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Mostrando postagens de setembro, 2020

Plural

  Dona do céu Um nome feminino Celestial e divino Cremos no amor Quente, vivo, diverso Todos na mesma canção Atravessando o tempo Unindo quem não está ao lado, abstração Para melhorar nossa vida Vida que não nos pertence Então pare e pense O que todo mundo quer dizer Aproveite para sorrir e agradecer Queridas, queridos Chegou, já começou Primavera das flores, das cores Mosaico de diferenças Dessa gente tão legal Vozes múltiplas, familiares Para quem ainda não percebeu O mundo é plural

Silêncio dos Olhos

  Mais um dia Perfume de flor De todos os sons Sua voz, sua risada Gosto da sua gargalhada O vento nunca é igual Pena não me levar até você Aqui na minha escuridão No silêncio dos meus olhos Imagino o tamanho do prazer Amanhã tudo de novo Mais uma vez, outra vez Sentidos aguçados O sabor de cada sílaba Saindo da sua boca Morrendo em meu corpo Olhar com o coração É enxergar alma, É sentir o calor brotando do chão Venha me guiar Por caminhos calmos, perigosos Venha falar em meu ouvido Palavras proibidas, absurdos Iluminar o meu destino Meus desejos obscuros Pelos quatro cantos do mundo

Filme

  Vamos ao cinema Assistir um filme de amor De terror já estamos cansados, Estamos cansados Nossa vida em uma tela Nossos sonhos retratados Mocinho também morre Com uma espada no peito Sem saber direito Quem é o inimigo? Na cena final um beijo Mesmo sem desejo Mesmo sem carinho Estamos no escuro Na escuridão, na escuridão Um ator canastrão Uma atriz decadente Todos já foram embora Ainda estamos aqui Lá fora está chovendo Ainda dá tempo De perder tempo Na sessão das dez

Oração

  Sua voz é oração Sua música é bênção Seu grito um chamado De joelhos abro os braços Sou tapete da multidão O pecado, o retrato Um povo sofrido Boca aberta, mas sempre calado Filho, espírito Ando procurando um Santo Qualquer um, qualquer Que tenha o seu rosto, sua face Na hora do canto Minha religião é você Meu sangue, meu prazer Duas taças de vinho O seu beijo para beber Meu lamento é um blues Que agradece, que seduz

Livre

  Agora estou livre Completamente livre Sem algemas, sem capuz Agora vejo luz Tenho minha liberdade Que foi roubada, ameaçada Posso andar sem medo Tenho todo o tempo Escuto pássaros, abraço o vento Meu corpo está tão leve Pareço até mesmo flutuar Não sinto dor, não existe dor Estou em todo lugar Hoje sou um anjo Vida já sem vida Os inimigos com seus planos Gritos, choques, socos Aos poucos fui enxergando O caminho da saída Não vejo mais minha mãe Já encontrei meu pai Sei que eu não estava errado Estava do lado do amor O ódio acha que venceu Um sonho nunca morre O sonho não morreu

Ela é Ouro

  Eu sei, O poder que ela tem O tamanho que ela tem Só ela tem O que todas outras não têm Ela sabe bem Gosta de andar pela rua, desfilar De salto alto, mais nada, provocar Seu corpo sagrado É Santa, todos querem um pedaço Eu quero ela no altar Ela é ouro O pote todo de ouro Dona do arco-íris Água no deserto, um oásis Ela gosta de causar, agitar o ambiente E na pista ela dança, dança Sempre no comando Rainha que não cansa Sob o sol, luz do sol Queimando sua pele Exalando seu poder Todos de joelhos, todos venerando Pare tudo, pare o mundo, Ela está passando

Final

  Viver e não ter tempo Viver e não lamentar Sorrir e não chorar Regras claras, felicidade eterna Não é tão difícil, também não é fácil Promessas, dúvidas, ódio Uma pitada de amor Isso é viver meu bem, isso é viver Agradar plateia, desagradar todo o resto Agora que estou aqui É aproveitar, eu paguei ingresso Meu mundo, um mundo de Clarice Cazuza, Renato e outros poetas Linhas erradas, caronas perdidas Nem tudo é perfeito Nem toda mente é aberta Caminho sem roteiro Um tiro nada certeiro Desvio de rota, não existe glória O bom é que eu não sei, não conheço O final da história

