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Mostrando postagens de março, 2019

Safadeza

Loucura é o que fazemos  Quando ninguém está olhando Quando ninguém está escutando  Quando ninguém imagina o que estamos aprontando Mas se alguém ver  Mas se alguém escutar Estamos pouco ligando Somos assim Você quer Eu quero Estamos sempre a fim Corpo com corpo  Alma com alma Uma grande mistura Estamos ofegantes  Não somos finos Muito menos elegantes Por que o sexo incomoda tanto? Incomoda muito mais quem não faz Melhor safadeza na cama Do que na cabeça de quem não ama

Caderno

Sem escudo  Nem proteção  Fui metralhado Por olhares de reprovação  Gente que não erra Não tem pecado Os perfeitos da era moderna Mas não sofro calado Encaro mesmo Não fico de coitado Não quero dó  Muito menos piedade Fico na minha  Então você fica na sua Aqui não é tribunal Muito menos julgamento  Cale sua boca  Engula seu veneno Posso até errar  Mas prefiro errar sozinho Não preciso de palpite  Nem do seu papo furado E guarde seus trocados Para quando eu mandar você para o inferno E não vai demorar muito Pode ter certeza  Anote aí em seu caderno

Milton Nascimento

Seu silêncio  É o caminho  Doces sonhos  Sonhos de uma vida Sua praia é canção  Minas coração O trem é "bão" O acorde  Som de viola Sai da alma Salve seu Nascimento  Salve, salve, salve Festa de Reis E mais uma vez O seu canto nos acalma Vamos voltar no tempo E falar de amor Amizade verdadeira Debaixo de muitas chaves Que abrem portas da América Amigo a gente guarda Ídolo a gente escuta Vamos vivendo Admirando  Enquanto podemos  Nosso sonho Nossa vida curta

Risadas

Clima bom  No ambiente e entre nós  Que tal um vinho E um abraço apertado? Uma dança  Rostinho colado  Amor gostoso na madrugada Tudo muito normal Somos felizes Adoramos nossa vidinha de casal Não gostamos de calor Nem de gente chata Andamos pela rua Contando os passos De mãos dadas Roubamos frutas das árvores  Vamos em feiras hippies  Compramos coisas bobas Nos beijamos em público  Somos dois  Mas nossos sonhos são únicos Tudo simples Tudo feliz Mas tem quem não acredita  Que nosso "love" realmente exista Somos assim Não temos que provar nada Absolutamente nada  Quando o amor é verdadeiro  Das fofocas apenas damos risadas

Estranhos

Nosso amor é simples Como dois mais dois Doce feito chocolate  Tão perfeito que dá até medo Nenhuma briga Nenhuma DR Quando chego cedo  Não estranha Quando chego tarde Nem mesmo reclama O que está acontecendo? Esse nosso relacionamento não existe  É muito diferente  Ninguém entende a gente Precisamos  Derrapar na estrada  Perder o controle Dar uma virada Cair no chão  Seguir pegadas Chorar pitangas Sofrer com solidão Vamos discutir no meio da rua Fazer escândalo  Rasgar nossas roupas Falar palavrões  Precisamos fazer loucuras Nada de tudo certinho Daqui pra frente seremos vilões Em briga de casal Ninguém mete a colher Todo mundo quebra o pau  Não importa se é homem ou mulher

Chato

Ética, ética, ética  Eu desconfio  Quando o sujeito só fala nisso Pensa que pode enganar o meu juízo Quem faz não fala Quem fala não faz nada E tem aquele Que vive defendendo democracia Mas não aceita opinião contrária  Só o seu discurso é o que vale Tão radical como qualquer outro É chato e o seu papo diferenciado causa enjoo Não importa quem está no poder  Não importa o partido Sempre vai ter um do contra Sempre vai ver defeito em tudo Não aguento mais essa gente no mundo Eu voto em quem eu quiser  Eu acho o que eu bem entender Não sigo modinhas Não faço alegria De quem só quer encher Falta amor em seu discurso Vive fingindo não estar em cima do muro Enquanto isso... Eu prefiro viver Viver

