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Mostrando postagens de julho, 2023

Mente

  Minha mente é um vaso Cheio de flores Coloridas, cheias de vida Regadas de amor E quando tudo alaga Tudo vira água Espalha meu prazer Excesso de líquido Faz mal, faz morrer Minha mente é uma montanha-russa Altos e baixos Coragem e medo Gritos, sonhos, pesadelos É paz, é dor Sou qualquer coisa Coisa nenhuma Uma busca constante Minha mente é um diamante Brilhante e raro Sou um grão perdido no espaço

Turma do Caldeirão

  Churrascos, casamentos e afins Cervejas, caipirinhas Tequilas, dancinhas Turma boa é assim Começa cedo Desliza pela tarde E não tem fim Doces e seus sabores Delícias de várias cores Bons amores Tudo cabe, cabe tudo Na turma do caldeirão No coração feito de festa Torre de Babel Quem ficou ou foi para o céu Ser feliz é nossa meta Sempre Tio, sobrinho, pai Mãe, cunhada, animais Amigos, amigos dos amigos Namorado, namorada Colega do cunhado O sogro da sogra Qualquer um pode chegar Encontre o seu canto Encontre seu lugar Na turma do caldeirão Todo mundo é irmão

Sou o Pai da Mãe

  Sou pai da minha mãe Sou o tempo contrário O outro lado da vida Um anjo solidário O protegido que protege Sou quem cuida, quem serve Quem faz você sorrir Sou uma palavra amiga Sou paz, o bom clima Remédio sem contraindicação Uma dança tão bonita Sempre um bom dia Sorriso contra solidão Sou esperança e fé Quem faz você ficar em pé E caminhar nas nuvens Sou sua alegria O amor que contagia Pegue em minha mão Não precisa ter pressa Vamos fazer uma festa Viver para proteger

Pedaços

  Cada pedaço do meu corpo Um pouco de mim Um poço de sentimentos Marcas do tempo Histórias sem fim Sou resultado de todos os anos De todos os planos Dos erros e acertos Meus medos humanos Escrevo cartas para o passado Dou dicas, mando recados Mas jovem é teimoso Não escuta ninguém Quebra a cara Não dá o braço a torcer Foi assim que aprendeu viver Quantas chuvas ainda vou tomar? Quantas noites ainda vou chorar? O futuro é mais que duvidoso É um segredo bem guardado Um dinheiro esquecido no bolso

Meio

  Todo amor Tem começo, meio e fim Pior dor Quando o fim chega no meio Quando ainda não é tempo De terminar, acabar assim Mas todo amor acaba Algumas vezes sem explicação Por nada, do nada Quem sofre é o coração Na solidão das madrugadas Um jogo de xadrez Uma corrida depois do três Na hora do já Já é tarde demais Não existe talvez Morrer aos poucos É sofrer mais Não existe outra opção Depois da guerra O silêncio é confundido com paz Todo amor Tem começo, meio e fim Só conhecemos o começo

Fria

  Minha poesia fria Adora falar de amor Do mais quente, louco O desvairado amor Minha cara vazia Esconde o clima Todo o clima Que pinta entre nós O desejo é rima Arma de um artista Que não precisa ter voz O amor tão falado Odiado Por alguns coitados Que não conhecem o sabor Do irreverente amor O mais comentado O exaltado amor Pobre de quem está condenado Que vive jogado Sofrendo cheio de dor Minha poesia fria Conta mentiras Revela verdades É disfarce Mensagem subliminar Só descobre o segredo Quem ainda sabe amar

Margarina

  Gosto de manteiga Mas propaganda de margarina É muito melhor Eu como o coração Mas da galinha Eu tenho muita dó Nem tudo é Como a gente quer Nem tudo faz bem Um sorriso falso Não engana muita gente Mas sempre engana alguém A bailarina que tanto gira Pula Não tem tontura Mas tem dor no pé Sofre com chulé Nem tudo é Como a gente quer O chão nem sempre é firme Nem sempre resisti Ao peso de todas as coisas Ter costas largas Dinheiro que não acaba Não quer dizer nada Quando o fim chegar É preciso ter fé Pois nem tudo é É como a gente quer

