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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Perrengue

  Domingo é dia de perrengue Perder avião, ficar doente Um espirro, renite, dor nas costas Disco que enrosca na vitrola Domingo é dia de perrengue Parado na estrada Tomando chuva na cabeça Vaias e pedradas Apenas mais um dia de perrengue Banda sem bateria Censura e prisão Show com atraso Cantor caindo do palco Todo mundo tem o seu perrengue Conte agora o seu Será que foi pior do que o meu?

Teimoso

  O mundo gira para afastar pessoas Mas eu sou teimoso, muito Tento manter a calma Quando tudo está por um fio Não sou eu quem acende o pavio Apenas sigo o ritmo, meu ritmo E tento enxergar o que ninguém ainda viu Nascemos tristes, chorando Cantamos para nos alegrar Contamos nossa história Para alguém ter pena, dó Estou procurando um lugar Ou uma boa alma qualquer Ninguém nasceu para ficar só Vou andar entre os carros Fugir de todos os perigos Quem tem fé tem destino Não fale mal de mim Nem sempre sou assim Entenda esse meu coração Peludo e cheio de razão O mundo gira para afastar pessoas

Linda Fera

  Fera suave, charme de fera Suave de beleza rara Doce anjo, anjo da guarda Sem asas, sem máscara É do amor, de todo seu amor Olha pra cima e abençoa Para baixo e ordena Fala com os olhos Quem é esperto obedece Quem tem bom gosto Venera e não esquece O tempo passa e nada estraga Brilho que não apaga Andando e pisando firme Seu caminho, o melhor caminho Felicidade, a felicidade Mais que um objetivo, seu destino Perfume exalando Espalhando poder pelo ar O ar que respiro, som de um suspiro Como é lindo admirar Quem manda, quem comanda Sonho bom é acordar E dar de cara com o seu, com o seu O seu mais perfeito olhar

Sou Louco

  O louco é sincero Nunca está errado Também não está certo O louco é feliz Despreocupado, sem medo Tem todo o tempo É ator, é atriz O louco é exagerado Muito para ele é pouco Grita para falar baixo Entra sem bater Rasga dinheiro Não precisa de quase nada para sobreviver Conversar com louco não é fácil Você fala e ele repete tudo ao quadrado Não existe amanhã nem ontem Hoje é o seu grande espetáculo Só para avisar Eu sou louco, completamente louco De perto todo mundo é Um pouco mais, um pouco menos Maluco de cabeça vazia Cheio de desejos estranhos E algumas manias O louco é sincero Eu sou

Muros

  O amor escala muros Prédios, morros, montanhas Para o amor nada é loucura Não existe limite, altura Atravessar oceanos Ou qualquer outro plano Por amor vale tudo, tudo Dar uma volta pelo planeta Dentro de um balão Ou em um rabo de cometa Quantos poetas ficaram loucos Imaginando um amor platônico? Sonhar sem sair do lugar É desespero, é medo de arriscar Gosto da emoção das curvas, das dúvidas Ser desafiado, ouvir que é impossível O sabor da conquista tem muito mais sabor Pelo caminho das pedras É por esse caminho que eu vou Para ocasiões especiais Minha melhor roupa Um bom perfume para ser percebido Notado, falado, descrito O amor escala muros

Dimenstein

  Vejo o pôr do sol Eu posso ver o sol O brilho de uma tarde de outono Suas cores, várias cores Enxergo perto, enxergo longe Taça de vinho, palavras de um menino O amor é dia, o abraço é noite Mas quando fecho os olhos Escuto muito mais Vozes invadindo o quarto O som do amor, do amor Não existe pressa Quando o coração quer paz Hoje estou em paz Animado, esperando Lembrando que menos é sempre mais Vida, Os últimos, os próximos Melhores dias das nossas vidas

O Medo de Gal

  Medo, Eu tenho medo Todo mundo tem medo Eu tenho medo da morte Envelhecer é ficar mais perto É saber que vivi Que tive sorte, fui forte Vida, Sempre linda, tão bonita Com seus mistérios É sofrimento com alegria Jovem não pensa em morrer Velho só quer sobreviver E eu adoro é viver Vida não tem fim Fim tem você Quero continuar vivendo Depois que a luz apagar Um milagre, milagre Sou o que está por trás do olhar

