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Mostrando postagens de abril, 2021

Simples

  Eu gosto de coisas simples Músicas, roupas, palavras Gosto da elegância Das pessoas bem vestidas Da roupa certa para o momento certo Eu gosto de gente que antes de partir Para perto da porta, volta e chora Gosto do silêncio que comunica De Gil, Caetano e outros artistas Transgressão, transgressores Cabeludos, ousados, pelados Mocinho com um toque de vilão Um vilão que nem sempre faz maldade Mocinha e também o canastrão Admirar é submeter É saber qual degrau estou Minhas dúvidas, minhas inseguranças, minhas incertezas Admirar, ser espectador Sou fã da beleza, da força E sei muito bem o tamanho Da minha insignificância Gosto do som do canto Da voz, da sua voz Do seu colo, meu acalanto

Luz

  Tire essa luz dos meus olhos Preciso enxergar meu próximo passo Pare de gritar em meu ouvido Já estou perdido Não preciso de abraço Cansei de sorrisos falsos Falsas promessas Cansei de gente que não ajuda Quem atrapalha, quem não presta Tire essa luz dos meus olhos Preciso sair logo daqui Eu tenho pressa, muita pressa Mudar de vida não é fugir Quando eu estiver longe Bem longe Mando um recado, um aviso Ou quem sabe escrevo até um livro Dando nome aos bois Citando todos os inimigos E depois vou esquecer de tudo Vou soprar toda areia da ampulheta O passado não precisa ser lembrado Quando o tempo que passou Foi um tempo errado

Por Amor

  Já perdi a conta De quantas loucuras eu fiz por amor Quantos perigos passei Quantas noites chorei Quantas vezes pensei em morrer E morri E sabe, confesso que até hoje Não aprendi a lição Continuo fazendo loucuras Correndo perigo, chorando Mas, arrependimento não existe em meu dicionário Se lá está o lado certo Eu prefiro o contrário Viver é sofrer, mas é também fazer história Para um dia ter paz É preciso saber que nem tudo são glórias

Verde

  O Brasil é verde O menino pobre é verde O cara cheio da grana é verde Somos todos iguais O tempo passou, nada mudou Aceite sua cor A cor do amor é verde Vamos em frente Não adianta brigar Ninguém é mais do que ninguém Todos são verdes Não vejo problema em tudo Sou verde e sou feliz Não quero consertar o mundo Sou verde e sou assim Orgulho da minha cor Verde, verdão eu sou Respeito quem respeita Respeito quem não respeita Sou sempre superior Minha cor é verde, minha cor Não ataco, não mato Somos todos iguais Na saúde ou na doença Todos são verdes Não somos animais

Ela

  Ela gosta da rua Do espaço, da lua Simplesmente gosta Ela gosta dos cães Da sua casa, da sua gente Ela gosta muito Faz cara de anjo, mas lá no fundo Vive seu mundo cheio de poder Ela não só gosta como ama ser A melhor pessoa, superior Dona da paz, da guerra e do amor Ela gosta do sol, do amanhecer E quando Ela olha do alto Espera apenas o silêncio No máximo um sim Apenas um sim do seu súdito E quando o mundo acabar Quando tudo chegar ao fim Vai ser ela, vai ser Quem vai rir por último Uma gargalhada como ninguém nunca viu Fatal como qualquer música de Gal E quem tem coragem Entra em seu caminho Vira tapete para os seus pés E quem tem coragem Apenas agradece sorrindo

Nação

Quantas cores cabem em uma bandeira? Quantas bandeiras cabem em uma cor? Todo dia uma lamentação Todo dia um pedido de perdão É muita falta de amor O ônibus está pegando fogo O tiro não é de borracha O tempo não apaga Vida no fio da navalha Tudo é cruz e espada Ladrão não gosta de livro Nem de paz, nem de educação Quebra lâmpadas, vandaliza Vive da escuridão Crianças querem brincar Com suas armas de brinquedo Mamãe reza na igreja Papai quer paz na hora da cerveja Não adianta fugir do destino Não adianta ter medo Todo mundo sonha Ordem e progresso Palavras mágicas Eu também quero Todo mundo sonha Fazer revolução Não existe herói da nação

Terno e Caixão

  Vou colocar meu melhor terno Cortar o cabelo, lustrar o sapato Passar perfume, consertar meu hálito Ficar bonito é preciso Família, amigos, desconhecidos Parece até que estou dormindo Cafezinho, conversa, piada Choro, gargalhada Gosto dessa gente toda reunida Nunca fui amado assim em vida Mais que tristeza Agora só em cima da mesa Da funerária virei freguês Pena só morrer uma vez E não adianta comemorar Agora estou em todo lugar