Matemática

Matemática  Aula de prazer Você e eu Sempre somando os números  Calculando riscos  Da nossa loucura Olhares disfarçados de atenção  Aluno professora Segredos de sala de aula Escola do saber  E viver Lição de casa  Sonhar Esperar mais um dia Para ter o resultado Equações de todos os graus Quem obedece não abusa Descubra os pecados do triângulo  O cateto  Vive procurando sua hipotenusa Sentimentos ao quadrado Amor em sua potência máxima Numa aula  Dando aula Ensinando e aprendendo Assim vai sendo Matemática

Tempo

Ainda temos tempo Só não sabemos quanto Tempo ainda temos Vida Sobrevida  Nunca é claro O momento da partida Vamos vivendo  Olhando o ontem Pensando no amanhã  Mas o amor é hoje Simplesmente hoje Você já parou pra pensar  Este pode ser o seu último olhar? Não tenha vergonha De amar, falar e gritar o seu amor  Seja sempre o que quiser ser Não tenha medo da morte Estar no mundo é uma questão de sorte E como diz o Rei É preciso saber viver Ainda temos tempo Só não sabemos quanto Tempo ainda temos

Hipocrisia

Vamos tomar um café  Numa tarde de outono  Naquelas mesas gigantes Numa fazenda deslumbrante Vamos jogar comida pra cima Vamos discutir a miséria do mundo Vamos falar de política social Vamos desperdiçar o pão  Vamos rir dos pobres Reclamar da vida de barriga cheia Dizer que estamos na solidão É muita teoria e pouca prática  O que você anda praticando? Ninguém é obrigado ajudar Mas pelo menos não fique falando E falando, e falando, e falando Hipocrisia  Mal do mundo  Tire este mal Lá do fundo De sua alma Do seu coração  Vamos festejar A loucura humana Vamos chorar  Nossa vida inútil na cama

Caminhando

Vou caminhando (Ando, ando, ando) Andando por aí  E vou olhando  Árvores e prédios  Pessoas impacientes  Tentando atravessar ruas Ruas e suas máquinas motorizadas  O sol é quente Castiga o menino Que tenta tomar o seu sorvete Toda cena é um retrato  Nem sempre com máquina  Muitas vezes com os olhos A vida é uma caixinha de surpresas E nós, Os seus pequenos enfeites Quem é do bem Tem alma leve Sabe o melhor caminho Não tem medo Quem é da paz  Faz o medo andar sozinho

Guerra

Vivemos em guerra Bombas explodem Dentro dos estômagos fracos Dos que se acham fortes Mas não são  São os Reis da brincadeira  Da tristeza Dessa gente sem eira e nem beira No rádio toca Uma canção de amor Mas quem ainda se apaixona por aqui? Flores são usadas apenas para enfeitar Corpos que cansaram de viver Mas também estamos em uma caixa Bem difícil de se mexer Última palavra Tem sempre cara de ordem No cano das armas brotam espinhos Que ferem, machucam e sangram O sangue tem cor de conflito E o verde não é de esperança  Vivemos em grupo Mas estamos sozinhos Todas noites Sonhamos enxergar o dia O medo costuma fazer barulho O silêncio muito nos assusta Estamos perturbados  O futuro é um grande embrulho

Arnaldo Reis

A fama ainda não me convenceu Que sou famoso  Ainda acho que sou tão normal (E sou) Ando na rua de chinelo  Não furo fila em aeroporto  Odeio foto com meu rosto Perdão decepcionar sua pessoa Meu trabalho é no palco  Fora dele sou qualquer um  Sou um qualquer Que solta voz E faz um som Mas quando está de folga Prefere ficar atoa Celebridade Não tenho mais idade Pra isso não  Faço shows para amigos Pequenos públicos Não gosto de confusão Fale o que quiser  Mas não precisa ofender Sou Fernando, Nando ou até José  Mas a regra é clara O Arnaldo tem outra cara

Felicidade

Felicidade Com sorriso  Sem sorriso  Tudo é felicidade  Tudo faz bem por dentro Deixa tudo mais leve Alma que se alimenta De paz E o coração Enxerga no escuro Escuta palavras bonitas Bate, dança, balança  Dança conforme o ritmo Da vida Nos vasos sanguíneos  Nascem rosas amarelas Para contrastar  Com o vermelho do sangue Sangue nervoso Que jorra feito petróleo  Que tem o mesmo valor O amor honesto não morre Muito menos cansa

