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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Camuflado

Sou da cor do céu Da cor dos seus olhos Daquele personagem do desenho Sou anil Tenho cor do medo e da raiva Nasci com cara de Cruzeiro Sou uma das cores da bandeira do Brasil, De brasileiro Igual aquele lindo trem Manto sagrado Cor que faz alegria do Rei Planeta que eu nasci Mar do Tim é todo assim Vida suave, Mesmo com seu olhar de reprovação Seu preconceito não me coloca medo Da cor de presunto que o Nando Reis cantou Eu sou igual jeans Marinho, escuro, royal, bebê Azulejo de banheiro, fundo de piscina De menino ou de menina

Sopa Quente

Nosso castelo, nossa morada Sabor, nosso sabor Prato frio, sopa quente Boca cheia, sorrisos Cor de amor, caldo verde Mãe e filho, paz da gente Um pedaço de pão, O nosso pão de cada dia Lembramos de quem não está mais aqui Daqui a pouco é hora Deitar e rezar uma Ave Maria Som do silêncio pela casa Toda noite tem boa noite Tim Tim com copo de requeijão Tudo é simples, não temos taça

Ditando Regras

Gigante, Mãos no céu, pés no chão Planeta redondo, Gigante equilibrista Somos todos artistas, Palhaços Se cobrir com lona vira circo Raposa perde o pelo, mas não perde o vício Papo que entra por um ouvido e sai pelo esgoto Não estou bem, mais ainda não estou morto Dois passos para o precipício Chegou, sentou na janela, Ditou regras Fiscal de trânsito sem trânsito Transitando por nossas vidas Enfiando sua língua Onde o nariz não foi chamado Não parece, mas estamos todos do mesmo lado O peso dos dias atuais Pra mim tanto faz Sou um fenômeno da natureza Cheguei até aqui, peguei meu dinossauro Sei que não sou perfeito Mas nunca tive medo de voar Estou tão satisfeito com meu linguajar

Minha Voz

Insuportável, Odeio ouvir minha própria voz Quando escuto reparo apenas nos defeitos Nos erros que não gosto de ouvir Insuportável, Minha memória péssima não grava nada Todo filme em minha mente é inédito Minha memória, uma grande escapada Chaplin era solteiro Não tinha voz para nada Sempre calado e sem namorada Uma coisa pelo menos eu não esqueço Aquele prato, almoço Bife à milanesa lá de casa Com maionese para deslizar Para dentro do estômago Ainda estou secando lágrimas do natal passado Choro de tristeza, choro de emoção O amigo secreto é tão divertido Mas tão difícil de sortear Pegar um papelzinho, guardar segredo Esconder bem escondido na palma da mão Peço desculpas usando belas frases Algumas vezes faço canções Tenha gratidão, mas não diga grato Poucas boas ideias surgem durante o sono Bola pra frente O que vem atrás da gente A gente nunca sabe, mas sempre surpreende

Dor de Mãe

Mãe chorando, Pedaço dela que partiu Filho que corre sem direção, Sem equilíbrio Mãe que não consegue alcançar, Esticar sua mão Que cai de joelhos, Esquece vaidade Corpo no chão Sofrimento de mãe Dor eterna, sem fim Vontade de gritar Filho morto, Vontade louca, De novamente no ventre guardar Tempo passando, Noites sempre tão frias, Cicatriz no olhar Ordem invertida, Triste adeus, Viver é se despedir em cada novo amanhecer

Riscos

Vou pegar em sua mão Levar você comigo Carregar sem destino Todo amor é tão bonito Cor de água limpa Cor dos seus olhos Brilho que encanta Em qualquer canto, Em qualquer esquina Vamos andar e sentir o cheiro da chuva Água lava alma sem ela estar nua E quando nosso tempo acabar Vamos escrever uma música Eu sou letra, você é musa Amor é uma playlist Uma árvore de discos Todo dia colhemos uma trilha sonora Mas disco risca, Igual eu risco seu nome com giz Nosso bis não fica para o final É imediatamente agora

