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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

Fama

  Meu nome nas manchetes Mais um dia normal Mentiras, inverdades Prestígio na lama Agora minha fama Um verdadeiro animal Cansei de desmentir Cansei de explicar Fale quem quiser falar Sou o mesmo de sempre Mais qualidades que defeitos Alguma coragem Um tantinho de medo Mas sou, eu sou Muito melhor do que você imagina E não acredite em boatos Palavras sem sentido Escute tudo, tudo Mas não dê muito ouvido Fale bem ou fale mal Ditado velho Mas tão atual

Viveu

  Morreu de tanto viver E viveu, viveu... Ousou sonhar, sonhou Rastros, muitos rastros deixou Espalhou o amor Perfume da manhã Sabor da tarde Mistério da noite Quem sempre cuidou Sangrou por mim Café com leite Pão amanhecido Mostrou o caminho Escreveu o destino Sua assinatura Seus filhos Fez muito por tantos E ainda estamos aqui Por aqui Lembrando suas lembranças Falando suas palavras Sorrindo e olhando para cima Distância tão curta Entre nossas vidas Nosso encontro Próximo encontro Está marcado Qualquer dia Qualquer horário Sempre triste olhar Folhas caindo do calendário

Fim do Fim

  Fim do disco Ausência de som Fim do ciclo O que dá o tom Melhor que o começo Só o recomeço Ponto final Outra linha, travessão Ainda existe vida Faça sua pontuação Fim de noite Acabou o dia Acabou o açoite É o fim De uma era De uma guerra Do amor Tudo renasce Depois da dor O fim da eletricidade É o choque No fim de tudo Tenha classe Seja nobre

Loja

  Estou indo Indo para dizer sim Para agradecer Ser tão feliz Felicidade Quem entende sabe Por tão pouco sorrir Estou indo Andar atrás dos seus passos Observar suas escolhas Seus olhos Meus olhos brilhando O mundo nem acordou E eu já estou aqui Apenas sendo feliz Para lembrar Por anos e anos E repetir sem enganos Todo mundo gosta Sempre vou gostar Dizer sim e não reclamar Seu sabor como recompensa O gosto que vem da sua boca O que ninguém gosta Mas eu adoro gostar O beijo que eu amo engolir E apenas ser feliz Já fui, gostei Adorei

Cega

  Eu tenho fé Muita fé Em alguma coisa Alguma coisa que eu não sei o que é Homem ou mulher Bicho, anjo Espírito Santo O corpo entregue Braços e pés Eu sigo Estradas sinuosas Perigosas Sem rumo, sem destino Apenas sigo Com minha fé cega E no brilho de uma tela Minha mãe de joelhos rezando Só não sei para quem ela reza Meu silêncio esconde o sentimento O que sinto O que ainda penso Vou em busca do que não conheço Tudo que eu não entendo Mas ainda tenho fé

Pecado

  O amor tratado como pecado Escondido, guardado Enganando inocentes Anos e anos sem saber O desejo e o prazer Normal, tudo normal E fica simples Bem mais simples Tudo faz mais sentido O que nunca não foi dito O que descobri sozinho Irmão, irmãos Duas irmãs, duas cores Amores Silêncio que nunca escondeu O tesão nunca morreu Velas acesas para abençoar Iluminar caminhos Enfeitiçar o feitiço O silêncio foi um grito De liberdade Do que essa gente tem medo?

Estante

  Entre tantos livros Tantas capas Tantos discos Desejos e opções Lista de sensações Prefiro você Só você Entre tantos dias Mais um dia Noites quentes Madrugadas frias Escolho seus braços Um abraço Um pouco de magia Sonhar seu sonho Beijar o chão que você pisa E tudo vai ser Como tem que ser Ordem natural Naturalmente viver O beijo e o prazer Entre tantos livros Nosso amor O melhor capítulo

Na Palma da Mão

  Meu grande amor Paixão da vida inteira Promessas quase verdadeiras Que duram apenas uma semana Meu desapego, meus dramas Hoje não vivo sem você Amanhã já não sei Ou sei, esqueci de vez Conquistar, largar Sempre nessa ordem Na palma da mão Escapando entre os dedos Outro olhar, qualquer olhar Boas tentativas Uma rua, uma esquina Qualquer lugar Das flores, apenas o perfume Memória apagada Não sobrou nada Nem quero mais saber Não existe rosto Só mesmo o prazer Meu grande amor

