Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2019

Essa Semana

Essa semana vai ser Nossa melhor semana Vai ser muito melhor Do que foi a última semana  O que vai ter de especial? Eu também não sei Mas estar ao seu lado Parece que vai ser  O meu destino está  Agora em suas mãos  Então cuide de mim Pelas próximas semanas Será que vai demorar Para o seu olhar escapar do meu olhar? Sua prisão perpétua Eu nunca vou tentar escapar E quando estou no cárcere  Canto Chico César O meu canto é muito mais bonito Quando fecho os olhos  Para não ver o tempo passar O que eu quero é ter Todo o prazer  Que nunca consegui Só com você  É o que vai ser E o que vai me fazer feliz Estou sempre aqui Aqui, aqui

Atual

Poeta ou profeta? Falou no passado Aconteceu no futuro Descreveu com todas suas letras O tempo atual Hipocrisia de um povo Foi sempre direto ao ponto  É a cara do Brasil  País do carnaval Tudo,  Exatamente tudo Tudo vira carnaval Os poderosos duelam Querem votos E os seus seguidores  Bobos, sanguinários São devotos Cegos que enxergam Loucos que se misturam Só para tumultuar  Pois se tudo acabar bem  Quem vai lucrar, neném!? * Hoje tudo tão moderno Mas com o chip do passado O garoto não solta a mão da mãe  O pobre velho está condenado Medo do medo de ter medo

Anjos

Enxergo anjos  Por todos os lugares que eu passo Não só no céu  Também andando por calçadas Em cima de árvores  Em riscos e rabiscos Em uma folha de papel Anjos não têm medo do escuro E quando estão na luz São como sonhos bons Que brilham e trazem paz Anjo, anjo, anjo Também quero ter asas Quero aprender voar  Ao som de guitarras E para um outro plano Poder e saber atravessar Sobre minha cabeça  Nuvens vermelhas Nuvens de sangue Lágrimas de anjo Que curam feridas O amor nasce depois do pranto O rock é minha vida É o meu canto Anjos e demônios gostam de flores Um para cheirar O outro para despedaçar E estragar amores

Vidas Divergentes

Era um mês de maio Cheio de ironia Subi até o segundo andar Cheguei às nuvens Fiz até uma reflexão  Sobre coisas corriqueiras  Sobre iniciativas Que precisamos tomar Vidas divergentes Casos de amor acabando Os fragmentos arranham Nossa história  Está mesmo chegando ao fim Casais são diferentes Mas com a gente foi sempre tão igual Gosto, cheiro, pele O contato vai ficar na memória Eterno enquanto dure Nunca acreditei Expulsar alguém  É uma contradição que traz paz O nosso senhor somos nós Não é coisa de Deus Misterioso sentimento despertado pelo acaso  Pela sorte Eu quero ser sempre o amor que sai de você  Morte é falta da vida Será que todo tchau é um adeus?

Discurso

Você pede paz Mas vive fazendo guerra Faz aquele discurso bonitinho Mas é ordinário Grita pela floresta  Em casa não molha o jardim  Brinca com o cachorro perdido Mas não olha na cara do vizinho Quem você pensa que engana? Na rede social aquele texto enorme No grupo fechado sua verdadeira cara Prefiro um louco sincero Do que seu discurso furado  É melhor calar a boca Porque não sou obrigado Você reclama da lei Não seria melhor obedecer? Passa horas propagando o ódio  Finge se preocupar com tudo Mas não se preocupa com ninguém É tanta hipocrisia  Nesse seu mundo podre Cheio de fantasia

Som do Lenine

Gosto dos relevos sonoros De todos seus acentos Toda palavra tem uma cara Vogais não são apenas cinco Estou sempre atento Janelas da criação  Mude sempre seu caminho O meu é da composição Minha música é popular Minha busca é encontrar  Aquela paciência do Lenine Eu gosto é da paz O relato de quem faz Eu me sentir feliz  O canto dos ruminantes  Voa pelo mundo  Alimentando de leite Quem tem olho de peixe Palco sagrado  Fundamental  Conheço os lugares pelo estômago  E também por suas cores Orquídeas são retratos Daqueles mais lindos Recordações dos bons amores Música na sua voz Fica sempre tão leve  Suave Cantar o amor É a palavra-chave

