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Mostrando postagens de março, 2020

Pecado

O meu pecado não está catalogado Não entra em nenhuma lista Dizem que não vou para o céu Mas também eu nem queria Para o inferno que não vou Sempre fui uma pessoa boa na vida Sou fruto do amor, até o fim Quando tudo acabar vou morar na lua O meu pecado por lá é gravidade quase zero Vou descobrir o silêncio na boca do dragão Viver longe dos mandamentos Do certo, do errado e do clero Meu erro não vai ter cor Não vai ser culpa da minha cor Vou ser brilho, vou ser luz, Ou até a falta dela Pecado de vivo não gruda em morto Seu dinheiro não compra dignidade Chora, chora espírito de porco

Pai Gal

Apareceu em meu quintal O nome dela é Gal Fogo, fogueira, flores rasteiras Um sonho bonito, meio distorcido Meu pai era luz, era puro brilho Procurando música na capa de um disco No altar das estrelas Divina comédia, intimidade virtual Dependente químico do amor Cabelo, corpo, calor Atrás das grades, eu grito Gal Filho olhando seus ídolos Astros que moram atrás do sol Garrafas vazias quebrando Peso que desentorta o anzol Música sem letra, Letra sem melodia Qual é o ritmo que ainda está na prateleira? Ninguém vai acreditar, ninguém vai ter certeza Desce dois copos e uma cerveja

Apenas Uma Vez

Não sei você, Mas vou morrer apenas uma vez Preciso viver, Viver até aprender, O jeito certo de morrer Temer? Tremer? Jamais Vou com fé, vou dar o pé Vou conhecer o lado de lá Com toda minha classe, com toda minha paz Vida é uma prisão sem grades Um caminho sem placas Eu, gênio da raça, um vira-lata Vou de bolso vazio Nem com roupa eu vou Nem um grito, nem um piu Pode avisar, quem em silêncio Minha alma partiu Vou cantar todos os cantos Calar todos os prantos Morrer, viver, acontecer

Mais Um Pomar

No jardim, um festival Plantas, árvores e música Bichos, flores, folhas, camarões e caramujos Um pomar, um prêmio, seus frutos Um Santo, uma cruz, um áudio Música para amiga virar namorada Música para ganhar medalha Violão do pescador com corda de pescar Na feira da Vila da dona Madalena O vermelho beterraba Cantou para sua musa amada O fim do leão Morreu, não deu nem para o cheiro Viva o campeão!

Vento da Rússia

O vento já não sopra mais como antes Alegrias e tristezas andam juntas Estou sempre olhando para o chão Escrevo cartas para amigos imaginários Dou tchau para o espelho Também não sou mais como antes Hoje tenho muito mais medo O silêncio fala mais alto Toda noite termina em pesadelo E quando vou pro mar Não nado contra a maré Demoro pra voltar, só quero ficar O sal não cura minhas feridas Faz eu pensar, esquecer do tempo Tempo que um dia eu tive fé Cansei de limpar meus óculos Nenhuma imagem é nítida O amor acaba nos detalhes Os detalhes acabam com uma vida Janelas, Um quadro, Paredes, meu quarto Meu mundo é aqui dentro Lágrima é chuva, tristeza é saudade Loucura é tempestade

Bituca

Lembranças, Minhas lembranças, Voz de anjo, de criança Voz de Deus Deus na Terra, Milton no céu Sonho que não se perdeu Casa, Minha pequena casa, Minha casa lá na serra Meus discos e suas capas Dois meninos, um poeta Um clube, esquinas quebradas Emoção de correr, primeiras pedaladas O trem atravessou cidades Atravessou também o meu tempo Chegou até aqui, meu palco Ídolo de carne e osso, Idas e vindas O som dos rios e das minas

