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Mostrando postagens de agosto, 2020

Frio Solidão

  Folha que cai da árvore Cem anos depois alcança o chão O tempo que atravessa paredes Escapa pelos dedos Não existe perdão Menino que cresce Logo vai tocar o céu Vai brincar nas nuvens Mãe que chora, lágrima que desce Emoção à flor da pele Pele de papel Viver ou morrer É apenas um ponto de vista Um ponto de partida Ou apenas uma chegada Abraço cheio de amor Cabelo branco, de toda cor Livro que nunca fechou História que não acabou E não vai acabar Certezas, incertezas Medo da separação Distâncias, barreiras Fria solidão

Chuva

  Sinto o cheiro de chuva Mas não está chovendo Vejo gente em silêncio passando O silêncio mora em meu pensamento Que não pensa mais como antes O fim está chegando O mar já teve mais ondas Barcos tão distantes O vento hoje incomoda mais Tenho medo de esquecer O motivo do meu medo Um segundo é muito tempo Portas que não param de bater Sempre o mesmo trem na estação Todo dia um filme repetido Qual é o fruto da imaginação? Muitas perguntas, poucas respostas Tudo fora de ordem Folhas marcando o caminho Mesmo sendo uma viagem sem volta

Vivo

  O rock and roll está vivo Alguns bons estão mortos Eu vou sobrevivendo Enquanto tenho tempo Enquanto não bate o remorso Gosto da liberdade Da liberdade que conquistei Do medo que perdi É preciso muita coragem Para ser livre, leve e solto Mergulhar nessa viagem O rock and roll está vivo Vivo, Aproveito enquanto estou vivo Quando eu morrer vou virar anjo, Talvez demônio Todo amor puro é um amor selvagem Repito, é preciso muita coragem Já está amanhecendo Hora de olhar para o lado Ver o rosto de quem eu disse estar apaixonado Ir embora na ponta dos pés Mais tarde tem mais Até quando Deus quiser Até eu ficar definitivamente em paz

Olhar

  Gosto de olhar o mundo Com aquele olhar de RPM Vários ângulos, ângulos invertidos Cabeça para baixo ou lá do alto Até mesmo cara no asfalto O olhar dos pervertidos Olhos bem abertos Para depois fechar Eu sempre fecho com você De óculos escuros Eu enxergo seu charme Mas não vejo sua alma O seu prazer Sempre fui invisível Mas agora virei espelho Tudo o que ninguém quer ser O pesadelo dos pais O amor é tão feio O tamanho das suas pretensões Para o meu espanto Mas de que gosto tanto Até perder de vista Olhar de poeta, de artista

Deus

  Nenhuma esmola Nem um pedaço de pão Tenho fome Ninguém tem piedade do irmão Essa gente pensa que é Deus Ando por ruas vazias Dobro esquinas frias Sigo procurando Deus Escuto vozes, muitas vozes Será que eu sou Deus? Arrasto correntes Eu sou o pesadelo O medo do mundo Sociedade doente Não tenho culpa Minha conduta Quem precisa de Deus? Gente cheia de pose Miséria em close Desespero de Deus O mundo perdeu Quem morreu em nome de Deus?

Ao Mar

  Você que não foi Eu que não voltei Avião que não subiu Ainda estou na pista Esperando céu de brigadeiro Esperando o melhor momento Vou continuar sendo visita Toque seu violão Fale sobre suas canções Seus pensamentos, suas emoções Abra sua gaveta de memórias Abra o seu coração Só a canção é que sabe O rumo que vai tomar É barco à deriva, garrafa jogada ao mar

Menino Gugu

  Sou um menino sonhador Que viu uma porta aberta e entrou Mergulhou Uma história em quadrinhos, pedacinhos De tijolo em tijolo Batalha de sentimentos Minha vida, uma rima, várias Na rua, na chuva, na voz do Gil Na Refazenda Em todo canto, o meu canto por todos os cantos Em várias bocas do Brasil O tempo corre em outro ritmo O meu ritmo é diferente Na batida, no encontro dos sentidos Agora tudo faz sentido Os ponteiros apontam para todos os lados Nada é de graça, nada E quando tudo parece sem graça Mais uma noite que passa Amanhã vai ser melhor Vou fazer o meu melhor Sou um menino sonhador Que viu uma porta aberta e entrou Mergulhou Eu sou a soma de vários fatores Uma matemática nada exata O resultado está solto pelo ar Em ondas sonoras, por aí É só você ficar em silêncio, relaxar e ouvir

Meu Sucesso é Um Pecado

  Minha vida na tela da televisão Na capa da revista Nas manchetes dos jornais Virei estrela, agora sou artista Tenho até fã que grita Estou na janela, na mira Tomates e pedras Palavras ofensivas, teorias Agora estou preso, algemado Junto com os frustrados Ser feliz, fazer sucesso Em meu país é um grande pecado Na boca do povo Em línguas venenosas Tenho medo de dar autógrafos Tirar fotos, muitos abraços Tenho medo das mentes criminosas Carrego multidões, legiões Só não carrego bandeiras Não sou bandeira Sou apenas um astro Um cantor de brincadeira