Nancy

  Agora é o vento, o tempo Uma saudade em movimento Os passos que eu já não vejo Seu silêncio, o silêncio Sua ausência dentro de mim É o pensamento que traz você aqui Não teve adeus, último olhar Não teve fim O idioma do amor Amor universal Barreiras, distâncias Do Sul ao Norte, fronteiras Sorte nossa, toda nossa Pés descalços, aventureira Volte sempre Em meus sonhos, delírios Em minhas orações No calor do sol, brilho da lua Uma noite cheia de estrelas Seu corpo na dança das nuvens Chuva que cai, lágrima, lágrimas Agradecer e olhar pra cima

Primavera do Nando

Trancado, isolado Do mundo, da nação Com medo, com tempo Escrevendo uma canção De amor, defendendo o amor O que vale é o amor Multicolorido, cheio de cor Uma miragem sonora Sem lógica, uma ideia vaga No canto, o meu canto Um refrão sem violão Um desejo, quem sabe um reencontro Régua não é reta É círculo, é ciclo Esperança, liberdade Liberdade de escolher Diversidade, escolhi você Arte que salva Eu sou arte, sou artista Cantor de qualquer esquina Ator de uma novela real Passo o chapéu Recolho trocados, donativos Palmas, sorrisos

Primavera

  Do alto de uma árvore Observo o campo florido Perfume das flores É primavera Estação das cores, todas cores Qual é sua cor? Sinto o calor do sol Escuto o barulho da chuva Sou pássaro, sou anjo Sou do tamanho do mundo Passeio pelos galhos Valente, sem medo Sou o fim dos dias, filho do tempo Inspiração do poeta Tema do pintor Alegria da criança Surpresa, porta aberta Declaração de amor Moinhos de vento Holanda, lavanda Sentimento indefinido Piquenique, ciranda

Elevador

  Olhar, olhares Dentro de um elevador Lá fora frio, aqui dentro calor Nem sei mais que andar Eu queria descer, desembarcar Agora eu quero, só quero Subir até o céu, descer até o inferno Na cobertura ou no térreo Mas ficamos naquele bom dia Nada sincero Procuramos assuntos Tudo fica restrito ao tempo Tempo que estamos perdendo Um charme para câmera Arrumando cabelo no espelho Segundos tão longos Estranhos pensamentos Botão de emergência Porta que abre, até amanhã Até que foram bons momentos Quem sabe amanhã Pela escada Deitado em algum degrau Mais um papo sobre temperatura Terminando na varanda ou no hall

Exposto

  Aqui estou Mais uma vez Em suas mãos Pense, tenha ideias Eu aceito, já aceitei Prepare tudo, só quero ser feliz Ser feliz não é pecado Escolha o bom e o melhor Depois entregue de bandeja Fique de lado, observe Como um cordeiro é devorado Gosto de agradar O que você pede, manda O que deixa eu olhar Mão no bolso, seu imposto Com meu dinheiro vou pagar Seu luxo, seu lixo, seu cuspi Meu corpo, seu desejo Meu prazer completamente exposto Apresento meus documentos RG, exames, passaporte Tive sorte de conhecer seu azar Toda sua raiva, sua vontade Sua vontade de maltratar Eu sou cobaia das suas loucuras Mas sem minha loucura Nada sairia do lugar Lua é testemunha de meus sonhos solitários

Surpresa

  Um suco de laranja Porque não estou morto, ainda Mas quando eu morrer Quero a frase mais bonita Não precisa ter rima Quero lápide igual de artista Quero uma festa surpresa Antes que seja tarde Amigos reunidos, quadros na parede Parabéns pra você Discurso pelado em cima da mesa Jogo de cartas, tabuleiro Uma série na televisão Dois, três, muitos cigarros Meu cabelo despenteado Flores para um bom coração Quero amigos de mãos dadas Cantando canções de amor Eu no horizonte, no início da estrada Uma nova vida, uma nova quadra Gosto de rosas vermelhas, por favor

Dúvida

  Tenho dúvida de quantas dúvidas eu tenho Viver é não saber de tudo É não ter certeza de nada Embaixo de uma árvore, na calçada Converso com Deus Em vez de respostas Encontro caminhos Nem certo, nem errado Apenas possibilidades, apostas O melhor ainda está por vir Deixe eu pensar assim Mesmo não sendo verdade Fugir da realidade Pode ser uma ideia, uma saída Andar no escuro É procurar luz, é procurar vida Fico em silêncio Para ouvir todos os barulhos do mundo Pessoas com pressa, outras nem tanto Só eu sei o tamanho Daquilo que me faz sofrer Cansei de tanto morrer Não recebi nenhum convite Ainda não conheço o outro lado Vou embora antes do fim Despedidas são tão tristes

