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Mostrando postagens de junho, 2021

O Amor

  O amor venceu O amor nunca perdeu Quem perde é quem não ama Quem tem raiva do amor O dono de um coração peludo Que ainda não entendeu o mundo Criou disfarce, vive da maldade O amor venceu Quem diz estar vivo Mas cheira mal, apodreceu Quem é puro de alma Sabe, sempre soube Que o amor, o mais puro amor O amor venceu

Dramático

  Vou roubar flores do seu vaso Para você dizer que sou exagerado Vou chutar o balde, gritar Fingir que sou seu namorado Vou fazer um bolo, oferecer um pedaço Vou pedir um beijo, pelo menos um abraço Vou subir no oitavo andar Chamar seu nome Fazer uma cena e depois chorar Hoje não tomei remédio Amanhã vou tomar três Longe de você é um tédio Todo apaixonado é um pouco louco Todo louco um dia se apaixonou Nem todo gato é vira-lata O largado também tem raça Não sei mais quem sou Tudo tão confuso, mas sempre igual Destino indefinido Amar demais não é natural

Anjo Torto

  Olhos abertos, pés no chão Mais um dia, alegria Vivo, no ritmo da canção Coloco minhas asas, vou Voando por aí Canto por todos os cantos Volto, cansado volto Para beijar, amar e dormir E amanhã, amanhã Tudo outra vez Nas janelas observando casais Nas antenas esperando sinais Sou o mensageiro da paz No alto de um morro Um tempo para respirar Ar puro, tristezas do mundo Tentando iludir o olhar Mais uma vez estou voltando Para meu quarto, meu recanto Estou velho, não estou morto Sou apenas um anjo torto

Metade

  Será que já cheguei Na metade da minha vida? Será que amanhã é festa Ou o dia de despedida? Será que entrei em sua mente Nessa manhã azul e linda? Será? Muita pergunta, pouca resposta Não sabemos de nada, nada Descobrir o segredo é tão sem graça Curiosidade mata antes da hora Tudo tem o seu tempo Não precisa ser agora Não conheço o caminho de ida Prefiro esquecer o caminho de volta Gosto do bom gosto da surpresa Amanhã posso não estar mais aqui Que pelo menos eu esteja Em sua lembrança mais gostosa Sua saudade mais safada Naquele instante que não volta

Asfalto Quente

  O asfalto está tão quente Vou sair daqui agora Mas não vou para longe Não posso ficar de fora Estou sempre atento, de olho O mundo não é perigoso Perigoso é o bicho homem Sua vontade de fazer maldade Vou sentir o sabor do vento Procurar o tempo de paz Escapar do olhar do ditador Vou entregar flores, recitar poesias Falar daquilo e também do horror Ano passado eu não morri Esse ano ainda não Não estou no chão Não chegou o meu fim Sei muito bem o meu lugar Não aprendi disfarçar É proibido proibir É sempre melhor assim Super-herói não existe Tem dia que o dia é triste

Sua Voz

  Gosto da sua voz Falando, cantando O seu rock n' roll Feminina, cheia de força Suave ou rouca Sua voz é um beijo Sensual em minha orelha O brilho de uma bromélia Em uma noite de lua cheia Eu já conheço faz tempo Seu passado, seu presente Seu tom, seu agudo, seu grave Eu gravei em minha mente Até o que você não sabe Nós dois em um mesa De casa ou de bar Ar livre ou sob o teto O som que toca no inferno Para nenhum anjo reclamar Nós dois falando, cantando O seu Rock n' roll Na sua garganta seca Quem sabe uma breja Nosso sonho não acabou

Mundo Paralelo

  Mundo paralelo Atrás do espelho Tudo ao contrário O falso e o verdadeiro É preciso ter cuidado O perigo é dobrado Avesso, reverso Reverso do avesso Não existe lado certo Todo lado tem seu peso Quando você vai Estou voltando Quando você volta Já estou voando Longe dessa loucura Longe da sua loucura Prefiro ficar na minha Em qualquer canto Suas fantasias, seus delírios Certo e errado Cada um sabe seu caminho Não queira ensinar O Pai Nosso ao vigário

Silêncio

  Silêncio que tanto barulho faz Casa vazia, cheia de lugar Solidão é medo, muito medo É o tempo que não volta mais Ausência é presença de dor Amor que só aumenta Coração vazio de um sofredor Olhos fechados para lembrar Para não esquecer De quem um dia sorriu Hoje partiu deixando rastros Um enorme espaço O silêncio que tanto barulho faz Prato virado na mesa, tristeza Taças na estante, noite sem par Telefonema sem alô, sem resposta Bumerangue que vai e não volta Destinatário não encontrado Bússola sem norte e sul O beijo tão sonhado Está dentro do céu azul