Geo

  Eu tinha onze Eu tinha fome Bomba na quinta série Bomba em geografia Ginásio, outra vida Chinelo de dedo Era brega, era feio Falando em dedo Bom era o do meio Servia para tudo Espatódea era mijão Arma na guerra Na festa uma lenta Bermuda, camiseta Tênis dobrado E sem meia Caderno rasgado Rabiscado, pichado Caneta mordida Borracha esquecida Vergonha da mãe Professora não é mais tia Maldita Geografia

Preso

  Parei E o tempo passou Atropelou Sem dó e nem piedade Fiquei para trás Destruído Virei saudade mesmo vivo Relógio ao contrário Sino que silencia Ampulheta sem areia Tudo tão estranho Meu ritmo é outro Sou único, sou pouco Dose errada do remédio Dose exata do veneno Minha vida é festa Mais curvas, poucas retas Dia normal é Carnaval Placas e setas Sou estrela apagada Aposta certa Caçapa do meio Bola sete Jogo finalizado

Bicho

  Ei, Leão Obrigado por guardar segredo Sou corajoso, mas tenho medo Ninguém pode saber O que faço em sua casa Ei, Leão O chão que você dorme É tão sujo, é tão frio Mas eu adoro ficar por lá Perto dos pés, em seu lugar Ei, Leão Vou tomar uma cerveja Na sua casa, sua mesa Vou roubar coração De quem você gosta Ei, Leão Vou pagar suas contas Vou comprar o seu perdão E vou subir até o seu andar Olhar o mundo lá fora Da janela vejo tudo Tiro fotos da cidade Mas não posso ficar muito Tenho que fugir, ir embora Nossas conversar em um arquivo No papel, num disco Sete chaves, um cofre Meu leão, meu amigo

Noites

  Roupas velhas em sacos de lixo Pedaços de saudade partindo Lembranças tristes morrendo Traumas sumindo Sou trem desgovernado Fora do trilho Mente perturbada Procurando saída Procurando respostas Sentido para a vida Amanhã nem sempre é um novo dia Noites são mais escuras Reflexo da minha loucura Contando e economizando passos Vou para o lugar certo Andando completamente errado O remédio não cura Apenas prolonga meu sofrimento Minhas viagens sem destino Cada caso é um caso Não estou aqui Mas ainda estou no retrato

EGO

  Estranho como quem escolhe São Paulo Quem prefere salada em vez do churrasco Sentou na janela Já é o dono do mundo Pelo menos acha Tem todo o poder Finge realmente ser O dono do sol Da lua, da rua De tudo, de todos Melhor não contrariar Eu não vou Olha do alto Aponta o dedo Controla o tempo Manda ajoelhar Como o médico mandou Melhor não contrariar Voz de trovão Grita palavrão Derruba o silêncio Odeia gargalhadas Mania de perseguição Muito estranho

Tentação

  Tenho poucas certezas Poucas respostas Algumas dúvidas na mesa Passo noites em claro Pensando nas possibilidades Calculando os riscos Viver é ter mil vontades Olho o teto e vejo o céu Parede não segura tentação Os traumas, os medos Mão que desliza E acaba encontrando o desejo Tudo, tudo, tudo e mais um pouco Quem gosta do gosto O sabor mesmo longe da boca O sabor que ainda não conheço O corte doce da navalha Sangue misturado com lágrima Madeira envelhece e não estraga Beije-me na madrugada

Folia

  Quem vai varrer Toda folia, o rastro de desejo? Nada ficou no lugar Beijos pelo asfalto Fantasias rasgadas Dignidade jogada Espalhada pelo chão Não sobrou muita coisa Da boca apenas o sabor Do perfume o cheiro O que parecia amor Era só desespero Fim de Carnaval Fim de feira Amanhã é mais um dia Serpentinas Noites sem estrelas E toda quarta é meio cinza Depois de tudo Depois que tudo termina Máscaras e serpentinas Na nossa poesia não existe rima

Secreto

  Um amor inesquecível Toda quinta três e meia Hora marcada, melhor assim Nem tudo é como a gente quer Nem tudo é Chegamos separados Um drink, um cigarro Olhando o movimento Observando os carros A gente sabe disfarçar A gente engana muito bem Nossas tramas, nossos planos São tantos O tesão que a gente tem Não sabemos o futuro Nem apagamos o passado Apenas corrigimos rotas Nosso desejo rasgado Será que um dia Vamos ter revelar nossos segredos? Nossas inseguranças, nossos medos? Mas por enquanto, por enquanto É melhor assim Vamos viver o silêncio