Arte do Encontro

Vamos fazer um pacto de sangue Sem sangue Vamos fazer um brinde Sem taças Vamos buscar felicidade Na marra, na raça Nosso sol já não tem mais o mesmo brilho Mas nossa luz é forte Somos reflexos, somos nobres Os ricos não sabem o valor De uma poesia pobre Texto popular De fácil entendimento Não importa o erro Toda carta escrita Vai além do seu tempo O silêncio fica no canto da casa Gostamos de quadros, gostamos de arte Nossa melhor arte é do encontro E todo encontro é uma oportunidade Um olhar errado, no momento errado Vira uma eterna saudade

Carnaval, Pão e Circo

É carnaval, O povo pula, Comemora derrota É carnaval, O povo vira confete, Dinheiro que derrete É carnaval, Mais um assalto, Braços para o alto Movimento natural Boca fechada, Mais um beijo em um desconhecido Segue o baile, segue o fluxo O bloco dos famintos Viva o pão e o circo! Qual sua ala? Não sou daquela laia Poucos dias de alegria Rua vira moradia Não só do mendigo Também do pai de família Já é quarta de cinzas Hora de ir para cama Vou dormir só mais este restinho de ano Minha melhor fantasia é o pijama

O Frio

Frio é solidão É andar contra o vento Frio tem cara de morte Por isso gosto tanto Frio é ter vontade de dormir Nunca mais acordar Correr com o cabelo molhado Sem destino, alucinado Frio é estado de espírito É loucura, é pesadelo Cara de coragem para esconder o medo Frio é dor da alma Olhos fechados, Gritos, desespero Casa sem janela Porta trancada Frio é pedir abraço e não ter Todo dia é um novo dia Um novo dia, um bom dia Bom dia para deixar de viver Frio não é tempestade É chuva fina, garoa Farol piscando em amarelo Sozinho pela rua, não visto Um esquecido entre sepulturas Placa de cuidado Sofrimento sem cura Frio é argumentar com sinais Ouvir um chamado Não saber quem chama Não conseguir olhar para trás

Mais Uma de Mãe

No altar, Santa divina No lugar mais alto Mãe não tem pecado Mora dentro do peito No ar, Ar que eu respiro O que eu nem sempre posso tocar Pétala que vai com o vento Pequeno gesto Oceano em movimento Mãe que carrega o filho, Mãos fortes Calor que alimenta Fecho os olhos para enxergar seu amor Dor é espinho, carinho é flor Escuto seu silêncio Lágrima que cai Semente que brota Chão de terra Nenhuma vida é vazia, Ou fria Viver é pensar o tempo todo Agradecer em romaria Respirar, viver Sonhar, voar Ao seu lado amanhecer Terra ou céu Estrela ou mar Onde o sonho vai terminar Amor de mãe Eterna ternura dentro de um olhar

Minas Gerais

Som do violão Música com gosto bom Sabor e vida Vitrola que treme Voz do artista Não tem praia, mas têm corais Dobrando esquinas, Clubes e avenidas, Salve, Minas Gerais! Cheiros, amores, temperos Noites, segredos, desejos O sol maneiro, Aleijadinho, torresmo, tropeiro Milton carioca mineiro Pé na tábua, terra e fé Gênio da bola, Salve, Pelé! Nas asas de um avião Voando na invenção Céu de cruzeiro, brigadeiro Tirando o chapéu, Santos Dumont

Mudou

Mudou tanto, Por dentro e por fora Não sobrou uma migalha, Não sobrou quase nada Está mudada, nem parece você Gostava do seu ar de maldade De toda sua crueldade O tempo transformou, Estragou, acabou com todo prazer Sua frieza inglesa Seu nariz em pé O desprezo que me conquistou Seu charme, sua loucura Olhar de nojo Tudo se apagou Vou trazer de volta Seu passado de presente pra mim Como era antes, Você mandando e eu só dizendo sim

