São João Batista

 O céu sempre igual

No chão de estrelas também
Ruas estreitas, gatos pardos
Silêncio quebrado por alguém
Noites frias, ventania
Flores mortas espalhadas
Vidas, quantas vidas foram vividas
É o fim do caminho, o fim
Toda alma, toda, toda alma
Nunca está sozinha

Quantas vozes estão aqui?
Quantas vozes estão caladas?
Quanta gente eu não conheci?
Quantas festas na madrugada?
Quantas vezes eu morri?

Pessoas guardadas, trancadas
Em seus eternos aposentos
Com suas melhores roupas
Para depois não ter nada dentro

Todos em forma, magros
Sem nenhum dinheiro
Sem um maço de cigarro
Flores e velas
Último passeio de carro

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