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Mostrando postagens de maio, 2019

Lá no Alto

Eu canto para chegar lá no alto Flutuar pelo espaço Tocar nas estrelas  Olhar de cima e ver o mar Eu canto para o corpo sentir Para ser feliz O canto me faz relaxar E quando escuto um som O esqueleto balança O nosso ritmo é puro Ingênuo  Nossa música faz sucesso Com adulto, velhinha e criança Tudo começa na voz Nas nossas vozes Falamos de amor Em forma de poesia Realizamos sonhos Cantamos vinte e quatro horas Cantamos alegria Nossos corações Onde nascem e morrem Todas emoções

O Tempo

Dizem que o tempo resolve tudo Mas comigo é diferente Saudade são nuvens escuras É chuva que afoga a gente O corpo sente dor Sem ter nenhum ferimento Minha alma é um espelho Que reflete a dor do momento Queria ter a liberdade dos pássaros Poder voar sem medo Ficar perto do céu  Perto de onde você mora Casa vazia é triste Noite é sempre mais fria Tristeza não tem hora Sigo minha vida Por caminhos desconhecidos Por curvas que eu nunca me arrisquei Tão difícil seguir com lágrimas nos olhos Tomo muito cuidado Ando sozinho Mas você está sempre aqui do lado Gritar seu nome não resolve nada Mas dá um certo alento E se não traz de volta Pelo menos ajuda  Ajuda naquele instante de revolta

Mais Rei, Mais Reis

No estúdio Ensaiando Cantando, cantando, cantando Esse amor sem preconceito Os amigos cantando Músicas do Rei Junto com o Reis E para animar o show Um bom reportório Equilíbrio Sucessos e sons desconhecidos Contemplação  Vocação pelo popular  E se você puder me olhar Aquecendo para o show Para o show principal Vai começar Uma volta ao mundo do Sebastião Também vai ter bis Caro colega Querida colega Os infernais estão por aí É hora de ser feliz Assim encerramos nossa programação normal Já é hora de dormir Não espere o amanhã chegar Vamos ouvir mais Roberto Carlos Vamos cantar

Fernanda de Freitas

O dinheiro compra muita coisa Mas não compra outras muitas também  Dinheiro pode ser sinônimo de felicidade Mas um sorriso não tem preço  Importante é que seja verdadeiro E ainda sobre felicidade Quem tem desejo Não conhece o medo Vai sempre em frente Nunca é fim É sempre começo Gosto de escutar o som das pessoas Pessoas gostam de ouvir meu riso Tão bom gargalhar olhando o infinito Sou do mar, sou oceano Tudo tão raro Natureza não cobra pedágio Mas quem não tem respeito Paga caro Sou novidade nesse mundo E não vou durar pra sempre Sou de uma geração quase passada O futuro é uma estrada Consertar o hoje é urgente O amanhã também é com a gente

Maresia

O mar não para Sempre agitado Dia e noite Movimento constante Parece até meu coração apaixonado Meus olhos encantados Sua beleza sempre mexendo comigo  Vinte e quatro horas E com você só quero um amor cheio de paz Com cara de quarta-feira Nada é tão bom do que sonhar Andar de mãos dadas  E pés na areia Gosto da paixão  Hora furacão  Hora uma leve brisa Noites em braços quentes Beijos com sabor de maresia

Livro

Quando o sol vai embora Fica o calor Igual quando você vai embora O seu perfume fica tomando conta da casa E quando olho para o lado Você esqueceu aquele livro no criado mudo Está fechado na página setenta e oito  Agora só devolvo quando você aparecer por aqui De novo Vou escrever um lindo poema na contracapa Vou caprichar na letra Escrever com pena Falar dos seus olhos tão bonitos E prometo não estragar seu livro Quando você vier buscar Não vai sair daqui tão cedo Não vai ter sonho e nem pesadelo Vamos ficar acordados Até o sol voltar E nos pegar em cima da cama Lençol desarrumado  Travesseiro de lado O futuro é uma página em branco Sou orelha que fica no canto Aquela que atrapalha sua visão Também vou ler linhas bem traçadas Agora vou pedir sua mão