Alegrando Gente

Sexo, drogas e rock and roll Não necessariamente nessa ordem Vida é qualquer loucura É qualquer desordem Nada é natural Não existe roteiro Só capítulo final Em qualquer esquina Sinal de alerta, perigo Só para quem é vacilão Estou de boa, na boa Mesmo sem nenhum tostão Respiro quando não tem mais ar Falo quando já ninguém mais quer escutar Entrego flores para pessoas de mau humor Esqueço que o mundo está um horror Vou levar meu violão por aí Tirar um som, alegrar quem eu nunca vi Vou soltar minha voz suave Cantar para pobres e doentes Para todo tipo de gente

Adaptado

O mundo anda tão quadrado E eu não consigo me adaptar Dias tão frios, noites tão vazias O tempo vai passando E eu sempre no mesmo lugar Falei, gritei e ninguém ouviu Ouvi vozes que ninguém falou Não sei qual é o meu rosto Nem o gosto das coisas Minha barba não para de crescer Pareço velho, mas acabei de nascer Continuo não cabendo Eu não caibo Uma palavra engraçada Tem cara de errada, Mas errado sou eu Usando minha roupa de palhaço Nessa sim eu me encaixo Tudo rápido demais O espelho é um retrato em movimento De novo eu não caibo Em minha casa já não entro mais

Velório

Uma canção cheia de ritmo Tão gostosa de ouvir Mas não fala nada de amor Fala de morte, do fim da vida Nossa única certeza Último show do artista O palco vazio Plateia indo embora Não existe bis Ficam apenas glórias Um gaiato qualquer dá um grito Uma voz desconhecida lá fora O que vai ser da gente? O que vai ser agora? Quem não dançou ainda Ainda pode dançar Não existe remédio Não existe outro lugar Toda hora é hora Sua hora também vai chegar Casa, capela, salão Igreja, boteco, bar Zona, escola, chão Senhoras e senhores Fim de festa é festa Pode beber, Pode o defunto tomar

Nobres

Somos nobres Pobres, coitados Ficamos sempre de lado Quando o assunto não nos interessa Ninguém tem pressa Ninguém ajuda Quem cedo madruga Tem sono o dia inteiro Vive um pesadelo Quem manda, comanda No fundo tem medo Estamos no último lugar Das prioridades das autoridades De quem deveria olhar por nós Mas quem será contra nós? Quem? Quem é meu Deus? Olhe para seus filhos Seque nosso pranto Escute nosso canto Último grito antes do adeus Quem inventou o amor Não sabia o que era dor Sofrimento é longo, aos poucos Para não ter tempo de ser feliz O sorriso é triste Esperança é a primeira que morre Acho mesmo que nem existe

Punhal

Quem enterrou o gosto Do desgosto em meu jardim? Quem empurrou o punhal Contra o meu peito? Quem inventou o medo? Sofrimento que perturba Traumas de infância Tão ruim não saber o caminho Ruas são todas iguais Sou adulto com mente de criança Loucuras naturais Uma banda de rock no ouvido Um aviso vindo do céu Esperança em um futuro que não existe O pai um homem triste Quando bebe fica tão cruel Amigos imaginários do passado Agora voltam tão falantes Gritos e frases, ameaças Matar ou morrer Realidade constante Sangue, muito sangue Meu, mas não só meu Notícia na capa do jornal Agora na jaula Pode chamar de animal

Curvas

Dona bonita Que fica na varanda Pouca roupa, desfilando Inspirando o artista Pintura divina Curvas, quase esquinas Tatuagem na pele Imagem definitiva Quando a luz apaga Uma enorme tristeza Será que ela dorme pelada Ou com calcinha pequena? Pobre de nós, pobres mortais Diversão de gente grande, Diversão de quarentena Ao amanhecer, É hora de aplaudir Com toda força, Mãos ocupadas, desocupadas, Pensando, homenageando Charme que faz sorrir

