte Eu sou a sorte Sou vida Uma prova viva O meu sorriso é uma dança Uma criança feliz Correndo para os braços da mãe Cheia de amor e esperança E falando em amor A gente cria A gente inventa Para melhorar Disfarçar o sofrimento E eu adoro sofrer de tanto amar Sou do mato Da mata Sou uma floresta inteira A voz que canta, encanta Brasileira Sou o ai ai ai da sorte

Na Praia

  Tudo começa e termina Na praia, na praia Tiro o tênis, piso na areia Curo minhas feridas Faço minha graça Na praia, na praia Vejo poetas Cantores, amores Vejo minha linda mãe Na cidade do sangue O sol que castiga Abriga o meu coração Faço birra, mostro a língua Deito no chão Sou mais que um retrato Sou um fato Sempre falado, escutado Exageradamente exagerado Tudo começa e termina Na praia, na praia...

Destino

  O final é conhecido Mesmo antes de acontecer É o nosso destino Viver para morrer Tem dia que chove Em outros faz sol Todo dia é um bom dia Para despedidas Para ficar só Devorado Coração, olhos e boca Seu ego Sua vergonha Bem apresentável Vermes comendo sua melhor roupa O que você escreveu Nada vai apagar O futuro não chegou Tudo ficou para trás O nosso destino Viver, viver e acabar

Cada Um Com Sua História

  Imagino cada história O que ficou na memória Como foi em vida Toda vida Fracassos e glórias Uma boa pessoa Ou quase isso O que fez de bom O que não deu tempo de fazer O que era antes O que virou depois de morrer Aqui jaz Aqui o ponto final O fim dos pecados Fim dos erros Ao natural Será que ainda está aqui Ou em algum outro jardim? No calor ou nos braços De um ser sagrado Virou caso, virou lenda Um retrato bem falado Aqui jaz Um pobre, um coitado Um covarde O sem fé e o milionário

Parabéns

  Hoje seria seu aniversário Hoje é o seu aniversário Feche os olhos por aí Que eu fecho os meus aqui Vamos rir como antigamente Vamos dançar como antigamente Vamos sonhar Sonhar e lembrar dos velhos tempos Os nossos melhores momentos Onde tudo era tão simples E a gente era feliz Feliz Felicidade que não acaba Mesmo distantes Sigo molhando nossas plantas Cuidando do jardim O amor não termina no fim Os dias são lentos Alguns outros rápidos demais O que realmente não entendo Sua partida Mas hoje é Mais um capítulo da sua vida

Nosso Lar

  Cadeira no quarto Porta-retrato na cabeceira Amor intenso Traumas e medos Já é dia claro Som dos carros O pecado tem cheiro Classe e elegância Nossa humilde casa Onde tudo acaba Nossa esperança Disfarçamos os fatos Dos inimigos, da vizinhança Roupas escuras Almas nuas Cuidamos do jardim Nosso lar é assim Tristes Escondemos os filhos Somos tão bonitos Vamos chegar Até o último dia Não vamos ser descobertos Somos mais espertos O veneno é silencioso O contrário do gozo

Desgraça

  O amor Algumas poucas vezes lindo Outras muitas vezes não Fere, machuca Até mesmo mata O amor é uma desgraça Muita gente enganada Sofrendo pelos cantos Chorando nas madrugadas Coitado de quem ainda acredita Em histórias românticas Nessas bobas mentiras Paixão Um golpe do coração Mas tem ainda quem cai Nesse papo furado Nesse jogo roubado Amor Arma engatilhada O telhado esperando uma pedrada É melhor nem tentar Entre viver e correr o risco Prefiro a frieza da solidão Amor O olhar atrapalhado por um cisco

Djavan

  Não deixe para amanhã O "eu te amo" de hoje Acompanhado de flores E um cartão Todo dia é um bom dia Para ouvir palavras bonitas Coisas do coração Pressa Tudo passa rápido É preciso ter pressa E ir logo ao que interessa Ser feliz Um dia tudo acaba Aí pode ser tarde demais Pode ser nunca mais Escolha o alvo Mire e atire Acerte em cheio Bem no meio Pé na porta Antes de ir embora Não pense o que vão pensar Não pense no mundo lá fora Não deixe para amanhã Faça poesias, declarações Cante uma canção Cante Djavan

Incoerências

  Show de rock Em um convento Festa à fantasia Em um velório Choro de despedida Na chegada O sol batendo forte Na janela fechada Nem tudo faz sentido Nem tudo é bonito O jardim tem flores Mas também tem bichos O sucesso e o fracasso Andam lado a lado Repartindo sonhos Como cartas de um baralho Os espantalhos Não são inimigos dos pássaros São aliados Apenas ocupam o mesmo espaço Agora esqueça Essas ideias loucas Poucas e boas

Luiza

  Sou tudo e mais um pouco Tudo menos hipócrita E o que não gosto O que não faz bem Fica atrás da porta Encontrei todo mundo Mas não encontrei quase ninguém Incoerências dessa vida E nessa vida vou sempre muito mais além Quem melhor me vende Sou eu, sou eu Conheço bem o sucesso Não é bem o que quero E nem o que preciso Prefiro o tal de Jesus Cristo E todo dia escolho caminhar Mesmo sem saber onde vou chegar Só quero ser feliz Eu sou, eu sou A prova viva do amor Eu não estou só Hoje tenho voz

Carnaval

  Nem sempre sou igual Uns dias choro Nos outros faço Carnaval Brindo com copo de plástico Comemoro datas erradas Sou o maluco da pesada O que topa umas paradas Nem sempre sou igual Nem sempre sou legal Estudo o dicionário Para usar palavras certas Nas piores horas Gosto de pensar no ontem Porque não entendo o agora Cansei de tanta alegria Dos outros e da minha E esse negócio chamado vida Sou apenas mais um artista

Os Passos do Poeta

  Vou seguir os passos do poeta Vou para o Leblon Vou invadir uma festa Dançar com o garçom Quebrar garrafas Fazer uma cena Beijar velhas interesseiras Convidar para um cinema Vou sair sem dar tchau Declamar poesias em ruas escuras Vou para praia ver gente nua Observar o amor e outras loucuras Vou rasgar um blues Uivar nos telhados Tocar minha gaita Namorar retratos Vou fingir costume Viver longe do anonimato Vou ouvir o poeta E suas frases diretas Quebrar o gelo Vou ficar no meio Entre curvas e retas