Segredos

  Hoje contei segredos Antes treinei em frente ao espelho Fiz caras e bocas Deixei algumas bocas abertas Hoje falei verdades Na cara da sociedade Assustei gente careta Agora toda noite "De prazer" Tem cara de sexta Leve, Leve feito balão Flutuando sem destino Caindo em qualquer braço Já sei o próximo passo Sorrisos ao som dos sinos Quero só mais um abraço Hoje acordei diferente Quase irreconhecível Mudança visível Tapete vermelho, vida nova Nova vida de um novo tempo Um crime cheio de provas Tenho público, tenho plateia Tenho fãs odiosos Todos com suas pedras Seus dedos nervosos Geni morrendo de inveja Hoje contei segredos

Paz

  Paz com ausência É saudade Hoje tenho tanta paz Sou tão só Brigas, gritos, palavras feias Faca de dois gumes Lençol curto, indecisão Ser sozinho, de boa Ou aumentar o volume Discutir sem motivo, sem razão? Para ser feliz, para sofrer Já diria o poeta Só se for a dois Assim é bem melhor O barulho de um silêncio É tormento, é dor Sempre tão frio Não tenho mais idade Só maturidade Para entender que não sou nada Completamente nada sem você Se um dia comemorei sua partida Hoje choro e lamento Não tivemos tempo Nem para despedida

Trilha

  Trilha sonora Hoje sou rock Amanhã sou bossa, fossa Sou qualquer nota História sem fim Melodia sem letra Música e poema O que sobrou de mim Tenho medo de morrer Mas quando acontecer Quero o som dos violinos Anjos e suas harpas Meus olhos, minha boca São minhas melhores armas Filme sobre minha vida Livro com muitas páginas Qualidades até então desconhecidas Todo morto é uma pessoa não compreendida Nem todo choro é falso Eu acredito na beleza das margaridas Idas e vindas, idas sem volta O dia está tão lindo Para quem está vivo O mundo é uma bola Eu quero chutar de primeira Já não mudo mais o placar Cansei de errar o gol Mas só erra quem sabe arriscar Trilha sonora Sou o que toca no elevador

Solidão

  Não tenho mais noção do tempo Descanso enquanto trabalho Escrevo poesias, escuto o galo Com tantas coisas para fazer Não faço quase nada, Literalmente "nada" Junto com golfinhos e jacarés Dentro da minha angústia Vejo gente morrendo, nascendo Vejo bicho virando flor Flor virando bicho de estimação Meu gosto por rotina virou rotina O acerto vem sempre depois do risco O clássico e o rústico Quebra-cabeça no escuro Sou eu assim tão só Frágil, sempre muito frágil Queria ter a força de uma galinha d'angola Comer escorpião e depois dar o fora

De Volta

  O passado voltou com tudo Tomou conta do mundo Estou perdido no tempo Deslocado, fora de hora Quem sou eu agora? Quem são vocês? Não reconheço mais ninguém Tudo está andando para trás Aqui não é o meu lugar Quero distância de tanta loucura De tanta cabeça dura Vou dormir e não quero acordar Darwin decepcionado Não tenho sete vidas, Não sou gato Gente estranha, pobres coitados Deveria ficado trancado Ouvindo música dentro do quarto Quem não luta, obedece Recolhe, encolhe Aceita sem reclamar Coleira no pescoço Adorno de quem prefere chorar Heróis e vilões Plateia sentada puxando aplausos Palco para loucos, poucos Mas que fazem estrago

Sufoco

  Todo dia uma fila Para viver ou morrer Todo dia uma escolha Hoje eu nem sei qual vai ser Porta aberta, janela sem rede Sempre tem outro caminho Cada um faz o seu destino É sim ou simplesmente o fim Todo dia uma guerra Sorrir ou chorar Eu prefiro lutar (tentar) Contra o inimigo invisível Contra quem sufoca Quem acaba com meu ar Converso com amigos imaginários Imagino amigos, alguns Uns ou outros, poucos Qualquer um que possa me salvar Tirar essa dor da alma Da minha alma Que não sabe o que é calma Que não conhece paz É sobreviver ou nunca mais Seguir em frente Mesmo de olhos fechados Sei que não é fácil, é árduo Todo dia uma fila É viver ou morrer

Lisca Doido

  Sim, eu sou Louco, doido Varrido, sempre sorrindo Sempre feliz Não sou doente do pé Nem ruim da cabeça Seu preconceito, sua sentença Nada abala minha fé Lisca, belisca É mais que sonho Sou humano, sou Rei Sou a bola da vez O que estava faltando Sou amor, vida Cabeça pensante Muito prazer, sou Lisca O tempo passa rápido demais Aproveite, viva Eu vivo Intensamente, seguindo a risca Todos os itens da cartilha Muito prazer, sou Lisca