Ir e Vir

Ir e vir Sem ter onde ir Muito menos voltar Preso dentro de casa Olhando os mesmos rostos Sempre o mesmo lugar Meu quadrado, meu espaço Tão perto, tão longe Muito amor, sem abraço Janela aberta, Vento batendo, Esperança voando pela sala O céu não está mais azul Agora não é hora, a hora não é agora Ficar parado, desfazer a mala Amanhã vamos embora _ Tempestade uma hora tem fim É ter paciência, esperar O sol já vai surgir Primavera tão esperada Não esquecemos, ainda sabemos, Sorrir

Coragem

Eu preciso ter coragem Para enfrentar o mundo Ou pelo menos cinco ou seis pessoas Sigo preso em meu cantinho Procurando um amor, uma carreira Quem sabe até um caminho Aqui não fede e não cheira Meu futuro só vai até amanhã Toda noite é uma incerteza Acordar é o meu maior sonho Mesmo quando não prego os olhos O céu azul é tão diferente Quando já não esperamos luz Muito menos um dia quente Sou uma banda na corda bamba O próximo e último disco Medo do sucesso que nunca chegou O adeus que nunca foi dito Mas saiba que você não vai ouvir Que é o fim, que tudo acabou Toda música é poesia Todo canto é um discurso Queda da quarta parede Indeciso descendo do muro

Ancião

Cachorro não tem chulé Quatro patas não são dois pés Cachorro não é sapo Até anda no mato Não namora mulher Balança e não rebola Mamífero, carnívoro Sou mais inteligente que um primata Não supero nenhum vira-lata Sempre fui da rua, nunca da escola Procurando meu dono para jogar bola O prato está ficando vazio Já estou em posição de ataque Na coleira, pedindo ração Acalmado por quem apenas late Vida difícil, Aqui tá osso, Agosto é cachorro louco Mas nem chegamos em abril Moro com minhas pulgas Em um canto qualquer do meu Brasil Não uso roupa Para lamber melhor minhas feridas Tenho pouco mais de quarenta Mas na idade do cão Morrendo, sou um ancião

Quarentena

Quarentena, Quando tudo acabar Vamos pular Nos braços um do outro Quem tem amor, Tem saudade de beijar Quarentena, Tudo com os olhos, Tudo com o olhar Apenas na vontade, muita vontade Sem mesmo poder tocar Quando tudo passar Vamos arrancar nossas máscaras Dar nossas mãos E amar, e amar, e amar Depois vamos para rua Deitar no asfalto Gritar, olhar para o alto De novo sorrir Voltar aos velhos e bons tempos Que álcool era apenas para ingerir Temos ainda muitos anos Alegrias e planos Alguns poucos prantos Temos muito que viver Nossos sonhos não são impossíveis Impossível é entregar os pontos Aceitar que vamos morrer

Real

O mundo real é tão diferente É algo palpável, Tem cor e cheiro Nem sempre é agradável O mundo real está lá fora Mas não adianta ir para janela Você não vai enxergar nada É preciso atravessar portas e portais, Muros e murais, Noites e manhãs, Tardes que não voltam nunca mais Recolha os seus restos, Dejetos Deixe o seu mundo perfeito Sua panela do medo Sinta o calor da rua, O grito do gueto, Conheça de perto seu irmão Periferia, realidade Povo é povo Povo mesmo, povão Por aqui é diferente Não perdemos tempo Nosso protesto é trabalhando Sonhando, amando nossa gente

Caramujos de Jaú

Meus caramujos moram em Jaú Juntos com os do meu pai Catalogados, bem guardados Cada um em sua gaveta Com todas suas formas Seus nomes estranhos Parecem desenhos em nuvens Salve Lázaro, Dom Lázaro Filhos daquela praia Todo dia pela manhã, Caminhando, recolhendo, coletando, acumulando Quatro pés na areia Da água para o fogo Depois do fogo, solidariedade Do mar, o sal, meus amores Conchas, suas cores Beleza que fascina História toda natural Agora vão morar longe de casa Lugar das grandes novidades Museu Nacional