Cor do Céu

O mar, Cor de céu  Que reflete em meus olhos Faz feliz, faz sorrir Mesmo sem mostrar os dentes Estou aqui De braços abertos E só espero Energia que vem de Deus Raio de sol que é meu Vento que bate em meu rosto Amor não tem gosto Mas tem o perfume da paz  Por isso quero mais Vamos olhar o mar Fazendo sombra Nossas mãos unidas formam um coração  Vamos olhar os barcos Ver o brilho que brilha no olhar da criança Quando vê o mundo ficando distante Vamos assistir o adeus Dos outros O nosso não existe Somos amantes

Sílabas

Gosto do sol Mas também gosto do frio Gosto do seu sorriso Do seu lado sério também Importante é que eu gosto  Sei o valor de gostar E todo dia gosto um pouco mais Com você aprendi o que é amar Vamos tomar um café Depois de uma noite de prazer Quem sabe até voltar para cama E esquecer do horário Perder hora e juízo  Você aqui comigo É o que preciso E quando o mundo lá fora Sentir falta da gente Já vai ser tarde O nosso amor é agora Gosto do sabor das palavras  Das suas palavras Das que saem da sua boca Nossa felicidade está na ponta da língua Na cor dos seus lábios Juntos seremos fortes Fale eu te amo com todas suas sí-la-bas

Pisos e Azulejos

Conheço bem O piso da cozinha  De tanto ajoelhar  E implorar Para você não partir Da minha vida Conheço bem  O azulejo do banheiro De tanto bater com a cabeça E chorar Por que você faz assim? Não aceito sua partida Você fala que sou Cazuza Completamente exagerado Mas tem como não ser? É tão triste sofrer Sou eternamente apaixonado Um maluco ao quadrado Flores já não têm mais perfume Arco-íris agora é preto e branco Noites acordado Dias em posição fetal Tristeza não é natural Mas é assim que é Não existe amor Para quem perdeu a fé

Enredo

Nossa vida, O enredo muda com o vento  Com o humor dos deuses É uma obra aberta Igual novela Lua cheia Maré incontrolável  Que nos leva para lugares inusitados Somos barcos à deriva Assim é nossa vida E quando eu estiver afundando Afogando em mágoas  Espero sua mão amiga O seu carinho mais gostoso O toque no rosto Elogios até madrugada E com um sopro tudo isso pode acabar Não podemos deixar Eu ajudo Você ajuda Perto um do outro É o nosso lugar Navalha que corta Vinho que nos tonteia Cores que nos iluminam Nossos caminhos são precipícios Vamos enfrentar os medos Um dia quem sabe Hoje ainda é cedo

Milton Nascimento

Eu gosto de ouvir Milton Nascimento Tão sofisticado  E tão simples  Tudo junto  Ao mesmo tempo Sua voz Faz eu voar Chegar tão perto de Deus Conhecer novos caminhos O frio do outono Na estrada não dói tanto Como na solidão de um lar Uma página do meu livro rasgou Quando ouvi aquela canção  Falava de um amigo Que algum lugar morou Tive que anotar aqueles versos Um dia vou recitar Para quem merecer ouvir O amor é sempre tão controverso Agora vou, Vou encontrar  Seu tom mineiro  Em qualquer lugar Qualquer canto Ou em algum clube de esquina Palha que queima  No meio da rua Vamos tomar um café  Pode chamar todo mundo Maria Maria Ou qualquer Zé Quero agora sua companhia E se o mar não existe Seja ilha Já é ilha De emoções