O Poeta

Em sua máquina de escrever  O poeta coloca no papel  Algumas palavras Que depois de alguns minutos  Faz virar uma canção inesquecível Sempre muito preciso Falando o que todos querem falar O que todos querem ouvir Seus versos são exagerados  Sua poesia não é nada concreta Ele gosta de expressar o amor E cantar, e cantar, e cantar Agora o poeta não está mais vivo  Mas sua obra não morre nunca Cantamos até hoje Cantamos sua música Pássaro que não para de voar Sempre rodeando nossa cabeça Quem escuta o seu canto Não esquece Será que um dia ele volta? Quem sabe em uma noite de terça

Mundos

O mundo não termina Na próxima esquina Vai muito além dos seus olhos Muito além da sua imaginação Enquanto uns batem pernas Outros batem asas E eu adoro ver tudo lá do alto Rir de quem está no chão Aqui de cima Enxergo muita coisa O velho, o garoto, o cão  A mulher e o bandido sem coração  Estou distante do pecado Isento Enxergo o roubo Identifico mentiras A sujeira toma conta Pessoas se odeiam  Mas se abraçam  E a plateia aplaude de cima do muro Já que não moro no mar Prefiro ficar no céu  Gosto do silêncio das nuvens  Apesar dos aviões  Aqui não tem maldade Os anjos não são anões  São crianças de verdade

Sangue Azul

Fui ao médico  Descobri algo terrível  Meu sangue não é azul Minha mãe sempre me enganou Bateu desespero  Não sou da realeza Meu mundo acabou Agora está tudo perdido O que vai ser da minha vida? Não sei como olhar na cara das pessoas Como vou explicar que não sou um nobre? Estou paralisado Está tudo acabado Pra sempre pobre Vou processar Deus Entrar com recurso Exigir indenização  Viver assim não dá Quero minha pose de volta Sou Rei não sou plebeu O poder não está em minha mão Adiaram meus planos Não vou tão cedo morar em um castelo Meus sonhos estão derretendo  Mas pelo menos o espelho Ainda diz que sou tão belo

Gigante

Todo gigante  Tem o seu ponto fraco Imagina então você  Que é um pobre coitado  Pobre de alma Que por algum trocado Aceita qualquer proposta indecorosa  Não tem vergonha Nem receio de ser um bosta Na primeira fila Todas suas vítimas  Vão assistir o seu fim No tribunal dos justos  Todos juntos vão te condenar  Não tem escapatória  Cadeira elétrica  Ou paredão  Pode escolher o que prefere  Mas se quiser Cem anos na prisão Nem tudo são flores Mas podemos preservar o jardim Não devemos temer o inimigo Pois normalmente não sabemos quem é ele  Qual o nome dele Cuidado com os seus novos amores

Traição

Quando perguntei o motivo da traição  Você disse que isso é normal Acontece Na minha terra isso não é nada normal Tome vergonha na cara Quem trai não ama Quem ama não trai Nota zero para quem só engana Maldita vida ao seu lado Parei de pagar os pecados Só quero que você vá para o inferno Sofrer todo dia Eu prefiro cama vazia Uma hora você vai chorar Na mesma hora eu vou sorrir  E rir, e rir, e rir Todo mundo vai ouvir Minhas gargalhadas de prazer  Vai ser o dia do caçador Da carniça Jamais vai ser Antes tarde do que nunca Minha liberdade é sagrada Aprendi da pior forma Mas agora me aguente O corpo cansou de apanhar Agora quem bate sou eu Quem tem respeito não mente

Samba

Sou gente grande  Com alma de criança  Que ama brincar Sou criança que cresceu Mas nunca perdeu  Aquela vontade de sambar Na mesa do bar Eu batuquei Até fazer calo na mão  Temperatura subir Até cachorro pular Madrugada não foi feita pra dormir Prefiro me divertir Garçom traz mais uma, mais duas, mais três  O samba vive dentro de mim E sou feliz Feliz Quando o dia vem chegando  Vejo pessoas indo embora  Bar esvaziando Cadeiras em cima da mesa Mas eu continuo por aqui  Em um guardanapo  Termino de escrever um samba Vai ser o sucesso da próxima noite  Quem sabe da próxima semana Sou simpatizante de um lindo sorriso  E simpatizo tanto com o seu E não precisa mais olhar assim Já me conquistou  O amor só acabou Acabou de começar  E aí, a fim?

