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Mostrando postagens de dezembro, 2022

Meu Corpo

  Vai ser você Quem vai matar Toda minha sede Nesse mar que vou Mergulhar, afogar Jogar minha rede Vai ser você Entre tantas almas Tantas palavras Escolhi o seu "eu te amo" Quem vai salvar meu corpo Meu último sopro Por todo este ano Falta só o seu sim Falta seu sim Eu já escolhi Aqui dentro de mim O pão que alimenta Também engasga Excesso de amor Faz bem ou mata Vai ser você...

Maiores Abandonados

  Maiores abandonados Festa com cara de feriado Pecado Noites livres e tropicais Danças engraçadas, sensuais Um acidente na sala Cachorro falante Árvore caindo Beijos de diamante Mamãe está brava Não quer minha turma em casa Disse poucas e boas Que está ficando louca Acabou com toda graça Ou não Gritos na varanda Fumaça branca Vasos já sem plantas Amanhã o mundo não vai acabar Mas eu posso não chegar lá É hora de aproveitar Música que toma conta da mente Animando o ambiente Bocas engolindo destinos Amor cuspindo sementes Maiores abandonados Crianças acima dos dezoito Pobres e coitados

Encantado

  Aquele instante Luz apagada Medo, fio da navalha Emergência Cercado por todos os lados Segundos contados É o fim, o fim O fim de todos os tempos Na esquina um clube Amigos na calçada Uma foto, retrato 3x4 Quem já morreu Foi o meu passado Pequenos portões Casas vazias Gente sem coração Noites são tristes Péssimos dias Cansei da solidão Desisti Decepcionei Até chorei Resolvi Então parei Encantei

Desejos

  O que você deseja? O que você anda desejando? Quais são os seus planos? O que você vai fazer no próximo ano? O que você vai fazer? E para outro Todo desejo é pouco Nada mais Nada mais que o dobro O amor é perigoso Um bumerangue Acerta o alvo Mesmo distante E volta, volta Em forma de sorriso De muito obrigado Amor é o último capítulo De um livro sagrado Não corra tanto Não pense tanto Pare um pouco Seja mais humano O que você deseja? O que você anda desejando?

Sapatos

  Sapato no canto do quarto Mil e um passos Caminhos e seus obstáculos Quantas voltas eu dei Fui e sempre voltei Até quando não sei Atravessei fronteiras O limite dos limites Sonhos, pesadelos Momentos tristes Até o lado de lá Não parei, não Não cansei de tanto andar Passei por vários lugares Muitas casas, poucos lares Apenas andei, andei Por dez anos passei Não sei onde Mas só sei que cheguei Da lua até o sol Um pulo Tudo rápido Da luz até o escuro Sapato no canto do quarto Vou conhecer outros mundos

Esmalte

  Pouca luz, luz baixa Cortina fechada É tarde, tarde da noite Já é madrugada Restos de esmalte Unhas descascadas Tom de vermelho Doce solidão Na frieza do espelho Ponta dos dedos Mais vermelho Na boca o tempo Liberdade Para fazer de tudo Amor e maldade Pode, pode tudo Quem não pode Fique mudo Pare de tanto absurdo Cores cintilantes Mentes brilhantes Engula seu veneno Enquanto tomo meu café Morra aí por dentro Rastejando Sob o esmalte do meu pé

Verão

  É verão Tempo de guerra Gente que erra Mas não cansa de sonhar É verão Risco de morte, de sorte De um novo amor Pelas ruas da cidade Asfalto fervendo Febre do rato Todos em movimento Calor Mais um filho Outro filho Cada gota de suor No verão ninguém tem dó 40 graus Isso também mata Corrói por dentro Desidrata Todo dia uma fuga Animal que escapa É verão...

Café

  Vai um café? Xícara ou copo? Açúcar ou adoçante? Não tenha pressa Fique quanto quiser O tempo que quiser Vou ficar admirando Olhando sua beleza Sonhando Eu perco o ar Fico sem ar Na sua presença Clima bom no ar Mais uma vez sem ar Minha sentença Cama, mesa e banho Olhar de desejo De bandeja O sabor de um beijo Vou alegrar seu coração Despertar prazer infinito Vou alegrar seu coração Despertar prazer Vai um café?

