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Mostrando postagens de julho, 2021

Sua Melhor Maneira

  Nem da missa metade Você não sabe O que passa em minha cabeça Vontades absurdas, absolutas Todas envolvendo você Um tanto ousadas Mas todas ao seu alcance Não precisa de muito Preciso mesmo de uma chance Juro só dizer sim, yes Sempre sim Tenha todas ideias Sou cobaia, quero ser sua festa Juro só dizer sim, sim Sou um filme sem final Uma noite fora do normal Folha em branco para você escrever Depois até descartar Rasgar em pedacinhos Ou até mesmo mastigar Cuspir com todo o nojo Quando o prazer acabar Meu segredo também é seu Sem você ele não existe Estou sempre aqui Sob o seu olhar Cuide da melhor maneira Sua melhor maneira Que nem sempre é a melhor Por isso que eu adoro tanto Eu adoro, tanto

Descalço

  Janelas apagadas Rosas sem pétalas Milagre sem Santo Eu vejo o tempo passando Não entendo nada Mais um dia procurando explicações Seguindo apenas pegadas Tudo está estranho Tão estranho Não tem mais esquina Não tem mais bar Os amigos foram embora Com o sopro de um vento Saudade da minha turma Do bom e velho movimento Ando descalço pelo planeta Pisando em terra e areia Sujando os pés de vida Procurando minha inocência Minha alma de artista Alguma causa perdida Ainda quero tropeçar No último fio de esperança

Força da Lei

  Toda força da lei Para o bandido O incendiário Para o inimigo do Rei O mundo em chamas Poderoso na cama E um tonto feliz Bandidos e vândalos Fugindo da viatura Tristes criaturas, animais Racionais tão irracionais Idiotas brigando com estátuas Imbecis descontando suas mágoas Loucos varridos, pobres coitados Cérebros queimados, torrados Não existe discussão Quem briga com o espelho Não merece perdão, não Toda força da lei Para quem não gosta da lei Lei do retorno Para quem não gosta do gosto Quem acha que pode tudo Para quem brinca com fogo

Lá Fora

  Na ponta dos pés Olho pela janela Vejo o mundo lá fora Corro de volta Para debaixo das cobertas Não é medo, não é nada Apenas fico mais seguro Aqui trancado, na retaguarda Passo a chave na porta Confiro o trinco, fecho o cadeado Aqui dentro isolado Distante de tudo, tudo Escondido, longe do pecado Sou inocente, puro Quero continuar assim Sem maldade no coração De corpo e alma, com minha calma Eu gosto mesmo é de viver Aqui com minha ilusão Minha doce ilusão Sou o pão, sou a carne O sangue não contaminado Sou criança, ainda não odeio ninguém Aqui existe cor Amanhã eu já não sei

Devorado

  Noites sempre malditas Em qualquer rua, qualquer esquina Na madrugada já tão fria Sem abrigo, sem onde encostar Do centro para periferia De mãos dadas, pode levar Pedaços do meu corpo Que foram dilacerados pelo seu olhar O amor é bandido, prisão perpétua Na alegria, na tristeza Ou na boca do lixo O amor é bandido Eu gosto e sei viver Quem dorme não tem fome Nem é devorado antes de morrer Encontros, desencontros Gostos e desgostos Todo dia o mesmo rosto Dentro de vários rostos Sem lenço, nenhum documento Desejo anônimo, sem cartão de visita Bons atos em silêncio Dentro de noites malditas

Completo

  Problema, muito problema No singular ou no plural Nem vou listar os meus Periga você chorar, nem acreditar Ou simplesmente rir Sem parar Mas nada impede, nada Nada impede de seguir sonhando De apenas sonhar Já ouvi falar do tamanho do mundo Não conheço ele inteiro, é grande Como diz a canção do Nando Ele ficaria completo Ao seu lado, com você Mas por enquanto eu, eu continuo sonhando Para declarar o meu amor Vou repetir sempre a mesma frase Por horas e horas Dentro de poesias, numa única estrofe Ou até cantando Ainda continuo sonhando

