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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Sonho de Paul

  Foi ontem, foi bom Vai ser difícil esquecer Eu sei, sei Foi ontem, foi demais Prazer, muito prazer Perfume que não sai Do corpo e da cabeça Foi ontem, uma loucura Mas agora eu quero mais Todo dia um pouco mais Foi ontem, tem que ser hoje Amanhã mais ainda Olhares em uma esquina Foi bom, foi ontem Já dizia aquela canção Ontem Que olhei em seus olhos Que depois fechei os meus Viajei Suas mãos curiosas Procurando o que sempre encontrei Prazer, muito prazer

Distraídos

  Carros e pessoas Máquinas Grande avenida Prédios e casas Olhares distraídos Olhar de comando Seus passos Vontade, boas ideias Boca aberta, curvas Algumas retas Mundo parado Paralelo Uma Rainha passando Vitrine, manequim Roupa nova Em uma loja Escolher, não pagar Alguém vai gastar Saliva, desejo no olhar Você dá risada Eu peço um sorvete Riso cruel Menina má vai para o céu Eu vou junto, junto Carros e pessoas E sua personalidade Atravessando Pisando sem dó Olhares distraídos O seu compenetrado Detectando coitados Eu vou junto, junto Atrás e não ao lado

Azar

  Você beija meu rosto Deseja sorte Sem você é azar É morte Você pega em minha mão Diz que agora vai ser assim Mas ninguém é feliz Quando o melhor é o fim Porta aberta Um chorando O outro disfarçando Fingindo estar tudo bem Desespero, medo De joelhos, o tempo O amor está perdendo Erros ou acertos Nem tudo é perfeito Nem tem que ser Murro em ponta de faca Explicar o inexplicável Para quem não quer entender Ser feliz não é pecado Nem castigo divino Entenda isso, só isso

Sonho Sujo

  Linha tênue, linha fina Entre o prazer e o nojo O sujo e o bom gosto Anjo e o Diabo em guerra Desejo e vontade Amor e festa Sem limites, sem fim Em uma noite errada De cara lavada Falando não, mas querendo sim No momento do prazer Todo mundo tem coragem O perigo faz parte Na hora do prazer Como não querer? Todos os lados Cara ou coroa Cara virada Dia e noite Delícias da manhã Pela madrugada Ser ou não ser Linha tênue, linha fina O prazer e o nojo Ponto de encontro

Vendedor

  Vendedor de sonhos De todos os tamanhos Escolha logo o seu Com um buquê de rosas Beijos e poesias Vendedor de sonhos Por quase nada Por qualquer trocado Tem até promoção Um sonho por uma risada Sonho de mulher De menino, de amigo Sonho de Ícaro Feche os olhos e dê um grito Sonhar acordado É sempre o sonho mais bonito É assim, tem que ser assim Ser feliz, sonhar Abra um sorriso Felicidade de bandeja Traficante de bons momentos Sonho para compartilhar Viver é sonhar Vendedor de sonhos

O Erro

  Objeto não identificado Indefinido Homem, mulher, menino Híbrido e sem vestido Anjo com suas asas guardadas Velho, morto, louco Pegadas Objeto não identificado Olhar sofrido, pecado Doce fera Reto com gingado Rebolado Tempo que passa Sem pressa, na espera Um sorriso tão bonito Bem identificado Tímido para o mundo Desejo bem guardado Planeta tão escuro Todo meu, só meu Nas profundezas, incertezas O erro que aqui nasceu

Toda Dor

  Toda dor um dia vai ter fim O cinza vai virar azul Toda noite termina em um amanhecer Quem nasceu sabe que vai morrer Eu sei, eu sei O prazer que parece eterno Termina em um instante Digitais em um corpo quente Amor deslizante, amor Quem nasceu sabe que vai morrer Depois de um grito Ou no silêncio que faz renascer Eu sei, juro que sei Toda rua acaba Em esquina ou sem saída Meu olhar de raio X Enxerga o que tem atrás da vida Tudo é tão rápido Como o falado sopro Como o sono de um morto O ponto final de um lance Que parecia um romance Toda dor um dia vai ter fim

Abraço

  Quero um abraço de Deus Quero ser o bicho da madame Quero voar em uma explosão Quero ter um novo nome Quero um pouco mais de sorte Quero uma dose de veneno Quero inventar uma dança Quero engolir o tempo Quero ser pobre na França Quero um Deus Quero uma madame Quero voar Quero um nome Quero menos sorte Quero uma dose Quero apenas inventar Quero engolir Quero ser infeliz em Paris Eu quero tudo, quase tudo Um pouco de tudo Mas querer não é poder Eu vou enlouquecer Parece tristeza e realmente é Troco minha fé por um café