Diferente

  Volte sempre diferente Volte outra pessoa Ninguém é o mesmo Depois de conhecer o inferno Eu sei, eu sei bem Volte em silêncio Deixe que o tempo Leve o que sobrou Destino desconhecido Qualquer canto, rua Infelizmente é tarde Segundos antes da cura Veneno que mata aos poucos Destrói alma, depois o corpo Veneno em uma taça Acabando com toda graça Viver um pouco mais Apenas viver Não entre em desespero Encontre seu equilíbrio Nas mãos dos pais Nas mãos dos filhos O maior de todos os eventos Quando o vento Pela última vez soprar Lâmpada que já não acende Que não consegue iluminar

Diva

  Diva divina Comédia, alegria Sutil sutileza Nova nostalgia Ser feliz Noite, luz do dia Risos, sorrisos Dentes, humor fino Lábios de um francês Gritos de um argentino Segredos guardados Perdidos pelo caminho Diva, divindade Gosto da maldade Da sua Venero, espero Não digo sim Não falo nada Mas eu quero Deus sol Nunca estou só Suas palavras Doces e fortes Sua boca um norte Aprendendo viver Morrendo para nascer Desejo que engole o medo Ainda é cedo

Pelé

  Eu sou O gol que o Pelé não fez Sou raro Diferente de tudo Um tanto quanto absurdo Confuso feito o amor Perigoso Acupuntura no olho Louco do mês de agosto Eu sou Tenho asas invisíveis Defeitos incríveis Poderes desconhecidos Sou um filho desprotegido Nasci dentro do fogo Hoje sou gelo Canto para esquecer Para ser esquecido Nem todo passado é bonito O meu não é Não é, não é mesmo Perco o controle Falo demais Não sou ministro da paz Sou dia, sou noite Parecido, mas nem tanto Um pouco de tudo Um pouco de tanto faz Sou o gol que o Pelé não fez Sou raro

Vírgula

  Pausa nos beijos Silêncio absoluto Vivos, mas de luto Que vida é essa? Por que é assim? Dias tão longos Noites de choro Juntos, mas separados Corações guardados Que vida é essa? Por que é assim? Nossa relação é falsa Uma mentira mal contada Previamente ensaiada Nada natural Só vejo duas opções Vírgula ou ponto final Era um pacto de sangue Precisamos de transfusão Não resta mais nada Nossa conversa é errada Tudo com pressa Por que é assim? Que vida é essa?

O Sol

  O sol atrapalha minha visão Gosto de observar o mundo Vivo aqui no fundo Dentro de uma canção Meus pés estão cansados Mas ainda tenho força Vou sempre na direção de Deus O GPS é minha fé, toda fé Agora estou leve, bem mais Converso com desconhecidos Com quem não vejo Sou filho da paz Coincidências que não entendo Apenas aceito, aceito O vento da tarde é frio Faz eu refletir e pensar Acreditar no final feliz Gosto de ser minúsculo Diante da imensidão do mar O mar é o céu De quem ainda não acabou De quem ainda não terminou O sol atrapalha minha visão

Identificado

  Não identifiquei Não entendi Não decifrei Só sei que amei De olhos fechados Eu amei Não consegui falar Apenas beijei Simplesmente beijei Nem pensei Liberdade é não saber É arriscar Não conhecer, aceitar Experimentar De olhos fechados Dizer sim e confiar Corrida de obstáculos Em um quarto escuro Tateando paredes Pulando muros Amor onde não existe Onde não existe amor Sorriso de gente triste Não identifiquei Não entendi Amei

Sua Beleza

  Quem não enxerga sua beleza Não é feliz Não é uma pessoa feliz Quem não enxerga beleza em você Já morreu Já morreu por dentro Eu olho você e vejo amor Eu sei de toda sua dor Chorar faz bem Mas sorrir faz muito mais Muito mais Então vem, vem Venha aqui em silêncio Comande tudo com os olhos Vamos fazer uma festa Nossa liberdade é o que nos resta Vem, vem... Vamos olhar para o céu Céu de brigadeiro Observamos animais Procurando nuvens Encaixamos palavras Somos poesias Seguimos a mesma linha Dos nossos ancestrais Quem ainda não enxerga sua beleza?