Perigo

Viver está perigoso Respirar está muito mais Hoje tudo está difícil Tudo fora do lugar Pelo menos ainda chove Do quarto ainda posso escutar O asfalto quente Rouba meu calor Pelas ruas não vejo mais nada Acabou todo o amor O vento espalha tristeza Cidade já não é mais como antes Silêncio que grita, perturba Poeira embaixo do tapete É o fim de um gigante Sobraram poucas flores Alguns galhos secos Lágrimas já não curam mais O soro não tem mais efeito Noites são tristes, doloridas O último adeus, os últimos segredos

Vento

Gosto do vento, Quando fecho um livro, Quando viro uma página Simplesmente gosto Gosto das palavras que se encaixam, Que pulam em meu colo, Percorrem meu corpo, Bagunçam minha cabeça Imagino bocas estranhas, Bocas ordinárias Nas curvas dos lábios, Capítulos detalhados, Sopa de letrinhas, Cultura, cultural, culinária Nenhuma leitura é vazia Por todas suas linhas Analisar seu texto, contexto Arrumar um pretexto Vou fugir do medo Medo de não entender De não saber interpretar você Não ler, chorar e sofrer

Atrapalhada

Gosto quando você surge do nada Correndo, linda e atrapalhada Trazendo notícias velhas Mesmo assim finjo surpresa Gosto da sua cara de felicidade Seu sorriso de princesa Seu coração sem maldade Gosto do seu jeito Você toda desconfiada Não acreditando muito Quando falo do nosso futuro Das nossas próximas jornadas Seu vestido rasgado Sua falta de classe Cabelo não muito arrumado Tanto faz, Não tem nada demais Eu gosto assim, Eu quero assim, Quero você sempre perto de mim Vamos juntos, braços dados Chutando lata, fazendo planos Gosto tanto da sua alegria, Gosto tanto Sua inocência, nosso amor Todo amor, todo dia

Culpa

Na rua, em casa ou em qualquer outro lugar Não tem para onde fugir Nem para onde correr Em grupo, sozinho ou em par Não tenha medo, Não tenha medo de viver O seu corpo está exposto Todos os seus buracos, Pequenos espaços, Melhor coisa é rezar Abrir os braços, olhar para cima Sem paranoia, sem loucura Álcool na garganta para desinfetar Sua boca é um crime Em qual mão está o mundo? Estamos em festa Estamos comemorando o fim O último dia que nos resta Não precisa pedir desculpas Você não tem culpa

Pedaços

Pedaços de mim Braços em uma calçada Pernas em cima do muro Cabeça perdida em uma outra rua Coração em sua mão Pobre de mim Não sobrou nada Nenhum dedo para eu contar Contar os dias, Contar histórias, Não tenho língua, não sei mais falar Virei pedaços, Pedaços do que já fui Virei estrago, Estragado, quadrado, cubos Um sopro de vida, Sem vida, um fio Sem esperança Um corpo que não respira Sem ritmo, sem dança Você foi navalha em minha carne Cortou sem dó e nem piedade Em uma noite curta Sem um tostão, Sem um puto, sem puta

Constelação

Sou o sol, Sou lua, Estrela, toda uma constelação Preciso de espaço, Vou para o espaço, Entre seus braços e coração Sou planta, Sou árvore, Jequitibá, gigante, rei Uma grande floresta O que me resta, Deitar em seu colo, Ouvir o que eu ainda não sei Sou o papel, Cem folhas, Um caderno inteiro Páginas em branco, Esperando seu rabisco Um desenho da gente, Um eletrocardiograma desse mundo doente Nossos pulsos unidos, Algemados, O amor até que é lindo Chorando, sorrindo, Afastado, com máscara, grudado

Museu

Fui ao museu das grandes novidades Aquele que o Cazuza falou Fui ver um lançamento do século passado Mais uma novidade que chegou Sou um velho cansado Mas ainda me surpreendo Nunca estou do mesmo lado Danço qualquer música Só tenho cara de coitado Vou tirar pó das coisas Vou passar um pano Defender quem não presta Xingar meus inimigos, Enterrar amigos, Invadir boas festas Noites viradas Olhos vermelhos O fim da picada Mundo gira com todas suas cores O céu nunca é tão alto para o meu limite Mas o fim é sempre triste No chão, jogado, depressão Outra frequência, outra estação Deixe eu aqui em meu canto Não é vergonha chorar escondido Nunca enganei ninguém Nunca fui santo

