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Mostrando postagens de novembro, 2019

Frias Janelas

Eu gosto de janela Eu gosto de janelas Eu gosto de olhar Vida dentro delas Vidas dentro dela Pessoas observadas Pessoas manipuladas Ninguém percebe nada De dentro de suas janelas Objetos, flores, amores, animais Olho tudo Enxergo um aquário com água recheado de vidas O que vejo através da janela é um grande aquário Uma enorme jaula Pessoas expostas procurando saída Umas encontrando Outras nem tanto Pulmão, bolso, coração, rim Ego, fígado, celular Enxergo tudo Minha visão é de Raio X Casa, carro, avião Computador, boca, trem na estação Tudo tem janela Toda janela é virada para solidão

O Perigo Não Mora ao Lado

Não gosto de quem força amizade Não gosto de quem finge intimidade Intimidade é para quem eu permito Não adianta berrar Achar que vai conseguir tudo no grito O corpo é sagrado No altar nada pode ser tocado Respeito é universal Engula seu veneno Esse nojento prazer Esse seu instinto animal Depois dá morte O corpo fica bom quando está ruim O seu é podre em vida Não existe jeito Nem mesmo saída O inferno espera sua chegada Lá não tem luz do dia Toda hora é madrugada Todos são irmãos Este pode ser o maior problema O perigo está sempre por perto Todo cuidado é pouco Tristeza de mãe Tristeza de pai Desgosto Quem entende seu olhar? Quem aceita ouvir o que você precisa falar?

Todo o Tempo

Tempo, Olha o tempo Já passou tanto tempo Faz tempo Que não vejo você por aqui Tenho saudade dos seus olhos Tenho saudade do seu calor Tenho saudade De viver o nosso amor Um amor simples Cheio de sentimento Como era antigamente Só um pouco, só mais um pouco Só mais um momento Quero ganhar o tempo Morrer em seu abraço Amar olhando estrelas Procurando espaço Amor de sertão Noites de verão Toda noite é verão Toda noite solidão

Além

Uma canção Para dizer o que eu quero dizer Para admitir meu erro Meus erros Uma música é um desejo E tudo que eu procuro Sempre tive em você Mas segui procurando o que eu nunca iria encontrar Não existe paz entre dois O que faz diferença no amor É a diferença Que está sempre presente Nunca fica para depois Gosto da natureza Sou apaixonado pelas flores Todos os seus detalhes Comparo tudo com a gente Nossos amores Lindas melodias são feitas em noites tristes Estamos separados mas sempre juntos Temos duas versões Uma mais agitada e outra tão lenta Somos gravações E já descobri que o outro alguém Está sempre tão perto Para acabar com o frio do peito É só enxergar um pouco mais além

Ângela

Olhar que prende meu olhar Já prendeu Sou prisioneiro Prisão perpétua Sempre fui seu Mesmo quando não sabia Nem te conhecia Anjo cruel que apareceu No meu caminho Meu destino De novo seu olhar De você não quero flores Gosto dos seus espinhos Sei o tamanho do prazer Gosto da dor Da dor que ainda vou ter Faz, Faz o meu mundo melhor Quero paz, quero alma Quero remédio para curar minha ferida Sou terra, sou noite, sou vida Amo seu lado artista Sob seus pés quero morar Gosto do gosto amargo Ser feito de gato e sapato

Fila

Entrei na fila Que está enorme Para elogiar seus olhos Para admirar sua beleza toda Ganhei meu tempo Esperando minha vez De ajoelhar aos seus pés De abrir minha boca e falar Palavras tão bonitas E antes de fechar Pedir um beijo Quem sabe até caminhar ao seu lado Quem sabe até passar horas admirando Nossos sonhos não são obstáculos Deixa eu ser feliz Vamos ser felizes Um mais um e o resultado é amor São os nossos cálculos Mãos dadas Nós com o destino Meu destino sempre foi você Seguir seus passos nunca foi difícil Ruim é não estar ao seu lado o tempo todo Todo tempo é sempre pouco

Pecado Inocente

Brincadeira que excita Pulando num pé só Descobrindo os prazeres da vida No elástico frouxo Na roupa que não aperta No calção sem cueca No papel da revista o amor Cada página uma amada Depois do sonho o resultado Melhor do que brincar de polícia e ladrão É trocar olhares, arriscar um pedido Pegar na mão Cortina de banheiro Água de chuveiro Para curar o calor Gelado Temperatura nas alturas Noites com desejo Cena de novela Tudo quente novamente No espelho um beijo Abrindo mares Novos caminhos Todos sem volta Amor sozinho Outro dia acompanhado Deitado, meio de lado Desde cedo já sentindo O sabor do pecado

