Devorado

 Noites sempre malditas

Em qualquer rua, qualquer esquina
Na madrugada já tão fria
Sem abrigo, sem onde encostar
Do centro para periferia
De mãos dadas, pode levar
Pedaços do meu corpo
Que foram dilacerados pelo seu olhar

O amor é bandido, prisão perpétua
Na alegria, na tristeza
Ou na boca do lixo
O amor é bandido
Eu gosto e sei viver
Quem dorme não tem fome
Nem é devorado antes de morrer

Encontros, desencontros
Gostos e desgostos
Todo dia o mesmo rosto
Dentro de vários rostos
Sem lenço, nenhum documento
Desejo anônimo, sem cartão de visita
Bons atos em silêncio
Dentro de noites malditas

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