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Mostrando postagens de julho, 2020

Minutos

Só mais um minuto Um encontro inesquecível Uma sexta-feira qualquer De um ano qualquer Hotel com poucas estrelas Céu lindo, cores fortes Belezas naturais, natureza Olhando janelas Clareando incertezas Eu vejo cores, todas Sorrisos brancos e amarelos Sinto o perfume das flores Gosto dessa gente tão bela Eu gosto, eu gosto Todos no mesmo plano Nenhum amor é por engano Vou riscar paredes Escrever histórias Fechar os olhos Perder mais meia hora Com você, com você

Maneiros Mineiros

O fruto é extensão da flor Areia é extensão do mar O carinho é extensão do amor Você é extensão de mim E somos assim, Uma carta aberta, Uma declaração Palavras duras na hora certa Meninos felizes em suas bicicletas Dois irmãos, dois Par, parceria Meu parceiro Somos maneiros, mineiros O som sempre tão fácil Em nossas vozes Dois humildes brasileiros Cometas, estrelas Do espaço sideral Não tem distância que nos separe Nem freio que nos pare Nosso GPS é o nosso mapa astral Você é o meu próximo passo Eu sou o seu próximo passo Filhos da sorte Não deixe eu dormir, Não deixe Por favor mais um acorde

Na Paz

Eu só quero paz, paz Em minha vida, no mundo No fundo do meu coração Eu só quero paz Viver em paz Em minha casa, na rua Em qualquer canto Paz, Eu só quero paz Embaixo de uma árvore Ao som de um blues Apenas quero, como quero Só um pouco de paz Fechar os olhos, Esquecer os gritos Não nasci para o barulho Não nasci para o conflito Eu quero é paz Gosto do vento Soprando em meu rosto Fazendo eu viajar Sem sair do lugar Essa paz que me faz tão bem Gosto de olhar A paz de um sorriso A paz de quem sabe amar Deixe o seu ruim de lado Venha comigo para o caminho da paz Sempre da paz

Cara de Pau

Essa noite não vai terminar, Não vai terminar bem Você sabe do que estou falando Vem comigo, vamos olhar o mar Deixar digitais na areia Gritar palavras obscenas Correr atrás um do outro Madrugada e o gosto Do pecado em todas suas cenas Hotel, motel Ao ar livre, sob as estrelas O "eu te amo" nasce antes No olhar sem palavras No desejo que arde Na linguagem dos amantes Agora tenho você Dentro do meu tempo E tenho todo o tempo Pra nós dois Estamos na estrada Do mesmo lado Sorrisos estampados O amor está na nossa cara Cara de pau

Canções

Faço canções, muitas canções Gosto das palavras mais precisas Gosto de Caetano, gosto de Gil Canto em português Não sou bom no inglês Tenho prazer e sofrimento Tudo ao mesmo tempo Constantes descobertas Pesquiso em enciclopédias Sou cantor, sou compositor Também faço versões, somos versões Somos filhos de uma versão do amor Sem papel não sou nada Sem caneta sou menos ainda Escrevo em páginas quadriculadas Tenho medo da angústia Minha música nunca está pronta Estou sóbrio em busca de vida Tenho sede, sou artista

Bom Dia

Gosto do seu bom dia Mesmo sabendo que não vai ser bom Do seu beijo em minha testa Dor que some por um instante Ainda estou com sono Mas tenho medo de dormir Sonho acordado, Sonho que estou perto de partir Vejo um pássaro na janela Tenho inveja da sua liberdade Mais logo estaremos juntos Voando por aí Olhando tudo do alto Por enquanto não tenho asas Fico observando aqui de dentro Esperando o meu momento Minha hora de sair, Minha hora de sair de casa Não esqueça de mim Vou deixar rastros Meu perfume em algumas roupas Sabor em sua boca Lembranças em sua cabeça Não esqueça, Não esqueça de mim

Rodrigo Rodrigues

O silêncio invade o planeta Mas você sempre foi de outro mundo O cara do barulho, Da música, do som Nunca fora do tom Sempre de volta para o futuro Na guitarra suas garras Seu partido, seu destino Sempre no ritmo O passe na hora certa Gol de trivela Rumo ao infinito Lugar de estrela é no céu Céu azul Para um show de rock Ou alguns riffs de blues

Mosca

Na solidão de um banho Sujeira que vai Impurezas, incertezas E um pouco mais No esgoto, O lixo, o sabor Objetos, dejetos O cheiro podre da flor Para lavar o corpo Água e sabão Para alma imunda Nem ácido, nem chuva Toda merda do mundo Que entra em sua boca Que sai da sua boca Alimento dos ratos Os restos nos pratos Sobremesa da mosca