Medo

  Era amor, era Parecia amor, parecia Tinha cara de amor, tinha Sonho que virou pesadelo Carinho que virou medo Tempo que transforma Segundo vira hora Eu quero sempre estar No caminho contrário Longe do seu pecado Do seu mais terrível olhar Estrada sem luz, sem destino Endereço desconhecido O silêncio é um grito Desespero, covardia Tristeza invadindo Ainda sou seu filho Ainda sou, sou Frases em meu ouvido Inocente castigo Rádio ligado, som alto Prefiro fones Prefiro quem acredita em mim Quem vai dizer que é o fim? De quem eu mais esperava Não teve nada, nada De quem eu mais esperava Nada, nada

Talheres

  Garfo e faca Os melhores talheres Prato de porcelana Tudo pronto Duas ou três porções Porcos e suas manias Brindes em noites frias Taças, risadas sem motivo O ser humano é um suíno Farelos pelo caminho Restos e rastros Porcos nunca estão sozinhos Andam sempre com os ratos Na lama, no chiqueiro No asfalto quente Sociedade doente Todas as nacionalidades Até brasileiro O rabo é curto Mas vive preso Sujeira espalhada Dinheiro jogado Quem se mistura aos porcos Pobre coitado

Chuva

  Chove forte por aqui Raios, trovões e saudade Penso loucuras, alguns desejos Vivo morrendo de vontade O quarto está escuro Mas meus olhos brilham Ainda está chovendo Mas vou até aí Espere no portão, vou correndo Para passar o frio Um banho quente Um beijo quente Um prato quente Uma cama ficando quente Depois da despedida Alguns poemas, cigarros Sorriso que não termina Um Djavan, um Nando Reis No rádio uma canção em inglês Que eu não entendo, mas sinto O amor é poliglota É feio, é bonito Um grito de liberdade Medo que estava escondido

Vontade

  Mãe puxando pelo braço Na vitrine o sonho de consumo Brinquedo chamando atenção Não ganhar é pesadelo Promessas não cumpridas Sei que não vamos mais voltar Entre traumas e medos O meu maior segredo Por isso digo e repito Não me dê esperança Sou pior que criança Pior que criança Não me dê esperança Passo vontade olhando Observando, namorando Meu futuro presente, Meu presente futuro Será que vou ganhar Ou continuar sonhando? Mas pelo menos ainda posso sonhar Então, Não me dê esperança Sou pior que criança Pior que criança Não me dê esperança

Rimas

  Quem nunca rimou Amor com dor? Quem nunca foi Cartola Em uma tarde chuvosa? Na mesa de um bar Esperando o tempo passar Viver é assim, assim Uma lágrima teimosa Atrapalhando o olhar E no fim do dia Uma rosa roubada Mais uma tentativa frustrada De ter novamente o seu beijo E para curar o tédio O melhor remédio Chá quente e uma boa noite De sono, de sonhos De esperança renovada Que depois da madrugada Tudo enfim vai voltar Para o seu devido lugar

Sua Cor

  Sua cor invade meus olhos Sua cor pede meu amor Eu sempre tão insensível Com atraso fui enxergando Querendo o seu brilho Agora vou mergulhar fundo Pular de cabeça em seu tom De pele, de liberdade, de vida Em seu gosto bom, sempre muito bom Que o tempo pare de levar vantagem Corro para evitar mais prejuízo Todos os momentos perdidos Vejo cenas, vejo desejo Na imaginação eu realizo Viro poeta, penso em tudo que não presta Mas sabe como é, você sabe Não sou o único, não sou Que pensa em mil loucuras Sonhar acordado é diferente Abaixo de zero ainda é quente Distância é veneno, é tortura Que louco é o mundo Que louco é o destino Voltas, reviravoltas Vontade, o nome é vontade Que não some, apenas adormece Nem todo mundo é feliz, Mas todo mundo merece

Copo de Plástico

  Nem melhor, nem pior Apenas verdadeiro O que todos escondem Embaixo dos seus travesseiros Até o último minuto No limite do impossível Tomando conta de tudo Tomando conta dos amigos Sua língua Uma lâmina afiada Amizade sincera Sem interesse, sem nada Nada Cheio de bom gosto Com pressa e cuidado Um louco do bem Abrindo portas, janelas Escancarando a vida Mergulhando na piscina Gostosa sensação Todo dia uma partida Um brinde em copo de plástico Estilo e poder em qualquer canto Um último cigarro, um último bar Um sorriso apaixonado E antes de voar Um muito obrigado