Abduzido

  Céu aberto Vontade de ir embora O mundo deu errado (O Brasil) Não tem mais espaço Quero conhecer lá fora O outro lado Ei, Marciano Eu tenho um plano Apresento o Carnaval Os índios, futebol Mas quero conhecer seu líder Cansei de ser triste Marciano O planeta água Morreu afogado É muito alimento Para pouco prato Eu quero terra vermelha Levado para o infinito Onde não adianta nenhum grito Não quero e não vou ser encontrado Abduzido

Encontro

  Amor de Carnaval Força de um vendaval Apenas alguns dias Para sempre Que comece em paz Termine sem dor Nenhuma dor No meio da multidão Um beijo Sem ser notado, observado Bloco arrastado Seguindo o fluxo Mesmo sem rumo Ritmo de paixão Um encontro O grande encontro Almas lavadas Ruas, avenidas, passarelas Quarta de cinzas Rasgando fantasias Todo o sabor Doces alegrias Amor de Carnaval Nem sempre amor Mas sempre carnal

Voz

  Ainda tenho voz Ainda sou voz Ainda estou aqui Sou filho do tempo O movimento Inimigo do fim Sou toda canção Que invade o corpo Que beija o rosto Que dá boa noite O pedido de perdão Tramas e dramas Transas e camas Sexo por sexo Desejos na lama Eu ainda estou aqui Braços abertos Sou luz Força que você acredita Anjo, qualquer artista Ainda tenho voz Sou voz Quase esquecida

Secos e Molhados

  Cintura que quebra Requebra Esfrega na cara Em cima da mesa No alto, no palco Encaixa e faz graça O que não engorda A gente mata Na secura do olhar Na boca molhada O prazer de voar Mergulhar Em uma gargalhada No bafo do dragão Dança do medo Outro tempo Tanta luta Agora sou leão Guarde seu ódio Sua raiva Seu desejo reprimido Cada quebra de quadril É um pouco de Brasil Requebra

Horizontal

  Ninguém fica rico dormindo Mas tem paz Muita paz Não tem incômodo Não tem barulho Só o agradável nada O repouso dos justos Dormindo não sofro Não fico louco Não pago imposto Ou pago? Dormindo minha vida é boa Não perco tempo Com gente à toa De olhos fechados Vejo tudo azul Não tenho fome Não tenho sede Dormindo sou mais feliz Longe dos falsos Longe dos chatos Desligue o despertador Quero mesmo ficar aqui Dormir pelado Como veio ao mundo Tudo natural Prazer na horizontal

Fim

  Quando eu morrer Som de piano Harpas e anjos Lágrimas e festa Quando eu morrer Frases de efeito Gente sem jeito Piada sem graça Palhaçada Coração fora do peito Quando eu morrer Meu nome no jornal Poeta, louco Um pouco torto Na lápide uma mentira Palavras malditas Sopro em noite fria Quando eu morrer Vários amores Despedidas Desejos e brigas Tristezas e flores Vamos morrer De tanto viver

Janela

  Aqui da janela eu vejo Um carnaval lá fora Gente abraçando gente Mais uma tarde quente Minha vida é aqui, agora Escuto gritos Conversas paralelas Janela aberta O vento não cura Mas pelo menos refresca Um latido distante Meu cachorro nem liga Está aqui comigo Único amigo que sobrou Pássaros, gatos Lindas borboletas Não existe hora marcada Insetos e novas doenças Não tenho mais cabelo Mas ainda sou Sansão Não existe medo Da janela eu vejo Agora é chuva e trovão

Bom Dia

  Converso com plantas Com bichos, objetos Converso com crianças Entre os burros Sou o mais esperto Abraço vassouras Danço com estranhos Observo bocas Admiro gente louca E atrás da porta Tiro toda minha roupa Corro atrás de sombras Faço minhas sombras Meu pensamento é uma afronta Sou natural, sobrenatural Sequência de letras e números Sou quase nada Sou coisa nenhuma Uma frase absurda Sou o que você entende Pois não adianta eu explicar