Vida de Belchior

"Viver é melhor que sonhar" Belchior definiu tão bem Vivo e não tenho tempo para sonhar Muito menos dormir Preciso descansar, encostar Deixar o tempo voar O relógio engolir os minutos Preciso de paz, Só quero paz, Uma vitrola ligada Capas e discos, Páginas de um livro, Beijos pela madrugada Frases bonitas do poeta Estampadas em uma camisa velha Evito o desgaste da palavra falada Óculos escuros para ser espelho O vizinho quebra copos e garrafas Escuto tudo paralisado Vou para o planeta vermelho

Cores

Viajando, Ouvindo Nando O céu com todas suas cores Atravesso sua estrada Estrada que começa dentro de mim Ar que entra e sai Passa por pulmões, corrente sanguínea Uma saudável rotina Sai e entra, entra e sai Música que vai Ar que não tem cor Qual é sua cor? Qual cor você enxerga quando olha minha falta de cor? O campo verde tem a cor dos seus olhos Os seus olhos enxergam qualquer cor Coração nem sempre é vermelho Mas um bom coração é de ouro Leve o meu com você Ou escolha logo qualquer outro O Rei não gosta de marrom O Rei vive no peito e na barriga O Rei é do reino louro Mineral, natural da vida Tijolo é alimento, É fome, é verme, é moradia

Flor

Qual flor tem seu cheiro? Qual flor tem seu perfume? Perfume que invade Meu corpo e minha alma Eu gosto de sentir você Passando por todos os cantos Gosto do seu canto Explodindo em meu ouvido Nossa paixão anatômica Astronômica, de outro planeta Toda noite tão diferente Somos engraçados, gozados Nossa veia é cômica Gosto dos seus olhos de bola de gude Gosto do seu brilho no escuro Seu suor que refresca minha cuca quente Seu sabor que não sai da boca Muito menos da mente Lembro todos os seus detalhes Cada curva, cada pinta, cada retoque Vício com loucura Deixar de amar, não lembrar, Desapegar nunca foi o meu forte Soro vem da lágrima E também da saliva O alimento morto também alimenta Alegria nasce quando já não existe Expectativa, Expectativa de vida

Carreira

Porta que era para ficar aberta Você fechou em minha cara Acertou o meu nariz, Agora como vou ser feliz Sem conseguir respirar direito? Aspirar você pra dentro de mim Vou prender seu dedo, Acabar com o respeito Limpar sua barra com papel higiênico usado Sua dívida comigo É um eterno boleto atrasado Meu sonho de consumo é modesto Não fede e algumas vezes cheira Madrugada, todo amor Todo amor tem cara de zoeira O lençol azul vira forca Na mão do suicida e da trepadeira Não quero uma segunda vida Pois ainda não sei viver a primeira Grite comigo, Vamos pedir socorro Até temos pressa Mas ainda dá tempo de um cigarro, Duas taças, um banho de banheira O mundo está acabando lá fora E a gente falando de carreira

Sonho de Bola

O mundo é uma bola Dentro do gol, Ou naquele chute pra fora Sonho do menino que deita e rola Viajar o mundo correndo atrás Desenrola, Pedala, dribla e chuta Futebol no gramado Na rua, na chuva Em qualquer canto do mundo Chinelo é trave Guia estraga o dedo Asfalto quente que não coloca medo Na rede, é sede de artilheiro Atacante, zagueiro, goleiro Para o alto, Para o mato, Que é jogo de campeonato

Tempo Atual

Ganhei muitos cabelos brancos Ao longo de uma longa vida Muita experiência, Mais dúvidas do que certezas Viver é assim, Quanto mais o tempo passa Mais perto da hora, Da hora do fim Questionamentos da humanidade Respostas que chegaram tarde demais Muitas noites em claro Experiência que não deu certo Desejo de alguém que ficou no passado Mais do que um grito de alerta O medo elevado ao quadrado Em que mundo estamos? Qual é o tempo do tempo atual? Somos máquinas, viajantes solitários Exploradores do espaço Atualmente nada é normal

