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Mostrando postagens de novembro, 2022

Uma Canção

  Parei para fazer uma canção Ritmo na cabeça, palavras Versos, rimas e umas graças Um sucesso popular Para agradar gregos e baianos Todos os Santos Para minha mãe cantar Frases diretas, na ferida Com cara de Cazuza Mensagem disfarçada Indefinida Eu quero ser artista Amor ou política Para dançar, para mudar vidas Duas ou três notas Qual é a música? Não sou Roberto Nem um Nando Mas vou cantando Só falta então uma canção Uma linda canção Ir até o céu E voltar melhor Esperar o fim Sem dor, sem medo Cantando eu ganho tempo Para simplesmente ser feliz

Colher de Sopa

  Trocamos o café Por um prato de sopa Conversa fiada Por uma conversa boa Um caldo, franguinho Canja também é janta Ninguém está sozinho Legumes e plantas Fome de amor O melhor sabor Nós dois Cumbuca e colher O que a gente quer Para agora e depois Receita antiga De sucesso Mãe e filho Avó e neto Pitadas de afeto Fique aqui Só mais um pouco Não esqueça de soprar Está quente Aproveite para saborear Passe o sal Não passe vontade Beije e abrace Vida com tempero Com gosto, com cheiro Trocamos o café Por um prato de sopa Estamos numa boa

Pedaço de Tempo

  Tenho pouco tempo Para enfrentar o tempo Que é eterno, sem fim Diferente de mim Ocupo um pedaço Parte de um espaço Que já existia antes Que vai existir depois Nascer e morrer É apenas um detalhe Dentro da eternidade É preciso viver Cada instante, cada segundo Minha cara no mundo Enquanto ainda estou aqui Marcando presença Para deixar saudade No dia da ausência Planeta azul De brilho eterno Por todos os séculos Sou um grão de areia Milésima parte, farelo Que vai com o vento Tenho pouco tempo Para enfrentar o tempo Vou soprar o amor

Erasmo

  Sou um gigante Gigante gentil Sou poeta Falo de amor Tenho o tamanho do Brasil Sou um gigante Amigo do Rei Falo de quase tudo Só não falo o que não sei Carrego sonhos Na palma da mão Nas costas levo O mundo inteiro Nem sempre o primeiro Mas sempre de coração Meu abraço abraça Qualquer um que vem Qualquer um que passa Tenho tempo para todos Um sorriso, uma graça Sou gigante, sou grande Sou estrela, sou nação A caneta de Deus Sou pura emoção

Lugar

  Lugar do outro É sempre pouco Muito pouco Para entender, saber O tamanho da dor Só quem sente sabe O corte da navalha O que machuca, fere O que fere também mata Não julgue para não ser julgado Melhor conselho é ficar calado Abraço vale mais, muito mais Que papo furado Pitaco atravessado Um pouco de paz Antes de mais nada Antes de qualquer palavra O silêncio vale ouro Então, então... O lugar do outro é pouco Sempre pouco Deixe o tempo curar Deixe o tempo levar Soprar todos os medos E se tiver vontade chore Chore e deixe chorar

GPS

  Recalculando rota Corrigindo o erro Tinha cara de acerto Mas foi engano Tenho outros planos Acertei o caminho Curvas perigosas, precipícios Gosto de emoção, com emoção Agora sim Um pouco mais vivo Contramão, contrafluxo Ser feliz não paga pedágio Não requer prática Nem tão pouco habilidade É fácil, muito fácil Atravesso obstáculos Dou voltas e mais voltas Nunca estou no mesmo lugar Desço ruas e estradas Apenas desço Sem querer parar Recalculando rota

Na Mosca

  O silêncio tomou conta do ambiente Ninguém piscou, ninguém Todos prestando atenção no nosso amor No nosso beijo descontrolado Totalmente descompensado Arriscamos tudo, completamente tudo E acertamos em cheio No alvo, na mosca, bem no meio Dessa turminha que olha com inveja Que chora enquanto a gente faz festa Não estamos aqui para agradar Nem precisa gostar Mas tenha certeza que não vamos parar Utilize seu tempo para fazer o bem Ou para fazer o mal longe de mim Longe de nós Engula seu amargo veneno Aceita que dói menos O mundo fica em câmera lenta Quando a gente ama Quando a gente beija Chocando os chocados e caretas Incomodando os incomodados Falsos moralistas e bestas O silêncio tomou conta do ambiente...