Planos

  Medo da chuva A gente não tem Loucos varridos Somos dois perdidos Dentro de um trem O trem da vida, da vida Pisamos nos jardins Dançamos nas praças Indefinidos Não temos raça Os nossos planos São apenas planos Nem toda conversa Precisa ter graça Não existe força Na hora do amor Não precisa, não Somos leves, pétalas Flores voando com o vento Esquecemos o tempo Nunca solte minha mão Nunca me deixe partir Segure o meu ímpeto Não me deixe fugir Segure sempre minha mão

Inviolável

  Você tentou Não deixei Você tocou Não gostei Melhor parar Parar de uma vez Cofre sagrado Fechado, trancado Inviolável Sua mão Uma arma Instinto animal Sou inocente O mais puro O luto final Silêncio, dor Dor em silêncio Silêncio não é amor Dramas e traumas Minha calma Anjo protetor Você tentou...

Shorts

  Nessa matéria chamada vida Sou aluno, sou professor Nessa sua mente poluída Sou apenas um transgressor Uso shorts e camiseta Arranho um violão Tenho cara de anos sessenta Muito amor para pouco coração Procuro faz tempo O canto da sereia Gosto da brisa do mar Ontem eu era um jovem Hoje jogo bola com meu filho Falamos da vida Enquanto tento não me emocionar Sou bicho, um grilho Um moderno do passado Um sonho, um projeto Que deu certo, muito Um ser não identificado Deito em minha rede Rede de amigos Solidário, solidão Uso shorts e camiseta Arranho meu violão E canto uma canção De amor, de amor, amor Uma canção de amor

Sozinho

  Quem gritou no show de Caetano? Quem no final acabou berrando? Quem não terminou sozinho? Quem ganhou no grito? O amor revelado Jogado na cara Sem vergonha Jeito de pecado No calor da emoção O silêncio rasgado No lábio o tesão Hoje é o primeiro dia De mais um dia Que não vai terminar Vai ter alegria Beijo de quem gosta de beijar Quem não resistiu? Quem quase pariu? Quem viu, viu Quem gritou no show de Caetano? Quem no final acabou berrando? Quem ainda está aqui Sozinho

Rabiscando

  Rabiscando o papel Lápis cor de céu Mão de uma criança Pai e mãe distorcidos Desenho mais bonito Viver é ter esperança No fim mais um risco Um traço esquisito Curva despretensiosa Artista de pouca idade Sem nenhuma maldade Apenas um coração azul O amor é suave O amor é sempre suave O amor é blue Felicidade sem direção Sem sentido ou ordem certa Na pureza de um anjo No poder do seu canto Das cores todas O arco-íris Nada é triste Não tem solidão O gênio o seu coração Da cor azul, azul

Sem Pilha

  Mais uma noite quente Barulho do ventilador Sorvete derretendo Fico aqui pensando Pensamento é um atalho Para chegar mais rápido No melhor lugar, lá Dentro de mim No melhor lugar Aqui dentro de mim Pilha fraca, sem bateria Mas com todos os dedos Descobrindo os segredos Tateando cada canto, curvas O melhor caminho Encontrando e chegando Onde ninguém soube chegar Terras proibidas, produtivas É preciso cultivar Chuva para molhar Escorregar, ser feliz Explosão de alegria Qualquer hora do dia Criança no chafariz O mundo vai acabar em explosão E eu empresto minha mão

Sem Curva

  Você continua sendo Sem curva, sem meias palavras Você continua jogando Verdades em minha cara Mas eu não reclamo Não, não mesmo, nunca O que seria de mim? Eu sei bem o que responder Não seria nada, nada Completamente nada Hoje entendo meus defeitos Reconheço meus erros Não foi fácil chegar até aqui Mas agora entendi O que seria de mim? Você foi o vento, furacão Que soprou e limpou Meus olhos de fascínio Olhos de fascinação Lutar contra o amor Missão impossível Melhor é aceitar Com suas regras claras Sua matemática exata Tudo bem definido Você ama e eu venero Eu juro que é só isso Apenas isso que eu quero

