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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Espírito

  Namoro o silêncio, o tempo Olho para o papel em branco Espero o pranto, espero Que meu corpo seja invadido Que vire esconderijo Do seu espírito, do seu espírito bom Fumo um cigarro, relaxo Vou escrever sobre o pecado Falar dos anjos, dos malvados Dos desejos secretos, guardados Viro até do avesso Juro que não deixo Você partir, partir Minha inspiração é sua inspiração No espelho vejo rosto Só não vejo coração Televisão fora do ar Energia solta, sua presença Sua voz tomando conta Antenas captando um sinal Satélites ou planetas, mãe natureza Mais uma poesia, mais um ponto final

Corrida

  Correu, correu, correu Disputou e venceu O caminho de Deus Brotou, fecundou, viveu Sombra do mundo, peso Sobre o peso, fruto do amor Vida antes da vida Tirar é matar antes de nascer, viver O olho no olho, o beijo O aperto no peito Orgulho de ver crescer Bicicleta sem rodinhas Para girar, girar, girar Voltar para o mesmo lugar Sorriso cheio de amor Mãe e pai, pai e pai Mãe com mãe Amanhã vai ser outro dia Vai ter choro, vai ter alegria Transas e caretas Descobertas Contando estrelas Contando histórias para dormir Antes de partir, antes de partir

Vagabundo

  Um vagabundo De terno e gravata Ou regata Vai sempre ser um vagabundo Vagabundo não é malandro É outro plano Vagabundo não é otário Pode até perder o horário Mas chega para encher o saco Vagabundo por toda parte Ser vagabundo é uma arte Quem nasceu assim, vai morrer assim E quando morre vira lenda Vagabundo nunca tem fim Vagabundo quer mais Não deixa ninguém em paz Nunca tem medo, paga o preço Foge do trabalho igual rato da ratoeira Vive cansado de canseira Vagabundo sempre vagabundo

Banda

  Agora posso ter opinião sobre tudo Até mesmo quando não quero Posso falar sobre qualquer assunto Sexo, política, cemitério e defunto Tenho os meios, mãos e dedos Qualquer dia eu juro que desapareço Artista não é Santo Só quando perde a vida Tudo vira poesia, história Não preciso tomar calmantes Não preciso de nada Mas nem sempre é assim tão fácil Tudo que faz mal, um dia fez bem Minha sinceridade está na ponta da língua Longe da orelha dessa gente maldita Vou montar uma banda de rock Vou falar do presente Sei que um dia tudo volta Amanhã serei reverenciado O mais novo profeta Um eterno injustiçado Meu rosto magro assusta Não precisa ter dó Pare de seguir meus passos Já estou partindo, indo nessa Agora é com você, faça tudo sem pressa

Tia

  Palavras já não são necessárias Nenhuma palavra O sorriso fala, o olhar Amor em silêncio Amor ao longo do tempo Todo tempo é tempo para amar No toque das mãos No beijo do filho O fruto e o sabor Um mar de lágrimas Mensagens ou cartas Declaração feita com o coração Alegria atrás de máscaras Uma linda flor Perfume para dois O céu é colorido Cor de infinito Sentimento antes e depois Não precisa ter medo da distância Felicidade é uma dança Junto ou separado, carinho ao quadrado O gosto bom de gostar de alguém Sem olhar para o lado Tudo e mais um pouco, um pouco mais além

Augusta

  Corpo sem alma Alma sem corpo Uma só pessoa Uma pessoa só Desilusão, solidão Pés no chão Tristeza sem dó Olhares de lua Vítimas, testemunhas Calçadas e camas Noites sem brilho Dança sem par Andando por aí Cidade ou país Lágrimas com gosto de mar Amor do avesso Todo fim tem um começo Nas páginas soltas de um livro Cada detalhe, capricho Reflexo no espelho, cor de cabelo Fera dócil, instinto Gatos e outros bichos

Natal

  Na gaveta um cartão de Natal Na gaveta das lembranças Recordações Todos na sala, embaixo da árvore Casa sem chaminé, Calor, amor, neve e fé Chama o Papai Noel Sempre cabe mais um Amigo secreto, festa Saudade, alegria e choro Tradição é tradição Natal é família, viagem é ano novo Roupa nova no corpo Papel de presente Embrulho, barulho Rock, Pop, Simone Roberto Carlos na televisão Mais um panetone Avó que erra o nome Foto com o irmão Já amanheceu Passou, passou rápido demais Luzes apagadas, silêncio Nem todos estão aqui Também estou diferente Quantas noites eu dormi?