Vivo Morto

  Quando eu parar de sorrir Quando o coração parar de bater Quando eu não estiver mais aqui O que será que vão falar de mim? E quando eu virar uma lembrança Uma saudade que aperta Será que vou ser uma boa pessoa? Será que vou ser elogiado? Pelo menos vou ser lembrado Todo morto está meio vivo Na mente, no coração de alguém Por amor ou por ódio Ou qualquer outro sentimento Todo vivo um dia vai ser morto Mas pode ser feliz em todos os outros Sou bonito em pé ou deitado De terno ou mesmo pelado Quente ou gelado Só não sou ignorado Vivo ou morto, morto ou vivo

3 da Tarde

  Três da tarde Já tem lua lá no céu Sempre tem Mas não deixa de ser estranho Sei muito bem o meu tamanho Nesse universo tão gigante Que pouco conheço Que impressiona, causa medo Mas até enfrento Com um passo de cada vez Controlando o tempo, cada movimento O maior mistério É a única certeza Gosto de esperar sob o sol Atrás do ponteiro dos segundos Desviando dos minutos Minha hora vai chegar Viver é um sonho Qualquer dia é dia de acordar Quantas ruas passei Pela primeira vez? Quantas vezes desviei De um futuro certo? Outras muitas vezes não percebi Que o melhor estava logo ali

Iguais

  Somos tão iguais Somos dois paranormais Ligados, grudados Amantes dos bons perfumes E nos melhores bares Dessa cidade sem luz Duas ou três doses Música e corpos nus Nascemos para brilhar Mas também gostamos da sombra Das noites nubladas Com chuva pesada Festa de arromba Fumaça para o alto Copo cheio, meio vazio Um brinde, mais um drink Nossa amizade é espelho Reflexo do errado, verdadeiro Agora é o nosso tempo De ser feliz, ser feliz Todo mestre tem seu pupilo Tem o seu aprendiz

Pressa

  Não entendo essa sua pressa Correndo em escada rolante Indo direto para a última página Sem escutar o começo Já quer saber o fim Tudo é para ontem Ainda hoje quer ouvir o sim Tenho certeza, tenho Que você não é feliz, feliz Relaxe, pare um pouco Pare um pouco e relaxe Tudo tem seu tempo Todo o tempo, o tempo todo Antes que tudo acabe Segure o sol Guarde dentro de você Para quando a noite chegar Em sua mente, em seu coração Segure o sol Para ser brilho, cor Quando o amor virar escuridão Ida e volta, ida sem volta Todo mundo quer mais Só mais um pouco de paz Morrer dentro do sossego De um abraço bom Ninguém precisa de muito Só alguns segundos

Eu Sigo

  Eu sigo esperando Boas novas Pessoas espertas Eu sigo esperando Outro mundo Uma outra era Eu sigo esperando Respostas inconclusivas Apenas respostas Eu sigo esperando O começo do fim Seu amor por mim Eu sigo esperando Não ter mais fome Não ter mais sede Eu sigo esperando O som das guitarras A morte dos caretas Eu sigo esperando O feio virar borboleta Seguir é para frente Esperar é ficar parado Ando tão confuso Não ando, estou desesperado Tudo está girando 360 graus Eu sigo esperando

Buraco do Fusca

  Atrás do banco de trás Não existe perigo Viajante solitário Na cabeça do menino Astronauta de Fusca Passeio em ritmo de aventura Lar, uma casa Espaço, sem espaço para voar Pai no volante, filho brincando Pelas ruas da cidade Entre sacolas e bagunça Alegria de um Fusca Para sempre, para eternidade Regra sem regra Quem protege é Deus No trânsito, em trânsito O passado não morreu

Mundo de Gal

  Camiseta velha, calça de pijama Tarde de sol, mas com vento frio Brincadeira, coisa de criança Amor é cambalhota, qualquer nota Sob o céu vermelho, rolar na grama Avô, pai Duas facas e um pomar Neném fazendo careta Vida doce, laranja azeda Jardim virou quintal Entre árvores gigantes O sorriso, o brilho O divertido mundo de Gal Esperança é um olhar Singelo e natural O divertido mundo de Gal O tempo passa rápido demais O tempo passa Amanhã o tempo fecha Amanhã não tem mais

Rock

  Som alto não é barulho Som que vem do céu É paz, é benção Som que vem de baixo Não é do Diabo Mas é do jeito que ele gosta Som do amor O corpo é rock, é rock É tiro, é bala de prata Arma de choque Desejo, loucura O rock and roll é nobre Todo dia é dia de rock Todo dia é dia de ter coragem Hoje é dia de renascer Das trevas, no meio das feras Rock cura qualquer dor Mesmo sendo feito para enlouquecer Hoje é dia de rock, bebê!

