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Mostrando postagens de março, 2022

Abril

  Noite de abril Noite de frio Calor em outro lugar E quando acabar Coloque minha blusa Deite seu olhar Deixe eu acariciar Sua face, sua nuca Para relaxar Um banho quente Para relaxar um pouco mais Tudo é tão bom Mas fica sem graça Quando você vai... Nossa trama Tem amor, ação Tem mistério Minha janela está aberta Entre sempre sem bater Adoro em seus braços Morrer para renascer Um enorme escândalo Nossos nomes Na boca do povo, povinho Caretas E pensar que tudo começou Em uma noite fria de abril Quando o desejo, nosso desejo Não resistiu

Vai

  Vai na fé, vai Encontre sua paz Não existe nunca mais Para quem segue seu caminho Seu destino estava escrito Vai com calma, vai Qualquer dia eu apareço Para um abraço tão bonito Não olhe para baixo Atravesse sem medo Daqui para frente Não existe mais o tempo Vai virar nuvem Pássaro, lua Vai virar estrela Borboleta, chuva Virar pensamento Uma lembrança boa Bons momentos Estou do outro lado da ponte Jogando pedras no rio Sob o sol do meio-dia Depois da meia-noite Tentando enxergar além do horizonte Vai na fé, vai Vai...

Deu No Rádio

  Deu no rádio O céu está mais azul Anjos estão cantando Anunciando mais uma chegada Deu no rádio Traje de gala Som dos violinos Início de um novo caminho Deu no rádio Que não está sendo fácil Olhar o retrato Lembrar o almoço de domingo Do almoço de todo dia Do amor infinito Deu no rádio Que a porta está fechada A casa está vazia Toda aquela alegria Mudou para um outro lugar O melhor lugar O rádio parou, desligou Ficou sem pilha É o fim da linha, da vida Vai o corpo Fica a energia O sol está muito mais amarelo O universo agora é o seu castelo

Herói do Meu Herói

 O   herói do meu herói Morreu de overdose Gosto do brilho da manhã Da pureza dos seus filhos Do frio silencioso Da boca sem grito O mundo é da guerra O mundo é do conflito Só procuro um pouco de paz Será que é hoje Ou vai ficar para o nunca mais? Prefiro passos lentos Tudo bem pensado Depois do tiro Leio mais um capítulo Nessa história eu sou o livro O herói do meu herói Morreu de overdose Deito no sofá Espero amanhecer Escrevo poesias Mais uma bomba Noite virou dia Todo dia é um bom dia para morrer

Meu Lugar

  Portão baixo Lua cheia Futebol na rua Comida caseira Mapa da cidade Três esquinas Namoro na pracinha Minha terra, minha vida  Sou poeta, acho que sou artista Meu som Invadindo lares Cantor dos sonhos Dos bares Minha música  Morando em almas Pequenas vitórias  Minha vitória  Sou trilha sonora  Do seu novo amor  Do seu amor  Quando eu cansar Quando o mundo cansar Enjoar Da minha voz, de mim Voltar sem tristezas Simplesmente voltar Abraçar os meus Sem chorar Aqui, aqui é o meu lugar Nesse riacho Enxergo meu rosto Reflexo do que sou Tudo que restou Aqui sou o rei Mesmo sabendo Que ainda nada sei

Filho

  Todo mundo tem um filho Filho realmente filho Namorado, namorada Pai, mãe, marido Esposa, vizinho, amigo Todo mundo é filho Vô, avó, menino Cunhado, tio, sobrinho Aquela garotinha Quem esqueceu tudo Todo mundo é filho de alguém Pegue em minha mão Cuide de mim Fique comigo Vamos juntos até o fim Amor com amor se paga Braços dados, beijo na testa Respeito é o que resta Cuide mais de mim Amanhã pode ser tarde Adote minha alma Ninguém merece morrer sozinho Todo mundo tem um filho

Quinta Linha

  Quem ainda manda carta? Você Procuro meus óculos Será que vou conseguir ler? Letra tão bonita, palavras feias Acho que vou morrer Tenho certeza que vou morrer Já não enxergo mais nada Tropecei na sala Quase cai da escada Dia claro e eu na escuridão Um simples papel Acabando com um coração Parei de ler na quinta linha Na frase que termina com sozinha Confesso que tentei Ler novamente, juro que tentei Não pode ser verdade Não é realidade Parei de ler na quinta linha Na frase que termina com sozinha Já não sou nem sombra do que eu era Meia hora atrás Quem manda carta Não quer nem conversa