Fogo

  Está ardendo Quero água para refrescar Está queimando Por fora e por dentro Quero beijo e o seu tempo Está doendo Quero um pouco de alívio Está difícil Enfrentar tudo sozinho O fogo é um precipício Janela sem rede Carro sem freio Esquina escura O perigo é constante O perigo é atraente Irresistível Uma vontade muito louca O desejo está na cara Mas também é invisível O grito é de dor O grito é de prazer Depende da ocasião Depende de quem Amanhã ou depois Dois ou três Logo começa de novo Tudo outra vez

Cristo

  Estou aos pés do Cristo Tenho saúde e paz Agora sou muito mais amor Tem dia que fico por aqui Tem dia que ando por aí Quando quero tenho asas Sou anjo, sou menino O sonho mais bonito Lembrança boa que não passa Luz, sempre luz Vivo pela praia, minha casa Nas nuvens, no céu azul Beijo minha mãe toda noite Dou bom dia, boa noite Converso em silêncio Sou o mar, sou movimento Meu nome e minha história Tudo gravado em uma placa Gravado na mente, na memória No líquido que sobrou na garrafa Na poesia dentro de um livro Na frase sem sentido, rabisco esquisito Para os curiosos de plantão Estou dançando, dançando Uma valsa, um samba Estou aqui cantando, cantando

Sorte do Nelson Motta

  Tropecei na calçada Cai em cima de uma nota de cinquenta E naquela fila chata Encontrei uma linda morena Tenho sorte, sou pura sorte Nasci de cu pra lua Sou pé de coelho, trevo Figa, ferradura Encontro de almas, sorte Meu olhar cruzando com seu olhar, sorte Uma canção tão bela no rádio, sorte Seu beijo em meu beijo, muita sorte Hora certa, lugar certo Não dou sopa para aquela palavra Quatro letras, fio da navalha Melhor bater na madeira Vou com Gil e sua fé que não faiá Idas e vindas Mundo que dá volta No giro da roleta, vencedor Sorte no jogo, sorte no amor Sorte de um Nelson Motta

Falei

  Lavei o rosto, tomei coragem E falei, falei, falei Contei o meu prazer, o prazer Você falou o seu Que coincidência, é igual O seu é igual ao meu Você dá risada Altas gargalhadas Mas sabe o quanto é bom O quanto faz bem Ninguém precisa ficar sabendo Todo o tesão que a gente tem Sou cheio de ideias, muitas Não tem outro jeito Não tem melhor jeito Nossa mente fértil Cria mil imagens, miragens Pensamos nas mesmas coisas Nas mesmas loucuras Que delícia é fazer guerra Razão contra emoção Nosso bom gosto nunca erra Falamos de anatomia Braços e pernas Noites quentes, alegrias Falamos de tudo, tudo

Medidas

  Quantos centímetros têm um dia? Quantos segundos têm um passo? Andar para trás não faz o tempo voltar O passado foi um futuro desconhecido Toda aula de história começa no presente O adulto era um medroso menino Fecho os olhos para ter paz Para tudo passar mais rápido Dormir para acordar logo Não existe movimento no retrato Será? Música faz a gente reviver Até um quase nunca mais Nas profundezas do pensamento No canto das memórias Nas lembranças mais remotas Morte é o fim para uns É o começo para outros Um risco no calendário Todo dia uma nova conta O sol brilha para todos Mas o relógio é feito de sombra O infinito não existe

Distância

  Distância regulamentar Eu não avancei o sinal Não dei esperanças Não deixei espaço Para um algo mais E quando teve o tchau Eu fui embora, você ficou Não olhei para trás Mas em silêncio você namorou Os meus olhos, meu corpo Todo o meu amor Nem tudo eu posso, Mas tudo eu quero Não é fácil resistir Ao seu desejo sincero Pegar em suas mãos Deixar o tempo passar Dentro dos seus braços Dá medo até de sonhar Você liga, eu não atendo Você clama, eu saio correndo Vou fugir, eu vou fugir Você nem imagina como está aqui dentro Distância regulamentar Vontade proibida, vontade de amar

Gato Doidão

  Balançou Até tentou, tentou Caiu, mas resistiu Cheirou fumaça, achou graça Ficou doidão, olhos arregalados Teve fome, sede Tem muito mais vidas Eram sete, agora são treze O gato saiu com o rato Shopping, restaurante, balada Transas e algumas gatas Beijos em casa, na cama O amor subiu no telhado Amor de gato e rato Todo dia é assim Cigarro na varanda Poesia e luar Larica e miados Tudo junto e misturado

O Que Eu Aprendi

  Coisas que eu aprendi Arriscar, experimentar É preciso descobrir Valorizar o erro, não ter medo Não fugir Coisas que eu aprendi Acreditar em uma ideia Ser elegante, ter classe Menos é mais, evitar o conflito Boas fotos com os amigos Coisas que eu aprendi Não ter arrependimento Não esquecer os momentos Gratidão e respeito Saber que a vida não é um sonho E que o parágrafo final Pode ser o primeiro Coisas que eu aprendi Ensaiar, debruçar Nos livros, nas canções Limpo e lúcido Ser careta e não assinar Papel em branco, sem ler Confiar e não desconfiar Coisas que eu aprendi Cuidar de mim, dos instrumentos Saber a hora de sair Paz de espírito e dormir Coisas que eu aprendi

