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Mostrando postagens de agosto, 2023

Triste Fim

  Lindo azul Cor do manto Do pranto Cinza da dor Toda cor O céu Em cima do céu O que tem Em cima do céu? Gente ou nada? Será que tem vida Ou tudo acaba? Quando eu morrer Vou descobrir Certo ou errado Deus e o pecado Ou apenas o fim E não encontrar Quem eu sempre amei Tristeza no olhar Triste demais Silêncio e escuridão Não quero essa paz

Veneno

  Gosto de olhar você dormindo Gosto de imaginar seus sonhos Gosto de saber que está aqui comigo Gosto de perder horas em seus braços Gosto de acordar e você continuar dormindo Gosto de preparar o café E ver você acordar sorrindo Horas voando, mais um dia acabando Eu tentando segurar o amanhã Agora vem o medo da solidão Porta fechando, fechada, fechou No colo da depressão Desabo, cheiro, choro, morro Sem exatamente morrer Sou inconstante, sou vítima Sou apenas um instante Antes de enlouquecer Meu veneno predileto é o remédio

Reclamação

  Você reclama de tudo Tudo que faço está errado Falando ou calado Mesmo assim te amo Eu te amo, ainda Você reclama do meu cabelo Meu perfume, meus pelos Minhas roupas coloridas Minha vida desregrada Toalha molhada na cama Você já acha até normal Fio dental no chão Carteira quase vazia Você solta um palavrão Quando ameaço partir Sair por aquela porta Surge alguém irreconhecível Dedos e mimos Diz que não é para tanto Não é para tudo isso Tem medo, mas não tem juízo Eu juro que não vou melhorar Sei que você adora odiar

  Eu tenho fé Só um pouco De janeiro até dezembro Hoje, ontem, amanhã Eu sou fé Que segue o caminho Sem rumo, sem destino Nem tudo vejo Mas em tudo acredito E toda minha fé Em alguma coisa Que não sei o que é Nem sempre firme Nem sempre forte Mas em pé E quando tenho dúvida Procuro um sinal Eu procuro Em dia claro Ou num quarto escuro É preciso seguir Fé na vida, até o fim O tiro que desvia Mistério que guia Meus passos

Feliz

  Felicidade não tem preço Mas tem endereço Está no canto direito do mapa Lá perto onde o mundo acaba E vai acabar Assim que eu encontrar Ficar de cara com você Felicidade é o sol É toda luz que vem do seu olhar O brilho que não para de brilhar E vou, sempre vou Seguir por ruas, avenidas Em qualquer canto ou esquina Em uma busca incessante Vamos inspirar novos amantes Estou quase no meio do caminho E não vou deixar pegadas Vou para não saber voltar Já perdi o rumo faz tempo

Vozes

  Eu ressuscito vozes Dores, amores Eu ressuscito vivos Quase vivos, quase mortos Quem morreu e nem sabe Eu canto uma canção Do cantor que partiu Já partiu Sou o retrato falado Tempo e espaço Ressurreição Fones de ouvido No ouvido Viajo até o céu Ressuscito flores Cores, folhas Terras mortas Quem está comigo Não vai embora Canto e morro Todo dia Em uma melodia Essa é a magia Da vida

Passa Por Cima

  Quem olha não imagina Que você comanda Que você passa por cima Mas quem conhece sabe Do que é capaz Tudo que faz em minha vida E não reclamo não Não, não Não fala, manda Não pede, obriga Faz olhar para o chão Agradecer e não querer outra vida Loucura é não entender Não aceitar Quem é esperto tá ligado Não tem discussão O mundo é uma pequena bola Bem na palma de sua mão Um brinquedo esmagado Embaixo dos seus saltos Boa sensação Quando a gente confia Não existe medo Nenhum medo Olhos fechados, desejos O bom sabor de um segredo

Diferente

  Dia claro também tem lua Em março tem carnaval Gosto de passar frio na praia E comer ração animal Enxergo gente morta Quando observo o céu Fecho os olhos para voltar no tempo Sou doce, mas sei ser cruel Ser diferente para não ser igual Ser diferente é o meu normal O alimento que mata a fome É o alimento que envenena Criança é maldosa E não tem pena Ser diferente é o meu normal Para não ser igual