Café Para Dois

Ela chama para tomar um café  Peço desculpas E digo que prefiro algo mais quente Mesmo com duas pedras de gelo São incoerências Das nossas loucuras Beijos na boca Beijos na nuca Toda noite tem amor  Mas nem toda noite tem lua Não gostamos do silêncio O barulho sempre nos acompanhou  Falamos aos gritos Berramos declarações  Segredos absurdos Ninguém acredita em nossas emoções Depois de algumas horas Todo mundo sai ganhando  Empate tem sabor de derrota Nosso desejo é sério  Mas parece safado para quem está olhando

Luz

Eu sou vida, Mesmo depois da morte Eu sou luz, Enquanto o mundo é escuridão Não nasci para viver nas trevas Nem depois do caixão Na despedida  Quero aplausos  Todo reconhecimento  Mãos para o alto Pode até ter um pouco de choro Mas o que vale mesmo é o sorriso no rosto De quem fica, De quem vai, Amor no céu ou na terra Tanto faz E para quem virou história  Nada mais importa O que vale mesmo São lembranças boas deixadas Olhares de aprovação Sentimentos bonitos Vou morar na memória E perambular pelo coração

Anjo

Anjo vagabundo Doce, De cabelos cacheados Enrolados em mim Dia sim, no outro também Nosso amor sem registro Mas na memória  Sempre tem A gente tem Perdi o medo De atravessar essa porta Agora fico tudo mais fácil Do jeito que o diabo gosta Mais um dia o temporal cai Lâmpada que pisca Sinal de alerta ligado O que era carinho Virou tudo pecado Tudo se transforma O que era simples  Dos seus braços  Para sozinho agora Nem um filme conta  Nossa história  Mais uma vez  Eu tenho que falar de memória

Vida

Normal é ser feliz, Também sofrer Viver mil emoções Normal é ter mil histórias para contar Sair, Andar cinco minutos E ter papo para mais de ano Acertar, Errar, É humano Desumano é morrer Deixar de viver E não ter mais O eterno prazer De sorrir e chorar A morte é uma carta Com endereço errado  Mas que um dia vai chegar

Flor da Pele

No palco Canto, recanto Livre, sempre livre Híbrido Nada contido Homem, mulher, bicho Garras de felino Leveza daquele que bate asas Que ataca Com a fúria do olhar Personagem da minha própria criação  Famoso, mas com vida particular O que seria da vida sem arte? Que alimenta Que salva Que salvou  Curou minhas feridas Música, dança Sou tudo Sou artista Arte Letra e melodia Literatura, contos e poesias Arte À flor da pele Sempre arte Sou a curiosidade de um povo Sou aquilo que você gostaria de ser O amado, o odiado, o despudorado O dono de todo o prazer

Filho do Chico

Vida construção  Tijolinho por tijolinho  Base forte Pé no chão  Casa não começa pelo telhado Para chegar lá, É preciso trabalho  E quando estiver na estrada Faça como o velho Chico  Escolha sempre a certeza  Evite tempestades O céu é sempre lindo No interior ou na cidade Viver é sonhar É seguir o destino E o destino de quem sonha É aprender feito um menino

De Barriga Cheia

Reclama da censura Reclama da ditadura Reclama e fala palavrão  Xinga e ofende Não respeita ninguém  Será que você conhece mesmo censura? Sabe o que é? O que é, o que é, que é? Censura não deixaria você dar um piu sequer Será que você não está exagerando? Rebelde sem causa, sem calça, sem pano Revoltado de celular na mão Que nunca tocou piano Protesto de cara coberta Poesia sem rima não anima festa Tanta coisa para fazer E você aí de palhaçada  Viver não é de graça  Será que você não entende nada?

Floresta

Floresta, Existe e sempre existiu Para você que não sabe Ou mesmo nunca viu Tem árvore, bicho Cheiro de folha e mosquito E não foi inventada  Nessa temporada Não precisa fingir Não é assim que você vai salvar o Brasil Luz, câmera, ação Inicie o seu show Ligue o celular  Faça o seu discurso  Finja que é cidadão E depois, Ofenda uma autoridade Fale palavrão  O seu forte nunca foi educação Viva sua vida Seja feliz Apenas não seja bobo Não seja usado Não confunda Alhos e bugalhos com fogo

Disfarce

Minha voz não é disfarce Muito menos defeito Minha voz é minha arma Que entra em sua alma E maltrata, Maltrata o seu medo Baixar cabeça jamais Do alto vou sempre olhar E rir do seu desprezo O meu nome verdadeiro  É ousadia O rosto pintado Também reflete no espelho No meu quadrado posso tudo Tudo posso Faço o que bem entender Canto, danço, viro bicho Não ligo para sua moral e bons costumes O todo certinho, Não sou e nem quero ser Eu vou olhar, Para lente da verdade e encarar  O seu dinheiro não me compra E sua pena  Eu uso na cabeça para enfeitar