Caminho

  Um dia você caiu em meu caminho Desviei, disfarcei Continuei Mas nunca esqueci O cheiro do seu poder Seu ar de enlouquecer Anos e anos E mais alguns anos Você de novo caiu Surgiu No alto do seu pedestal Beleza fora do normal O mundo sorriu E hoje sei E como sei Seus gostos e desejos Seu maior segredo Abusar, lambuzar Criar o medo Minha veneração O meu respeito Quero estar, já estou Em silêncio Ordens do amor Meu amor tão diferente É aqui que eu vou Morrer em seus braços No chão abraçado Amarrado em seus pés

Pesadelo

  Fogo na cidade Fogo chegando perto Fogo espalhando o medo Famílias dívidas Adeus sem despedida Desespero O pior dos pesadelos Cada um em seu canto Sofrendo calado Esperando para morrer Ser esquecido para esquecer Unidos na dor O som do pavor Ruas interditadas Vidas bloqueadas Tudo fora de controle O terror depois da meia-noite Somos escravos Reféns de um poder invisível Controlados Não ultrapassamos o limite Os limites Estamos cercados Uma barreira imaginária Ratos de laboratório O fim está tão perto É notório Acordei...

Canções

  Todo dia uma canção Metade delas para você Conto histórias, nossas histórias Momentos de quase prazer Falo do nosso amor Do meu amor Nossos erros e acertos O que estragou com o tempo Da falta de respostas Você cantou mil canções Muitas feitas para os seus olhos Você nem percebeu Mas agora não sou mais problema seu Nunca mais Paixão acaba Música não Quem escuta sofre Lembra e chora Vidas em palavras Nossas vidas Lindas poesias Tristezas, despedidas Não deu tempo de uma última conversa Só de mais uma briga

Para Os Seus Olhos

  Todo dia uma canção Metade delas para você Conto histórias, nossas histórias Momentos de quase prazer Falo do nosso amor Do meu amor Nossos erros e acertos O que estragou com o tempo Da falta de respostas Você cantou mil canções Muitas feitas para os seus olhos Você nem percebeu Mas agora não sou mais problema seu Nunca mais Paixão acaba Música não Quem escuta sofre Lembra e chora Vidas em palavras Nossas vidas Lindas poesias Tristezas, despedidas Não deu tempo de uma última conversa Só de mais uma briga

Receita

  Remédio para suportar o dia Para sorrir, fugir Escapar da realidade Caixas, frascos comprimidos Para fingir felicidade Para o que não tem cura Remédio para manter minha loucura Para o corpo sair do chão Remédio para ficar doente Para acelerar o coração Remédio embaixo da língua Para ir até o céu Parecido com bala Gosto que engasga O melhor do veneno Na dose errada De oito em oito segundos Um no claro Outro no escuro Em jejum, de barriga cheia Remédio para enxergar o futuro Sem receita, sem contraindicação

Não Sei O que Falar

  Hoje posso falar qualquer coisa Mas não sei o que falar Não aprendi nada Sou cabeça vazia Uma vida esquecida Hoje tenho liberdade Mas não sei para onde ir Meu caminho é um labirinto Tenho GPS e sou perdido Sou o completamente errado Que vai ser lembrado para ser esquecido Uma decepção completa O tão falado classe média Vivo numa bolha Vivo na fumaça Sou um ciclo, um círculo Caro mesmo de graça Corpo sem alma Sem cérebro Sou o que não deu certo

Atrás do Rabo

  Corro atrás do rabo Corro e não alcanço Dou voltas e mais voltas Vou até onde termina o fim Corro atrás do tempo Tropeço na linha torta do destino Sigo em busca do sim Sigo Estradas de terra Praias e serras Procuro o espaço que perdi Tenho sede, tenho fome Minha voz é grossa Logo após dormir Sou único, sou manhã Um clássico, uma canção A cara do jovem perdido Surpreendido ouvindo Djavan Vou em busca dos sonhos Quase todos apagados Alguns esquecidos Sigo correndo atrás do rabo

Lee Rita

  Eu estou bem Estou indo Levando anjos Para o inferninho De nuvem em nuvem Dou meus pulos Tenho a chave do céu Tinta e pincel Desenho um arco-íris O sol de vermelho Nossa Senhora É minha cara no espelho Uma passada nas estrelas Na calda de um cometa Um papo bom Marcianos Viajando por todos os planetas Eu estou, estou Levando anjos Para o inferninho Tomando água Brindando com vinho