O Dia do Nosso Amor

  Hoje é o dia do nosso amor Hoje é o dia do sim De falar mais uma vez Olhar nos olhos e prometer Hoje é o nosso dia O primeiro de muitos Daqui para frente, juntos Em cada amanhecer Filme com final feliz Nova versão, continuação Por várias temporadas Sempre de mãos dadas Viva nossa paixão Um passo de cada vez Nós, apenas nós Na dificuldade um sorriso Nossa alegria é um aviso Um bilhete com "eu te amo" Corpos unidos Desafiando todas leis Vai ser intenso Até quando eu não sei Mas o que realmente sei Daqui para frente, juntos E quem sabe amanhã Seremos muitos Hoje é o dia do nosso amor

Um Passo

  Toda lua é nua Toda rua é sua Pise firme, com força Viva, agite Seja alegre, seja triste Nem tudo é perfeito Mas o lado bom ainda existe Nome na história Tempos de glória Astronauta Dando seus pulos Mora no sol Mas amanhã já foi embora Toda vida é crua Sem roupa, sem casca Deixe sempre pegadas Por todos os caminhos Por todas luas, ruas Grave seu nome, grite Seja uma nova fase Acredite, acredite Sempre

Sem Fim

  Nosso amor não tem fim Mesmo depois do fim Desde o primeiro encontro Do primeiro acorde Da primeira canção E não sou louco De contar nossas loucuras Aventuras, poucas e boas Boas e todas Seu sorriso, meu sorriso Sua risada, um grito Minha voz desafinada Açúcar, adoçante ou um vício Mesa de bar, o melhor divã Ainda estamos nos retratos Na mordida da maçã Seu corpo que sumiu do nada Roupas que desapareceram do armário Ainda espero um simples recado seu Que não vai chegar, não vai Tristeza que não morreu Segredos do outro lado Vão ser desvendados No dia da partida Nossos sonhos, nossas vidas

Teatro

  Eu não concordo Com quem concorda comigo Tem sempre alguma coisa Alguma coisa errada, um grilo Sou mais que um corpo Muito mais que isso Procuro equilíbrio O equilíbrio que não existe Sou uma crise existencial Livros na estante, mar de histórias Um caso recente, fundamental Erro na tela Virei atração Teatro sem plateia Solidão Estou armado até os dentes Sou uma fera Mas o inimigo é invisível Está pelo ar, embaixo da terra Essas paredes Tão perto uma da outra Eu sinto frio, tenho medo Todo dia o mesmo lugar Estou cercado, vigiado Não sei escapar

Máquina de Escrever

  Máquina de escrever Minha mania de escrever Lindas histórias, canções Na gaveta das memórias Boas sensações Luz apagando O corpo cobrando Tem que ser agora Versos e prosas Nem tudo são glórias Histórias no papel Antes que seja tarde Antes que o meu mundo acabe Não vou deixar dinheiro Nem quadros, nem tesouros Apenas minhas palavras Frases, gostos e cheiros Já não tenho mais voz Falo com os dedos Depois de tanto veneno Não é veneno que eu preciso Contra essa dor, toda dor Eu apenas escrevo

Dentes Amarelados

  Meus dentes amarelados Vida vivida, o tempo Meus cabelos brancos Poucos que ainda tenho Eu não reclamo, não Meu corpo já cansado Estou quase do outro lado Agora é esperar sorrindo Braços abertos, abraços Os dias estão contados Passos lentos Cada dia mais Um para frente Quinhentos para trás Fica o conhecimento Bons momentos Que não vão voltar Mãos que estão tremendo Mesmo morrendo Prefiro tudo fora do lugar Tenho os mesmos sonhos Dormindo ou acordado Será que ainda estou vivo? Quem está ao meu lado? Meus dentes amarelados

Aviões

  Aviões em uma guerra São flores em um velório Teatro sem cortina, sem plateia Sorriso do artista, sem comida Espalhando amor, vida O invisível visível Dentro de um carinho Previsível momento Força do destino Pipas pelo céu Alegrias e sorrisos O sonho é tão bonito Mesmo sendo de papel Histórias reais São só histórias Nem todas são boas Mas todas ficam na memória Aviões em uma guerra São flores em um velório Piscina na favela Para refrescar o ódio Espalhando amor, amor

Esquinas

  Dobrei esquinas Ultrapassei pessoas Não olhei para o lado Caminhei, nem percebi O amor da minha vida Estava ali, bem ali Um simpático mendigo Pedindo um trocado Fumando um cigarro Observando tudo O desencontro, o absurdo Triste destino, dois corações Neste mundo cego e surdo Cachorros e suas madames Crianças com seus brinquedos O velho e o sorveteiro Todos imaginando um beijo O tempo voltando Pode ser amanhã Pode ser depois Pode não ser O mendigo, a madame O velho, o cachorro O menino, o sorveteiro Já não estão preocupados Tudo passa muito rápido Novas esquinas, velhos hábitos Sorte ou azar Em qualquer lugar