Malas

Direitista Melhor não Esquerdista Deus me livre Sou apenas eu mesmo Prefiro ver qualidades e defeitos  Em qualquer um Não tenho bandeira Não escolho amizades Nenhum político é meu herói Gosto de piada e brincadeira E um pouco de verdade O meu lado político Está do outro lado  Bem longe por sinal E tenho muito medo  De ser confundido Com um fanático animal Você fala em amor livre Mas não respeita Liberdade do outro De escolher e votar  Em quem bem entender O seu radicalismo camuflado Assusta tanto e faz doer Floresta existe desde sempre Outros problemas também  Nunca morei na Suíça  Minha terra sempre foi Brasil  Sou muito mais além Mais um dia que não xinguei Nem ofendi autoridade Sempre tive educação  Não faço escândalo em rede social Nem reclamo de censura que não existe  Ainda sou um cara normal

Artista

Sou artista Desde quando eu não era artista Mas sempre soube que eu era artista Apesar da sua repressão Na minha solidão Nunca liguei para o seu pecado Pecado falado não é pecado Vou desenhar você Em qualquer tipo de papel Papel da hipocrisia  O mundo é careta Faz pela noite  O que esconde durante o dia Luz, Gosto de luz  Natureza tem seu brilho Pele, cor, sorriso E no escuro, O sabor do fumo Para espantar morcego Os corpos nus Beleza e safadeza  Está na cabeça de quem olha Sou menino valente Sou o homem que não chora

Uma Loucura

Todo dia, Faço uma loucura por dia  Pelo menos uma Sempre tão bom Perder o juízo, O controle, E pular de cabeça  Mergulhar fundo Na terapia que é viver Se entregar, E aceitar que não sabemos Nada desse mundo O preço eu já conheço  Olhares tortos todos para mim Em grupo todos adoram elogiar Mas ninguém está a fim Nem que seja para amizade Para manter aquela aparência Falsidade que nos constrói  Somos seres doentes Com sujeira disfarçada  Estou cheio de não me toque  Gente dodói O desempenho precisa melhorar O meu desempenho  Preciso estragar mais  Os dias dos outros  Direto na ferida E antes que você cobre Sim, eu admito  Meu dedo é podre Minha escolha nem sempre é nobre

Alvo

Também estou na mira Também estou no alvo O fuzil está apontado Para minha alma Não tenho mais saída Não tenho para onde correr Eu só estava com fome  Agora vou morrer Não vou dar mais trabalho Não vou mais atrapalhar Não serei mais um problema Não vou dar gastos Agora sou um peso morto Uma boca a menos para alimentar Tiro que entra queimando Furando minha vida Acabando com sonhos Sonhos que eu não tive permissão de ter Mas eu sei que errei Eu errei Quem vai sentir minha falta? Será que vou virar filme? Minha mãe chora O mundo comemora

Sedução

Gosto de enxergar você pela transparência do vidro Como diz a canção  Dentro do copo de cerveja O brilho dos seus olhos Brilha muito mais  Quando não tenho mais certeza De nada Nadinha de nada Minha natureza é selvagem Caçador em noite que não tem fim Faço sempre pintar um clima Uma piscada e já estou caindo em cima Lógico que você sabe Café e cigarro só feito na hora Na Grécia todo beijo é grego Já na minha cama Só eu sei com quem eu deito No jogo da sedução  Tem quem ganha Quem perde  E eu que nunca joguei Prefiro amistoso Pelada, Pois nada é oficial na madrugada

Parar o Tempo

Queria ter o poder De parar o tempo De segurar o tempo Manter o tempo em minhas mãos Deixar você um pouco mais vivo Não somente em minhas lembranças Ter um pouco mais do seu sorriso Aqui junto comigo Só queria um pouco mais do seu abraço  Que fosse bom Pelo menos por um pequeno espaço Relógio, cronômetro, ampulheta Vou quebrar os ponteiros Parar os números  Deixar toda areia vazar O que passou está lá atrás Não merece meu virar de pescoço Sou mais o para frente O resto tanto faz Anos, meses, dias Horas, minutos, segundos Instantes, momentos Ontem, hoje, amanhã  Não quero mais perder tempo Vivemos de sonhos Sonhos não têm explicação  São apenas fragmentos de tempo Precisamos viver um pouco mais Enquanto os outros estão morrendo