Uma Frase Em Um Muro Qualquer

Uma frase de Cazuza em um muro qualquer Poucas palavras Uma mensagem E não adianta desviar o olhar Ela vai continuar lá O que está dentro da alma Não some do nada  Ninguém apaga Nenhuma luta é em vão  Siga o seu instinto  Siga o seu coração Faça democracia do seu jeito Não tenha medo  Se achar melhor ficar em casa Enrolado nas cobertas Então fique, Você também é cidadão Letras em um encarte rasgado Disco riscado não toca na vitrola Palavras não ditas São palavras malditas Ninguém escuta o seu discurso Quem não chora O mundo não dá bola

Distância

Fim da linha Para mim Para você  Para nós  Hoje o sinal vai ficar ocupado  E por outros dias também Que assim seja Separar corações  Um caminho sem volta Minha cabeça em uma bandeja O destino que afastou É o mesmo que um dia nos fez trombar Que mostrou seu lindo olhar para os meus olhos Mas tudo que começa um dia termina E terminou Culpa nossa Culpa do mundo  Agora é tarde Acabou Toda canção de amor é universal Tenho certeza que quando eu ouvir Vou lembrar dos nossos dias Boas lembranças  Mas que fique apenas nas lembranças Quando não tem mais jeito Melhor manter distância

Fruta Mordida

Aquele amor tranquilo  Aconteceu A fruta foi mordida Era uma maça suculenta Saborosa logo após sair da geladeira Isso sim é sorte Saliva para cuidar da ferida Parecia ser mais difícil do que um parto Mais dolorido do que pisar em uma pedra Mas de uma hora para outra tudo mudou Começou na chuva e terminou no quarto Nossa vida é mesmo assim Um em cada lado E no momento seguinte juntos E quando amor é o assunto  Estamos sempre no fundo Da alma do outro Sinceridade Ao mesmo tempo que conquista  Afasta E nossa vontade É fogo que nunca passa

Ganhando Intimidade

Vamos dividir o mesmo cigarro Tomar todas no mesmo copo Gritar e gargalhar Dois bobos felizes Em bares, esquinas, lugares Vamos enxergar o futuro Nos braços e abraços um do outro  E aos poucos ganhando intimidade Quando o dia amanhecer Aquela porta fechar Vou ficar mais alguns minutos Curtindo o prazer Depois, Quando o corpo relaxar E eu já sentir sua falta Vou sentar e pensar algumas palavras Para compor uma canção de amor O perfume vindo do lençol  Faz eu não esquecer você  Vem ser meu peixe Que eu sou anzol Vamos fazer um pacto Em vez de sangue Que tal um vinho? Depois cortar os pulsos Mas os dois juntos É tão triste morrer sozinho

Drês

Não é  fácil Nunca é fácil para mim Entregar meu coração  Entregar o amor Ao amor O que é desejo Nem sempre é realidade Então faço versos tristes Expectativa, ambição e vontade Falar de amor é fácil Praticar o amor nem tanto Principalmente quando estamos no inferno  Demorei para entender E aprender  Que idealizar é diferente Do que realmente acontece O que acontece com a gente No silêncio do olhar Nem sempre precisamos falar Gosto do barulho do giz Escrevendo meu destino Cores do arco-íris  Que ligam os pontos E vão ao encontro Do que está guardado O que eu sempre quis Duas mãos  E uma letra para três vozes Mas no fim Virou apenas um dueto Dois cantando em "Drês" Nem tudo saiu de uma vez

Droga Rock

Uma banda de rock Rock, rock, rock Com um vocalista bem doido Doido, doido, doido O cara toca guitarra E também é vocalista Faz som psicodélico Nem sua mãe acredita Ele é sim um artista Sua droga não dura muito tempo Não dá nem para o cheiro Odeia ter que dividir com outro E quando chega ao cérebro  Pensa que canta melhor  Mas é tudo coisa da sua cabeça vazia Que não entendeu Que ainda está vivo Mas no fundo todo mundo sabe que morreu Sua música fala muito de sexo Com letras ousadas  Mas não conhece o amor  Não tem nem namorada Quando sobe no palco Abraça bandeira Grita palavras de ordem Mas prefere desordem  O seu discurso patriota até engana Quem não conhece seu passado Cheio de mentiras  E todo errado