Mar de Solidão

  Não sei viver longe do mar De Caymmi, de Iemanjá De sua brisa doce Suas mil cores Seu calor gostoso de abraçar O mar Que cura feridas Ondas suaves e finas O banho que não canso de tomar Que lava alma Cura todos os traumas Esconde lágrimas na hora de chorar E quando quero apenas Apenas um pouco de paz Quando não tem mais jeito É o mar que distrai o meu olhar Minha mente fervendo Por um instante, por um tempo Adormece e para de borbulhar Para lembrar, para esquecer No traço do pintor O poeta deprimido Apaixonado, cheio de dor Cavalos-marinhos Coroa de espinhos O mar e sua imensidão Minha casa, o infinito Por todos os lados... Solidão

Tradição

  Tradicional família brasileira Fala boa noite antes de dormir Sonha tomar banho de banheira Tradicional, família, brasileira Corre na escada rolante Pendura roupa na esteira Liga televisão para reclamar Briga com a novela Olha safadeza no celular A moderna família brasileira Ainda come pastel na feira Mamãe marcou consulta Papai prefere cerveja Tem medo de vacina Mas toma remédio Por qualquer besteira Essa é a tradicional família A família, a família brasileira Festa na casa do primo É hora do pavê Crianças correndo Tias enlouquecendo Vai ter amigo secreto Barraco no prédio Já é sexta-feira Na casa da tradicional família brasileira Tradição é tradição Ouvir Titãs e depois Legião

Tinto, Branco

  Mais um dia chegando ao fim Som de piano, nossos planos Um tinto, um branco Distraímos um segundo E o sol já apagou sua luz Nosso brilho tomou conta Essa noite vai ser longa O desejo que nos conduz Será que vamos conseguir Observar o sol nascer? Será que vamos lembrar De parar de enlouquecer? Tudo já está tão azul Cegos olhando pela fechadura Surdos escutando sem censura Ninguém explica o prazer Mas todo mundo entende O silêncio que invade Toma conta do ambiente Já conhecemos o caminho Sem volta

Vivo

  Ainda estou vivo Braços abertos Tentando um sorriso Com toda minha força Minha pouca força Vou indo Ainda estou aqui Sou contagem regressiva Homenagem em vida Último ato do artista Uma inspiração A poesia do poeta Palavras da salvação A dor é inevitável Faço tudo para suportar O céu está tão perto Vai desabar Sobre minha cabeça Tristeza no último olhar Não tenha pena de mim Não derrube lágrimas Cante apenas uma canção Observe o universo Descubra pequenos sinais Perceba minha presença Na natureza, nos animais Mas ainda estou vivo

Fofocas

  Fim de tarde Quase noite Xícara de café Um cigarro Outras drogas Fofocas Papo de fé Tempo passando Mundo acabando A gente falando De quase todo mundo Choramos de rir Da nossa língua venenosa Ninguém consegue fugir Loucura desenfreada Mais algumas boas risadas Falhamos miseravelmente Mas não precisamos de nada Exageramos Exaltamos os defeitos E algumas qualidades Mentiras com cara de verdade Agora é tarde Mas ainda temos tempo Para alguma nova maldade

Encharquei

  Você caiu do céu Feito chuva, feito temporal Eu na rua sem guarda-chuva Abri os braços e aceitei Deixei o corpo molhar Encharquei Eu fui para o céu Depois de olhar o seu olhar Depois de um beijo longo E abraçar você Motivo de todo o prazer Feito chuva, feito temporal Encharquei, molhei Depois de tanta chuva O sol tomou conta de mim Tudo ficou mais azul Você meu pote de ouro Agora o clima é outro Mas todo cuidado é pouco O frio vem lá do sul Previsão de um futuro incerto É isso que gosto Isso que eu quero

Bondade

  Meu gosto diferente Só você entende Todo mundo feliz Eu sou feliz assim Não adianta explicar Para quem não quer entender Gosto de enlouquecer Quem explica o prazer? O chão tão gelado Outro dia um agrado O seu palavreado Arrepia e faz chover Faz renascer O que não morreu O que nunca vai morrer Uma ideia sua Ousada, absurda Que eu sempre digo sim Não sei dizer não Acho que nem quero Quando penso que você sumiu Surge feito furacão Abro minha mão Sou seu gigante gentil Meu sorriso diz tudo Não sei esconder felicidade Registre, filme Amo rever minha bondade

