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Mostrando postagens de setembro, 2021

Proibido

  Faço poesias Palavras bonitas Estrofes e rimas Quem proibiu o amor? Canto uma canção Toco meu violão Desenho coração Quem proibiu o amor? Mãos dadas Beijos na madrugada Pessoas amadas Quem proibiu o amor? Promessas, juras Desejos, loucuras Dois gatos sujos Nos telhados, na rua Quem proibiu o amor? Nos discos, nos livros Nas páginas da vida Idas e vindas Quem proibiu o amor? Não existe prisão Para o que não pode ser preso Não existe pecado Para o que não causa medo Quem proibiu o amor?

Ela

  Ela Ela gosta de ser ela Dentro de um lindo vestido Uma princesa, aquela Ela Forte e valente, ela Poderosa, ela O mundo sob seus saltos Os sonhos mais altos Ela sempre ela Batom de qualquer cor Cor de rosas Qualquer rosa, qualquer flor Ela Ela Ela nunca deixou de ser ela Dentro de sua mente Ela Com todas suas dúvidas Também com certezas No espelho dela Seu olhar feminino Seu corpo tão bonito Ela enxerga ela Desde muito tempo Tempo de ser ela Ela Cheia de vontade Quer ser desejada Completamente amada Ela

Remédio Veneno

  Remédio, veneno Veneno, remédio O melhor remédio é o tempo Quanto maior o tempo Pior é o veneno Duas ou três doses, remédio Overdose, veneno Menino e o cachorro Remédio Rato e a barata Veneno Para o suicida tanto faz Remédio é hoje Veneno é nunca mais Remédio, veneno Veneno, remédio Farmácia ou Drogaria Injeção, vacina O resto é perfumaria Um dia veneno, no outro remédio Para melhorar a vida Para curar o tédio Eu não leio bula Efeito colateral Nem tudo mata Nem tudo faz mal

Loucura

  Sua loucura combina com a minha Sua boca também, também Meu perfume agora tem seu perfume Nosso beijo tem o gosto bom de chuva Nosso amor em alguma esquina Sem esconderijo, no meio da rua Sua loucura é igual a minha E quem não quer perder o juízo assim? Eu quero, sempre quero Apenas quero, eu quero você para mim Duas taças, vamos brindar Quebrar os preconceitos Dar um jeito de parar o tempo Vamos apresentar ao mundo O nosso desejo de viver Um romance, um lance Vamos deixar acontecer Sua risada, a cor da sua roupa Tudo faz bem, tão bem Tudo fica muito bem Ao seu lado o inferno é fresco O sonho é realidade E a nossa verdade É que sua loucura combina com a minha Perfeitamente

Olhos Abertos

  Olhos abertos, mais um dia Bom dia, que seja bom Tem tudo para ser Estou vivo, simplesmente vivo Amanhã não sei, nem sei E para todo sol nascer Uma madrugada precisa morrer Antes ela do que eu Mas o que eu sei, realmente sei Que não agrado quem quer o meu fim Quem quer eu derrubado Coitado do pobre coitado A vida não deve ser nada fácil Vida de quem não quer o outro feliz Já não tenho mais medo Do escuro, do tempo Sei que posso dormir Fugir da realidade Depois voltar, voltar Abrir os olhos e ter um bom dia Saber que tudo está em seu devido lugar Meu despertador, meu remédio A cura para todo mal Do mais bobo até o mais sério Mais uma vez Olhos bem abertos

Fome

  Comida que eu bebo Água que eu beijo Som que eu cheiro Alimento que alimenta O meu sangue vermelho Arroz, refrigerante, veneno Tomate, macarrão, tempero Pó, cigarro, medo Boca, estômago, intestino Aparelho sugestivo Eu tenho fome de você Vou morder, mastigar Molares, pré molar Caninos, incisivos Suco para vampiro Sou instinto, vou devorar Qual o efeito da vitamina Em meu corpo, minha vida? O sabor do amor, sabor da língua Tudo começa no paladar Termina na bacia

Poder

  Conheço suas palavras Não conheço sua voz Conheço seu olhar Imagino seu poder Eu quero ser, quero estar Aos seus pés, em qualquer lugar Quando vai ser? Quero conhecer o seu mundo Seu lado obscuro O prazer mais louco Eu aceito, juro Estou completamente disposto Vou seguir seus passos O som dos seus saltos Enormes e finos Daqui até lugar nenhum Não precisa falar duas vezes Olhar de Rainha é ordem Cara feia nunca é fome Entrego cartão e carteira Corpo, alma e minha paz Aceito sempre um pouco mais Não conheço sua voz Só o seu olhar