Lúcio Mauro

  Vou subir nos ponteiros do relógio Fazer ele andar para trás Voltar, retroceder Trazer de volta você Máquina do tempo, tempo O melhor era em seus braços Vejo você em mim Em meus cabelos brancos Meu sorriso, meus filhos Amor além do fim Vou quebrar a ampulheta Espalhar toda areia Desenhar seu rosto Lembro cada traço Sei que não vai voltar Mas pode esperar que eu vou Encontrar o seu olhar Explicar saudade, difícil Sentir saudade, natural Hoje eu quero logo o amanhã Amanhã eu quero logo o depois E depois vamos conversar Tudo que falamos em silêncio Relembrar Entre o céu e a terra Não existe distância Sintonia em linha reta

Viver

  Viver É percorrer uma estrada Cheia de obstáculos Viver É correr sem saber Onde fica a linha de chegada Viver É subir uma escada Sem corrimão Sem rede de proteção Sem nada Viver É caminhar pisando em pétalas Também nos espinhos Enxergar a luz Sentir o vento Ser o moinho Para morrer É preciso viver Parece simples Mas nem todo mundo entende Nem todo mundo quer entender Um passo para frente Sem poder voltar para trás Roda-gigante, labirinto Quem some, até nunca mais Viver é bagunçar Para depois, depois Descansar em paz

Voz de Gil

  Contra ansiedade A voz de Gil Dono da paz, mais Daquele abraço Para o amor, amor Sempre tem espaço Subindo, sobrevoando Voando alto Sítio amarelo, refazenda Em cima do palco José, João Super Homem Dentro de uma canção Toda flora, toda calma Toda alma Um pequeno Drão Estrela Um trem para todas elas Luz própria, janelas Esperando com toda fé Falando com Deus Deus é mulher Uma menina baiana Uma dança, oxalá o axé O ó da freguesia É irmão do é

Menino

  Quando acordo, sou menino Lavo o rosto e encaro o mundo Lá vou eu, de novo Dar murro em ponta De facas e queixos Não tenho medo do perigo Luto contra o mais forte Sou o capítulo final de um livro Eu tenho um plano, sempre Irritar fanáticos Odeio direitistas, esquerdistas Falsos solidários Não gosto dessa "turma do bem" Tapas nas costas, faca na mão Em pele de cordeiro O lobo finge ter bom coração Palavras ao vento Prefiro o silêncio Observando tudo Não sendo observado Analisando cada um Um por um Sabendo quem é de paz Quem tem futuro O bandido O que brilha no escuro

Nem Todo Sonho

  Sonho com você Um sonho tão bom Você já não concorda Odeia sonhar comigo Moro em sua mente Não adianta fugir Vou sempre aparecer Sorrindo Aquele sorriso tão bonito Incomodando mais Que meia sem elástico Jaqueta na hora do banheiro Fumante sem sincero Dentro de sua cuca legal Vou ficar o tempo inteiro Meu retrato em suas telas Meu nome na novela Você tenta esquecer Mas o destino não deixa Estou em cartaz, nas manchetes Com todas as letras Você tem um plano Eu tenho todos Todos

Brinquedos de Guerra

  Crianças brincando Meia-noite Hoje já é amanhã Crianças inocentes Pleonasmo Bombas explodem Mais um dia no calendário Janela aberta O brilho da lua Tanques nas ruas Arma de brinquedo Quem não conhece o perigo Nunca tem medo Tiros, explosões Olhares cruzando o céu Esperança não dorme Para o mais puro olhar Todo soldado é Papai Noel Uma flor Perfume da paz Pode ser hoje Pode ser nunca mais A morte sempre tão perto Mas também distante Uma questão de ponto de vista Guerra é palco Para todo e qualquer artista

Livros

  Eu viro páginas Termino livros Tento entender o mundo Tento e não consigo Procuro respostas Nos astros, nos discos Concordo sem discutir Cansei de debater Procuro solução sem briga Sozinho Não suporto mentes vazias Meu silêncio, minha melhor companhia Continuo lutando Para saber o que ninguém sabe Quero ser o primeiro O que vai esconder a verdade Todo labirinto tem saída Mas não tem placa GPS é o instinto Viver não é fácil Não é uma operação matemática Continuo virando páginas Terminando livros