Roma

  Ela é de Roma Contrário do amor Tem o aroma Perfume da flor Ela é cantora Gosta de disco voador Tem voz grave Em meu ouvido é suave Plateia de estrelas Beleza de incertezas Ela é história Capítulo inteiro É linda Toda elegante Lábios grandes Dona da canção Canta baixinho No ritmo Cruza suas pernas Levanta os braços Cria o embalo Olhamos de cima Até embaixo Ela é de Roma Ela é fogo

Pai

  Em nome do pai Do filho que nem nasceu Nos braços e na boca Deus Nas barbas do profeta Nem tudo é festa Amor que não morreu Entre conflitos, agitos Portas batendo, gritos Ser pai é padecer na Consolação Do outro lado do Paraíso Em noites quentes O choro fica mais forte Paciência diminui Papai agora está sem barba Mas não tirou o bigode Uma dança, uma cerveja Um trago amargo Amanhã eu falo O que ainda não falei Pai também é quem cria Algumas alegrias Tudo que eu não sei Em nome do pai

Aqui Embaixo

  Não adianta achar Que você domina Que manda com o olhar Não adianta pensar Que você está por cima Que nasceu para comandar Aqui o buraco é mais embaixo Sossegue seu facho Cada um em seu quadrado Nem venha para o meu lado Esse seu lado troglodita Quem não conhece acredita Mas não assusta ninguém Nem cachorro, nem neném Silêncio no recinto Não adianta gritar Não adianta nenhum grito Essa sua cara feia é fome Coisa de gente triste Gente que não come Não adianta achar Você não acha nada

Passando, Passou

  Tempo passando Meu corpo estragando Muito perto do fim E você ainda pensando Fazendo pose Fingindo odiar Vem logo, vem Passou da hora, nossa hora Vamos conversar Amanhã pode ser tarde Amanhã é tarde Já não vou estar aqui Todo segundo é precioso Lógico que eu perdoo Nascemos para sorrir Dei o primeiro passo O segundo é com você Esqueça todas mágoas Águas passadas Não espere morrer Sou fã do diálogo Não curto monólogo Então não demore muito Logo sou defunto E você vai se arrepender Vai chorar, enlouquecer Contagem regressiva O tempo está passando Estamos acabando

Atrapalhado

  Vou contar uma coisa Sei que vai gargalhar Vai rir muito Vai chorar de rir Vou contar tudo Tudo que aconteceu Meu dia foi louco Igual aquele outro Que você não esqueceu Sou muito atrapalhado Você sabe Conhece muito bem Escuta essa, mais essa Continuo sendo uma comédia Gosto dessa sua risada Sempre tão engraçada Mas você partiu, sumiu Sem mais, nem menos Nunca mais ouviu Minhas histórias, aventuras Pena, que pena Saudade das nossas loucuras Hoje é o seu silêncio Que fala sem parar Invade minha mente Todos os cômodos Tristeza e desgosto Não é por acaso Coração rimar com solidão

Proposta

  Qual é a sua proposta? O mundo é uma troca Precisamos conversar Cansei de errar Aceitar sem pensar A vida é um jogo Vamos jogar É minha vez Quer ir além do desejo? Não precisa responder agora Pense para depois não se arrepender Amanhã pode ser tarde Você vai enlouquecer Vamos colocar os pingos nos is Resolver tudo antes de sair Por aí, por aí tentando ser feliz Após o primeiro passo Já era, um abraço O beijo é apenas o início Tesão por todos os lados E esse silêncio fora de hora Prefiro seu barulho Seu papo cheio de história Qual é a sua proposta?

O Tempo...