Podre

  Tudo está tão podre Risos cínicos pelo ar Pobres de espírito Vontade de vomitar Um pouco de espaço Alguns trocados Solitária solidão Corpo livre Dentro dessa prisão Tudo está tão podre Tudo, tudo, todos Direito de não desistir Direito de resistir Sim ou não Flores para o ódio Liberdade é pés no chão Contra o covarde Toda rebeldia Contra injustiça Arte do artista O palco é palanque É rua, é guia Meia-noite Para viver um novo dia

Água

  Água que desce pelo ralo Com todas minhas impurezas Com todos meus pecados Água que leva meu prazer Todos meus pensamentos errados Água doce, água de cheiro Que leva um tempo para chegar Límpida, incolor Com açúcar para acalmar Quando não tenho mais força, choro Quando penso no mar, lágrimas Quando quero ser feliz, mergulho Quando quero ser água Viro cachoeira, beijo nuvens negras Todo dia, toda noite inteira Água descendo do céu Batendo no telhado de vidro Para lavar a boca Do hipócrita, do pobre indivíduo

Fuzil

  Sou um tiro de fuzil Que atravessa o seu corpo Sou direto, reto O que dá cartas no jogo Minha palavra é granada Atinge o alvo e outros Sinceridade que mata Mas depois faz bem Melhor falar na cara Do que morrer engasgado E virar refém Quando quero sou Cristo Braços abertos para qualquer um Mas também sou mimado Reclamo e faço bico Falo verdades, poucas e boas Sem filtro, no grito Por uma noite toda Navalha na carne Sou uma máquina de escrever Histórias, memórias Escândalos, glórias Sou o que você gostaria de ser Eu gosto de plateia Gosto de dar um show Aplausos, mais aplausos Sou o último sincero Último que sobrou

Pra Baixo

  Pelo caminho algumas latas Que chutei em ruas escuras Quantas noites malditas eu chorei Fui ao fundo e voltei Sonhos frustrados O medo sempre ao meu lado Embriagado, embriaguei Carreguei o mundo nas costas Fui culpado sem merecer Comi o pão que o Diabo recusou Meu problema sempre foi viver Sofrer e morrer de amor E foi o tempo, tempo Todo o tempo que passou Que curou e explicou Tudo foi um engano, um plano Depois de tantos anos Desejo que não acabou Tão louco, louco Tão estranho, muito Volta completa, ciclo Curto circuito, duas pontas Fantasmas da imaginação Pensamento é um revólver engatilhado Passando de mão em mão

Do Outro

  Olho no olho No corpo do outro Feras famintas Sem palavras, duas raças O pecado ao lado Pecado que não é pecado Raios cruzados, silêncio Prazer é questão de tempo Quando um se vai O outro quer mais Mais do que ainda não teve Febre de amor não mata Mas deixa doente Amanhã eu volto Vou voltar Espero no mesmo lugar Sei que não vai aparecer Mas não custa nada Sonhar que vou beijar você Fogo onde não tem fogo Desejo no rosto Para não esquecer

Delírio

  Você está delirando Sonhando acordada Você está correndo Sem linha de chegada Você é o poder da palavra É um pouco de paz Dentro de uma guerra declarada Você tem mil defeitos E todas qualidades Você tem muito medo Mas sempre fala suas verdades O tempo é sua cortina Sua vida atrás da fumaça O chão está tão azul O céu tão cinza Carros deslizam nas pistas Já não sei qual o melhor caminho Para desviar do seu olhar Frases são escritas em muros, viadutos Pular é um absurdo Ainda preciso desviar do seu olhar E quando ela quer Ela sabe fugir Escada de incêndio Saída de emergência Ou simplesmente fingindo sorrir Agora sou quem está delirando

Tudo Bem

  Depois que inventaram o tudo bem Ficou mais fácil disfarçar Enganar o coração, alguém O grito que ninguém escuta O peso de carregar a culpa Quem vê sorriso não vê alma Medo e coragem, aventuras Todo dia uma viagem Que pode não ter volta O ser humano tão perto da loucura Quantas cartas escrevi Em seguida rasguei Minha vida um rascunho Quantas cartas comecei E nunca terminei Tristeza não tem cara Não tem graça Mas pode ter um fim Nem sempre o final é feliz Depois que inventaram o tudo bem Ficou mais fácil disfarçar Enganar o coração, alguém