Silêncio

  O tempo mudou Você mudou Esfriou Sem motivo Nenhum motivo Já puxei pela memória Revirei nossa história Não lembrei de nada Nenhuma falha O que aconteceu? Explique seu silêncio Juro que não entendo Cansei de tentar entender Fale alguma coisa Não deixe o amor O nosso amor morrer Vou lá fora tomar um ar Vou dar uma volta no mundo Juro que volta já Precisamos conversar Mesmo para depois terminar Dentro do peito Uma pedra de gelo Dois dedos de uma bebida Um brinde para sua alma fria

Intimidade

  Intimidade Amor despido de vaidade Toda vaidade Risadas bobas, pequenas alegrias Nem sempre bem Mas com você todo dia Cheiro, sabor, suor Tudo na base do olhar Com roupa, sem roupa Intimidade Não ter vergonha de amar O próximo passo Desejo automático Saber tudo antes Beijar ou morder O que ninguém pode Eu só deixo você Em um quarto escuro Reconhecer pelo sussurro Intimidade Não ouvir seu barulho Escutar seu silêncio Portas abertas pela casa Nem sempre achar graça Nossas verdades In-ti-mi-da-de

Sozinho

  Um dia você aprendeu andar sozinho Dois ou três passos e caiu Percebeu que não é fácil Nada fácil Mas nunca desistiu Um dia você abriu os olhos Correu para brincar Caiu, ralou o joelho Nem viu o tempo passar Olhos nos olhos Um breve namoro Amanhã nunca mais Outro beijo na boca Vida mais que louca Jovem não gosta de paz Guarda-chuva que sumiu Agasalho na bolsa Dor no joelho que não passa Remédio na hora exata Mais um aposentado no Brasil Você corre atrás Mas o fim sempre chega primeiro Não tem jeito

O Menino

  O menino na janela Asas para imaginação Viagem encantada Tardes quentes, noites geladas O menino na janela Futuro herói da nação Vai para a lua Para o sol Outro continente Viaja pelo espaço Sempre para o alto Sorriso de contente O tempo passou E o menino continua lá Olhando paisagem Cheio de coragem Pronto para voar O jardim já não é mais o mesmo O céu um pouco mais cinza O alimento virou veneno Loucos em movimento Máquinas sem sentimento O menino na janela Triste e em silêncio

Maldade

  Durmo pouco Tenho sono leve Um olho fechado Outro bem aberto Estou sempre esperto O inimigo não marca hora O falso amigo sim Sou o alvo Sei o que querem de mim Todos esperam um deslize Um escorregão, um erro Não posso e não vou dar esse gosto Não vou vacilar Não vou dar mole Para quem só quer roubar Todo dia é dia De brigar e defender Deixar claro Que você vai esperar Só um pouco mais Muito mais Sentado, bem relaxado Quando o sol esfriar Fantasma morrer O coringa chorar Vai para longe com sua maldade Sou filho da verdade

Difícil

  Resisti um segundo Um piscar de olhos Um suspiro profundo Com toda minha resistência Disse sim, apenas sim Agora é tarde Não tem mais volta Vamos nessa, vamos embora Você sabe convencer Uma palavra basta Até o seu silêncio agrada Com toda minha resistência Vontade vem e não passa Já disse sim, de novo sim Você traz flores Poderia ser até de plástico Promete amor eterno Qualquer amor eu quero Até o menos sincero Sou difícil (para caramba) Você percebeu o quanto Dois passos e um canto Hoje sim, hoje não Lógico que sim Mais uma vez sim Minha inteligência é artificial Até dia triste vira Carnaval

Timidez

  Penso, ensaio, tento Falar do meu amor Todo meu amor Treino na frente do espelho Mas essa dor no peito Toda essa dor Dinheiro não compra coragem Nem cura o medo Todo não, um simples não Um pesadelo Mil tentativas de falar Minha insegurança O temor de contar Que apenas amo Que só quero amar Sou um medroso Tímido que desvia o olhar Timidez Arma que desarma Desejo sem palavra Delírios dilacerantes Em silêncio Simplesmente amante

Silêncio

Mais um minuto de silêncio De minuto em minuto É muito tempo Mais um corpo que cai Antes da hora Cedo demais Mais um dia que não termina O preço de uma vida Errado virando rotina Portas fechadas Mundo sem saída Tudo sem graça Alegria vem e passa Tristeza é para sempre Não acaba Não acaba não O telefone vai tocar Apitar e não é você Não preciso mais preocupar Só queria mesmo acordar Olhando seu olhar