Atual

  Músicas do passado Sempre tão atuais Triste realidade, triste Todos nossos sonhos Ficaram para trás Hoje é cada um por si O resto tanto faz Bandeira que aquece Que serve para ser cuspida No melhor dia de nossas vidas Eu queria apenas ser feliz Ser feliz Morrer de tanto lutar Lutar para morrer Para livrar de todo mal Para não dizer amém Não parece mais estou indignado Meus versos são raros Muito bem disfarçados Menino sem pai Menino sem mãe Sem nação Não teve revolução Não deu tempo O choro era real O choro ainda é real Medo na tela da televisão Medo em rede nacional

Dúvidas

  Você vive perguntando coisas Querendo saber de tudo Mas nem tudo tem resposta Você pergunta das minhas memórias Quer saber todas histórias Mas não tenho quase nada para contar Prefiro escrever uma canção Papel e caneta, minhas memórias Música para dor de cotovelo Amor e um violão Não vou falar de mim Nem revelar segredos Prefiro falar das suas mãos De todos os seus dedos Da cor do seu esmalte Sua beleza no espelho Vou procurar palavras bonitas Para falar dos seus olhos E quando não tiver mais assunto Vou falar de qualquer tema Do meu Fusca cinza, do pano da minha blusa Ou de um filme do cinema Vou falar apenas o que eu quero Não o que você quer ouvir

Quando Eu Morrer

  Quando eu morrer Vou ser amado por quem me odeia Elogiado por quem me detesta Quando eu morrer Vão dizer que eu faço falta Vou virar nome de rua sem saída Estampar última página do jornal Quem sabe até de uma revista Quando eu morrer Alguns vão duvidar Outros vão descobrir que eu ainda estava vivo Quando eu morrer Vai ter música em forma de oração Louco batendo palma, dançando Falso fazendo figa pedindo perdão Quando eu morrer Vou tocar harpa no céu Dar um beijo na face de Deus Roubar asas de um anjo Oferecer maçã para Eva Quando eu morrer Vou visitar o inferno Cuspir e fazer chover

REI

  Vou correndo olhar pela janela É o Rei que está passando Faço um aceno, balanço um lenço O Rei está cantando Deus salve o Rei, reverências mil Saúde para a vossa majestade Viva o Rei do meu Brasil O Rei está jogando rosas Súditos estão aplaudindo Sorriso de diamante, tapete vermelho Salve nobre realeza, salve o Rei brasileiro Agora o Rei já foi, passou Dobrou a esquina, partiu Foi alegrar outras vizinhanças Minha mãe chorou, chorou O Rei ainda vai voltar Quem é Rei nunca perde o seu lugar Janela fechada Amanhã é outro dia Sorte de um povo que tem um Rei Tem seu canto, sua alegria

Planeta Brasil

  Moro no planeta Brasil Cheio de seres estranhos Gente desse tamanho De coração pequeno Sem nenhum coração Moro no planeta Brasil Onde morre de fome Onde a fome não morre E a cama é o chão Eu moro, sobrevivo Aqui no planeta Brasil Onde o afogado morre de sede Onde o medo vive presente Planeta que a caneta é um fuzil Mas isso tudo não é tudo O planeta Brasil é lindo Quando bem cuidado Quando não está dormindo Planeta Brasil Também tem gente boa Mas de tanto girar Tem hora que enjoa

Sorriso

  Meu último sorriso verdadeiro Faz dois anos e meio Triste é quem não percebeu Ruas vazias, jardins sem flores Noites em claro, quantas dores Doenças, todas Do corpo, da alma, da mente Remédio ou veneno Chá ou canja Último beijo, última dança Carta de três páginas Ou um até logo Viver é não ter esperança Mais um trem, mais uma estação Poucos passos, solidão O momento certo, talvez o errado Tudo tem um fim Ou um final antecipado Nem céu, nem inferno Eu vou para o mar Não existe castigo Para quem só quer voar Fugir da realidade Sofrimento não é divino Cada um sabe o seu destino

Lua

  Qual é a cor da lua? Será que está com roupa ou nua? Branca, amarela, vermelha Apagada ou acesa Guiando marés, mãe natureza Lua, vida, lua Casa de Jorge Noite, brilho forte Inspiração O tempo em suas fases O planeta em sua face Na gravidade da sombra Lua inteira lua Mesmo sendo metade Lua de mel, de verdade Outras cores Lua sempre lua Azul, prateada Blue, nunca é escura Atraindo olhares Seguindo meus passos Por aí, qualquer rua Da janela, ela Linda, toda linda Linda ela Lua de amor Lua bela