Triste

Estou doente Mas não sei qual é o meu problema Estou triste sem motivo Este talvez seja o motivo Busco razão para minha existência Busco uma razão para viver Continuar vivendo Gosto do sol Noite é tristeza disfarçada de alegria E minha tristeza já não tem mais disfarce Já virou meu traje De gala Agora tenho novos hábitos Chorar é um deles Quarta-feira já não me alegra como antes Tenho medo das pessoas Já apaguei tantos textos Pois no último minuto tudo mudou Usei pedras falsas fingindo ser diamantes Hoje converso usando os dedos Poucos escutam minha voz Poucos sabem o que penso Vivo dentro do silêncio Fechado com os meus segredos Morte é ausência de tudo Eu já não tenho nada Faz tempo que estou morto O tempo é apenas uma morada

Do Passado

Telefone era anotado no papel Novela começava oito e meia Carta era escrita na máquina de escrever Cazuza mandava o Brasil mostrar sua cara Renato brincava perto da usina Topless na praia era normal Sábado era Chacrinha com sua buzina Sou saudosista Tenho alma de artista De antigamente Máquina do tempo Vou ser passageiro Quero bilhete só de ida Pode ser logo amanhã Quanto antes melhor Malas prontas para partida Eu era mais feliz Meu sorriso era mais sincero Corpo no presente Alma no passado Saudade tem quem viveu Não sei como cheguei até aqui Nasci no ano errado O mundo ficou tão careta Triste Alegria dos picaretas

Bandeira

Ele não levanta bandeira Como ele mesmo diz Já é uma bandeira Que balança, canta Espanta quem não é desse mundo O seu corpo é quadro Esquadro, Na parede do quarto Que olha e observa o movimento O segredo bem escondido Do garoto o tormento O pai não pode descobrir Que roupa é essa Na gaveta apenas mais uma peça Esquecida, Homem de alma feminina Ferida O sorriso não disfarça Preocupação Quem tem medo Também tem coragem Quem tem sonho Tem vida Quer explodir, gritar Mas tem hora que o silêncio É a melhor saída

Sopro

Vida é um sopro Que sopra apenas uma vez Vida é o sopro que não volta Que vai embora sem contar até três Vida é um sopro É o medo de perder Vida é viver cada dia É saber que não sabemos quando vamos morrer Deixe uma história para ser contada Não deixe nada para amanhã O amanhã pode não chegar Plante flores pelo caminho Seja dor, seja espinho O importante é amar Olhar o céu Olhar e imaginar Quem mora Quem vai morar Lá no azul distante Sempre um bom dia Na hora final não chore Cante

Mercadorias

Vou ao supermercado Olhar cada prateleira Comprar um corpo Com um preço promocional Mercadoria de primeira Código de barras na testa Domingo tem churrasco Sou canibal Tenho fome Vou devorar todos os pedaços Todos os seus pedaços Você foi feito para mim Gosto de boas mentes Quero seu cérebro O melhor alimento é o conhecimento Vou pagar no caixa dois Usar o meu cartão CPF na nota Não preciso de sacola Carrego tudo na mão Vida de ficção científica Admirável humano novo Os velhos já não são mais escolhidos Os novos são sempre os preferidos Por todos, por todos Somos mortos vivos Mortos e feridos

Giz da Legião

Achei um pedaço de giz Lembrei da Legião Escrevi um verso Fiz um rabisco no chão "É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã" Não esperei a chuva apagar Eu mesmo passei o pé Resolvi escrever Agora um verso meu Para agradar a família tradicional Palavras sobre Deus O seu Deus me abençoa O seu Deus conhece o amor Será que o meu é assim também? Quem vai não volta Quem volta ainda não foi Não sei se quero ir Mas quando eu for não quero voltar Minha casa é uma rua Rua não tem quintal Rua é só o quintal O nada é o meu lar Vejo pessoas se aproximando Não sou visto E não consigo desviar Sou pisoteado, maltratado, atropelado Tenho que aceitar e ficar quieto Regra dos humanos Regra dos desumanos