  O tempo apaga quase tudo Até os bons momentos, o luto Quem não vive não é lembrado Quem morreu acaba apagado É assim, sempre assim Hoje é mais um, comum Amanhã um gênio Acabaram todos os defeitos Ficou sem vida, ficou perfeito Mas o tempo apaga quase tudo Logo vira lembrança Vão nascendo crianças E quem partiu, sumiu Das memórias elegantes Das cabeças dos elefantes Ninguém nunca mais viu Quem era? Quem foi? Nome de rua Rua suja Toda escura O tempo apaga quase tudo Já apagou mais um

Contando Estrelas

  Estava quase terminando Você atrapalhou tudo Faltavam poucas estrelas Vou começar contar outra vez Essa sua beleza confunde Minhas contas, meus cálculos Minha cabeça Agora olho seu olhar Labirinto de espelhos Correnteza que engole Meu corpo já entregue Cansei das estrelas Conto sardas em seu rosto Admiro meu bom gosto Adoro adorar e amar Já amar você Perdi o sentido, o rumo Fiquei tonto, bobo Boquiaberto, baqueado Sem reação, paralisado Foi só um piscar Um raio, relâmpago Um pranto distraído O fim de um ano Rápido demais, demais Ou você quer um amor Ou você quer paz

Caetaneou

  O canto que encantou O canto de quem cantou O canto que caetaneou O canto que falou O canto que emocionou O canto de quem chorou Um abraço que abraça Mão que afaga Amor que não apaga Que faz feliz Toda canção em sua voz Tem um pouco de nós Os vários brasis Nos morros a inspiração No morro o irmão Sangue do sangue da mãe Uma dança quente Lágrimas do poeta Hoje tem festa na pista Prato vazio, sem pressa O negro é o artista Futuro que encanta o passado Som por todos os lados Quem caetaneou o pecado?

Esperto Distraído

  Sou cachorro 🐕 Sem dono Do mundo Da rua Sou qualquer nome Tenho fome Cachorro, cachorro Cachorro eu sou Meu latido é amor Coragem e medo Dor Meu tempo é ao lado De um osso jogado Qualquer metro quadrado Junto com meu protetor Não sou limpo Não sou lindo Sou um pequeno aflito Nem sempre é carinho Sinto o perigo de longe Na ponta do meu focinho Mesmo tão esperto Era só ter ido reto Uma curva errada Uma roda distraída Minha partida Não deixei pegadas Acabou minha vida Vida de vira-lata

Paz

  Tristeza mata Fere, machuca Maltrata Drama dentro da canção É real, realidade pura Minha história O que mora na memória Mais uma noite sem dormir Não existe dia de glória Um grão de esperança Uma semente plantada Em seu coração de pedra Certeza que ainda existe Aquela pessoa boa Que sempre sorriu com os olhos E riu de piada boba Bobas O tempo não fez bem Confundiu o destino Tentei olhar o sol Tentei enxergar você Deu tudo errado Rodamos ao contrário Voltamos para o outro lado Não vou mais atrapalhar Seu silêncio anda falando demais Minha paz vai ser sua paz

Perdão

  Minha alma desarmada Clama seu perdão Meus pedaços espalhados Em pequenos cacos Pedem o seu perdão Passe por cima Pise sem dó Xingue, desconte sua raiva Mas aceite minhas palavras Escute o som do perdão Durmo cedo Para chegar logo amanhã Para ouvir sua voz Ler seu pensamento O momento do... Perdão Chave na porta Quem ama chora Meu idiota coração Errar e repetir o erro Um dos meus piores defeitos Agora vou andar Sentir o sabor do vento Depois do duplo sol Vou atrás da segunda lua Gritar pela rua E não vou prometer nada Não sei cumprir Sou uma piada Meus pedaços espalhados Por todos os lados Ainda sou aquele bobão

Cigarro

  O cigarro não acendeu Só na segunda tentativa O pavor era meu Mas você também tremeu Uma bebida para relaxar Música boa para flutuar Luz apagada Mãos escorregadias O carpete não deixa pegada O gosto do suor O corpo, sem nojo Tempero do prazer Enlouquecer Descobrindo caminhos Desejo é precipício Que eu quero morrer Agora o silêncio que está falando Depois de tudo, tudo Tudinho Do fato consumado Feito, resolvido Amor é lindo Mesmo com cara de pecado No corredor outro cigarro Agora mais leve, suave Vou embora, mas vou voltar Amanhã você em meu lugar O tesão é a arte de trocar