Motivos

Temos, Tantos motivos para chorar Mil razões para não acreditar Mas, Somos teimosos Buscamos um futuro que não existe E se o passado foi triste Ainda precisamos aprender amar E também precisamos de tempo  Tempo para entender  Que ainda vamos encontrar aquela paz Tão desconhecida Mas tão procurada Quero, Ir com você para todos os lugares Com bandeiras nas mãos Respirar novos ares Vamos voar em um céu de brigadeiro  Abrir o coração o tempo inteiro Braços abertos Sorriso no rosto O mundo é nosso E o nosso amor nunca é pouco

O Homem do Tempo

Fui descendo aquela rua Olhando o muro do cemitério Cheguei ao ponto certo Encontrei o homem de pedra Estátua que o Nando Reis falou Tão mal cuidada, maltratada  Pelo tempo que ela representa Pelo homem que atormenta  Sua ampulheta de concreto está virando areia E quem passa Muitas vezes nem percebe Talvez por causa da pressa Ninguém olha para o lado Então eu tiro um retrato Ando mais alguns passos E chego ao fim Onde tudo termina Entre o grito da torcida  E o choro da viúva Vou ficar aqui parado Parado no meio da rua Entre os dedos tudo escapa Com o tempo não é diferente Todo sábio tem barba  E quase nenhuma vergonha na cara

Gil e Erasmo

No aeroporto  Entre aviões  Os Reis das canções  Conversa entre dois Um papo musical Tudo tão natural O que será que vem depois? Pessoas indo,  Pessoas voltando, Artistas vão cantando  Palavras de amor e paz Entre um café e outro O sabor e o gosto De uma dupla sagaz Aqueles abraços  Outros detalhes Gil e Erasmo O canto dos pássaros Poetas tão vivos Verdes mares Simplesmente gênios simples Todos observam lá do alto Dentro de suas aeronaves

Gil e Erasmo

No aeroporto  Entre aviões  Os Reis das canções  Conversa entre dois Um papo musical Tudo tão natural O que será que vem depois? Pessoas indo,  Pessoas voltando, Artistas vão cantando  Palavras de amor e paz Entre um café e outro O sabor e o gosto De uma dupla sagaz Aqueles abraços  Outros detalhes Gil e Erasmo O canto dos pássaros Poetas tão vivos Verdes mares Simplesmente gênios simples Todos observam lá do alto Dentro de suas aeronaves

Risco de Amor (Sandy & Júnior)

O que faço para ter O seu jeito de viver Aqui do meu lado? Quero o seu sorriso tímido  Aquele seu olhar não querendo olhar mas olhando Uma mordida de lábios Dizendo "eu quero" Eu também quero Vamos juntar nossas coisas Ou melhor, Suas coisas e minhas tralhas Suas malas e minha bagunça Bagunça mesmo está meu coração Meio sem destino  Quero morar em seu caminho Ir em sua direção Sentimento, O mesmo para nós dois E para nós vale o agora Quem sabe um dia Quem sabe qualquer hora E o depois? Deixa pra depois O maior perigo da vida  É o risco de amor Nada é mais gostoso Do que o gosto do prazer Mas é preciso se doar Não ter medo Não sentir medo de sonhar

Xadrez

Fui reconhecido na rua Dei aquele autógrafo maroto Mas não era um fã  Era um policial querendo me prender Falei, argumentei Mas tive que apresentar o RG Ganhei um par de algemas Andei de carro Mas na parte de trás Pelo menos não sou mais um procurado Agora é ter novos amigos E ver o sol nascer quadrado Meu banho não tem chuveiro  Privada não existe no banheiro O sol, Só enxergo uma hora por dia O meu amor agora é na covardia Vou pagar os meus pecados Por anos e anos Vou viver guardado Ainda bem que estou no Brasil  Minha sorte  É que aqui não tem pena de morte Na cadeia Meu colarinho não é branco Nem camisa eu tenho Risco os dias na parede Aqui não tem cama e nem rede