Último Pedido

  Estou com fome, estou com sede Preciso fazer minha última refeição Quero morrer de barriga cheia Condenado, fuzilado, mas de barriga cheia Não costumo chorar, não vou chorar Um pedaço de pão, um copo d'água. Seu fuzil vai me matar Mas peço humildemente, seu guarda Não precisa gastar muita bala Só mirar direito Prefiro terminar bonito Não vou dar um grito Vou fechar os olhos e rezar pelo senhor Aprendi com minha mãe Perdoar os pecadores, perdoar meu matador Sei que está acostumado matar Eu nunca matei Só espalho ideias, pensamentos Não mereço esse fim Mas, se é assim, aceito Virar herói nunca foi defeito Só mais um pedido Enrole meu corpo na bandeira do meu país Que não seja cova rasa Minha eterna morada Minha casa, vou virar raiz

Importante Demais

  Algumas coisas são importantes demais Impossíveis de serem esquecidas E nem quero esquecer Ainda vamos colocar em pratos limpos Toda nossa sujeira Vamos falar dos nossos erros Até dos acertos Esse papo vai acontecer Em uma esquina fria Quem vai chorar primeiro? Qualquer dia, qualquer dia Você leva uma garrafa Eu levo os cigarros Já não sou o careta de antes Você também parece que mudou Gostava do seu cabelo vermelho, seus saltos O tempo nos acalmou Não acreditamos em Santos Nunca fomos Santos Nossas verdades sempre tão mentirosas Vamos abrir espaço para o futuro Depois de resolver o passado Palavras repetidas, tudo de novo Mas é com você que ainda quero viver Deixe comigo o seu livro favorito Que eu juro, juro Juro que volto para devolver

Pérola Melodia

  Pérola que brilha Pérola negra Som de Melodia Noites inteiras Trinca de ases Lua e suas fases Em todas feiras Roupa bonita Brilho nos dentes Canto sereno Voz de Deus Anjo negro, hoje é anjo Dono de todos os Santos Nasceu, morreu No palco, no alto, Em cena No mar, no fundo, Seu mundo Que pena, pena Pacto de sangue Letras pequenas Adeus meu amigo Adeus poemas

Legal

  O legal nem sempre é legal O ilegal tem hora que é legal É preciso sempre muito cuidado Todo doce guarda segredo Nem todo segredo é um pecado Ficar atento, disfarçar o medo Aproveite sua chance Enquanto ainda tem tempo Droga de vida não é droga Mas também não é vida Mais uma noite reclamando O errado sempre fica em evidência Quando o certo não cai bem Quando pureza parece indecência Gosto do seu contraditório Da sua cara de sim ao dizer não Seu contrário é gostar do igual Tem cara de rebeldia, mas é paixão Chorar de tanto rir Choro que parece risada Ninguém tem nada com isso Nem toda madrugada foi feita para dormir O infinito é longe, o infinito é bonito

Enciclopédia Infantil

  Bife à milanesa Só com macarrão Água gostosa Em copo de requeijão Futebol descalço na rua Bola sem pino, turma sem juízo Desviando dos carros Chutando guia, fazendo estrago Todo dia, todo dia Chinelo da mãe que voa Quando cai virado, medo Bons tempos, bons tempos O céu tão azul Que queima o nariz De quem não para de olhar Pipas que dançam pelo espaço Criança de aço Nenhuma laje é alta o suficiente O que não mata engorda Todos estão gordos Pé seco para não ficar doente O mundo é tão pequeno O inimigo mora na rua de cima Guerra termina em mão fechada Pernas para que te quero O que apanha na rua, apanha em casa Gibi é enciclopédia, pastel é na feira Sorriso com janela, nariz que vaza Bicicleta, Só mais uma queda Cicatriz para toda uma vida Um doce ou uma moeda

Normal

  Um silêncio tão normal Sempre achei tudo tão natural Lembro do ontem pensando no hoje Meus irmãos, meus amores Guardei minha revolta por muito tempo Não acredito em suas glórias Mas não existe contradição Respeito seu Deus, respeito sua senhora Admiro toda devoção, devoção Não tenho um medo Tenho vários medos Queria ganhar um pouco mais de tempo Ter tempo para ser sozinho Pavimentar o meu caminho Diariamente descobrindo que sou capaz Não quero que minha vida acabe Sem antes pisar em Marte Sem viver um pouco mais Gosto de falar de mim Falo também das relações Relações amorosas Escrevo versos, crio poesias Minhas canções imaginárias Sou um humilde artista Novamente procurando o silêncio Preciso voltar ao começo Não tenho paciência para esse mundo do avesso