Vaso

Flor no vaso, Fora do jardim Sem valor, Mas agora representa o amor Flor no vaso, Casa enfeitada, Beleza redobrada Flor na hora do fim, É morte Flor que penetra na pele Corpo é adubo Mas adubo não funciona Quando a flor já está morta É o fim do ciclo da vida Sinos que dobram Viramos todos artistas Depois da última imagem, Depois da esquina, Não olhamos para trás na hora da partida Frases que usamos no hora adeus Flor para qualquer ocasião Do início até última página do livro Flor sem cheiro na hora do perdão

Frágil

Ser feliz não é assim tão fácil É preciso muita tristeza Anos de sofrimento Luta e mais luta Até mesmo luto Tudo, Tem que ter passado por tudo Ser feliz não é tão fácil assim Para sorrir, É preciso mexer tantos músculos É preciso sair do escuro Nem precisa estar acompanhado É de dentro pra fora Amor próprio é paz, É glória Tristeza é de graça Ser alegre tem seu preço Não importa o tamanho da sua casa Muito menos o endereço Toda criança é feliz Chupando sorvete, Fazendo arma com o dedo Falar todo mundo fala Da boca pra fora não vale Ser feliz não é assim tão fácil O brilho de um sorriso É raro e ao mesmo tempo tão frágil

Eles

Ela de fevereiro, ele de janeiro Paixão de enlouquecer Aquecer qualquer coração, Uma declaração, encantamento Mão que segura outra mão Sorte, uma questão de sorte Mais tempo juntos do que separados Acordar, respirar, rir, chorar Um sem o outro é deserto inabitável Juntos e completos O sentido quando não tem mais sentido O que seria dela sem ele? Ele sem ela não seria mais ele Não teria música, não teria sede, De amor

Natureza

Nada melhor do que sair do corpo Voar, voar, voar Nada como ser leve Flutuar e observar aqui de cima Miséria que nos cerca Do alto fica mais fácil rezar Pedir em oração Paz que nunca tive Só um pouco de alegria Cansei de lágrimas no olhar No alto da montanha Em uma nuvem qualquer Descobrindo o sexo dos anjos Homem ou mulher? Não existe mais pressa Quando o que resta É contar cada segundo Como um século a mais É andar, dar mil passos E quinhentos para trás Céu azul, água do mar Espelho da vida O sal para curar Vou morar nas estrelas Sou natureza, sou natureza Morar nas estrelas, Sou natureza

Fera

Uma fera sem limites Um bicho estranho Enorme, daquele tamanho Seu limite, sem limite O terror da cidade Coloca medo na criança, Adulto, pessoa de idade Não tem jaula que segure Não tem vítima que escape Todo dia é um dia de fúria O seu normal é sempre perto da loucura Animal, animalesco Quem não sabe brincar Não coloca o dedo É cruel, dolorido Não tem refresco

Mona

Monalisa sorriu Em um dia de chuva Monalisa sem guarda-chuva Monalisa cantou uma música Pulou, fez bico, fez charme na rua Mona, mana, Monalisa Chega chegando, Chama gritando, E quando não vai, Não liga avisando Mana, mona, Monalisa É destaque, nunca coadjuvante Atriz principal da vida No quadro é figura central Moldura de ouro Olhos de diamantes No céu de estrelas É o brilho mais forte Na noite é lua cheia No castelo é Rainha No mar sereia Monalisa é veneno Monalisa tudo pode Na sua mão, o mundo é pequeno