O Tempo

Meu tempo no espelho Muito bem representado Vejo o passado E até o futuro Arrumo o cabelo Ameaço dar um murro Todo dia o mesmo medo Um tremendo susto Corpo sem roupa Algumas vezes sem alma Com vida e sem vontade Tem dia que é assim Tem dia que é tarde Imagem distorcida Anos de sorte e azar Os dramas são reais Nem sempre estamos bem Tudo bem Pedaços despedaçados O que sobrou de mim Coração dilacerado Ainda posso sorrir Ainda posso existir Sou reflexo do tempo

Servo

  Mesa quatro, mesa nove Mais uma garrafa Mais um líquido nobre Uma cerveja, certeza Que vou fazer você feliz Desci uma, mais uma Que tal outra? Juro que não esqueci Já estou indo aí Sou garçom da sua vida O que vai servir e alegrar Uma palavra de sabedoria Bênção dentro do bar Uma oração para agradecer Uma conversa para espairecer Um brinde para o Santo O último antes de morrer Leve seu corpo, sua alma Vou refrescar sua memória Cevada gelada Na bandeja, em minhas mãos Dias de glória E não esqueça Não esqueça, meu bom Daquela gorjeta esperta Para o seu amigo garçom Vou servir por todo minha vida

Formiga

  Sou uma formiga Na boca um cigarro Desviando dos carros Esse mundo colorido Os melhores sapatos Sobre minha cabeça Mas eu resisto, resisto Ainda estou vivo, vivo O brilho nos olhos Dos vilões e dos mocinhos Guerra entre amigos Inimigos, vizinhos Sou uma formiga Procurando abrigo Ninguém pede desculpas Ninguém aceita ter culpa Humanidade perdida Ninguém pede perdão Ninguém estende a mão Humanidade falida O coturno esmaga Meu corpo de borracha Que volta mais forte Sempre forte

Templo

  Eu inventei os sonhos Monstros da imaginação Eu criei o tempo Os templos da salvação Beijei os pés dos anjos Desejei saúde para Deus Espalhei o pó do amor O meu palco é no alto Sou o grande teatro O leão e o domador Eu inventei o vento O sopro do dragão A loucura, a ilusão O som das trombetas Noites claras, manhãs pretas A folia, o folião O passo do gigante A união das formigas Toda vontade, toda preguiça O que sobrou dessa vida Inventei poucas chegadas E muitas despedidas O chão e o céu O grito e todo o resto Moradores do inferno O beijo, o desejo e o mel

Filme

  Você é um filme repetido Mas com final diferente Faz sorrir, faz chorar Ter muita raiva Mas querer mais, mais Sempre Sempre você faz Guerra e paz Em questão de segundos Cria calma, abala o mundo É bossa nova É rock É oito ou oitenta mil Água fervendo Água benta Quem aguenta? Aceito, eu me rendo Eu não vou mudar seu jeito Não tenho cabeça Muito menos tempo Já acostumei com você assim Agora é até o fim Você é um filme Que não canso de assistir Nem sempre é feliz

Dor

  Sorrindo, mas com dor Não no corpo Na pontinha da alma Sorrindo, mas com dor Loucos conflitos Ontem tão feliz Hoje não levantou Preferiu dormir Tem dia que é assim Assim mesmo Não entende Então não questione Não sabe Então não fale O bebê só vai parar de chorar Quando mamãe voltar Quem puxou o gatilho? Quem ensinou atirar? Quem matou o filho? Quem pulou do sétimo andar? Sorrindo, mas com dor...

Fim de Samuel

  O fim é o começo De um outro tempo Amanhã tem mais Só um pouco mais Morte bem calculada Mortes não programadas Todos os dias alguns sinais O grito é de pavor O tamanho dessa dor Tudo passa, já passou Saída à francesa Amigos da realeza Parando antes de ser parado Cantando para não ficar calado Uma canção com meu filho Ainda gostamos dos mesmos discos Antes que seja tarde demais Um dia ainda vou aprender Conviver com toda essa paz Beijei o céu tão cedo Fui corajoso, valente Só agora pintou o medo Mas como todo mundo sabe O fim é sempre o começo