Ética de Guerra

  Existe ética na guerra No "vale tudo" tem regra Já nesse seu coração Duro feito pedra Não existe o perdão Triste é sua vida Amargurada, perdida Cheia de ilusão Cansei de abrir o meu peito Esperar o seu respeito Nem adianta mais pedir perdão Paus e pedras Suas armas, seu veneno Quem sabe ainda o tempo Pode fazer você mudar Pelo menos um por cento Você prefere espinho Eu sou do time do sorriso No fogo eu vejo luz Você enxerga trevas E tudo o que resta Fugir das suas loucuras Fugir de tudo que não presta

Preciso de Paz

  O mundo não para de girar Estou cansado, muito Vou tomar um chá Fumar uma planta verde Deitar em uma cama de prego Subir pela parede, eu vou Preciso de paz, apenas isso Não tenho força, nenhuma Nem mesmo para um grito Vou abrir os braços e esperar O vento, toda ventania Quem sabe amanhã vai ser o dia E esse mundo que não para de girar Tudo de bom, tudo de ruim Tudo volta para o mesmo lugar É melhor fechar essa janela Tirar esse revólver de perto de mim Vou apenas matar a fome Comer o pão amassado Juntar alguns poucos trocados Fingir que vou fugir E esse mundo Esse que não para de girar

Vem Aí

  Vem aí Toda beleza do mundo O amor mais profundo Paz para o olhar, toda paz Vem aí O ser mais bonito Menina ou menino Tanto faz, faz tão bem Amar e amar, simplesmente amar O sorriso de um lindo neném Nos braços, cercado Por todos os lados Anjo, anjo... Perfume divino Pai, mãe, filho O ser mais bonito Vida, nova vida Uma linda vida Presente em forma de gente Luz que não para de brilhar Do útero para o coração Do coração para um novo lar Vem aí Quem apenas vai ser feliz

Perigo

  Viver é muito perigoso Mas o que não é? Tomar banho sem chinelo Tirar sujeira do teto Calçado virado Leite com manga Agarrar o gato Água de torneira Viagem de avião Pneu careca Carro sem seta Um afiado facão Viver é muito perigoso Mas o que não é? Jogar bola na chuva Atravessar a rua Mar com tubarão Dois em uma moto Um "três oitão" Navalha na carne Carne mal passada Fio desencapado Subir no telhado Pessoa casada Viver é muito perigoso

Gigante

  O gigante foi e não voltou Partiu para outras terras Já não tem mais pressa O gigante sempre tão gentil Partiu, dobrou esquinas, sumiu Ei, gigante Não esquece da gente Vai sorrindo, vai feliz Vai contente Vamos chorar, lembrar Para sempre Toda leveza do ser Um ser de luz Menino grande Tão grande, gigante Dono do céu azul Foi e não voltou Não vai mais voltar Virou uma lembrança Foi pescar no infinito Em um mar de estrelas Longe dos olhos, longe do olhar Agora pode tudo Pode até voar

Armas

  No calor do asfalto Nos escombros Dentro de gritos desesperados Herói de guerra Nunca falha, nunca erra Quem vai salvar o mundo? Quem vai... Só mesmo uma mulher Para criar e acabar com qualquer conflito Classe e elegância Resolve tudo sem um grito No lugar de bombas Rosas No lugar de soldados Bailarinas Armas químicas Por carinho e carícias Sai o coturno Entra o salto quinze Nenhum vilão resiste Ao charme e poder de uma mulher Que não quer guerra com ninguém E sabe muito bem A hora de meter sua colher

História

  Poucos olhares, doces olhares Marcantes Apenas olhares Alguns, uns O vento levou Os dias, os passos O tempo E nenhum tempo Apaga o que nunca passou O amor... Conectados, reconectados Pela rede, pela sede Pela vontade, desejo Desejo... Somos palavras Palavras aleatórias Ditas no ouvido Noites de glória Fela Kuti, Chet Baker Nosso gosto, bom gosto Meia luz, beijos longos Nossos rostos Coisas em comum Liberdade é quando dois Simplesmente vira um O cheiro, a pele Arrepio que nos veste