Tímido

Um "oi" em silêncio Com meu jeito mineiro de ser Sempre com muita vergonha Rosto vermelho, um pouco de medo Querendo fugir, querendo correr Observar e não ser observado Passar perto, mas não ter contato Timidez é ser calado ao quadrado Queria ser tão discreto quanto João Gilberto tocando violão Milton Nascimento fazendo um som Maurício de Sousa desenhando o Cascão Pergunto, mas não quero ouvir resposta Falo seu nome, mas prefiro não ser escutado Olho para o chão, olho para baixo Queria mesmo é um buraco Bem fundo para enfiar minha cabeça Juro quando eu parar de tremer, Vou terminar uma frase inteira Mãos molhadas, garganta seca Esse sofrimento, minha sentença Sonhar que o beijo é bom Imaginar uma linda declaração Quem sabe um dia, talvez um dia Durmo com os pensamentos Acordo sempre esperando o melhor momento Que não chega, e acho que nunca vai chegar Vou continuar falando apenas com o olhar

Perigo

Menino gigante Pequeno tão grande Rebatendo mentiras Provando verdades Procurando palavras Intermediando debates Especial, excepcional Um tão solar, outro luar Mundos diferentes, Tão diferentes Ser feliz é ter dúvida Som que incomoda Sou prova viva que no fim Só temos uma vida E poucas glórias Nem rápido demais Nem muito devagar Na cabeça dos fracos Tudo provoca, tudo vira provocação Não sou de nenhum lado Não preciso de sua preocupação Só uma coisa me desespera Espera, espera, espera Homem é um bicho tinhoso Tem medo da morte Mas gosta de beijo no pescoço

Sonhos

Só consigo dormir virado para o lado da parede Toda noite tento sonhar com meu pai Com minha avó também Todos os parentes, todos que partiram Vejo dois rios passando Eu preso entre eles Pulo, vou nadando, afundando na correnteza Nem sempre é, Nem sempre é como a gente quer Cenas, figuras, imagens distorcidas Sonho, quase pesadelo, noite mal dormida Abro o olho, mas o corpo dorme feito menino Realidade é um enorme despertar Enxergar que não tenho mais Um rosto para admirar Correr sem colocar os pés no chão Voar sem medo e com emoção Tudo vale, tudo tem permissão Sonhar não é pecado Nada é pecado

Areia

Não enxergo o céu, Está sempre alagado O pé encontra espaço Vai para o infinito Mil passos Areia que parece farinha Areia das conchas Da sua louça O mar deu seu último adeus O vento soprou, movimentou minha mente Seu nome sempre está presente Em todas minhas confissões Tenho medo do tempo que eu não tinha remorso Do tempo que o tempo era uma mera decisão Somos iguais, mas não tenho provas Faço poesias sobre flores Relaciono com meus amores Sou os talheres do seu prazer Garfo e faca O garçom da sua noite Espero o seu boa noite Hoje só quero comemorar Vitória do meu time É de você que vou me alimentar

Luz

Uma Coca, um suco, uma cerveja Um papo cheio de palavras Mesa de bar, cigarros, fumaça Conversar com ateu é tão diferente Não sei, não consigo jurar nada Se não foi Deus, Quem colou estrelas no céu da madrugada? Ideias e pensamentos Dúvidas de quem não acredita Dúvidas de quem é crente Um brinde para quem é de brinde Quem criou o sol que ilumina Toda nossa gente? Seja bem-vindo ao meu planeta É meu, mas é de todo mundo Redondo ou plano, tanto faz Enquanto o segundo sol não chega Triste fim dos caretas O que tem depois do céu? Será que é apenas o céu? Acima do azul Só quero paz, só quero luz