Fudido

Uma carta sutil Para uma revista No miolo e não na capa Palavras bonitas para não dizer na cara Emocionar leitores falando de todos os amores Poema que virou música Música sem refrão O danado do mineiro percebeu, devolveu O folgado e fudido suplicando O amor seu Música na letra é uma forma de dizer Letra na música é quebra-cabeça no escuro Tudo acaba em ti Assino mais essa canção Com minha pena que não tem pena Cada um com sua interpretação Fragilidade humana Bula em uma caixa de remédio vazia Enfim não é fim Apenas se afaste Mas volte sutilmente Sutilmente pra mim

Poeta

Tempo passou, O poeta morreu Mas está sempre presente Futuro chegou, nada mudou Ilusões eu vivi Caretas doentes, Do corpo e da mente Heróis que já não estão mais aqui Fumar um cigarro, Amor dentro do carro, Melhor aproveitar antes que alguém resolva proibir O dia nasceu feliz, Mas logo entristeceu Com letras e rimas Medalhas e armas O ídolo de ontem, hoje seria crucificado Corpos livres, lábios ardentes Na cabeça dos fanáticos Agora tudo é pecado Vou morar nas nuvens Olhar os ratos aqui de cima Namorar o sexo dos anjos Ideologia para curar o pranto Sou o rei dos bons costumes

Solitário

Ando por ruas, avenidas e estradas Olho carros, pessoas dentro dos ônibus Procuro seus olhos na escuridão Escrevo música que ninguém vai ouvir Continuo caminhando, forte Não sei, e nunca vou saber desistir Sou ignorante no assunto amor Sou solitário como um livro O corpo é quente, mas gosto de frio O meu futuro? Só quando eu encontrar você Só depois vou parar e pensar Decidir o que vai ser da minha vida, Das nossas vidas Qual vai ser nosso lugar Passo perfume para ninguém sentir o cheiro Escrevo cartas e guardo todas comigo Fiz uma banda de rock com meus inimigos Não sei cantar, apenas gosto de gritar Abafar o desespero Espantar todos os espíritos Sou o exagero

Motivos

Chuva que não para Lá fora um corpo sofre Aqui dentro quem sofre é um coração Saudade é sempre tão terrível Tão triste, tão difícil de explicar Dor que eu nem sei bem onde começa Mas sei muito bem que não tem fim Sei também que um dia, Vamos nos reencontrar Nos amar, Rir e lamentar o tempo perdido Lamentar nossa cabeça dura Teimosia que quase acabou com tudo Sorte que existe futuro Nosso amor é apenas um jogo de cintura Nenhum motivo é motivo para uma separação Nossa separação não teve motivo Do nada nos odiamos E acabamos falando tantas besteiras Sorte que ainda ficou um por cento de bom senso, Algum sentimento Para dois, antes tarde do que depois

Podre

Meus olhos são frutas podres Dois caminhos na escuridão O pesadelo do poeta O grito de desespero O acidente na contramão Flores secas, sem cheiro O falso tão verdadeiro Tiro que machuca, mas não mata Dor que tanto maltrata Doença do corpo, da cabeça Ferida aberta que não tem cura Tristeza em qualquer hora do dia O auge da loucura Completamente entregue Esperando noite quente para partir Cemitério, depósito do que não presta De quem um dia até prestou, Mas que acabou Terminou pobre e sem sorte É o fim Sofrimento de uma vida Vida inteira falando sim O inferno é sempre um lugar refrescante Para quem arde feito brasa Todo demônio tem sua casa

Boechat

Não existe dor maior Maior do que o seu silêncio Nunca mais sua voz Seu bom dia só em pensamento Não existe dor maior Do que um adeus quando realmente é um adeus Eu corro, procuro, olho pela janela e nada Ligo o rádio e não é você Quem chora de saudade, Quem tem saudade, É o sol que já não quer mais amanhecer O livro de capa cinza com sua foto Faz eu lembrar, chorar, também morrer Cadeira vazia, obra do artista, Microfone mudo "Faltou luz mas era dia" Toda manhã igual Toda noite igual Mande sempre notícias Por terra, céu e mar Ou em um anúncio de jornal