Agradecer

  Vou calar minha boca Vou apenas ouvir Conclusões precipitadas Depois sorrir Vou escalar montanhas Chegar aos seus pés Vou seguir suas regras Agradecer com fé Vou ficar com desejo Deixar arrepiar Vou ter vontade Mas não vou falar Esperar suas ordens Palavras de comando Hoje estou alegre Amanhã chorando O prazer de estar em suas mãos O prazer de estar em boas mãos O prazer de simplesmente estar Sob o poder do seu olhar Eu adoro enlouquecer Bem embaixo do seu nariz Gosto de olhar para cima Fazer o que eu sempre fiz Vou calar minha boca Vou apenas ouvir...

Errado

  Levo uma flor Um bilhete Minha cara de pau Junto com mil desculpas Levo explicações Frases feitas Palavras nada sinceras Sou um cão arrependido Lobo em pele de cordeiro Só não aprendi com o erro Canto uma canção Toco meu violão Sussurro em seu ouvido Sei que não presto Mas é você que eu preciso Não vou mudar nada Mas fique comigo Você merece coisa melhor Mas melhor um na mão Do que dois voando Sou realmente todo errado Mas tenho um bom coração Não sou o sonho dos seus pais Sempre fui o mau exemplo Errado desde pequeno Mas você vai sorrir Pelo menos um pouco Até o dia que eu partir De novo

Susto

  A vida assusta a gente Sem data exata, de repente Último som de uma canção Última cena de um filme bom Que acaba assim, sem cara de fim Um ato solitário, solidão Estrela não brilha durante o dia Mas está lá No céu dos pensamentos Nos melhores momentos Sumindo bem devagar Ocupando espaços Nunca imaginados Vivendo muito mais além O próximo passo Recordações em um retrato Amanhã também Eu juro que estou bem Lágrimas na despedida Ninguém explica Ninguém sabe a razão Lágrimas e feridas Toda dor é maldita Facada no coração A vida assusta a gente Viver é um susto

Encontro

  Risos, risadas, gargalhadas Você e sua turma Namorados, namoradas Corredores estreitos Aproveitando o tempo Enquanto ainda existe tempo O poeta já não é mais o mesmo Limpo meus óculos embaçados Depois de encontrar o seu olhar Caminhos cruzados, exagerados Não sei que dia é hoje Mas já não posso te abraçar Leio tudo ao seu respeito Livros e poesias Escuto seus discos Tristeza, melancolia Sua coragem, meu medo Não tenho sua força Mas conheço o segredo Do amor, de todo amor Não tenho planos para o futuro Quero apenas sobreviver Vou abraçar o mar Desaguar em um oceano Não tenho nenhum plano Preciso limpar novamente os meus óculos

Transgressão

  Eu vejo um túnel No fim da luz Eu vejo o que ninguém vê Sigo meus instintos Pedras e espinhos Não espero amanhecer Transgredir é arriscar Sofrer para libertar Por toda uma vida Uma vida inteira Transgredir é ter coragem Abrir caminhos, estradas Para alguém pavimentar Eu sei o que quero O que não quero O que não posso Não posso é parar Todo sonho foi feito Para voar, voar Pés afastados do chão Sem sair do lugar E quando tudo acabar Olhar para trás Saber que valeu Tudo valeu A maior transgressão É sobreviver na mente De quem está morto Mas não morreu