Santo

  Não existe Santo Dentro de uma guerra Santa O que adianta entregar flores E matar com o espinho? O que adianta dar esmola E ser feliz com a miséria? Toda mãe sabe a dor Que é ter um filho na guerra O grito é abafado por gargalhadas De um gigante sem tamanho O medo é constante Mora na alma e na mente Jogo de cartas marcadas Um sempre nasceu para perder O vício tem gosto bom Até bater a vontade de morrer No chão da rua fria Os mais lindos calçados Desfilando, passando por cima Quem realmente é o coitado? Água suja não limpa o corpo de ninguém Dinheiro que compra também vende Alma ao Diabo, pobre Diabo Pobre com sua nota de cem

PopStar

  Sou um popstar Sem drogas Sou um poeta Sem lápis e papel Um cantor popular Sem o povo Alguém cheio de esperança Sem o céu Você diz que não sou ninguém Até que você tem razão Mas para me conhecer bem É preciso muito mais, mais Que apenas uma sensação Minha vida é uma história ainda sem fim Uma vírgula antes do ponto final Eu tento dizer não, mas não Na minha boca, o sim é mais normal Sei muito bem os meus defeitos Eu tenho espelho e pouco medo

Meia-Noite

  Perto da meia-noite Rosas vermelhas Seu olhar cor de ódio Juras de amor, outras juras Desejo sem firulas Já falei do mistério dos seus olhos Dá minha vontade de estar Dentro dos seus segredos Ser mais um segredo O seu maior erro Eu também adoro errar Adoro Gosto de ouvir sua voz Comandando, dando ordens Sua voz gritando meu nome Ou um apelido qualquer Só você sabe fazer, fazer Eu sorrir aos seus pés, agradecer Depois, Quero saber mais sobre sua vida Das suas outras loucuras Vontades, experiências vividas Aprender, ensinar Depois de novo, de novo Não precisa ter piedade Eu quero apenas estar Dentro dos seus segredos

Corpo

  Silêncio do corpo Inerte, sem reação Vento levando inteligência Tempo que não volta Alucinação Sombra da tragédia Começo do fim Fim que começou Sem adeus, sem aviso Simplesmente chegou Foi, apenas foi O poeta e suas palavras Seus devaneios, suas loucuras Seus sonhos impossíveis Homem, menino Incompreendido, agora foi Com seu canto escondido Nada para depois

Sonhos de Uma Noite de Verão

  Doces sonhos Uma noite de verão Sucesso na palma da mão Eu quero é ser feliz Sempre feliz Roupas rasgadas, fãs enlouquecidas Vida de artista Juro que eu nunca quis Eu quero ter o tempo Eu quero viver o tempo Das plantas, da família e dos animais Não quero ser o número um Sei que não sou qualquer um Valorizo meus segundos de paz Não é por acaso Fama rima com cama Eu quero deitar e descansar Minha imagem, minha beleza O sol é uma estrela Mas o que realmente encanta É uma linda noite de luar

Na Cruz

  Na cruz De braços abertos Ainda sou julgado Tenho meu nome citado Na boca do suposto irmão Estou vivo, vivo Cuspido, precisando de abrigo Não existe caridade É muita maldade Disfarçada de amor Onde mora o amor? Flores e velas Pessoas rezam aos meus pés Mas ainda apontam meus defeitos Essa gente não presta É cara de festa Mas até o Diabo passa reto Não tem estômago Quero apenas ficar em paz Observando tudo, bem discreto Ainda consigo sonhar Minha vida foi um sonho Conselhos errados, pecados Nunca fui perfeito, nunca escolhi lado Apenas sobrevivi ao veneno Desse povo mal-amado

Mais Segredos

  Trocamos segredos Contamos desejos Falamos das coisas erradas Dos nossos medos Das vontades guardadas Sonhamos com o dia Da liberdade total Nossos planos loucos De todos os outros Nos encontramos no final Gosto de explicar meus gostos Gosto de ouvir os seus Aquele mais ousado Não precisa ser o mais safado Conte mais, mais um pouco Quem o seu o corpo deseja? Quem deseja o seu corpo? Vamos falar das regras Das suas regras quebradas Das verdadeiras mentiras Da sociedade chocada Trocamos segredos, desejos Papo bom na madrugada