Máscaras

Eu erro quando tento acertar Acerto quando todo mundo diz que vou errar Vivo de expectativas Nesse mundo louco E com poucas alternativas Qual opção escolher Quando não temos mais opção? Acho que vou correr Morrer nunca é uma saída Fugir para quem sabe voltar mais forte Sei que não é nobre Mas vai salvar minha vida Para você pode não ser muito Mas para mim é tudo Vou morar dentro de um livro Em qualquer capítulo Sentir o calor das palavras Preciso esconder minha cara Contra loucura e solidão, Tristeza do coração Olhos fechados são máscaras

Chamada

Qual o seu número na chamada Quando Deus escolher você? Em qual quilômetro da estrada Você vai se perder? Música para comemorar Chegadas e partidas Dias difíceis, noites mal dormidas Uma janela aberta, Alguém esperando asas para voar O calendário que estava voando Agora está tão lento Horas que duram séculos Mentes brilhantes que estão morrendo Todo mundo vira criança Quando chega o fim Alma não manda lembrança Parte sem olhar para trás Deixa apenas o silêncio Nenhum talvez, somente o nunca mais O escuro é sempre um pedaço de caminho Procurando luz, luz Não tenha medo, siga o canto Siga essa voz, essa voz que seduz

Blues Tropical

Vejo o circo pegando fogo Vejo o picadeiro ardendo em chamas Os palhaços continuam gargalhando E eu tocando um blues Vejo pessoas fugindo Vejo o choro do menino Nada mais vai ser igual E eu tocando um blues Um blues, um blues tropical Um solo de guitarra Sob o sol do meio-dia Um grito ensurdecedor Castigo é falta de amor Meu canto é um canto de rebeldia É preciso escapar com vida É preciso não parar de lutar Resistir é poder olhar para cima Andar em linha reta sem tropeçar E eu tocando um blues, Blues, blues Eu tocando blues, Blues, blues O da piedade Totalmente sem maldade Um retrato nacional Meu blues tropical

Reis e Rainhas

Você acha estranho O jeito que eu venero sua beleza Diz que não é para tanto Mas eu digo que é Estranho é ver lua durante o dia Bom humor na hora do café Beijar o chão que você pisa Faz parte da minha vida Obrigação, uma alegria Pode pedir uma bebida Vou servir em uma bandeja Junto com minha cabeça E o meu coração Toque o seu piano O mordomo está aqui ao seu lado Vou abrir sua bíblia, Em qualquer capítulo Sou o seu pecado Gritos, sussurros e correntes Seu olhar superior Aqui embaixo está tudo limpo Pode passar por cima Mais uma noite agradando Reis e rainhas

Gasolina

Vem comigo, Vamos dividir um pastel Frito em uma panela cheia de gasolina Tomar um suco de adrenalina Quem sabe até um banho de óleo diesel Fumaça dos cigarros, dos carros O sol chega tão rápido É preciso aproveitar Disco bom, é disco curto Jornal de ontem também faz embrulho Roupas curtas pela rua Cartazes na parede de um teatro sujo Nem toda mãe precisa saber de tudo O fim é sempre o mesmo Um beijo de boa noite Os riscos nada calculados de um abuso Não precisa ter vergonha Eu sou assim mesmo Aprendi com o tempo Que onda é o sal em movimento Derruba, mas cura ferida Antes de qualquer partida Um abraço para secar o choro Despedidas são tão verdadeiras Ainda tenho oxigênio, Ainda tenho alguns segundos Para repetir algumas besteiras

Violinos

Gosto do som do meu violino Gosto de emocionar pessoas Também toco em aniversários E em festas com dia errado Um programa, Um encontro entre poetas Encontro de feras Sigo no caminho Sigo por dentro do arco Procurando alguém Para não tocar sozinho Eu gosto de letra Eu gosto de melodia Gosto de drama Almoço ao meio-dia Todos os estilos, Todos os gritos, Somos feitos nos lençóis Caímos mortos na cama O som do meu violino Alegrando anjos e meninos

Medo

Vou para rua correr perigo Passar medo, espalhar o medo Não gosto de quinta-feira É meu dia de azar Vou andar pelas calçadas Desviando dos fantasmas Das crianças e dos animais Matar qualquer doença no peito Tomar remédio sem efeito Sou do time do tanto faz Eu gosto dos loucos, Que não são poucos São sinceros É assim que eu quero morrer Nada pior, viver engasgado Viver para sofrer Com minha roupa fina e elegante Sou o pavor da madame Todos são frios Os de braços cruzados, os velhos tarados No farol, faróis Pobre de nós Por favor uma esmola Não repare, eu pulei o muro da escola