Pressa

  Tenho pressa Muita Preciso falar Escrever, gritar Pintar o sete Bordar, deixar Pedaços de mim Não vou resistir até O fim do mundo Preciso espalhar Palavras, figuras Cartas, caras, criaturas Todo dia Um único dia O último Quero tudo Guerra e poesia Passos largos Alguns retratos Para não ser esquecido Para não ser apagado Do mapa da memória Dos meus ancestrais Quando eu morrer E virar gênio Vai ser tarde Tarde demais

Sapos

  Falas que guardei O grito que não gritei Vontades que calei Morri, morri, eu morri Ferida aberta, faca no peito Todos os medos Morri, apenas morri Noites sem dormir Voltas e voltas na cama Travesseiro amassado Todo dia um novo drama Que mata sem dó Que deixa numa pior Em silêncio morri Umas mil vezes E cada vez que renasci Entendi que é preciso falar Palavra na garganta É veneno, terra sem planta Janela fechada Voz calada Boca amordaçada Toda linda manhã Vem depois de uma madrugada Escura, escura

Lua de Fernanda

  Lua Que agita o mar De brilho fácil Faz apaixonar Lua Inspiração do poeta Amor em linha reta Não cansa de encantar Lua O nome dela é lua Ilumina vida escura Toda vida, minha vida Lua, luando, luar Manto de Iemanjá Braços abertos Em seus lábios mergulhar Luz Da casa de São Jorge Do lado sul até o norte Cheia, meia, inteira Verdadeira luz Branca, vermelha Prateada, platinada Blue moon Suas cores, todas as cores Seu sorriso, magnetismo O que existe de melhor Seu nome é lua Sei de cor

Triste Tristeza

  Tristeza Vem de fora Invade corpo Invade alma Tristeza Vem de dentro Sai da alma Sai do corpo Dois jeitos Duas maneiras Dói o peito Olhos abertos Olhos fechados Nada muda Tristeza não é fim Metade, verdade Entre o não e o sim Sorriso Bom disfarce Já não cabe Tanta tristeza Relógio, travesseiro Perfume sem cheiro Oração sem sentido Morto ou vivo Sem voz depois do grito Tristeza é buraco Que não paro de cava

Coisa e Gal

  Coisa e tal Fora do normal Beleza natural Voz de cristal O nome dela é... Tempestade tropical Furacão, vendaval Manchete no jornal Meu Bem, Meu Mal O nome dela é... Brilho sensacional Índia sensual Começo sem final Amor de Carnaval O nome dela é... Instinto animal Transcendental Fenômeno, fenomenal Barato total O nome dela é... Imortal, fatal O nome dela é Gal

Açougue

  Pedaço de carne Que ama, que odeia Que vive em paz Que tem dor Sangue nas veias Pedaço de carne Com sentimentos Lágrimas Mil emoções Escrevendo páginas Sensações Pedaço de carne Que emite som Escuta som Vive em movimento Que tem neurônios Pensamentos Sorte ou azar Livre ou preso Magro ou obeso Crente ou ateu Com fé ou sem Deus Carne no açougue Faca no peito Cada um do seu jeito É dia, é noite Somos pedaços

Outro Epitáfio

  Não nasci para julgar Nem quem está vivo Nem quem já morreu Não sou juiz Muito menos Deus Morrer não é castigo Bênção, momento lindo Tudo muito natural Morre quem é do bem Morre quem é do mal Seu telhado é de cristal Não deseje o inferno Pois o inferno é aqui Você mora nele também Cuide do seu corpo Cuide antes que seja tarde Sua alma diz amém Uma frase, epitáfio Para ser lembrado Não esquecido Vivo de amor, vivo Procurando paz Um mundo mais bonito Não nasci para julgar...