Paranoia

Uso roupas coloridas Mas o meu olho anda nu Enxerga muito bem Sabe todos os caminhos Escapa dos precipícios Identifica inimigos Eu tenho planos  E o meu plano agora é observar você  Olhar por todos os ângulos  Descobrir seus pontos de prazer Tenho alma transparente  Mas que todo mundo vê  Sou onipresente  Moro dentro do seu pensamento  Sou sua paranoia  Sua loucura no apogeu O desejo que nunca morreu Nem todo mundo entende alguém estranho  Mas te dou essa chance  Só não desperdice o momento  Muito menos o tempo Pode se aproximar Olhe, mas não me toque É preciso se acostumar

Asfalto

Atravessei mais de quinze vezes sua rua Fiz hora Fiquei parado no ponto  Observando tudo Disfarçando minha ansiedade Na expectativa de ver o seu charme Desfilando, andando Mostrando muita sensualidade Parei o trânsito  Sai rolando no asfalto Quebrei uma garrafa Tudo para chamar sua atenção  Nada disso adiantou Mas já estou acostumado Você nunca foi de olhar para o lado De olhar para nada Adoro seu ar de superior  Que vive passando  Por cima de mim Nada me incomoda  Pena que não me nota Eu só quero te amar Só quero te amar Pelo jeito, vou morar em seu endereço  Sonhar com seu beijo  Ser louco tem seu preço

Heróis e Vilões

Heróis e vilões  O herói de hoje  É o vilão de amanhã  E vice e versa Isso é carência  Isso é problema Falta de personalidade Estamos abandonados  Pobre de nós  Coitados Você acredita quando o político grita? Você acredita quando o político diz que representa aquele pensamento seu? Tome cuidado Você está sendo usado Ou ainda não entendeu? E quando o povo grita Quem escuta bem Finge que é surdo Parece mesmo  Que meu voto foi no escuro Minha bandeira continua com quatro cores Mas meu país  Não tem ordem e nem progresso  Estamos no bolso Dos nossos maiores inimigos Eu só quero Apenas quero O meu reembolso Lá de cima Nada vem de graça  Tudo é imposto Daqui a pouco perco minha casa Vou morar em uma praça  Estou vivo Mas pode me declarar morto

Bicicleta Azul

Andando entre estantes  Procurando meus queridos livros Minha vida foi sempre literatura Quando vi seus olhos Logo pensei em um romance  Foi assim durante dias Eu sempre esperando você chegar Com sua bicicleta azul E eu vermelho  Com minha timidez Que tem medo até do espelho Em um outubro qualquer  Quase engasgado Consegui dar um oi O seu oi foi tão bonito Será que a gente não se conhece? Ouvi o primeiro não  Acho então que eu sonhei Todo amor é um sonho Uma linda ilusão Queria nossa história  Nas páginas de um livro Mais esse capítulo  Ainda não foi escrito Pelo destino  Hoje está tão distante de mim Não tivemos um final feliz Mas ainda não é o fim

Sabor do Amor

Qual o sabor do amor? Essa é facil Tem o sabor do pecado O que não mata Engorda A gente deita e rola Faz festa Abraça  Beija  E depois vai embora (Ou não) Quem nunca comeu melado Quando come se lambuza E que mal tem? Eu amo me lambuzar  Você também Então,  Use, abuse Quando dois querem Um não machuca Nossos sonhos Nossas verdades Nossos prazeres Não temos prazo de validade Felicidade não tem fim Traga flores, bombons e todos os seus amores Que hoje estou a fim