Desafio

Não é fácil, nada é fácil O desafio da vida é viver Todo dia, mais um dia É deixar o trem no trilho Rio que não para de correr Nuvens carregadas, pesadas Mas depois da tempestade Sol e céu azul Hoje está ruim, Amanhã pode ser o sim Não quero ter saudade do seu sorriso O sonho é esperança e nunca o fim Mas tudo bem, eu permito Pode chorar Lágrima também é remédio Para quem brigou com Deus Já não tem mais onde se apegar Vai, O caminho é longo, desconhecido Vai, Toda curva é uma descoberta Uma etapa concluída Vai, Nenhuma luta está perdida

Tradicional

Sou tradicional, educado Pode perguntar, vou responder Sou cheio de classe Infernal, mas não sou fã do pecado Uma figurinha fácil, Um triste que alegra você E quando eu estou alegre, Penso na tristeza do mundo Pois tristeza mesmo, É enxergar toda miséria, mazela Pensar em quem não pode comer Não sou estrela Sei o meu tamanho Feliz dentro do meu país Nunca fui um lorde inglês Apenas um cantor de rock Conhecido no quintal de casa Tenho fã e não freguês Vou lançar os meus discos Em plataformas e rampas Contar todos os dígitos Analógico é o sorriso das crianças

Justo Ela

Justo agora resolvi gostar de você Já gosto de todos os seus trechos Do "A" até o refrão E nem preciso de muitas palavras Nem preciso explicar tudo Apenas alguns versos Uma boa rima com coração Vou fazer muitas versões De uma mesma canção Falar de amor Do calor da estação Justo agora resolvi gostar de você

Coleção

Os melhores momentos Uma coletânea, uma coleção Um resumo das nossas vidas Sua participação em meu amor Minha participação em seu amor Tudo bem escrito, capítulos Nada de rascunho, rabiscos Apenas uma história verídica Bem contada na boca de um artista Nossas qualidades reunidas em um álbum Nossas figurinhas trocadas Leve sempre meu retrato em sua carteira Vou mandar um buquê Todo dia nasce, para quem sabe Terminar em prazer Estamos no encarte do disco Na abertura da novela Propaganda de margarina Dançamos em casa, Em qualquer rua, qualquer esquina

Não Existo

Você diz que eu não existo Que sou apenas fruto da sua imaginação Que sou uma miragem, um fantasma Você diz que é muito bom para ser verdade E eu só digo uma coisa, Você tem razão, toda razão Sou o vento que sopra em sua nuca O frio na espinha pela manhã Arrepio que dá vontade O doce sabor de uma deliciosa maçã Gosto de ser parte dos seus sonhos Ator principal das suas fantasias O amor impossível, Amor que escapa entre os dedos Motivo dos seus desejos Em um piscar de olhos Aparecer e desaparecer Como mágica, como feitiço Deixar apenas meu perfume pelo ar E mesmo sem asas Fazer você voar, voar

Coração Armado

Sua alma é um calibre perigoso Tudo em sua mão vira arma Sua violência não tem limite Seu ódio está estampado Em sua cara, suas mãos, seus braços Seu pedido de paz não combina com você Seu discurso não engana ninguém Toda língua é um projétil Uma bala nada perdida Um tiro acabando com uma vida Quem é o culpado O canhão ou o seu coração?

Dance

Não quero ter saudade do seu sorriso Nem da sua gargalhada sem ritmo Do seu jeito frenético de viver E quando olho o sol do meio-dia Lembro-me da sua alegria Que não pode desaparecer Na fruteira laranjas e bananas Imite Carmen Miranda Dance, dance, dance Solte esse cabelo Vamos esquecer os problemas Dance minha criança Não quero ouvir choro Não quero ver lágrimas Mas estou aqui com o lenço na mão Juro que vou conversar com Deus Para entender o motivo, Entender a razão Só não tenha medo Não precisa pedir perdão Nosso filme não pode ter fim

Novo

Tudo de novo, Mas não é novo É tudo repetido Outra vez, mais uma vez Eu já vi esse filme Conheço cada fala, cada palavra Até o silêncio sepulcral Páginas de um livro Todo dia o mesmo capítulo O mesmo final Hoje, amanhã, depois Café, almoço, janta Noite, madrugada, transa De novo, nada novo Nessa viagem, ida e volta Televisão sem controle Samba enredo sem fim Todo mundo tem o mesmo fim Hora marcada, Nunca falta, Ciclo da vida, O sol

Dentro do Mar

Chorar dentro do mar Para disfarçar tristeza Toda noite penso Como vai ser o amanhã? Será que vai ter amanhã? O sorriso já não ocupa Lugar principal em minha alma Tudo virou disputa Cérebro contra coração Duelo que ninguém vence Acaba sempre em solidão Um filme em uma sala de cinema vazia Mocinha fugindo do vilão Minha torcida indefinida Mais um dia que termina Onde foi parar minha alegria? Vou cozinhar o tempo Matar os dias dentro do meu peito Engolir os sentimentos Tão estranhos, estranhos Ainda posso lutar Ainda tenho força Para ir contra a corrente E nadar, nadar, nadar