Intimidade

  Todos meus segredos São super conhecidos Pelo seu sexto sentido Todos meus medos Você conhece cada um Sabe cada um, sabe muito bem Conhece como ninguém Eu juro que aceito Eu aceito Seu desejo é o meu prazer Estamos unidos, ligados É ferro, é fogo Seu silêncio com mil palavras Entendo todas suas falas Cinema mudo, libras E quando você grita Sei o meu lugar Fica em qualquer lugar Sob o poder do seu olhar Som de um piano Ponta dos pés Em um canto Poder exalando Prazer na dor e no pranto

Ritual

O sol caiu Ritual Perfume de flor Sorriso de canto Charme natural O sol desceu Ansiedade Beijos e abraços Abertura do compasso Nem começou Já deixou saudade Que hora? Que roupa? Juro que vou Conte comigo Vou no estilo Chegando dou um grito Para voltar Dou um jeito Dou meu jeito Crio asas Viro pássaro Agora é só sair de casa

Casa

  Moro sozinho E fugi de casa Nem toda dor Vem e passa Para sobreviver Livros e discos Antes de morrer Sorrir Sem espelho Contra o medo Tentando não desistir Ainda tento Sorrir Busco luz Aquela da manhã Invade janelas Música de Djavan Hoje mais um dia Que termina Agora só amanhã Silêncio é paz Também solidão Equilíbrio Tudo isso, isso Duas mãos Solitário ato Ato, fato Aceleração

Verde...

  Verde igual vermelho Doce não é tempero Ter coragem É também ter medo Verde Do herói, da guerra De gente errada De gente certa Sem querer Misturei o céu e o sol Deu verde Outras cores Ingênua paz Vou com quem vai Abacate Mate verde Água, algas Sementes Folhas, bolhas Palmeiras Ervilhas Quentes ou frias

Mais Uma

  Eu danço sua dança Até amanhã de manhã Eu molho suas plantas Até você dizer chega Nossa palavra de segurança É sim, é sempre sim Nossa cama Lugar tão careta Gostamos de correntes Escadas e sarjetas Temos energia Para mil loucuras Para muitos dias Noites Eu resisto, aceito Suas condições Hoje é o bê-a-bá Depois outras lições O prazer com roupa O cérebro despido Travestido de desejo Nem sempre tem beijo Tudo melhora com o tempo Ensinando o prazer Para quem é curioso Para quem quer conhecer

Mira

  Minha boca em sua mira Em segundos seu sabor Morando dentro de mim Meu corpo em suas mãos Em um instante dor Eu sempre respondo sim Sou chão, calçada Palavra desnecessária O que você precisava Para ser um pouco mais feliz O que segue suas pegadas Alerta e esperando Seus pedidos, ordens Meio-dia, todo dia, madrugadas De abraços abertos Sou árvore, plantação Obediente bonsai Aos seus pés Aguardando uma boa ideia Veneração Chuva forte Lavando almas Meu nome surrado Sob seus saltos Até o próximo amanhecer Vou ensinar e aprender Enlouquecer

Guerra Particular

  Você fala sim Você fala não Mas continua sempre Presa na solidão Nem tudo é lindo Nem tudo é terror Caia na real Acorde para vida Pouca gente realmente liga Para sua dor Devolva o dinheiro Para o legítimo dono Seja feliz sem um puto Sem um conto Pense em você Pois ninguém vai pensar Faça o impossível Encontre seu lugar Seu pequeno mundo Onde tanta gente escuta Mas ninguém sabe falar Eu gosto da paz Depois do conflito Gosto do silêncio Após o grito

Primeira Fileira

  Alunos da primeira fileira Braços levantados, uma questão Eu só quero ir embora Já passou da hora, meu irmão! Suas dúvidas, quantas dúvidas Deixe tudo para amanhã Estou com fome, muita Milk-shake ou maçã Vamos logo, vamos nessa Ainda tenho que tocar guitarra Dar uma volta na praia Estou com pressa Pago um lanche, uma bebida Mas cale sua boca Não pergunte mais nada Esqueça o cateto Baixe logo esse dedo Dois mais dois são três Japonês é melhor que inglês Já bateu o sinal Parece que vai chover Vem aí um temporal Minha mãe vai ficar preocupada Já respondi chamada Não posso mais ficar Alunos da primeira fileira Hoje é quarta-feira Eu juro que ainda vou estudar