Dor

Ter dor E não ter o remédio para curar  Dói muito mais  Saber que o tempo  Vai ser implacável  Que não vai ter dó de maltratar O corpo tão frágil  O amor traz alento Mas também sofrimento  Para quem assisti o fim Deixe eu quieto Só quero paz E só quero ter aqui nessa cama Pessoas que eu sempre amei Vivas ou mortas Pra mim já não importa E se eu chorar Deixe a lágrima escorrer  Vai ser minha última lembrança  Para sempre  Eternamente  O último suspiro  É o que sempre faz O silêncio tomar conta do ambiente Estamos tão perto Mas separados pela luz Agora tenho força  Tudo brilha O céu está lindo Fiquem com minha melhor recordação Levo todos no coração

Invasão

Qualquer hora é hora De fazer e ganhar carinho Vem logo Não fique aí pensando Prefiro suas atitudes Nada de nudes Estou olhando no relógio Já está demorando Não entendeu ainda? Estou mandando Quando chegar Estacione o carro de qualquer jeito Abra a porta no peito Entre sem bater E vai direto me procurar Mas vou dar uma pista  Vou estar com cheiro de sabonete Embaixo do chuveiro Agora é sua vez Mostre o caminho Que eu devo seguir Juro não errar Em cada curva do seu corpo Sem limite de velocidade  Ou radar Loucura entre a gente Tudo é pouco É pouco

Luzes

Toco o meu baixo Baixo para não te acordar Toco meu sax Para deixar o clima mais sexy Vou despertar você  Com uma dança sensual Não vai mais sair daqui  Essa noite promete Tudo que é bom A gente repete Luzes apagadas  Velas acesas  Roupas pelo chão Amor no quarto Na sala Até em cima da mesa Gosto do seu sorriso Junto com o meu  Também adoro Seu sorriso percorrendo meu corpo Conhecemos o pecado  Que não mora mais ao lado  Mas vive dentro de nós Dentro de nós E nunca esqueça Quem comanda Está no comando É certeza Você é uma pessoa de sorte Não vai encontrar alguém igual Pode procurar Do sul ao norte

O Mar

Vou para o mar Sentir o sabor das ondas Como pode ser tão agitado E mesmo assim me trazer tanta calma? Vou para o mar Olhar o céu azul Abrir os braços Deixar o vento soprar Arrepiar meu corpo nu No mar Mato sede Tenho sede Mato fome Do sal ao fruto Sou gota Em sua natureza viva (Muito viva) Meu pequeno enorme Gigante que não dorme Amo ouvir o som do seu vai e vem Aquele que nunca morre Durante o dia Água que brilha Pela noite Lua que reflete Viva mãe Iemanjá! Largue tudo Venha correndo Pegue em minha mão Vamos nos amar No mar Sinto o mundo Sob meus pés Caminhando Pisando na areia Seu brilho, sua cor, suas luzes Vamos cantar Salve mãe! Salve Clara Nunes!

Cazuza Hoje

Assisto vídeos antigos Você parece tão vivo Parece tudo tão atual (Mas é atual) Sua música fala com todos Fala com todo mundo Sem dó Nem piedade Só saudade Seu pensamento foi mudando Ao longos dos anos Parou de falar de você Para mostrar o Brasil País com sua cara perversa Que nunca melhorou Até fez plástica Mas se cortou novamente Com sua navalha Fico aqui imaginando Pensando como seria O que estaria falando Dos nossos loucos dias? O que estaria cantando? Qual melodia? Você tinha razão Virou mesmo um puteiro Muitos brigam Poucos ganham dinheiro Ainda pulamos sete ondas Para dar sorte Mas muita coisa mudou por aqui Hoje quase não tem olho no olho Conversamos mais com os dedos Nem abraço mais existe O povo é triste Triste Em qual estação Sai o próximo trem para as estrelas? Vou subir no próximo vagão

Palavras

Estou procurando Palavras para descrever O que eu vejo O que todo mundo vê Mas que nem todo mundo Consegue explicar Como descrever sua beleza? Como explicar seu olhar penetrante? Seu charme misterioso O segredo do seu sorriso Palavras simples Normalmente explicam melhor Muitas palavras Costumam confundir Então eu falo do jeito mais fácil Você é bonita pra caramba Mais legal que romance Dentro da roda de samba Não sei ler livros complicados Prefiro olhar figuras Sua figura é tão especial Você é uma obra de arte Mais arte do que o obra Tudo fora do normal