Despedida

  Hoje está chovendo Está calor Por aqui tudo bem Só muita saudade Um pouco mais além Como está você? Por aí existe sol? Existe chuva? Ainda lembra de mim? Mande um sinal Um não ou sim Sopre em meu ouvido Fale bem baixinho Cante uma canção Sua música favorita Aquela da despedida Que alegrava seu coração O nosso Venha na hora de um filme Venha em meus sonhos No silêncio da noite Venha quando quiser Sempre que puder De braços abertos Um abraço imaginário Quem sabe amanhã

Pão na Chapa

  O mundo continua girando Lá fora, longe do nosso alcance Longe dos nossos olhos O chuveiro está pingando Flores pelos cantos da casa Pernilongos e baratas Nosso amor é cheio de graça Bom dia para você também Nunca acordamos juntos Café e pão na chapa Você reclama quando eu fumo Dez horas para mim é madrugada Música no volume máximo Abafando nossos pecados O som de todo o ato Cada um para o seu lado Não aguento mais você Te amo e odeio tanto Estamos sempre errados Na varanda uma rede vazia Não temos tempo Nem muito beijo, nem muita carícia O mundo continua girando Dor de cabeça que não passa Nosso amor é cheio de graça

Crueldade

  Ser humano deixou de ser Simplesmente humano Ódio saindo pela boca Crueldade sem tamanho Quando acabou o amor? Da rosa o espinho Das palavras o palavrão Conversa só no grito Sem alma, sem coração Quando acabou o amor? Doentes espumando Babando baboseiras Loucuras e tristezas Loucos de pedra Animais em uma selva Acabou o amor Será? O bem ainda existe Resisti Só não pode parar de lutar O inimigo é forte Mas nada é mais forte Que a vontade de amar O ser humano deixou de ser

Sozinho

  Conversar sozinho É contar segredo Para todo o universo E não ter medo Conversar sozinho É pedir opinião Falar com Deus Ouvir sim ou não Não é louco Nem tão pouco Um lunático Falar para o céu Para o alto Terapia Melhor parte do dia Antes só do que ao lado De um corpo calado Mais atrapalha do que ajuda Minha mente não é muda Falo, falo, falo muito Salve o universo Que olha por mim E não é surdo Letras formando palavras Rascunho de mim Mensagens em uma garrafa Versos, poesias e cartas Da boca para o coração Dentro de um pensamento Vale até palavrão Conversar sozinho É não ter medo

Meias Verdes

  Viver é correr sem saber Onde fica a linha de chegada É fugir das facadas Sou um herói, o herói Lá da minha quebrada Sou o sujeito de meias verdes Sentado em um sofá vermelho Que observa o tempo O vento que carrega meu rosto Para longe do espelho Pesco peixes no asfalto Olho para Deus, para o alto Aqui fora não sou nada Normalmente estou errado Sigo procurando respostas Para perguntas imprecisas Muita coisa não tem lógica Essa noite está tão quente Certeza que ela não volta Ela não vai voltar Pode não parecer Mas pelo menos o fim É um para você E outro para mim

Seu Sim

  Quando bateria acaba Celular apaga Problema dos dias atuais Tempos modernos Eu preciso falar de amor Só preciso falar de amor O bom e velho guardanapo Riscos, palavras e traços Essa eu escrevi para você Pensando apenas em você Gosto do seu sim Com todo seu entusiasmo Gosto do seu não Na hora certa Com toda sua educação Minha sorte foi ter sorte Foi ter a sorte De encontrar você Quando eu estava pelo caminho Procurando o caminho E dei de cara com você Mas também posso chamar Simplesmente de destino Não sou de repetir palavras Mas não é o caso agora É preciso ser repetitivo Incisivo Antes tarde do que qualquer hora Continuo gostando do seu sim