Inocente

  Juro que sou inocente Não tenho culpa Não tenho culpa de nada Juro que não matei, não matei Não dei tiro, nem facada Esse crime não é meu Eu estava dentro de casa Nem sabia que o sujeito morreu Muita gente tinha vontade Muita gente não tinha coragem Mas eu juro que não fui eu Eu estava dentro de casa De joelhos conversando com Deus Não adianta gritar Não tenho mais o que responder Já disse que não matei Não sei matar, sei apenas morrer Continuo jurando, juro Por tudo quanto é Santo Mesmo eu não sendo Santo Tenho muito defeito Mas assassino não sou Não sou o que tira a vida Sou apenas o que nunca amou

Apenas Dois

  Leio poesias em voz alta Esperando suas atitudes inesperadas Um beijo quente de língua Panelas, fogo aceso Cheiro do nosso tempero pela casa Nem toda noite tem madrugada Nosso papo é longo, divertido Não deixamos nada para outro dia, nada Esquecemos de molhar nossas plantas Esquecemos do supermercado Já é quase café da tarde Perdermos a chave do quarto Amor nem sempre é igual Por mais que pareça Hoje tem cara boa Amanhã também Semana que vem não sei Não quero saber Também gostamos do silêncio Que sempre vem depois E no fim de tudo, de novo Somos apenas dois

Ampulheta

  Minha vida é uma ampulheta quebrada Espalhando areia Deixando rastros pela estrada Minha vida é uma noite sem fim Em busca do sol O sol dentro de mim Tenho todo o tempo O tempo do mundo O fuso, confuso horário Eu tenho o tempo todo O cheiro da manhã Liberdade de acordar Escolher entre o nada E coisa nenhuma Estou em uma cela Sem trancas, cadeados Sem ter para onde ir Muito menos fugir Sou uma casa vazia Cheia de espaço, cheia de solidão Onde o grito vira eco Onde deixo minha tristeza E o meu coração

Qualquer Lugar

  Eu quero o pão e sua carne Acabar com minha fome Acabar com sua sede Mas antes é preciso que você olhe Que note o meu olhar Falando tantas coisas em silêncio Jogando em sua cara toda minha vontade De ficar ao seu lado ou outro lado Do lado que você quiser Eu quero com ou sem maldade O meu grito ninguém escuta Preste atenção, preste atenção Seu filho da... Da noite para o dia Tudo ficou pior Luz apagada, mente acesa Não sei se consigo sobreviver Acho que vou morrer mais uma vez Só mais uma vez Flor da pele, estou Estou aqui De corpo, sem cabeça Esperando sua sentença Vamos logo ali, ali Onde eu não veja o tempo passar Onde você bem entender Em qualquer lugar

Suas Mãos

  Um brinde para sua falta de sorriso Um brinde para o seu ar superior Para seu pouco medo Para sua vontade de causar dor Durante o dia brilha, pela noite desfila É quente, super quente Também é fria Tudo que eu gosto Tudo que eu sempre gostei Seu poder, muito poder Minha maior alegria Do alto olhando para baixo Aqui olhando para o alto Nem dó e nem piedade Seu amor está no espinho Fere, machuca Em minha pele é carinho O sabor dos seus passos Gosto dos beijos molhados Quem entende sabe, sabe O prazer é prazer, sempre prazer Não importa a forma, maneira O gosto bom de morrer Em suas mãos

Sempre o Fim

  Um dia termina O que começou Tudo que caminha Amanhã acabou Antes do fim Tem um começo Melhor parar sozinho Do que no tropeço Ótimas ideias São sempre esquecidas Deixadas de lado Nunca ouvidas Eu sou Um solitário cheio de amigos Um gigante no castelo O famoso caso perdido Antes de sair É preciso chegar Antes do tiro É preciso mirar Para morrer Tem que acabar

Mala

  Foi apenas um oi Simplesmente um oi Sem intimidade, sem maldade Foi tão somente um oi Nada mais que um oi Mas você não entendeu Agora quer atenção Carência é um saco Cansei do seu papo chato Meu oi foi apenas um oi Dá um tempo, passe depois E quando passar Não entre sem bater Ou não bata e não entre Se possível passe reto Pelo menos uma vez na vida Seja legal, seja esperto Vai na fé irmão Fique em seu canto De preferência em silêncio E se dormir, Que seja por um bom tempo