Sim ou Não

  Seu sim, seu não É um pão recheado de talvez É vontade contida Medo de viver Sua demora para pensar, decidir Ansiedade, muita vontade Esperar, esperar até morrer O sol já foi, mais um dia, vários dias Tudo passa muito rápido Ao mesmo tempo arrastado Nem hoje, nem amanhã Pior das sensações O "Se" do Djavan Folhas, flores, frutos Ciclo da vida Preciso de respostas Preciso encontrar uma saída Paciência é uma virtude A minha já está na lua Esperar o seu sim ou não É tristeza, é amargura Na porrada eu aprendi Nem toda pergunta tem resposta Nem toda resposta satisfaz Sobreviver é um jogo de sorte ou azar

Retrato

  Recusou um cigarro Mas aceitou um beijo Vício maldito, maldito vício Fugiu de casa, correu Morreu e renasceu em outro lugar Meia-noite é meio-dia Luz da rua é o sol Cada carro uma história Uma isca em seu anzol Recusou um beijo Mas aceitou um cigarro Na solidão de um quarto Um desconhecido ao seu lado Vício maldito, maldito vício Amanhã tem mais, muito mais Prazer sem desejo E tanto faz Um banho para tirar o perfume O jantar no café da manhã O cochilo depois do trabalho Um beijo no porta-retrato É hora de partir, gemer sem sorrir Viver, amar, sofrer Sofrer, amar, viver

Paul

  Eu gosto do cinza Do céu nublado O vento gelado O chá das cinco Paul e seus amigos Sonhos conquistados Flores, cães e gatos Noites com trilha sonora Fogueira e violão Nossa casa, nosso lar Onde mora o amor Onde mora Casa na árvore O fruto da flor Carinho de mãe Beijo de avô Todo remédio é ácido O corpo é fraco Tenho saudade de um alô Eu gosto do frio De um sorriso tímido Mãos nos bolsos Passos lentos e bobos Paul e seus amigos Sou o quinto Beatles

Adeus

  Sou do Norte, sou do Sul Sou do Brasil Nasci para dar tchau Para não estar mais aqui Sou poeira encontrando o vento Um tempo que passa rápido Hoje sou corpo presente Amanhã virei retrato Por onde passo deixo flores Espalho sorrisos, risos Meus rastros são seguidos Por fãs e desconhecidos Toda noite o mesmo grito Meu nome na boca do povo Gente de bem, outras nem tanto Virei um maldito Ser sozinho, solidão Não é pecado, nem errado Pode ser opção Espelho como companheiro Lembranças de um cheiro Um aceno com a mão E quando bater saudade Uma linda canção Cheia de versos e rimas E lágrimas, todas Lágrimas do coração Sou do Sul, sou do Norte Sou do Brasil

Antes do Previsto

  Quero ganhar tempo Olhando em seus olhos No mais puro silêncio Nesse planeta escuro Que mora o meu coração Quero abrir vantagem Chegar antes do previsto O corpo, o beijo, o ombro Preciso do seu abrigo E quando eu conseguir Sussurrar palavras, outras paradas Em seu ouvido, em sua alma Vou ficar completo, repleto Cheio de sorriso, sem grilo Encontro de pai com filho O poeta fala de amor Diferente de todo mundo Sou um pouco poeta Falo de cabide, vaso sem flor Falo dos lábios, de tudo Do mundo ao contrário O desejo que nunca acabou Eu quero continuar mergulhando Nas rimas ricas da sua poesia Nas ondas calmas da sua alegria Quero continuar ganhando tempo Com você

Banquete

  Estou no lixo No fundo do poço Contra o fluxo, contra todos Culpado sem culpa O cão sem dono Não tenho dinheiro Não tenho o que comprar Nem perfume, nem sonhos Nem piedade em seu olhar Sou o invisível que incomoda O sozinho pelo caminho E quando tenho fome Qualquer resto vira pão Um banquete, sabor dos deuses Estômago vazio, garganta seca Sou tristeza, solidão Tenho medo do frio Tenho medo de gente fria O desarmado também é perigoso O tiro sai da boca, da mente Da alma do desalmado Dessa gente com saúde e doente

Coloridas

  Agora sim, Duplo poder Amor em dobro Desejo e tesão E mais um pouco Renasceu, O que não tinha morrido O fogo da paixão Prazer colorido Guarda-chuva ao contrário Vamos espalhar sorrisos Toda nossa alegria E ao som dos pássaros Nosso som, nosso barulho bom Você tem meu corpo Minha alma, minha mente Eu tenho tudo isso também Mas somos livres, livres Para corrermos em direção contrária Ou de mãos dadas Por qualquer caminho Ao longo da estrada, nossa estrada Agora sim...