Códigos

  Vou falar em códigos Para ninguém entender Mas pode ter certeza Estou falando de você Duplo, triplo sentido Frases soltas pelo ar Um codinome, um apelido Tudo para disfarçar Segredos escondidos Entre palavras bobas Troco seu sexo por flores Seus beijos por doces Amor secreto Nem todo mundo precisa saber Da gente, da gente Declaração camuflada Completamente disfarçada O sentimento reprimido também dá prazer Omitir não é mentir, baby Sempre bom deixar, deixar Uma pulga atrás da orelha Uma dúvida no ar Sempre bom deixar Sempre bom, sempre Quando eu falar do seu corpo Nada de publicidade Não faço propaganda Ninguém mais precisa, ninguém mais Saber muitos detalhes Saber das nossas verdades

Dominó

  Dominós caem sobre minha vida Sonhos soterrados Meu palco é um tabuleiro Cada espaço é um pecado Sou um retrato três por quatro Nenhum amor é verdadeiro Quando o grito sai do quarto Estou sempre perto do fim Completamente no limite Basta uma gota para tudo transbordar Minha cabeça explodir O meu mundo acabar Não quero sua piedade Mas aceito sua mão Puxando meu braço Dando tapa em minha cara Fazendo eu acordar O buraco é escuro É cada dia mais fundo Mesmo sujo, sujo Preciso sair daqui para ganhar um abraço Encontrar apenas um rumo O caminho não é feito de retas Perdi você em alguma curva Lá na frente ainda tem um labirinto Tenho medo de chuva e pedras Um passo de cada vez Depois de morrer, melhor é viver

Choro

  Eu choro, Choro por causa de um rock Por causa de um poema Eu choro, Choro em noites frias Tudo é motivo para eu chorar Não consigo mais, eu não aguento mais Viver é sofrer todos os dias Um lamento, Eu sempre lamento Sou um blues desafinado Pobre coitado, eu choro Quando o sol vai embora De joelhos, eu choro Não sei como vai ser amanhã Muito menos o agora Preciso secar minhas lágrimas Mas o vento atrapalha Vivo na corda bamba Não sei o ritmo dessa dança Por isso eu choro, choro Eu choro

Transgressor

  Tecnologia sem criatividade Não é nada, nada O homem do futuro veio do passado O bicho ainda tem sete cabeças Cenas inéditas são todas repetidas No palco sou louco, sou pouco Sou muito artista Olho do alto, povo no asfalto Deus não aponta o dedo Nunca tem razão Quem coloca medo é o homem O que finge ser um cidadão Transgressão, tudo é possível O impossível não está em suas mãos Deixe os caretas com suas caras feias Eu gosto do frescor, da cor Sou pérola que não aceita qualquer pescador Longe de casa para conhecer o mundo Sou o gosto do veneno O que você considera um absurdo

Grávida

Grávida De luz, de paz, de amor Grávida Anjo que pousou no ventre O sonho de tanta gente Barriga que cresce Vida que nasce, renasce Todo dia uma nova fase Mulher, mãe, mulher Sempre mulher, para sempre mãe Paixão sem rosto, apenas o gosto O prazer de um chute O mais saboroso desconforto Gestação, algumas estações Meses de sabedoria Noites em claro Corpo não é mais o mesmo O tempo tem outro ritmo Não importa, não, não importa Menina ou menino Nada mais importa Filho, simplesmente um filho O que tem de mais bonito Meu calor, seu calor em meus braços Meu sorriso estampado O meu melhor pedaço Simplesmente meu filho

Gigante Que Não Alcança o Céu

  Gosto de correr sem sair do lugar Deitar e ficar olhando nuvens O mundo gira tão rápido, muito rápido Todo vento frio é uma lembrança Um arrepio, uma saudade Mais um dia passou e eu deixei escapar Um pouco da minha vida foi embora Não sei mais amar ninguém Nem um outro alguém Penso em mil coisas, mil possibilidades O que me falta é coragem O que sobra é vontade Nem sempre eu vejo o sol Mas sei que ele está lá Minha hora eu sei que vai chegar Faço o mesmo pedido de ontem Eu só quero poder voar Não tenho mais motivo Nenhum motivo para voltar Sou gigante, mas não alcanço o céu Passos largos, o calor do asfalto Estou no alvo, sou o alvo Esperando o momento certo Tenho o tempo que eu não queria ter Morrer de tanto viver

Reggae

  Sou amigo de um cara que gosta de reggae Jamaica, Marley Barba ruiva com jeito de pirata Capa dura, céu cheio de fumaça Mil estrelas, rastafári Um salve para o Marvin Quem está feliz segue dançando Reggae no peito, reggae na alma Reggae bom é para cantar pulando Agora vamos ouvir um som Qualquer disco da coleção Para tudo ficar bem, tudo muito bem Amor que vem do coração Tudo está leve Tudo na brisa, meu irmão Já não choro mais Não mais Não, não choro mais Agora sou reggae, sou paz