O Dono da Primavera

  Girou, nova estação Linha do equador, hemisfério sul O barba ruiva chegou Trouxe um buquê de rosas Trouxe também a primavera E mais uma canção de amor Falando de amor O mundo balançou, não acabou Todo dia tem sol Mesmo atrás da fumaça Estamos do outro lado da muralha Seja você também Um lindo girassol Somos os frutos de uma árvore Somos cores vivas Os galhos estão secos Os cachos estão soltos Natureza é vida, vida Fogueira acesa, filhos sorrindo Uma dança, o melhor caminho Amanhã vai ser um dia lindo

Livro

  Com páginas de um livro Fez suas asas E viajou, viajou, viajou Nas letras, nas palavras Brincou de labirinto E sonhou, sonhou, sonhou Nas noites quentes, poesia Nas migalhas, nos farelos do seu pão O alimento da alma, todo dia Sebo na ponta dos dedos Amor que desliza na palma da mão Roupa de seda Uma taça de vinho Silêncio no recinto É hora de ler, hora de ler Melhor ler do que morrer É hora de ler Ler antes de morrer Um brinde, tim-tim Um brinde pelo prazer Hora de ler Só mais um capítulo Antes da meia-noite Antes de a janela abrir Antes de o anjo voar Antes de dormir

O Que é o Amor

Amor, Poucos sabem expressar Amor, Poucos sabem o significado Amor, Poucos sabem explicar Amor, amor, amor Amor é felicidade Falta de amor, infelicidade Contrário de amor é ódio Ódio é não aceitar o outro Outro modo de viver Amor é conjunção, é busca E não existe um modo certo de amar Nem tente limitar Ninguém limita o amor Não existe amor No coração do egoísta Amor é desejar o bem Para o outro, para mais alguém

Efeito

  Bomba de efeito sem moral Sua moral não tem efeito Não é assim que conserta o erro Minha cartolina com alguns rabiscos Meu protesto solitário e pacífico Toda minha indignação Chuto para longe sua fumaça Devolvo sua guerra com minha paz Sou luz na escuridão Tiro, porrada Eu prefiro flores, prefiro viver Bala de borracha não apaga Marca, fere, machuca Mata sem a gente morrer Minha luta é poesia Minha poesia é lutar Minha arma é o "eu te amo" Tudo que eu amo Não canso de sonhar

Lado B

  Gosto do lado B da vida Vou sempre pelo lado B do caminho Tenho todos os pecados Também sou exagerado Anjo e demônio Sou estranho, sou passageiro Sou contrário O lado B de um artista Uma música desconhecida O que fala de amor, o que inspira Sou o poeta dos miseráveis De quem resolveu arriscar De quem foi abandonado Perdeu tudo, um coitado Que esqueceu como é amar Certo ou errado Depende do seu ponto de vista Diferença do remédio para o veneno Uma única dose mata ou ressuscita Dinheiro na mão Crime ou castigo Lado B é qualquer lado do disco Que é do bem pode vir comigo O vilão também não vai ter castigo

Todo Poeta

Todo poeta já rimou Amor com dor Não é consciência Não existem coincidências Dor no começo, no meio ou no fim Linha tênue, sempre tropeço nela Amor que machuca, que cura Amor que cura, que machuca Não existe ordem certa Não existe nada certo Por isso é preciso arriscar Apostar alto, jogar no vermelho Mas pode dar preto Ímpar ou par Par é sempre melhor Será? Enquanto isso, O poeta continua rimando Dor com amor

Loucos

Sou do time dos loucos Dos poetas sem pressa Fio da navalha, linha que separa Pouco que resta O que brinda com garrafa Pede bênção ao sol Mas que gosta mesmo da lua Da noite e todos seus mistérios O ladrão de flores e corações Que provoca risos nos mais sérios Dono da bola, do violão Filho mimado Amigo dos bêbados De todo e qualquer coitado Por três ou quatro moedas Um show na rua, em casa Dentro do quarto Sou o inferno, infernal Sou ídolo, astro internacional Sou o acompanhante da Rainha Tomo chá e quebro xícaras Bato panelas na cozinha Tenho fome, não tenho nome

Normal

  Vontade de falar, muito Um charme louco Mãos que deslizam pelo corpo Todo dia é carnaval Seu segredo é meu desejo Meu desejo é segredo Tudo tão natural O passado no espelho Medo e coragem Coragem, uma viagem Do prazer reprimido Até o infinito Em qualquer esquina No beijo do doente Na boca de um maldito Cruz pesada que carrego Quem aqui quer ser Geni? Melhor ser Geni do que cidade Jogando pedras, cheia de maldade Anjo crucificado Sou um engano Um papel em branco Em uma velha máquina de escrever Um livro fechado, guardado Todo noite uma história Toda dia um novo amanhecer