Caminho

Meu meio de transporte Minhas pernas  Meu caminho é longo E se não dou o primeiro passo  Nunca vou conseguir chegar  O corpo pode até sentir dor Levo esperança no olhar Vivo procurando o equilíbrio  Que eu nunca tive Durante minha caminhada Não gosto de música de festa Prefiro canções para refletir Procuro o ponto certo da virada Estou sozinho  Mas não abandonado Antes só do que mal acompanhado  Quem nasceu para fartura Não acostuma com migalhas Não sou um qualquer  Apenas um pouco largado

Barulho

Hoje barulho Amanhã silêncio  Hoje sorriso  Amanhã tristeza  Hoje encontro  Amanhã busca  Nosso medo é disfarçado de coragem  Nossa coragem tem limites Barreiras visíveis e invisíveis  Palavras nunca são claras Quando nossa boca está calada Corda no pescoço  Viver é um sufoco O sol não tem mais brilho  Noite não termina nunca Estrada sempre tão longa  Vida sempre tão curta Mãe que chora Pai que chora Filho chora Que falta faz Dentro de um lar Quem nunca mais vai voltar O grito é de dor Todas dores do mundo Dores possíveis  Imagináveis, insuportáveis Tristeza Que vem lá do fundo Da alma

Casamento

Passos para felicidade Sorriso que não cabe no rosto Flores e emoções  Convidados, bons momentos Tempo de amar Viver o amor É casamento E depois da chuva de arroz Uma vida inteira pela frente Lutando de mãos dadas Juntos para sempre  Casados e tudo sendo diferente E no nosso caminho Muitas alegrias Poucas brigas Tudo faz parte São os desafios do destino Não desistimos fácil Pois nada é fácil  Estamos unidos Todo casal tem sua música  Nós temos trilha sonora Nossa vida um dia vai virar filme Vai ganhar um Oscar E na tela do cinema Um beijo antes de ir embora

Pensamento

Você acha que falo muito de boca aberta? Você não imagina o quanto eu falo de boca fechada O meu pensamento é cruel Amo e odeio quem eu bem entender Minha mente é perigosa Fala muito mal de você Tenho direito de não gostar E sei muito bem o que fazer  Devoro com o olhar Posso desejar até morrer Liberdade aqui dentro Liberdade para pensar o que bem entender  Não preciso ser bonzinho Só eu sei o que sinto Nem sempre quero paz Muitos momentos quero guerra O tiro não sai pela culatra  Muitas vezes sai em linha reta Você acha que falo muito de boca aberta? Você não imagina o quanto eu falo de boca fechada

Pera Djavan

O Djavan não gosta de pera Time que está ganhando Cai no chão e faz cera O Djavan gosta de cor Faz música para apaixonados Faz música para se apaixonar  É poeta cantador Djavan é Djavan  Mas também é Caetano Cada passo uma nota musical Poesia intuitiva Não é baiano, é alagoano O seu som é universal  Djavan não é difícil  Como ele mesmo diz Difícil é aprender japonês  Djavan é oceano E o seu canto Quem ouve uma vez Não tem engano Djavan não gosta de pera

Hare Krishna

Presente de avó Som dos Beatles Vitrola mais do que viva Meu primeiro grande amor Trilha sonora de idas, vindas e partidas Música, Alegre e feita para dançar  Música para um cantor popular Não se reprima e cante  Dance, Sem vergonha de se emocionar Minha mensagem  Em uma língua diferente  Na secretária eletrônica treino meu inglês Mas gosto mesmo  Gosto mesmo do bom português  Vou fazer uma canção  Para tocar em sua rádio  Espero não ser censurado  Por sua alma desalmada  Pois quem dá amor Recebe amor Se um dia vou morrer Minha obra vai ficar  Talento ninguém consegue barrar Que você tenha paz De um Hare Krishna  Você merece paz Igual um Hare Krishna

Mais Família

Família, Desde o passado família Sempre família  Pai, mãe, irmãos  E o espírito santo Instituição nada falida Nossa ficha corrida Por toda nossa vida Família Pelo mundo família Perdidos por aí  Ainda sim é família  Todos em casa Dentro do lar É família Vários corpos no mesmo cobertor Unidos no amor Ou até juntos no desamor Família, Somos família  Que briga por iogurte Para ver quem entra primeiro no banheiro  Pai toma cerveja Mãe olha no espelho Do quarto para sala Família tem anjo da guarda Na televisão diversão  No olhar palavras Família é olhar no relógio  Esperar o filho pela madrugada