Mãe

  Aniversário de mãe Dia Santo Aniversário de mãe O amor é tanto Aniversário de mãe Emoção e pranto Aniversário de mãe Vida e sol Aniversário de mãe Luz e farol Aniversário de mãe Rosa e girassol Aniversário de mãe Fé e religião Aniversário de mãe Beijo e palavrão Aniversário de mãe Amizade e solidão Aniversário de mãe Rainha e realeza Aniversário de mãe Luz acesa Aniversário de mãe Festa surpresa Aniversário de mãe Chinelo Havaiana Aniversário de mãe Deusa africana Aniversário de mãe Dor e cesariana Aniversário de mãe Em nome do pai Do filho, do espírito santo Aniversário de mãe

Morto Vivo

  Morto, vivo Morto vivo Vivo morto Morto e vivo Enterrado vivo Vivo meio morto Vivo ou morto Sempre tem um corpo Um corpo frio É um corpo morto Mesmo vivo Sempre morto Corpo presente Última vez de um morto Do quente para o frio Difícil ser vivo Fácil ser morto no Brasil Basta estar vivo Para ser um morto Morto que está vivo Dentro do corpo De quem não morreu Ainda não morreu Morto é aquele Aquele que um dia viveu

Vou Mudar

  Vou fazer uma turnê Vou rodar o país Vou atrás de Deus Vou atrás do Diabo Vou enfrentar tudo e todos Não vou ficar calado Vou gravar um disco Vou mudar o ciclo Vou cheirar perfume Vou chocar o mundo Vou querer intimidade Pisar em seu estrume Vou virar maldito Vou usar roupa preta Vou fazer rock pesado Vou comer hot dog Vou salvar um coelho Inventar um novo tempero Vou andar nas nuvens Vou fazer mistério Vou inventar uma banda Vou cantar Maria Bethânia Vou virar um ídolo Internacional Vou fazer versos proibidos Não dou entrevista para jornal

Beijo

  O beijo Que vem depois do cheiro Do olhar, depois do sim Até o beijo roubado, não é tão roubado É fácil perceber quando o outro está a fim O beijo Rima com queijo, mas o gosto é doce Começa e termina, não termina Recomeça depois que terminou O beijo É o passo decisivo do amor Momento de avançar Ou respeitar e saber que acabou E tem outro beijo de amor Mas não o amor que você está pensando Amor de pai, mãe, filho Beijo de respeito, sem medo Beijo na testa, no chão Veneração Beijo que leva tempo, que permanece ao longo do tempo Último beijo Antes da tampa do caixão

Sonho

  Banca de jornal, olhando revistas Namorando artistas Sonhando alto, bem alto Na tela do cinema, na cena da novela Amor de Hollywood Óculos de sol para olhar o céu azul Para viver uma vida blue Fãs correndo atrás de mim Trilha sonora, Beatles e Pato Fu Filas e mais filas de empregados Vários e vários retratos Contrato milionário Ser notícia, virar notícia Na boca do povo Fofoca e malícia Expectativa e realidade Vida de pobre é imaginar Pensar que está com tudo Que vai dar volta no mundo Que é um popstar Vou virar um astro Uma estrela cheia de brilho Hoje sou o o famoso quem Faço show na frente do espelho Ainda sou um Zé Ninguém

Felicidade Estranha

  O casal mais estranho da cidade É o casal mais feliz da cidade Felicidade é um estado de espírito É achar o feio bonito Dar um sorriso quando tudo parece perdido Nem todo mundo entende Nem todo mundo quer entender O gosto bom da vida, o bom gosto da vida Simplesmente seguir em frente Simplesmente viver Olhar no espelho e ver uma pessoa linda Dar risada dos defeitos Aceitar os erros, o tamanho da barriga Entender todos os medos E quando o tempo fechar Um banho de chuva Numa viagem louca Ou numa noite de lua Cheia, gigante, de sangue Dançar, dançar, dançar Todo problema tem solução É só não desanimar O casal mais estranho da cidade É o casal mais feliz da cidade

Fantasia

  Será que estou sendo observado? Será que estão reparando Em meu cabelo, minha roupa, meu jeito? Será que alguém está preocupado comigo? Será que sou apenas mais um na multidão? Será? Será? Será? Tenho medo do sim e também do não Vou andar por aí Gritando para não ser ouvido Eterno conflito Ser visto ou passar em branco? Será que sou invisível Ou sou um monstro insensível? Godzilla invadindo a cidade Uma linda pétala despencando em minha cabeça Será que vou deixar saudade? Chiquita, pirata, colombina Viver é uma fantasia Um beijo escandaloso Melancia no pescoço Ser notado, anotado Discreto até mesmo pelado Meu corpo está em chamas Na fogueira das vaidades Vou desfilar, enfrentar a multidão Abrir um mar de gente Contra frieza do mundo Abraços quentes