Discurso

  Seu discurso cheio de palavras Não diz nada Seu discurso bem articulado Ninguém entende nada Seu discurso pedindo paz No fundo quer guerra Seu discurso é blá, blá, blá Para idiota aplaudir, para matar Fale aí sozinho Não dou palco para maluco Aqui ninguém ganha no grito Não existe herói Quando o herói é um maldito O bonzinho de hoje É o vilão de amanhã Os dedos, poucos dedos Duas mãos e o dinheiro O pecado vai muito além da maçã Continue idolatrando E na cara apanhando Todo feliz, feliz Depois não discuta com Deus Salvador da pátria já morreu Abra os braços e abrace Seu país

Estranho

  Está tudo tão estranho Já não sei quem tem razão Quem é o mocinho dessa história Quem é o vilão Não sei mais nada, nada Eu não sei Não entendo todas essas jogadas Nasci em época errada Ladrão roubando ladrão Sincero pedindo perdão Choro sem lágrima Lágrima sem gosto Índio comprando terreno Carnaval em agosto Tempos modernos Olho no olho Ainda está em moda Pensa que é esperto Nunca chutou uma bola Entrega flores Mas prefere o espinho Diz que ama Pelas costas dá o tiro Está tudo tão estranho Pare o mundo que eu quero descer

Pecado

  Ser feliz, sorrir Amar e receber amor Dar risadas, gargalhadas Andar de mãos dadas O pecado está no olhar No olhar de quem olha O verdadeiro pecador Ruas estreitas, nobres avenidas Beijos de parar o trânsito Mãos ao alto, na parede Dez passos para felicidade Chocando toda essa gente Para alegria de poucos Tristeza de muitos Nosso amor deu certo Em plena luz do dia Ou no escuro Já estou sem ar faz tempo Todo esse seu movimento Quatro estações em uma única tarde Estou sem blusa Mas não tenho frio Alegria que encostou no céu Pacto de sangue embaixo de chuva Vai embora o juízo e fica o mel

Rima de Caetano

  Eu sigo buscando Uma rima de Caetano Gosto das palavras Bem faladas, encaixadas Cada letra em seu lugar Em seu devido lugar Frases bem feitas Nada de frases feitas Para bom entendedor Meia sílaba não basta Eu sigo buscando Uma rima de Caetano Bíblia do poeta, dicionário Línguas com curvas e retas Os pingos em todos os is Reticências, resistência Desejos tão sutis Eu apenas sigo, sigo Eu sigo buscando Uma rima de Caetano Na tela do celular No papel em branco Na voz do cantor Depois do pranto Grito de desespero Ordem alfabética O "A" é sempre primeiro

Calçadas

  Quantas calçadas você passou? Quantos você disse que amou? Mas o que é o amor? Quantas lágrimas você derrubou? Quantos sonhos você sonhou? O que é o amor? O dinheiro que parece fácil Fácil é a vida de quem julga Aponta o dedo, mente suja Salto quinze para suportar Maquiagem para disfarçar Mais uma noite terminando Muitos "eu te amo" Vida cheia de enganos Beijo na testa do filho Mamãe volta daqui a pouco Pensamento sempre longe do corpo Quantas calçadas você passou?

Jogo Sujo

  Gosto de jogar Com palavras, com o olhar Sou jogo duro Não nasci para perder Eu não sei perder Cartas na manga Cartas marcadas, jogo sujo Por amor vale tudo É viver ou morrer Pegar ou largar Todas minhas fichas Poucas, mas decisivas Tiro certo, no alvo No giro da roleta Sorte passa longe do azar Eu só sei ganhar Conheço todas as regras Eu crio regras Todas em meu favor Eu sou o vencedor No tabuleiro Damas, Reis, Rainhas Suas vontades Todas as vontades são minhas

Abraço

  Lembro o nosso primeiro abraço Lembro de tudo, tudo Dos acordes da canção Das cordas que arrebentei Cantando, tentando cantar Gosto das suas palavras Suas poesias, frases Do carinho em seu olhar Escrevo cartas para musicar  E toda planta, toda Eu batizo pensando em você Na luz dos seus olhos Vaso com terra Para todo dia renascer Ligo o rádio é você cantando A música da minha vida Vou dormir e acordo sonhando Nem tudo precisa fazer sentido Ainda está na introdução Mas já está acabando Sua voz Outdoor da sua personalidade O X no documento de identidade O amor é um grande laço Lembro o nosso primeiro abraço