Dezenove Horas em Brasília

  Meia-noite já é bom dia Mais um dia que pode não ser tão bom São dezenove horas em Brasília Hora que não passa, relógio atrasado Vida que caminha sem graça Sonhos destroçados Gente sem voz, pessoas doentes Dor da alma, do corpo O pior desgosto Ninguém está pronto para morrer O sol que arde, navalha na carne Eu grito para você não esquecer O cheiro do mato verde Fumaça que sufoca Seus dedos em meu pescoço Não aguento mais sua turma De ouvido atrás da porta Vou cantar uma canção suave Para tentar relaxar, controlar o medo Já é tarde, não tenho mais tempo Amanhã posso não estar mais aqui

Dia a Dia

  Todo dia mais um dia Ao seu lado, o melhor lado Enfrentando tudo, todos Os problemas do mundo Também os nossos Goteira, dor de dente Trabalho, família Curto circuito, filho Cachorro, pandemia Todo dia mais um dia Ao seu lado que eu quero ficar Tudo pode estar normal Ou de ponta cabeça Sempre encontramos um jeito, uma maneira Um tempo para namorar Jogamos pernas para o ar Gostamos de dançar, comer besteiras Um filme tarde da noite O café depois do almoço Nessa nossa vida prática Roubamos alguns minutos Para falar de amor, o nosso amor Já não tenho mais tanto cabelo Minha barriga cresceu no espelho Mas ainda estou aqui, aqui Abobado, desengonçado Olhando você, você

Carnaval dos Seus Olhos

  No carnaval dos seus olhos Minha perdição, tentação No balançar do seu cabelo Doce sabor e o cheiro Do seu poder exalando O mundo que cabe na palma da sua mão Quero morar dentro do seu mistério No seu indecifrável jeito de ser E espero estar vivo, vivo Para sob seu salto enlouquecer Sou o resultado dos seus rabiscos O rascunho sem sentido Papel amassado antes de ser jogado Chutado para longe Mas que de alguma forma volta, sempre volta Reaparece feito abelha na flor Todo dia o mel do amor Mesmo não sendo amor Agora estou indo, indo e vindo Em sua direção, pelo chão Você é linda mesmo sorrindo

Brisa do Mar

  Como uma brisa do mar Com uma brisa do mar Vai suave, vai na paz Para longe dos meus olhos Para dentro do meu pensamento Música como oração Para matar saudade, não esquecer Dos olhos de uma paixão Da mais pura inocência Até um dia, até o próximo amanhecer E na estrada de terra Poeira secando lágrimas Destino desconhecido Tristeza de um sozinho Mesmo não enxergado mais graça Vida que segue, É o amor que não passa E quando o sonho não tiver mais fim Não acordar, reencontrar Apenas sorrir

Brinde

  Um brinde para quem sabe falar de amor Para quem escreve poesias para o seu amor Sabe conquistar, mas também sabe perder De joelhos sabe viver e morrer De amor, de amor Uma taça de vinho para duas bocas Para poucas e boas Mais dias e mais noites Mais um brinde para o amor Quem vive de amor Não perde tempo com coisas pequenas Nem com gente pequena Que vive de trevas e dor O amor é assunto popular Está na boca do povo É quente, é sucesso, é hit Cai sempre bem É uma roupa bem alinhada Paz interior de quem está zen Amor é um tiro certo no coração Não mata, algumas vezes maltrata Mas quem não gosta?

Bombas

  Escuto tiros e bombas Gritos, muitos gritos É o mundo lá fora Tão violento, tão difícil Escuto o som do medo Eu aqui dentro Perto do precipício Também sou filho Do seu Deus Não julgar Não ser julgado Sou humano, sou pecado Cidadão em qualquer lado Toda cicatriz é uma história Mãe que chora Filho na memória Guerra que não termina Guerra não interrompe guerra Nem flor, nem vela Talvez somente uma reza Para o seu Deus Carnaval e miséria Festas populares Povo protagonista Em todos os lares

Feliz

  Fui ser feliz E não volto tão cedo Fui recuperar o tempo Que não foi perdido Mas sim esquecido O amor ainda mora aqui dentro Paixão mal resolvida Enquanto houver vida Tem conserto, sempre tem Por isso estou correndo Sorrindo e sem medo Torcendo para que seu peito Ainda esteja vago Que ainda tenha espaço Eu guardei Por todos estes anos Aquela flor que um dia eu levei E trouxe de volta para casa Foram tantas madrugadas Que chorei, simplesmente chorei Vou ouvir novamente nossa canção Ja vou preparando o coração Chegou a hora