Deus tem Fome

  Deus tem cara da fome Cara de quem não dorme Pensando o que não vai comer Ainda hoje, amanhã, até morrer Fome é dor de nada Nada no prato Quem dera eu fosse um rato Qualquer migalha Com sorte veneno O fim de todo e qualquer sofrimento Palavras bonitas Não enchem barriga Discurso raso Pose no retrato Eu prefiro o alimento O pão, a carne, o tempo Saudade do gosto, do sabor De qualquer coisa Mastigando vento, engolindo sapo Ainda tenho fome Fome de qualquer coisa

Chuva

  Chuva forte Nós dois pela rua Sem capa, sem guarda-chuva E o que importa? Mãos dadas, beijos molhados Eu jogado aos seus pés Gargalhadas e muito mais Nossa música em nossas bocas Juntas e loucas Água, Que mata nossa sede Que refresca nosso prazer Água, Que lava nosso corpo Que deixa um bom gosto Faz o amor renascer E quando dançamos na chuva Braços abertos, mão na nuca Felicidade que não apaga Dando volta, fazendo graça Nossa alegria em uma noite quente Água que cai do céu, nossos olhos Abençoados, molhados Sempre chove no coração dos apaixonados Água que mata nossa sede

Sol

  Sob o sol do meio-dia Pessoas de joelhos Escolhendo viver ou morrer Sob o sol do meio-dia Crianças inocentes Armas apontadas Mundo doente, completamente Calor que perturba Machuca Gente que já está perturbada Machucada Na direção errada Olhos cegos, cegos olhos Tortura, luz na cara Nada apaga o brilho O sabor da lágrima E quando a lua desaba Chega rasgando, madrugada Som de violinos Pessoas de joelhos Será que Deus perdoa os assassinos? O azar de quem escolheu o lado da paz

Filme

  Todo dia o mesmo filme Todo dia o mesmo final O mocinho morre Nos braços de um anjo negro O tempo é um veneno O tempo é fatal Noites alegres, noites de esperança Para toda mãe O filho ainda é uma criança Que não pode dar tchau Mas esse filme é assim Tem sempre o mesmo final De volta ao ventre Mergulhado em lágrimas de dor Em todo momento presente No coração de quem ama Nunca vai faltar o amor Fim de tarde, luz do sol Qual o sentido da vida? Triste descobrir depois da partida Silêncio é solidão, o silêncio Que tanto eu preciso Apesar de gostar do barulho Gostar da confusão Todo dia o mesmo filme...

Viúva

  Viúva de marido morto Viúva de marido vivo Um está no céu O outro deu sumiço Em uma mesa de bar Uma mesa de bilhar Atrás de uma trinca de ases No meio da fumaça Altas horas da madrugada São João Batista Vila Alpina, Consolação Dois de novembro Feriado da nação De quem não anda Nem roda por aí Apenas descansa Um dia resolveu partir Frio, gelado Foi comprar cigarro Nunca mais voltou Foi dessa para uma melhor Dormiu e não acordou Viúva de marido morto Viúva de marido vivo Um está no céu O outro deu perdido

Plano

  Eu tenho um plano perfeito Correr atrás de quem não tem medo Quem divide o pão, a casa Eu tenho um plano Um cigarro, um trago, um beijo Céu azul por todos os lados Eu olhando seu corpo Saindo do mar, procurando meu olhar Contra o vento, contra o tempo Já estou pensando Na trilha sonora, sonora do nosso amor Nos passos lentos, bem lentos Descobrindo o segredo do movimento Anotei todos os meus planos Para qualquer dia, para qualquer ano Anote aí também em sua agenda Com letras pequenas Nosso desejo atrás dos panos Quero falar sem parar Sem respirar Junto com alguns "eu te amo" Você está em meus planos Até amanhã, até não sei quando Não sei quando

Humanidade

  Será que Deus acredita no homem? Será que Deus tem fé na humanidade? O mundo precisa de ar O planeta tem que respirar Liberdade é poder andar Sem fronteiras por todo lugar O brinquedo do menino Sua doce inocência Ao seu lado um blindado Atravessando destinos Quem mata está sorrindo Pedra no estilingue Acidente também é crime Bala perdida, tiro daltônico Triste e cômico Estamos perdidos Dinheiro e conflito SOS, socorro, help Vou colocar meu tênis e partir Mesmo não sabendo para onde fugir Será que Deus ainda acredita na humanidade?