Castelo

Quero ganhar umas horas ao seu lado Quero ficar pescando o seu papo Quero anotar os seus recados Fazer um estrago Em seu coração O amor tem suas regras Mas também não é um sim ou não  São várias vertentes Olhares diferentes De uma mesma paixão Escuto meus discos Leio letras nos encartes Procuro por você nos jornais Então faça o que tenha que ser feito Diga o que precisa ser dito Espero suas palavras mais bonitas  Sua voz dentro do meu ouvido Contando segredo médico  Ou de algum eletrodoméstico O seu perfume percorre Os mesmos caminhos que os meus Sonhos são possíveis  Mesmo em noites terríveis  Nunca quero ouvir  Um até logo, um adeus Nada será como antes Nosso mundo é um castelo Em terra dos gigantes

Amor

Amor, Como explicar o amor? Será que todo mundo realmente entende O que é o amor? Alguns confundem tudo Nem tudo é amor Pode ser até doença  Obsessão  Só não é amor  Nunca vai ser O que você faz para amar? Como você costuma amar? Quem você ama? Será que o outro se sente amado? Amar não é armar Quem ama Como ama Alguém que se ama Quem ama Vive de amor  Espero que você ainda ame Mas antes precisa entender o que é amor Amor não é dor

Sandy & Júnior

Abro caixas Vejo nosso passado Enxergo orgulho Quanta emoção  Nossos sonhos Hoje realidade Somos filhos de uma paixão  Melodias e canções  Alegrando tanta gente  Tantos corações Somos dois Somos vozes Separados somos unidos Juntos somos fortes Nascemos para cantar E cantamos Nos entendemos apenas com o olhar O palco é nossa vida E nele deixamos um pouco de nós Para sempre irmãos  Janeiro e abril Nas quatro estações  Espalhando amor Por todo Brasil

Poeta Maldito

Linha de chegada Pode não ser o fim Talvez seja o início  De alguém que não tem Mais espaço  Nem saída  Depois de noites perdidas Quem sabe até renascer Pode ser uma largada  Para quem ainda não aprendeu viver Viver Sempre fui Um poeta maldito  Que vive acompanhado  Da falta de sorriso Que passa o dia sozinho Mas é melhor assim Melhor assim Meu contato com o mundo É curioso e nada profundo Eu sou o imundo Renegado  Nunca fui bem visto Sou a cara de um coitado  Apaixonado  Contratado para chorar  No meu próprio velório Pois não vai ter ninguém  Para apagar velas Carregar caixão  Sou pobre Mas não aceito qualquer trocado

Cara

Quem vê cara  Não vê coração  Quem vê cara  Não vê rim Fígado Muito menos pulmão Quem vê cara  Têm olhos Mas nem sempre enxerga Olhar por dentro é impossível  Por fora sua vaidade impede Bateria boa não morre A gente recarrega Flor não compra o amor Mas perfuma o ambiente O seu corpo tem o cheiro das rosas Mas no fundo é veneno Que você engoliu E não cuspiu em seguida Viva o perigo de vida O que foi não acabou  Nem muito menos chegou ao fim Alma não tem forma Mas se você não tomar cuidado Muito cuidado Tudo deforma

O Que Me Resta

Estou convidando  Você para uma festa  Vamos comemorar O pouco tempo que me resta Quanto tempo vou conseguir ficar Droga Sempre tão perto do artista Sempre fazendo arte Em qualquer esquina Que tal uma aposta? O cigarro tem gosto de bosta Mas vai explicar isso para o cérebro  Certeza que vou perder primeiro Queria ter Aquela sua força  Que eu não tenho Nunca vou ter E preciso  Aprender lidar Com expectativas frustradas Tristezas E até mesmo chegadas Sou sempre  Do time que perdeu  Que tomou gol No último momento Faça, Faça o que ninguém mais faz Mande uma carta O meu endereço  Está atrás do retrato Que eu deixei Na sua carteira quando roubei O dia está tão escuro  Vivo em outro mundo Não me deixe aqui Só o amor salva Mas se não salvar Que Deus salve minha alma