Leito

Imagens de uma viagem De um passado não tão distante Trilha sonora das nossas vidas Vidas anunciadas em um alto-falante Música para falar de um amor Para quem perdeu um amor Em uma cidade desconhecida Seus carros em grandes avenidas Meu som, meu som Fui tão longe procurar meu som Minha sonoridade, em qualquer canto Meu canto é qualquer canto Onde eu possa escutar um eu te amo No ritmo dos meus braços Encontro o encaixe perfeito Para no ritmo dos seus braços Nosso eterno leito

O Pulo do Gato

O gato pula Pula, pula, pula O gato mia O gato que sobe e desce O gato está triste Ontem tão alegre O gato que nunca adormece O gato, O gato que gosta de ouvir O rádio, O rádio que não para de falar O homem que fala, que fala, que fala E eu não canso de escutar

Morro Adriana

Quando não sei o que falar Quando não sei o que cantar Uma bússola, uma luz Um morro iluminado Dois irmãos calados Procurando palavras, rimas Na geladeira, prateleiras Nada, nada Um branco, um apagão Um poeta, inspiração Nada, nada Recebo um pedido, uma ordem Observo cores que não sei o nome Uma volta de carro na lagoa Uma pedra no caminho Um clique, um brilho na escuridão Poesia na aula de geografia Uma canção ultrapassando todos os limites Atravessando casas, prédios Enfim atravessando morros Eu corro, corro para alcançar Uma letra no papel sulfite Dei um título para você trocar Dizer que não gostou Mas eu gosto, gosto mesmo Adriana falando de Bethânia Dos poetas, das flores, das ruas Da cidade nua

Noite Fria

Mais uma noite fria Cobertas apertando meu corpo Sem ninguém para puxar meu pé Mula sem cabeça, reza brava de mulher Na solidão de um colchão macio Que rouba minhas formas, Que castiga Mas o pior castigo é ficar longe Do sol, da lua, de você Olhar o brilho da TV fora do ar, Chiado na tela chamado Aqui sempre tem um canto Para superar o medo, Não ter mais pesadelo Tudo cabe quando o assunto é prazer Vai ser bom para todo mundo Vela acesa, pavio curto Vou rezar, rezar Plantar árvores no mar Que o sonho seja apenas para sonhar

Rádio Escolar

Naquela rádio escolar Uma música diferente Uma batida reggae, Lá da Baía de Guanabara Um campo de futebol Jogadores com sede Turma boa e água de torneira Um papo reto por fax Duas, três cervejas Letra e melodia Uma canção de amor Amor que já não existe Show de alegria Vamos ali cantar Juro que não vou berrar Controlar a empolgação Vamos ouvir Caetano, E fugir de qualquer engano Nossa amizade é arte Parceria e história Somos cordiais Na crise e na glória

Estudo

Coloco os meus óculos Chá quente na caneca Caneta na mão Ar de intelectual, superior Abro um livro, alguns rabiscos Caderno de rascunhos, estudos Sala de reunião, sala de casa Na escrivaninha um vaso Girassol de madrugada Meu coração procurando espaço Um caso ao acaso Mais uma noite virada O frio da solidão, o frio Em meu canto, eu canto Danço, eu danço O ritmo da vida Escrevo cartas, evito despedidas Falo de amor em poesias

Dor

O mundo lá fora Eu aqui dentro Não posso sair Não posso fazer quase nada Estou morrendo Já fui barra pesada, Hoje sou um fardo Conto os dias, os poucos dias Não sou filho de Deus, Sou bastardo Minha roupa está gigante Meu corpo tão pequeno Os sapatos estão em um canto Não uso mais óculos Não tenho tanta coisa para enxergar Remédio não cura mais nada Prometi não chorar Não tenho mais dor Não tenho mais tristeza Agora corro sobre o mar Atravesso oceanos Sinto o vento, sou o vento Dono do tempo, da eternidade Virei uma lembrança, uma saudade

Djavan

O seu amor tem sua cara O seu amor é você Amar outro, deixe para depois Não pague para ver O melhor amor é o próprio É o que faz viver, renascer O amor, seu amor Que seja do tamanho do mundo Lindo como uma canção Uma música do Djavan Luz do sol da manhã Então beije o espelho, Tenha um namoro verdadeiro Ame seu corpo primeiro Abra os seus olhos, Pare de dar murro em ponta de faca Sua cara-metade está em seu RG Tem seu nome e sobrenome É o par perfeito Tem que saber conviver, entender Que até você mesmo tem defeito