Peso da Saudade

Olho pela janela Do carro em alta velocidade O vento atrapalha minha fala Mas também não tenho muito o que dizer Apenas torcer Para chegar logo Estou no banco de trás  Seu corpo repousa em minhas pernas Você está ferida O peito aberto por um tiro certeiro Tenho tanto medo  De você não sobreviver Faço carinho em seu cabelo Tento manter a calma Não entrar em desespero  Converso com Deus em silêncio  Vejo sua palidez Será que é o fim? Não feche os olhos Olhe para mim O meu mundo é tão triste Quando estou longe de você  Chegadas e partidas  Lenços já não suportam tantas lágrimas O que acaba comigo É o peso da saudade E saudade mata sem tirar vida

Velha Canção de Amor

Um sorriso Não quer dizer felicidade  Longe disso Isso sim, Isso sim é uma verdade Deitar no chão Olhar o céu  Não tirar os óculos escuros O meu mau humor  Também é apaixonante Vale mais do que qualquer Velha canção de amor Nossa conversa nem sempre é agradável Testa franzida  Olho no olho Mas tudo faz parte De uma vida juntos Nosso dia fica sempre melhor Quando estamos perto um do outro Cem anos com você é pouco Sou, O mendigo que recebe migalhas Mas é feliz assim mesmo O amor alimenta o coração De quem sempre teve fome Em momentos de solidão

Carne

Carne, Carne fresca Carne crua Carne viva Carne, Carne morta Carne de porco Carne de vaca Ou qualquer outro animal Carne de gente Quem gosta é canibal Canibal, Que tal um churrasco? Carne de primeira Até mesmo em uma segunda Ou um rodízio Prometo que não vai ter salada Nem carne batizada

Virados Para Lua

Subimos por escadas rolantes Que estão descendo Corremos perigo pela contramão  Não respeitamos farol vermelho Quebramos espelhos Sem medo do azar Nascemos virados para lua Olhamos tudo do alto E todos lá embaixo Sabem onde vamos chegar Vamos tirar fotos um do outro Com poses ousadas Na beira de precipícios Seguindo pistas Deixando pegadas Nossa vida é cheia de aventuras Nascemos para o estrelato  Somos uma dupla de sucesso Não gostamos do anonimato Deste mundo não levamos nada Nada, nada, nada O que realmente importa  É o que vivemos hoje Durante o dia ou até madrugada O bom coração conhece Quem é da mesma vibe

Água

Eu vejo água caindo do céu  Água que lava alma de gente desalmada  Água que segue por vários caminhos Corre por ruas procurando um destino Água que mataria sede Mas não cai na boca de quem não merece Água, Por água abaixo Com seus sonhos ruins O mundo é fogo Terra é sempre quente Água desce fervendo Água que evapora Vai chover de novo Então vamos embora Água Águas Mágoas  Criam lágrimas Que são águas

Chapado

Estou chapado desde sempre Estou virado Desde quando acordei para vida E isso faz tempo Noites em claro Principalmente quando está tudo escuro O meu protesto É um pouco mais quieto Sou do tempo  Que ser neutro era uma coisa boa Melhor ficar em casa trancado Do que parecer atoa Minha maior loucura  Foi sempre ser louco Nunca viver de pose Nem sustentar fama de gênio O trabalho sempre fala mais alto Sou do show, Sou do palco, Filosofia de rede social  Não faz minha cabeça  Que por sinal vive ocupada Pensando em nada Mas querendo tudo Durante o dia pão E muita sede na madrugada Cidadão Sou cidadão como qualquer outro Igual você, minha mãe ou o árbitro do jogo E jogo de cartas marcadas Não aposto nenhuma moeda Não sou coringa Nem obrigado ouvir tanta merda