Tia

Queria morar em seu pensamento Entender sua cabeça Esse entra e sai de ideias Palavras que vão com o vento Boomerang Conversa que se repete Sempre com uma nova emoção Ave Maria, tia Maria Vou sempre olhar em seus olhos Nunca vou soltar sua mão O tempo passou tão de pressa Arrastou sonhos, vidas Arrastou sua memória Que foi embora Sem mais e agora Mas ficou o sorriso Alegria quase inexplicável Descobertas de uma adolescente de mais de oitenta Queria ser como você Não querer saber que existe um amanhã E que todo dia é um novo amanhecer Vou gravar, O seu rosto, sua voz Para ter sempre em mente Quando minha mente ficar frágil Para poder olhar e aprender Que mesmo sem muito Quase nada, Importante mesmo é estar contente Saber viver

Pronto

Tenho um amor imenso Mas você parece que não quer Só parece Você não tem o que dizer Vive dobrando esquinas Sumindo do meu olhar Achando que vou Que eu vou sossegar Escrevi um romance Com apenas duas palavras Você não quer admitir Que tem vontade De ficar comigo Tudo seria tão diferente Com a gente Juntos O que eu falo nunca ninguém falou Sei o quanto está aflita Ficar perto de alguém que ama tanto Que te ama tanto Sou tão transparente Mas sei que me enxerga Não sou invisível O que me impede de te ter não é assim tão invencível Diz o que você sente Quando lê meu nome na caixa do correio Sei da sua vontade de saber o sabor dos meus beijos Do meu sexo O mar é tão bonito Mas é preciso nele mergulhar Vai ser tão feliz se estiver comigo Sei da sua vontade Quando vê a luz acesa Quer entrar em minha casa Para receber um abraço meu Juro que não vou sumir Eu te amo Meu amor, te amo Sou sempre seu

Cartas

Disco na vitrola Copos em cima da mesa Garrafas no chão Noite acesa Cartas escritas, Cartas rasgadas, Muitos rascunhos Loucuras pela madrugada Pela madrugada Os rastros vão ficando pela casa Sangue pela parede Ainda tenho sede Quero, mas não consigo gritar É sempre o mesmo medo Não tenho lágrimas para chorar Despertador tocando Eu já estou acordado Sol brilha lá fora Eu já estou cansado Dessa vida, dessa vida Nada é o que parece ser Todo abraço em amigo tem cara de despedida Tempo passou, Sobrevivi Mais um dia chegando ao fim É o fim, Ou apenas mais um recomeço De novo aquela sensação Tudo outra vez, Angústia é viver Pensando, achando Que toda hora é uma boa hora para morrer Para morrer

Sete Erros

Obrigado meu amigo Meu professor Aprendi o jeito certo de errar Roubar é comigo mesmo Sou o melhor fora da lei Vivo ameaçando os fracos Nessa arte eu sou o rei Meu amigo, Valeu por deixar uma cadeira vaga Uma mesa cheia de garrafas Nossa amizade é uma droga Uma, duas, três E tantas outras Meu passado virou pó Fechei e abri bares Da boca sempre fui freguês Parceria é assim Juntos na pior Juntos no crime Estamos fechados Regime fechado Unidos por algemas Unidos no pecado O perigo passou perto muitas vezes É risco de morte É risco de vida O melhor caminho É o que eu não conheço Destino de bandido Eterno indo e vindo Para uns sorrisos De outros sempre fugindo

Parado

Trânsito parado Cabeça a mil Preciso acelerar minha vida Ir em busca de novas emoções Traçar novos planos E colocar em prática Tenho que ter coragem Pensamentos insanos Vou subir em uma nave Passar por cima de todos Sem barreiras ou bloqueios Completamente louco Bom não é achar o juízo O melhor é perder E não saber o número do pecado Cansei de ficar doente Quero conhecer o outro lado Não preciso andar armado Com revólveres ou facas Preciso de um escudo Contra todos, contra o mundo E contra palavras envenenadas Prefiro ser surdo Vou deixar lembranças Na mente de quem fica O amor é uma arte Mas eu não sou ainda um artista

Bate e Volta

Vamos fazer um "bate e volta" Vamos para praia Pisar na areia Beijar o mar Respirar um pouco de brisa Vamos produzir filhos Para criar na cidade grande Vamos abrir os braços Agradecer pelo que é nosso E pelo que é de Deus também Vamos fugir para um lugar mais calmo Vamos contar os passos Andar de leve, Juntar nossas mãos e dizer amém Vamos olhar o céu azul Fotografar o horizonte O vento é tão frio no litoral Quero ser sua blusa Vamos voltar para casa Ouvindo nosso som na estrada Todo "bate e volta" tem volta Toda partida tem chegada Amor que sobe e desce serra Viver é o que nos resta Sal que sai da água e morre na terra O beijo é o nosso carimbo Nosso cartão de visita Paisagem e miragem Somos barcos, Somos reis da vida Artistas