Respostas

  Você sempre cobrou respostas Até que um dia ouviu Agora não adianta chorar O leite derramado, amor que partiu Você sempre cobrou respostas Com perguntas mal feitas O tempo passou, melhorou Graças a Deus não existe mais volta Agora é ser feliz Cada um em seu canto Uma linda história de amor Continua linda mesmo depois do fim Triste é quem não entende isso E simplesmente perde o juízo O silêncio fala mais que mil palavras E a distância muitas vezes não maltrata

Erasmo Carlos

  O amigo do Rei Também é Rei Escreve certo Por linhas tortas Outras notas Eu sei, O amigo do Rei Também é Rei Veloz, feroz Gigante gentil Chão que treme Toda sua gente Rei do Brasil Tem fama de mau Tem fama Vira e mexe Na pena do poeta É arco Também é flecha O amigo do Rei Também é Rei Promessa, festa É palavra de fé Tudo isso, isso tudo Eu já sei O amigo do Rei Também é Rei

Sonho

  Um sonho bom Sem gente estranha Estranho estava eu Correndo feliz Mesmo com febre Um sonho bom Super tranquilo Na casa de um desconhecido Não sei o que aconteceu comigo Eu estava tão bem Bonito e nada esquisito E nem parece Que o amor é tão complexo Tudo estava fácil demais Mas no sonho tudo vale Tudo pode, pode tudo Pode até mesmo voar E eu vou, eu vou Mas nem sempre é assim Nem todo conflito é guerra Guerra termina em morte No desejo somos iguais Não existe mais forte

Joelho

  Som da campainha Tem o som do meu coração Saindo pela boca Pouca roupa, frio da solidão Suspiros, poesias Doces armadilhas Noite quente, palma da mão Toda sua displicência Mordendo uma maçã Eu aceito um pedaço O melhor pedaço Seu joelho, metade do seu braço Eu sou Adão Correndo atrás do pecado original Sou o veneno da serpente Amor adolescente Gosto de todo seu carnaval Toda paixão é bossa É uma chance nova De dar certo, vai dar

O Amor

  O que você faz com o amor que os outros sentem por você? Amor é atender, entender Ação, reação, relação Eu gostaria de fazer tudo que eu digo Mas eu não sei Amar é também ficar em silêncio Simplesmente ouvir, ouvir Amar é gostar do outro Seus gostos, seu corpo É ter alguém para repartir Falar de amor, cantar o amor Entre pessoas, seres Escolha qual sua cor Do amor, Do amor incondicional

Posso Tudo e Nada

  Hoje eu posso tudo Em uma época que não pode nada Quem fala o que tem vontade É xingado e toma pedrada Hoje eu posso tudo Em uma época que não pode nada Eu odeio cartilhas Não sigo regras quadradas Pior do que política É o politicamente correto O chato sendo chato O mala sempre certo Pelo menos posso pensar Gostar ou odiar Quem eu bem entender Posso falar em silêncio, Comigo mesmo Ninguém precisa saber Mimimi, blá blá blá Tudo tão estranho Muito mimimi, muito blá blá blá O saco já está desse tamanho Hoje eu posso tudo Em uma época que não pode nada

Oportunidade

  Não perco oportunidade de ser feliz Mas ser triste é bem mais fácil Tenho mil motivos para chorar Mas quando posso tento sorrir Mesmo sem dentes, sem tempo Sem um bom lugar para fugir Estou no meio do caminho Entre o céu e o inferno Bem perto do perigo O futuro é tão incerto O medo é mais que certo Mas é preciso seguir Olhar para frente Atrás nem sempre tem gente O melhor remédio é rir Vou falar com os olhos Palavras que estão no coração O corpo pede um pouco de paz Paz que vive escapando entre os dedos Viver pode ser um grande pesadelo Mas eu não perco, Não perco oportunidade de ser feliz

Lua

  Vou viajar para lua Vou morar em uma curva da lua Para ter um pouco mais de vida Vou caminhar na lua Plantar flores na lua Vou sem despedida Sou astronauta No espaço da emoção Vou olhar para Terra Não vou voltar não Azul, de sangue, cheia Linda e vermelha Minha casa lua Amor em gravidade zero Amor sem gravidade Lua de mel suave Moro na lua Na rua sem amargura Vou ser eterno, para sempre Um brilho na escuridão Um ponto de luz Eu sou da lua