Intimidade

  Porta aberta Cheiro de banheiro Intimidade Duas pessoas Qualquer idade Humanos imperfeitos Ninguém é perfeito Filme da vida real Beijo com gosto Qualquer gosto Nem todo amor é carnaval Sons do corpo Viver é conviver A loucura do outro Saber que um dia é sim Amanhã é fim E depois de novo Relacionamento Relações e momentos Tudo vem com o tempo No mesmo copo Duas bocas, o líquido Prazer é algo tão íntimo

Sob o Céu Azul

  Moro embaixo do sol Sob o céu azul, cinza No asfalto quente Em uma rua paralela No chão de estrelas Em uma casa vazia E quando quero companhia Acendo um cigarro Sopro fumaça pelo ar Belchior no último volume Noites em claro, sozinho Aqui em meu lugar Minha nada fácil vida É chuva que não refresca Faz tempo que cansei Que deixei de lado Que abandonei quem não presta Última bala no tambor O olhar desconfiado De quem não mais acredita no amor Moro embaixo do sol Sou do tempo de muito tempo atrás Sou o que não existe mais Sou raro, tão raro

Disfarce

  Inverno disfarçado de verão Chuva com cara de tempestade Lua cheia quente, sol da meia-noite Máscaras, dramas e trajes Dor com cara de prazer Qualquer droga, Qualquer droga que faça renascer E antes que seja tarde Marque o melhor dia Para mais uma mentira Para esconder verdades Toda essa sua alegria No fundo é a mais pura maldade Neve no espelho Narizes vermelhos Revólver sem munição Não mata, fere Ninguém escuta um grito na escuridão Deitado no asfalto quente Esperando um beijo frio O louco é um cara feliz Não faz pose, nem cobra close É apenas alguém que fugiu Da realidade, realidade

Turma

  Procurando minha turma boa Procurando minha turma Procurando minha Procurando Todo dia uma luta Todo dia um sorriso Mesmo não querendo sorrir Gosto do calor da cama O prazer de ouvir uma música triste Triste mesmo é ter que acordar Tempestade em copo d'água Ando calado sempre pelo mesmo lugar Quero ser uma folha em branco Para você escrever os seus conceitos Conhecer e aceitar, aceite meu silêncio Que eu aceito o seu preconceito Felicidade rara, tão rara Vivo para entender o medo Todo o meu medo Afastar para enxergar melhor Para ser um pouco melhor O remédio e o veneno Uma questão de tempo O tempo é o momento seguinte Já está ficando escuro Moro dentro do meu mundo Não sou um fraco, não Apesar de todos os fantasmas Muito menos um impostor Fresco é quem não dá amor Procurando Procurando minha Procurando minha turma Procurando minha turma boa

Yoga

  Yoga para relaxar Taça de vinho Um papo fora de lugar Recuperando o tempo perdido O que sempre ficou escondido Nossas vontades iguais, tão diferentes Nossas loucuras, loucas loucuras Longe de toda gente Nossa alegria é uma viagem Nosso corpo é brasa, queima Sangue que ferve, lenha O ato O momento exato, do ato O gosto em um retrato Fazendo sorrir Olhamos, sonhamos E ficamos com vontade de fugir Nosso crime não merece castigo Somente alguns saborosos gritos Nosso ar de prazer, prazer

São João Batista

  O céu sempre igual No chão de estrelas também Ruas estreitas, gatos pardos Silêncio quebrado por alguém Noites frias, ventania Flores mortas espalhadas Vidas, quantas vidas foram vividas É o fim do caminho, o fim Toda alma, toda, toda alma Nunca está sozinha Quantas vozes estão aqui? Quantas vozes estão caladas? Quanta gente eu não conheci? Quantas festas na madrugada? Quantas vezes eu morri? Pessoas guardadas, trancadas Em seus eternos aposentos Com suas melhores roupas Para depois não ter nada dentro Todos em forma, magros Sem nenhum dinheiro Sem um maço de cigarro Flores e velas Último passeio de carro

Transpiração

  Inspiração, transpiração Incontrolável, uma força incontrolável Não tem hora e nem lugar Para meu espanto, minha desgraça No silêncio de uma casa Sozinho, é preciso ficar sozinho Abrir os braços e receber Palavras certas, agradecer O melhor caminho Um raio de luz Será? Inspiração com retardo Irreconhecível Misterioso mistério Parto de um filho Palavras em um caderno Buscando certezas, biografia Lida, relida Histórias contadas, inventadas Colcha de retalhos, o caos organizado Minha doce mole vida Irregular, inconstante Sem regra e nem controle Quando o dia não é bom Sempre tem uma segunda chance Sempre tem a escuridão da noite