Marciano

  Por todos os lados Em qualquer ponto do espaço Procuro e ainda não vejo Dou tchau, mando até beijo Alô alô Marciano Estou no Brasil, embaixo do pano Aqui de malas prontas Apareça qualquer dia, apareça qualquer ano Minha melhor roupa Braços para cima Alô alô Marciano É só puxar, não tem outro plano Quero morar em Marte Cansei de tudo e de todos Cansei do ser humano Planeta vermelho, homem verde Suave na nave, disco voador Viajar, passar perto de Deus Deus é colorido, Deus é amor Agora vou tirar um cochilo Quando chegar, entre sem bater Já lavei o pé, passei perfume Separei uns legumes Vai ter sopa em Marte Vai ter vida inteligente Um pouco mais de felicidade

Desde 1978

  Desde de 1978 Vivendo e sobrevivendo Indo devagar, aos poucos Sentindo o gosto da vida Enquanto ainda tenho vida Antes da partida, antes do fim Um jovem velho, velho meio jovem Será que já cheguei na metade Do caminho, da estrada? Nunca gostei de linha reta Fiz curvas, fui pela contramão Atropelei o destino Abracei o céu, beijei o chão Luzes, cores, dores, amores Passos largos, já não tão largos assim Erros, acertos, erros Os mesmos medos de outros tempos Agora tenho tempo para mim E tudo se repete Nove de abril todo ano tem Apenas mais um ano São os dias passando Sorrindo ou chorando Esse é o peso que carrego Sou apenas mais um ariano

Cadeia

  Vou invadir sistemas Casas, bancos, cofres Vou invadir sua alma, seu coração Está tudo armado, planejado Vou de forma sorrateira No silêncio de uma madrugada Já armei todo o esquema Plano no papel e na cabeça Conheço até suas senhas Vou deixar pistas Rastros, pegadas Espalhar minhas digitais Para você saber exatamente A identidade do culpado Vou assumir meu crime Aceito até ser rastreado Atrás dessa minha cara de nerd Tem um ser apaixonado Ladrão de filme de ficção Vou pular em sua rede Para dormir e balançar com você Entrar em suas veias Sua corrente sanguínea Eu tenho a chave da cadeia

Tristeza

  Músicas tristes em dias alegres Músicas alegres em tardes tristes Sorriso para disfarçar o choro Lágrimas depois de muitas risadas Não existe critério, não existe mágica Tristeza não é inspiradora É um estado de espírito Tristeza e alegria sempre têm um fim Nada pode ser permanente Dor física, dor da mente Então pule, grite, essa música é para você Use e abuse como bem entender O momento é seu, todo seu Cante para viver ou morrer Dentro da minha música A pessoa ideal que eu gostaria de ser A pessoa ideal que eu gostaria de ter Ou apenas uma forma que eu gostaria de viver Meu mundo ideal não é triste, nem super alegre Importante é não sofrer

Perfume de Mulher

  Faca entre os dentes Veneno de serpente Mistério de mulher O poder no olhar, o olhar Que diz muito, que diz tudo Que invade meu corpo Me faz entender o fogo Tão bom ser um louco Para morrer em seu beijo Sigo o rastro do perfume Sinto amor, sinto ciúme Do vento, do tempo Que faz você despertar Gosto do som do seu sorriso Do barulho da sua beleza Seu segredo que eu tento desvendar Um brinde para os nossos sonhos Um brinde para os nossos pensamentos Taças trincadas, quebradas Sorte ou azar, eu amo mesmo é amar Seguir seus passos por ruas e estradas Você é flor, planta Flor no vaso não faz sentido Seja livre, seja vida Seja o que quiser Vou estar sempre aqui Em toda chegada, em toda despedida

Prazer

  Nem todo mundo entende O gosto pelo gosto do prazer Prazer é assim Difícil de explicar, difícil de entender Só quem sente sabe E quem sabe não consegue esquecer O calor do chão, o calor do corpo Vontade de querer, aceitar Morrer nos braços do carrasco Ou simplesmente agradecer Não existe vitória ou derrota O que existe é prazer Fogo que queima, arde Fogo para quem gosta do fogo Quem faz fumaça, quem abraça Quem rasga dinheiro, que ama ser louco No sabor de um beijo No beijo de canto Na ponta da bota, do chicote Roupa que aperta, na falta dela No que desejo que explode No balanço de um corpo parado Só quem sente sabe, sempre sabe Viver é ter prazer Olhar o mar e não mergulhar Não é fácil resistir