Retratista

Tiro fotos, Vários tamanhos Até três por quatro Congelo emoções, Paisagens, Noites estreladas, Sol forte ou dia nublado Tudo cabe, Tudo cabe dentro de um retrato Não gosto do movimento Prefiro imaginar o próximo ato Qual vai ser a próxima cena Nascimento, aniversário Batizado e casamento Retratista dos melhores momentos Faço poesias com imagens Quadros sem tinta Crio lindas molduras Belezas naturais Brilho da noite, lua cheia Sou artista das imagens Fotógrafo das estrelas Histórias reais

Sempre Tão Fácil

Toda moderninha Na balada bebe todas Beija muitas bocas Depois chora no banheiro O último beijo é na privada O sabor é amargo Está entregue Na lona, sem reação Virou alvo fácil Sempre foi fácil Papai e mãe não imaginam Vai ser morta Enforcada com o cadarço Do tênis de setecentos Reais De um playboy que também bebeu demais Hoje não é mais quente Agora está fria Deitada em uma pia De um necrotério qualquer O irmão herdou seu quarto Seu pai ficou doente Sua mãe tão calada Tem uma foto dela na parede da sala Nossa garota não cresceu Era tão sorridente Tão nova quando morreu Espertas também vão para o céu

O Pão do Diabo

O diabo amassou o pão Que eu dividi com meus amigos Pedacinho por pedacinho O sabor misturado com lágrimas Mas também com fé O que seria da gente sem fé? Sou o bandido, sou o mocinho, sou o cowboy O fora da lei que cria sua própria lei Amigos sem guarda-chuva Um protege o outro Na corda bamba da vida Somos saltimbancos Nascemos com alma de artista Gosto de discos voadores Discos que tocam lindas canções No rabo de um foguete vou voar Com minha trupe e uma paixão Quero trombar com uma estrela Criar uma constelação Virar um astro, Idolatrado Morar no espaço Chamar Deus de irmão

O Seu Perdão

Contei segredos Você achou interessante Estranhos, mas interessantes Cada dia fui contando mais Bola de neve Acabei com sua paz Toda hora um novo absurdo Perdi o limite do bom senso Quem confia tanto perde o medo Estraguei tudo Tudo Segredos nasceram para serem revelados Mas prometo nunca mais contar tudo de uma vez Juro ir com calma, Sem atropelos, O silêncio vai falar por mim Melhor assim, Vai ser muito melhor assim Não vou mais falar por falar Agora vou escrever Letras e palavras em um pedaço de papel Para você ler e entender Nunca tive maldade, Nunca Sua fotografia sumiu Tenho saudade Encerro por aqui o meu pedido de perdão Peço palmas da plateia Não para mim Mas para sua paciência Que sempre suportou Minha loucura saudável O caminho leva para algum lugar Mas não sei para onde vou

Eu Não Sou Cristo

Quando acaba o álcool Eu tomo água Quando acaba a droga Eu tomo refrigerante Quando não tenho mais paciência Eu fecho os olhos Quando fico sozinho Toco meu violão Quando penso no fim Eu lembro que tenho medo E como diz o Renato Ainda é cedo Eu não sou Cristo Eu não sou filho Sou apenas um cara inseguro Artista sem público O pensamento de um surdo e mudo O futuro indefinido do mundo O livro é minha inspiração Leio a bíblia para não ter dó do irmão Gosto de ouvir o som da torcida Gosto de ouvir o grito de dor Nem todo dia nasce um campeão

Falta

Tudo que eu não posso viver sem Meus óculos redondos Para enxergar mais além Todos meus discos Beatles, Caetano, Gil E tantos outros, Que não são poucos O meu violão Instrumento da minha paixão Tudo que eu não posso viver sem Botas de couro Cadarço encerado Estilo que caminha comigo Calça jeans e jaqueta Minha carteira que carrega ouro Fotos dos meus tesouros Todo segredo é um mistério Anel de leão para não ter agouro Tudo que eu não posso viver sem Malas e bagagens Tatuagens, Sem arrependimentos Marcas e cicatrizes Idade é apenas uma reunião de momentos Tudo que eu não posso viver sem Mãe natureza, O templo do sol Um brinde, Tintim Jabuticabas são espinhas Cuspo casca e como o caroço Planto árvores no muro da vizinha Tudo que eu não posso viver sem Comida caseira O prazer do paladar O que é do coração nunca é supérfluo Ando em linha reta Para conhecer outras direções E eu vou, Vou continuar cantando minhas canções