Um Blues Quente

  O asfalto está quente Pegando fogo, fervendo Você pede água, muita água Eu toco um blues, um blues Para refrescar sua boca Com lágrimas, lágrimas É verão meu amor, calor Escute o som da minha guitarra É prazer que não passa, não para O céu é azul O inferno é vermelho Café com ácido Bolo com tempero Quarenta graus de febre Temperatura lá em cima Não tem refresco, nem medo Vou dar um gelo, sentir o vento Em qualquer esquina Enquanto toco um blues, um blues Vou soprar seu corpo Cantos e curvas De todas estações Gosto daquela que termina em chuva E eu aqui tocando um blues, um blues

Conversa

  Contei, falei o que tinha para falar Verdades com pinta de mentiras Deixei você com cara de noites mal dormidas E agora pode, pode perguntar tudo Tudo que quiser ouvir, saber Vou falar da minha pele, meu charme Minha roupa verde, o vento Nosso tempo cheio de amor Tempo que eu era aluno, bom aluno E um pouco professor Pergunte sobre os anjos Abelhas e prantos Sobre o canto da sereia Pergunte sobre o grito Meu corpo, meu sorriso Sobre o sangue das minhas veias Estou fervendo, quente Vamos falar da gente Não sei mentir, não mesmo Sou transparente igual vidro Quando quebra fere, machuca Sou amigo até virar inimigo O ariano torto daquele disco Sopro que arrepia qualquer nuca Vamos bailar, vamos tomar um chá Olhar vitrines Vamos voar?

Sol

  Grito quando vejo o sol Agradeço ao Deus do sol Sou paz, sou brilho, sou luz Amor é o sol, salve o sol O caminho que conduz Levanto os braços Faço uma oração Vou sem medo Seguindo minha intuição Quero morar no calor Dentro de um sonho de verão Quero morar no calor Dentro de um sonho Tão lindo é o brilho da lua Eu vivo no mundo da lua Escrevo cartas e poesias Sou uma das fases da lua O poder das marés, maresias Quero morar no calor Dentro de um sonho bom Quero morar no calor Dentro de um sonho Sol e lua, lua e sol

Sem Sentido

  O calendário não faz mais sentido Tudo parece repetido O certo e o duvidoso, tudo misturado Já não sei mais nada, nada O dia tem cara de noite Toda noite uma velha jogada Vejo Renato dez anos atrás Raul menino sabendo demais Estou perdido no tempo Completamente perdido Tudo distorcido, fora do lugar Uma carta para o meu passado Recado dado, reto, direto Amanhã vou entender o que deu errado Hoje prefiro ficar deitado Pernas para o ar, depois qualquer lugar Vou voltar, eu vou De volta para o futuro Vou trazer a cura Vou para outro mundo Gosto de andar em círculos Contando os passos No compasso das horas

Paredes

  Paredes estão mais apertadas Os dias estão longos demais O mundo lá fora parou Aqui dentro também Procuro um remédio contra melancolia Ou aquele veneno do bem Uma trilha sonora para minha vida Estou preso, preso Em liberdade, trancado Com pouco movimento Estou preso, preso Na cama, no sofá, em uma garrafa Antidepressivos, xícaras de chá Derrotado sem mesmo lutar Reconheço vozes no silêncio Mas não aceito conselhos Encontrei meu nome Na última página, no obituário Sou o dono da festa O principal e único convidado Labirinto sem saída Pesadelo sem fim Noites mal dormidas Quem vai desistir primeiro? Reality show de horror Vou apertar o botão vermelho

Passado

  Agora entendo o passado Agora entendo o presente Já sei quase tudo sobre o meu futuro O meu futuro em suas mãos Não tenho do que reclamar Aprendi com os erros, desejos Todos os meus medos Agora é liberdade, minha verdade Sempre fui para o outro lado Sempre tentei fugir, escapar Hoje volto em sua direção Quero mais e mais, quero mais Quero realizar o sonho Mas não vou correr, não vou Vou com minha calma, relaxado Preparado para ser o seu prazer O seu prazer é o meu prazer Tenho mais alguns segundos Mais um resto de vida Que o vento carregue meu corpo Que já está pronto, esperando Suas mãos preparando Um laço, um agrado, cores e flores