Ainda é Noite

  Ainda é noite O sol vai demorar Temos tempo Um pouco mais de tempo Abrace meu abraço Quem sabe o mesmo sonho Ou pelo menos, O mesmo pensamento Estamos criando memórias Cada dia em um lugar Somos filhos da nossa história Nem chegamos e já vamos embora Sem nenhuma tristeza no olhar Só um instante de amor É o que a gente precisa Antes da nossa partida Só um instante de amor Aproveitamos cada segundo Ainda falta muito mundo Só mais um pouco de amor Enxergamos beleza em tudo Em tudo, em tudo No chão seco do sertão No barro duro Nossa caminhada é longa Nossa vida é curta Mais uma vez é noite O sol vai demorar

SmartMãe

  Santa das mães tecnológicas Gioconda sorrindo na tela Contatos de terceiro grau Imediatos, muito mais além Caras e bocas, bocas e dedos Milagre da comunicação Virou alguém no mundo Setenta e seis de idade Setenta e seis de bateria Sua nova televisão Áudio gravado, revisado, Recado dado Jantar está na mesa Sua língua é o teclado Salve sua realeza Vício problemático, infernal O bilhetinho é virtual O bolo não tem gosto Não tem cheiro Amanhã quem sabe Sabor verdadeiro Sua cartilha é um manual Respirando por aparelhos Câmara invertida Celular virou espelho Mãe do carinho Mãe on line Mãe ciborgue Sempre armada Ninguém mais dorme

Imagem

  Guarde minha melhor imagem Leve sempre com você Essa vida que nos separa É a mesma que nos ensina o prazer De uma amizade sem limites, sincera O sol que nasce, é o mesmo que vai morrer Coração apertado Foi apenas um lance errado Um lance, um lance errado Mas vou defender, eu vou Todos seus pecados, todos Amigo não tem defeito Não precisa dar explicações Nem mil desculpas, não Sou louco abusado, cuspindo para o alto Um poço de emoções Nossa nave perdeu o controle Foi por vários caminhos Você desembarcou antes Mas esse era o destino Toda frase que fica do poeta É um tapa na cara, um carinho O livro está aberto Sem ponto final, nem último capítulo

Caravana do Delírio

  Janelas abertas, vento no rosto Bagunçando nossos cabelos Dentro de um carro, corpos apertados Caravana do delírio Eu vejo mãe, eu vejo filho Para guardar na memória Ruas, prédios, histórias Histórias de amor O mar e suas ondas O sal que nunca curou Toda minha dor, minha dor Vamos gastar nossa economia burra Falar dos intelectuais Sacanagens, paisagens Um pouco de cultura O passado em alta velocidade O futuro mais rápido ainda Imagens em movimento Não reclamo do meu martírio Fique sempre comigo, vamos Na caravana do delírio

Não Aguento!

  Não quero briga Não quero discussão Não vou debater política Nem futebol, nem religião Sem lição de moral Sem nota oficial Nada de papo antropológico Nem maiorias, nem minorias Nem nada disso Eu quero apenas ser feliz Cada um é cada um Cada um sabe o que diz Não ofendo quem erra Não aponto o dedo Não chuto cachorro morto Nem falo que estou certo Não puxo o saco de falecido Gosto de louco sincero Quero distância de falso bonzinho Antes só do que mal acompanhado Cansei de tanta gente chata Prefiro o silêncio da madrugada Odeio quem vomita palavras Os professores de porra nenhuma Não sou palco para pseudo artista Não aguento mais essa gente Essa turminha cagando regra Cancelando vidas Eu não aguento!

O Tempo

  Enquanto isso, Uma cantora na varanda Um compositor com seu violão Enquanto isso, Apenas dois acordes Ritmos fortes e uma nova canção Sobre o tempo, o tempo O relógio só tem função Para quem fica parado Em cada lugar é um horário Um fuso tão confuso Super Homem dando voltas Olhando o anoitecer, o amanhecer Tudo agora, ao mesmo tempo Diferentes lugares, movimento Vida pulsando Mesmo repousando Vida que ainda pulsa Sempre vai pulsar Em qualquer parte Além de qualquer vida Tudo junto, junto Em qualquer lugar do mundo

O Amor

  O amor é feio Para quem não está amando O amor é bobo Para quem está apenas olhando Amor não põe comida na mesa Apaixonado não tem fome Só um pouco de sede, só um pouco No inverno, calor No verão, frio na barriga Respostas sempre precisas Quem ama não tem dúvida Simplesmente acredita, acredita Que tudo é eterno, tudo Não existe despedida O amor é cego Mas enxerga no escuro Dormir para sonhar acordado Loucuras de um apaixonado Explicar o amor não é fácil Explicar não é necessário Eu recomendo, recomendo Pule, mergulho sem medo