Cena

  Virei palavra Um rosto sem cara Um recorte de mim Navalha na carne Sou uma colagem, Amostragem Um jasmim Uma cena, uma pausa Um caso de amor Um retrato Um coração cortado Silêncio que grita Ausência que grita Solidão que grita E eu sem voz

Herói

  Uma xícara de café forte Para ser forte E encarar o mundo Tudo está mudado lá fora Vou sair agora Correr sem rumo Ao som de um blues Ou de um rock Ruas, avenidas, estradas Por todo caminho Por qualquer caminho Tenho força extra Vitamina, adrenalina Viver é um perigo Mas não tenho medo Conheço o meu inimigo Só não posso me apaixonar Dar de cara com o amor Todo herói tem seu ponto fraco O meu é o coração Um pobre coitado, desavisado Usado, pano de chão Luz do sol apagando É hora de voltar Corpo castigado Tomar um banho Limpar os pecados Amanhã sempre vai ser melhor Amanhã sempre vai ser Vai ser melhor

Ainda Ontem

  Hoje ainda é ontem Para quem perdeu o sono Só encontrou lembranças E simplesmente chorou Não existe hora para ter saudade Todo peito cabe um pouco mais de dor Tristeza é amor que não acabou Tudo estranho, tudo tão estranho Amanheceu, o despertador ainda está gritando Estou sem forças Não sei qual caminho seguir Paixão mal resolvida Quem morre é quem parou de sorrir Quando lágrimas viram canções Dramas, tragédias Sensações variadas Mente vazia, oficina O diabo prepara suas ferramentas Amola suas facas Uma louca rotina Lá vem mais uma noite Filme repetido Mesmo sabendo o final Eu choro, sempre choro Mais uma vez sem sono Tudo igual, igual

Maldade

Beleza sem filtro, garota sem juízo Sensualidade em cada passo No compasso do seu sorriso Palmas, aplausos, ela merece Quem beija sua boca Conhece o céu, a lua, enlouquece Vou guardar seu perfume Em uma garrafa transparente Todo dia um gole Todo dia engolir você Estou aos seus pés Disponível para o seu prazer De zero a dez Chance enorme de matar sua fome Sou um prato cheio Só trazer o garfo, algema e colher Você promove guerra, Luta armada Acaba com minha paz Conheço bem sua jogada Mas não reclamo, aceito Eu sempre me rendo Sou fácil, isso não é defeito Não existe piedade Quando o que queremos é maldade

Inimigo

  Estou mentindo para o espelho O prazer foi embora Não estou mais vivendo, apenas sobrevivendo Levando, empurrando O sonho está perto do fim Ou será que já acabou e eu não percebi? Agora é não, cansei de tanto sim Ponto final não é vírgula Minha arma está desarmada, Mas guardo balas no bolso Nunca sei quando posso precisar Espero não chegar tão longe Melhor nem pensar Sou inimigo de um cara tão legal Um cara que tem meu nome O mesmo sobrenome do meu pai Bem que eu queria, mas sempre tão difícil Controlar o cérebro e o instinto animal Eu sou um animal Meu corpo está marcado Estou marcado na história de alguém Alguns poucos vão sentir Outros com certeza vão comemorar Mas é sempre assim, todo dia é dia de partir Quero morar dentro do silêncio

Nome de Rua

  Quando eu morrer Quero virar nome de rua Rua com calçadas largas Casas coloridas Uma linda árvore na esquina Rua com um educado mendigo Carros parados, crianças aos gritos O meu nome em uma placa de acrílico Quando eu morrer Depois do choro Depois das velas Quero festa, muita festa Rua com meu nome Não quero ninguém com fome Quando eu morrer, eu morrer Música até o amanhecer Chinelo virando trave Turma descarregando linha Pipa virando aeronave Quero virar nome de rua Rua com bar, cerveja e mesinha Estrela em vida Estrela depois da partida Quando eu morrer Música até o amanhecer

Vaso Azul

  No começo era prazer Depois chegou o amor Virou caso sério, Virou drama, dramas Relacionamento é uma sequência de conflitos Que pode dar muito certo, nada certo Terminar em beijos ou corações partidos Guardei flores vermelhas em um vaso azul Suas cores preferidas Pinto telas, sou artista Vou desenhar você antes da próxima briga Quando estamos grudados Sua pele é o melhor lugar do mundo Bom de morar, demorar Mesmo sabendo que depois Um para cada lado Na fumaça de dois cigarros Cruzando sorrisos e papos Juntos e separados Nas páginas dos livros Na capa de um jornal Ou nos classificados