Erasmo Carlos

Vou para qualquer lugar Fecho os olhos e consigo até voar Sou Super-Homem Homem de Ferro Homem de Aço Quando quero sou até Deus Vou para onde minha imaginação levar Alguém sem imaginação é um fracasso Sou o cara mais rico do mundo Mas minha riqueza não sai em capa de revista O tempo me transformou  Sou apenas um humilde artista Tem hora que quero gritar  Em outras muitas prefiro falar ao pé do ouvido Gosto de ser escutado Gosto de ser chamado de bonito Sou otimista por natureza O amigo dos amigos  Importante é ter certeza Que não sabemos nada Nada de nada Dessa nossa vida quadrada

Veneno

Documento na mão  Vou esfregar na sua cara Com todas as letras e números Com todas minhas palavras Das mais sujas Até aquelas mais pesadas Vingança é um prato que se come frio Tomando chá quente  Fumando um cigarro  Rindo do coitado Que está no chão sendo humilhado Nem mesmo o mais calmo consegue suportar  Uma hora explode e aí quer matar O sabor doce do veneno é tão particular

Burro

Quem aqui é burro?  Sou eu É você  Tão fanático  Cheio de razão  Que não aceita  Uma opinião contrária Quem é burro aqui? É você  Sou eu Por pedir democracia Mas não aceitar alegria dos outros Achar que só um lado está certo Pois não existe certo E nem errado  Quando o assunto é o pecado O seu protesto é válido  O meu silêncio também  Cidadão é cidadão  Sempre será  Na rua, em casa ou atrás do cartaz  Quem não atrapalha o trânsito  Também é gente Quem não gosta também é gente Quem ama também é gente Mas se você odeia Eu respeito sua ideia Mas seja sincero O sincero até machuca Mas pelo menos não mente O mundo não começou no ano dois mil Muito menos o Brasil Brasil, Brasil, Brasil Tão dividido Tão na puta que pariu

O Nosso Medo

Hora de abrir os olhos Enxergar tudo que está acontecendo  Tomar uma atitude  Antes que seja tarde Antes que mais seja menos Menos, menos Nossa vida não pode ser Tão diferente da realidade  Nossa realidade é única  Quase ninguém entende  Mas também falta vontade Não sabemos o tamanho do estrago Mas o estrago ainda não aconteceu Então por que tanto medo? O mundo pode ser nosso Por enquanto não é meu Muito menos seu Vamos jogar palavras ao vento Deixar que o tempo Se encarregue de afastar tristezas Um dia ainda vamos rir De tudo e de todos Mas antes precisamos fugir

Pai

Pai, É mãe sem dor do parto O quadro na parede do quarto Pai, É o olhar que não precisa de palavras A mão que segura e que dá força Que empurra até a vida ficar boa Pai Tão gigante quando sou pequeno  Tão pequeno quando sou grande Herói sem capa Que não consegue, mas acha que protege O filho do sereno Pai Pai, Que não aceita manha Mas não reclama quando acontece Pai, Que ensina olhar para frente E fica sempre atrás Gritando vai Pai

Ondas

Ondas são perturbações Que viajam pelo espaço  Quem nunca se perturbou Sonhando com um abraço? Adriana gosta de onda Gosta do som da onda Do som da palavra onda Um pedaço de mar Que vai e sempre volta Em forma de onda Ronda, sonda, redonda Adriana vai surfar na onda Então conta, Como é viver de onda?

QUARTA

Gosto da quarta-feira  Da paz desse dia Não tem a tristeza da segunda  Nem a loucura da sexta Quarta sempre foi dia de feira Aqui perto de casa Na rua do lado  Sempre tão bom Caldo de cana com pastel Tão boa é a quarta-feira Quarta tem cara de metade Entre saudade e vontade Ansiedade Quarta é assim Muita leveza no ar Beijo de mãe  Pétala caindo na pele Suave como onda no mar Quarta  Nada se compara Quarta parte de um todo Nunca é tarde Muito menos pouco Quarta é água clara Na quarta não tem sufoco

O Peso

Sinto o peso do tempo Toda pressão dos anos Vejo minha idade passando O corpo já não é mais o mesmo Estou envelhecendo Rumo ao fim do caminho  Acho que estou morrendo  Cabelo branco já não é novidade Novidade mesmo é não ter dor Mas dor só tenho quando estou acordado De remédios sou colecionador Meus ídolos já estão velhos Outros nem existem mais Logo serei lembrado no passado Vivo aquela dúvida do mortais Cremado ou enterrado Sou uma canção repetida Tocada mil vezes Aquela cena final O desfecho esperado Olho fechado O sábio que sabe o momento certo de partir Agora eu só quero silêncio  Apenas olhe Pela última vez vou sorrir