Dudu Braga

  O céu azul, tão azul De brilho intenso Que rouba sua luz Céu que também chora Lágrimas em forma de chuva Céu que levou você embora E o sol voltou, voltou Mas ainda está chovendo Em meus olhos, aqui dentro Eu não quero entender De qualquer jeito vou sofrer Toda noite vou olhar Procurar nas estrelas Seu sorriso, seu amor Meu amor, quanta tristeza Não tenho mais o toque das suas mãos Mas tenho todo o tempo O tempo todo Uma eternidade, toda eternidade Para gritar, para pensar Simplesmente falar "te amo" E quando o jardim Florir de novo Em cada canto O seu corpo Morando em mim

Tabu

  Que barulho é esse? É o som do tabu sendo quebrado Virando cinquenta pedaços É o medo acabando, ficando sem espaço Quem disse que não pode? Tudo pode, pode tudo, pode Não importa o tamanho Do sonho, do desejo O fim é uma questão de tempo Descobrindo o movimento O profano e o sagrado Agora vire, vire, um pouco mais para o lado Só mais um pouco Em pé, no chão, deitado Tabu nasceu para ser quebrado

Lado

  Dentro de casa, janela para o mundo Olhando tudo, tudo Loucos soltos pelas ruas Gritos, alguns absurdos Por todos os lados, de qualquer lado Pobre do meu futuro O bem e o mal Para quem acredita No bem e no mal Vidas perdidas Nem certo, nem errado Sou o cara do retrato Indignado com o chato O dono da verdade Cada um com sua bandeira Gente falando besteira Coração cheio de maldade Flores para o seu ódio Para seu prazer em odiar Sua vontade de mudar o outro Cada um gosta de quem quer gostar Não vou, eu não vou Brigar com o seu pensamento Quero você sempre bem Importante é amar Pouco importa em quem Você vota ou deixa de votar Quero paz no planeta azul

Lágrimas

  Solidão do dia Solidão da noite Solidão da mente Solidão que machuca Solidão que perturba Solidão da gente Nós dois Juntos e tão distantes No mesmo lar Separados por lágrimas Já não reconheço Quem tanto amei Quem um dia eu disse sim Por quem me apaixonei Estamos acomodados Tudo no automático Bom dia, boa tarde, boa noite Rotina que maltrata O beijo virou qualquer coisa Isso quando existe beijo O corpo sempre frio Uma enorme pedra de gelo O seu tempo Não é mais o meu tempo Perdemos toda sintonia Você é sul, eu sou norte Sou luz, você escuro Amor sem bateria

Contrário

  Ordem invertida Coração ao contrário Nem sempre tudo é perfeito Ter um filho é ter esperança E um pouco de medo Nenhum pai nasceu Para dizer adeus Para dar um último beijo Filho é o amor Refletido no espelho Proteger e amar Amar eternamente Por toda uma vida Por todas suas vidas Estar ao seu lado Mesmo com o seu olhar Tão ausente Quero morar em seu colo Preciso do seu carinho Cuide do meu corpo Eu vou cuidar de sua alma E quando eu chorar Por favor mande um sinal Vou contar até três Fingir que tudo está normal Sua paz barulhenta Que tanta falta faz Aqui está como você deixou Tudo em seu devido lugar Tudo fora do lugar Preciso de calma Vou viver para esperar O dia, o dia

Jardim

  Ando pelo jardim Flores e plantas Gosto de pisar na grama Vento frio, vento bom Gosto de pensar em você Em todos nossos dramas Na nossa vontade de viver Um amor, um grande amor Sem medos, receios Sem precisar sofrer Portas abertas, entre sem bater Correndo, não perca tempo Faça o que só você sabe fazer Leve minha alma, leve Não precisa muito, quase nada Para eu simplesmente enlouquecer Gosto da sua forma de falar de amor Da sua língua invadindo o espaço aéreo Do céu da minha boca O beijo só termina quando eu morro Em seus braços, em seu corpo Não tem preço, não O brilho de um sorriso O fim da solidão Não sobrou distância Seus passos em uma dança Quantas rimas cabem em uma canção?

Cela

  Elas Em uma cela Um beijo, calor enorme Miséria, gente sem sorte Abandonadas pela vida Elas Em carne viva, feridas Noites malditas, sangue Cortina de fumaça, amor Cheiro, tempero da excitação Cada qual com sua cor O caminho de entrada Não é o mesmo da saída O sono já não tem sono Calendário é só uma folhinha Para enrolar e dividir O barulho do cadeado Vários significados Olhos fechados para fugir Em nome do pai Do filho, ninguém é Santo Nem diz amém Ter mãe, ser mãe Viver por alguém O olhar de quem julga Também tortura Prisão perpétua em liberdade Medo em uma noite púrpura