Corpo

  Seu corpo Falado Desejado Bonito Seu corpo Sonhado O mais querido Seu corpo Xingado Humilhado Criticado Só porque é mostrado Incoerência Da hipocrisia Dos hipócritas Inveja Opinião idiota Pouco importa Exposto Sem roupa Boca do povo O sabor de ser O que quiser Carne que incomoda Alma mais que morta O corpo Assunto principal Tabu No país do carnaval

Cagadas

  Planos são feitos Para serem esquecidos No dia seguinte Com o próximo amigo Toda hora penso estar apaixonado Nem sempre estou errado Cabeça, coração, intestino Tudo tem seu ritmo Que eu não sei controlar Sou especialista em cagadas Não tem dia certo Mas normalmente é na quarta O planeta está por um triz Muito perto de acabar Enquanto não acaba Eu tento chegar lá Em qualquer lugar Sei que vou errar Então erre comigo Não quero ficar sozinho Já quebrei pratos e copos Vasos e alguns discos Tenho mais um plano Para ser esquecido

Estrelas

  Vejo estrelas esquecidas Que já não estão mais lá Vejo soldados e suas armas Com vontade de matar Sonhos são desfeitos Antes do tempo Antes mesmo de madurar Gargalhadas e sorrisos Felicidade sarcástica Todos os conflitos Os piores gritos No silêncio da madrugada Ternos e vestidos Filhos tão bonitos Berço esplêndido Amanhã não tem festa Amanhã não tem feira Amanhã não tem amanhã Tristezas verdadeiras Documentos nas gavetas Pratos vazios Tênis e suas meias Grandes certezas Mais um dia de frio Estrelas esquecidas Apagadas

No Chão

  Uma casa cheia de espaço Cozinha, banheiro, quarto Muita diversão Vou ser a diversão O melhor programa da sua televisão No chão, jogado Rastejando Entregue ao quadrado Feliz com suas surpresas Doces brincadeiras O sonho morreu ajoelhado Matando minha sede Matando toda minha fome Ganhando outro nome Escolha o mais bonito Do cachorro ou de um filho Um presente para agradar Meu ego, minha garganta O meu paladar Eu digo sim, sim E já sei, eu sei O melhor jeito de pagar Seus bichos tão soltos Eu aqui tão preso Cada um conhece Sua dose exata de veneno

Estranha

  Toda força é estranha Quando o corpo vai Para qualquer lugar Sem perceber Toda força é estranha Quando o olhar atrai E simplesmente faz Qualquer um enlouquecer Eu não quero entender Eu não quero nem pensar Vou apenas sentir Tudo aquilo que não sei Mas que faz bem Muito bem Não estou aqui para descobrir Os mistérios dessa vida Vou apenas viver Antes da despedida Boas energias Olhos fechados, abertos Sorriso de alegria O som dos sinos O prazer de apenas estar vivo O amor enxerga no escuro

Bobos

  Quando o assunto é amor Os versos são bobos Os gênios ficam loucos Tudo ganha um pouco mais de cor Quando o assunto é amor Noite sem lua é cheia Banho macio de areia Até roqueiro fala de flor Qualquer poesia é Cazuza Qualquer Roberto é Rei Qualquer Renato, eu sei E não importa a estação No coração do apaixonado É sempre verão, sempre verão O sábio perde sua sabedoria O palhaço sua alegria O sol apaga ao meio-dia Quando um amor se vai Quero viver eternamente nessa prisão

De Volta Para o Futuro

  Fui expulso do futuro Jogado para o passado Voltei alguns bons anos Parei do outro lado O vento está tão forte Parece até que vai chover Já não tenho mais equilíbrio Meu castigo é não morrer Atravesso vidas Atravesso séculos Sei todas verdades Todos mistérios O mundo não é sério Não é Moro dentro da ampulheta Sou um grão de areia O que escapa entre os dedos O que ninguém segura Simplesmente o tempo Não paro em lugar nenhum Em lugar algum Viajo pelo espaço Vivo sempre jogado Não sou nada comum Agora fui expulso do passado...

Choro

  Eu choro Em noites frias Noites quentes Eu choro Quando fecho os olhos Choro No banho, no mar Para enganar, disfarçar Pousado na lua cheia Tardes de outono Em volta da fogueira Madrugadas Choro quando lembro Que ainda não chorei Quando esqueço Tudo que eu ainda sei Motivos para chorar Um trem sem freio Difícil controlar O choro desgovernado Lágrimas para limpar o pecado Alma dando recados Todos os sinais Choro em silêncio Na paz