Tribo

  Quero morar em sua tribo Quero ser o seu filho Ter sangue de índio Vamos indo, vamos Pisar descalço no planeta Comer no prato da mãe natureza Um sinal, um chamado Cacique, mulher, criança Vou mostrar minha dança Sou da turma do amor Casa na árvore, oca Arco e flecha, caçador Vou pintar meu corpo inteiro Tinta até no cabelo Não sou mais um homem branco Sou amarelo, azul e vermelho Eu quero paz, sou paz Aqui ou em qualquer outro lugar Eu tenho o mundo em minhas mãos Mas não sou dono dele Sou apenas mais um na aldeia Uma semente que brota O som das águas, lua cheia

Tênis

  O seu silêncio sempre me atraiu O seu bom mistério Mas também gosto de ouvir sua voz Cantando então é uma loucura Vou ouvir seu melhor disco Suas palavras tão bonitas Você declama, não grita E pode fazer tudo, tudo Você pode, pode tudo Eu sei o que você não quer Tudo que você não gosta Eu sei, juro, juro que sei Precisamos novamente conversar Um dia vamos conversar Agora pode ir dormir Fico aqui esperando você acordar Nosso amor é um raio, um sinal Vamos brindar com pinga Em lindas xícaras, limão com sal Sou um candelabro, um farol Que ilumina estrelas Somos tão iguais Assustados, semelhantes E cada dia que passa Nunca vai ser como antes Vamos juntos caminhar Descalços ou com chinelo de dedo Já guardei o All Star

Corpo

  Mais um corpo no chão Com CPF e sem dinheiro Um pobre nada coitado Explorado, um brasileiro O fim chegou antes da hora Não existe hora para morrer O medo está aqui dentro, O medo está lá fora Bala perdida na periferia Tem GPS, tem guia Nunca erra o caminho O alvo tem cara, tem cor O horror nunca está sozinho Irmão que mata irmão Atrás do fuzil bate um coração De uma pessoa sem alma É sangue, é morte Mais um retrato no jornal Manchete nacional Vida de azar, sem sorte O pai só quer abraçar seu filho Olhar seu olhar, beijar seu sorriso

Longe

  Beijo na testa Sinal de respeito Beijo na mão Pode ser medo Amor com beijo, Normal Sexo sem beijo, Profissional Mordaça, Fetiche de quem quer poder Bocas caladas com beijos Beijo é o desejo de quem quer mais Um pouco mais, muito mais Cinderela finge dor de cabeça Príncipe fica no beijo e na mão O Papa olha para o alto, Mas o beijo é no asfalto Falta de beijo é solidão

Outro Lado

  Foi para o outro lado Longe, muito longe Longe de tudo Foi pisar em outras terras Conhecer outras línguas Dores, cores, amores Do preto e branco Ao colorido do jardim Foi parar uma guerra Com seu sorriso de paz Sonhos e desejos É preciso recomeçar Antes do fim, Antes que seja tarde demais Do alto do seu poder O tempo é apenas o tempo Amor em poucos movimentos Doce sabor do prazer O pecado em silêncio Quilômetros de distância Saudade é uma dança Uma dança sem par O mundo vai dar voltas Voltas e mais voltas Em seu brilho com cara de sol Vou aproveitar a carona Mergulhar nessa onda Viajar até você Pode esperar, pode esperar

Medo

  Vou escrever um livro Para invadir sua mente Mente fraca, mente vazia Vou contar nossos segredos Em uma página par, terceiro parágrafo Já passando do meio Vou apontar uma arma Carregada de palavras Disparar sem dó Em seu peito, em seu leito Nem venha com seus beijos Minha boca tem veneno Mata sem deixar pistas Trabalho de profissional Um verdadeiro artista Não adianta ser de paz Eu sou de guerra Sou do enfrentamento Quase fera, uma droga Droga sem efeito Mas sei que causo medo Medo, medo

Braços

  Preciso dos seus braços Preciso de tanta coisa Mas agora apenas dos seus braços Momentos felizes, engraçados Quero horas ao seu lado Vou contar os meus segredos Quase todos, um pouco de medo Mas sei que estou bem Aqui deitado, agarrado Em seus quentes braços, abraços Quanto tempo eu perdi Longe de você, longe de você Só agora eu sei, eu sei Nunca é tarde para se arrepender E quando dou tchau Nada fica normal É chave na porta, cadeado no portão Mais um dia inteiro tentando dizer não Não espere por mim Resolvi esquecer o caminho de volta

Dor

  Tenho dor Em meu corpo, minha alma Não sou testemunha Sou vítima, sua vítima Não adianta jurar amor Eu quero viver, sobreviver Quero meu ar roubado O tempo passado Eu não, eu não, eu não Não quero morrer Eu não, eu não, eu não Não quero morrer Quando tudo mudou? Quando o sonho acabou? Céu azul virou tempestade Rosto vermelho, medo Inimigo íntimo Não me reconheço Quem sou eu no espelho? Quando carinho vira grito Quando respeito vira descontrole Quando tudo está perdido Quando o ódio é escolhido Distância, distância O melhor caminho é Distância