Menina

  Menina forte Que nasceu forte Não precisou se transformar Igual todas, todas elas São feras, filhas de Juma Poder e batom Na guerra com charme Mas também tem choro Sim, tem, tem sim Menina também chora Mesmo sorrindo Atrás do sorriso tem dor Nem queira entender Apenas respeite, respeite Nenhuma garota nasceu para morrer Idas e vindas Altos e baixos Desejos, loucuras, paixões O tamanho de um sonho Uma garota, mil emoções

Ser feliz e ser sozinho Não é nenhuma loucura É apenas uma escolha Como tantas outras Prefiro falar com uma porta Um simpático cachorro Ou com uma mesa de bar Duas, três cervejas Sorrisos em dobro Até encontro meu par Não pergunto o nome Nem endereço, nem telefone Levo comigo apenas o perfume Volto pelo mesmo caminho Do jeito que comecei Feliz e sozinho Mando flores para minha casa Admiro o reflexo do espelho Amor próprio, amor verdadeiro Liberdade, Andar para qualquer lado Não ter horário, qualquer pecado Sem medos, receios Loucos devaneios

Artista

  Todo mundo é meio artista Todo mundo quer ter um milhão de fãs Na plateia escuto gritos Aplausos para o poeta O mesmo cara da televisão Também do computador Cantando, divagando o amor Lá no alto, em cima do palco Em uma plataforma digital Analisando letras Uma questão, prova de vestibular Qual é a letra certa? Eu aposto na letra A Gosto de ouvir histórias Todas histórias Sou um em um milhão Conte mais, fale Da sua vida, da sua mãe, ou da morte do seu pai Vou fazer um poema, uma canção Trilhando caminhos Inspiração para o menino Que ousou sonhar Quem também não quer Um milhão de fãs Quem sabe essa noite ou amanhã

Calma

  Não acredite na calma do mar Não acredite em dias tranquilos O mundo foi feito para girar Ficar de cabeça para baixo Pode chorar, pode sofrer Nem sempre está tudo bem Nem tudo são flores Sorriso não significa felicidade Se o amor é vermelho, O medo tem outras cores Um abraço não resolve Mas sempre ajuda Quando parece que é o fim Pode ser mesmo Ter calma não é ficar parado É correr, é gritar Pois nem tudo é festa Viver continua sendo melhor do que sonhar O caminho tem curva Nem toda estrada tem passarela É preciso se arriscar Teoria não é prática Se não começar, nunca vai acabar Para acordar, um bom tapa na cara O pra sempre pode terminar Amanhã ou ainda hoje Não vai dar tempo de nada Suas riquezas vão ficar para trás O que é seu já está guardado O bom e o ruim Seu até logo pode ser um nunca mais

Cicatriz

  Cicatriz que vira tatuagem Ferimento no corpo Alma não tem jeito Não tem solução Não existe conserto Muito menos remendo Nem mesmo o tempo É capaz de curar Quando o tiro sai de dentro Quando o veneno mora no peito Vida amarga, Tristeza que não passa, mágoa Quando o rosto não disfarça Tapinha no ombro É tapa na cara Elogio é palavrão Falsidade não é doença É desvio, mudança de rota Caráter é página em branco Tem que saber escrever Eu vejo gente morta com vida Que vive fazendo o outro sofrer

Seda

  O senhor de tudo Que maltrata Faz meu corpo parecer outro Cria rugas em meu rosto O tempo, o tempo que machuca Cabelo que vai Com o vento que sopra Lei natural da vida O tempo, o tempo Uma viagem sem volta Ânimo, desânimo O sabor amargo dos anos Já não conto mais nos dedos O tempo que passou Viver é não ter medo Idade é ferida aberta Durante o sono não existe dor O melhor remédio Ainda é o amor Fogueira já sem labareda Minha pele virou seda

Ruas

  Atravesso ruas, corro perigo Eu sou o perigo O medo da madrugada Quero e preciso de proteção Cuide de mim, cansei de errar Ou erre comigo, juntos Toda noite tem um fim O beijo está sempre presente Naquela hora, no começo O bom gosto de quem tem o gosto De sentir prazer pelo controverso De trás para frente, pelo avesso Eu moro no lixo Quero dividir espaço com alguém Vamos nessa, vamos Todo dia um pouco mais além Na cama ou na lama O amor é sujo, o amor é bom