Choro

Por onde você passa é fogo Vejo os rastros  Que ficam queimando no asfalto O calor do seu corpo Fagulhas, faíscas Quase explosão Desejo é o incêndio da alma Brasa que nunca apaga O sangue ferve Constante ebulição O seu cigarro É o fogo que não faz bem Com um entre os dedos  Você fica tão charmosa Fazendo caras e bocas Esquentando corações  Sopre em mim Aquela fumaça que sai dos seus pulmões E muita coisa faz mal Não é saudável Muito menos natural Mas me sinto tão bem Tudo um dia vira história  Quando eu não estiver  Mais ao seu lado Conte para os nossos filhos Que mesmo com defeitos Sempre fomos apaixonados

Naquelas Ruas de Outono da Carolina

Choro, Toda vez que escuto "Ruas de Outono" no rádio Lembro quantas noites sofri Quantas tardes andei Sozinho por calçadas Esperando encontrar  Em uma esquina qualquer  O seu sorriso dobrando Dando de frente comigo E sem falar nada Dar aquele beijo E com o olhar Mostrar que ainda quer Mas, Nada disso aconteceu Eu continuo chutando lata Em dias frios  Em dias quentes Todos os dias Minha vida é uma música triste Daquelas de fazer sofrer De ficar no escuro do quarto Dor que machuca tanto Acho que vou morrer Quantas flores eu comprei Nunca entreguei Todas estão morando no mar Pelo menos lá Amor é o que não vai faltar Salve minha mãe Iemanjá

Ônibus

Gira catraca Passa um Passam vários  Uns sentam Outros não Mais um dia no busão Todos mexem em seus celulares  E quem está em pé  Mexe no aparelho com apenas uma das mãos Ninguém mais olha no olho Ninguém mais conversa O sujeito finge que está dormindo Outro segura bolsa só de mulher bonita Nem todo mundo é bondoso E quando motorista pisa no freio Cai criança, cai adulto Sai voando até dinheiro E para descer Tem cordinha, tem botão  Ou na base do grito No fim todo mundo se entende Pisa no pé de um Pisa no pé de outro Ônibus que vai embora Até amanhã  Até qualquer hora

Gioconda

Uma dança Quase um ritual Roupa estranha Jeito diferente  Espírito que baixa Alma que sobe Noite que ilumina Caminhos curtos Outros longos Poema escrito Poema apagado Tempo que não para Olhe para o retrato Dê um sorriso E depois um forte abraço Sou aquilo que você odeia Aquilo que incomoda  Que irrita  Minha função é essa mesmo Maltratar sua arrogância Sou flor que não se cheira Apenas se admira E não estou aqui para agradar Sou o defeito da madame O pavor do homem da casa Aquela figura no espelho Sou o resultado positivo no exame E você acha que sabe Todos os segredos  Só porque conhece o do liquidificador  Mas se é esperto  Decifre o quadro da Gioconda? Ou cale sua boca  Aqui não tem espaço para onda

Fraco

Sou um fraco Carrego o peso de uma vida Meus joelhos dobram Faço uma oração  Falo com Deus Do meu jeito Lágrima escorre e cai na ferida O meu corpo dói  Preciso de ajuda Mas não de piedade Tenho fome, tenho sede Quero água, quero pão Apenas preciso Preciso de sua mão Meu tempo é curto Os pecados estão acabando comigo Sou um fugitivo em liberdade  Sou um preso que vive na rua Pobre coitado de mim Nem cachorro me quer como amigo Não ligo para manchetes O que me interessa é o jornal Uso como coberta Para espantar o frio Que de imaginário não tem nada  É completamente real Não sou o problema do mundo Mas para o mundo sou um problema