Podre


Meus olhos são frutas podres
Dois caminhos na escuridão
O pesadelo do poeta
O grito de desespero
O acidente na contramão
Flores secas, sem cheiro
O falso tão verdadeiro
Tiro que machuca, mas não mata
Dor que tanto maltrata
Doença do corpo, da cabeça
Ferida aberta que não tem cura
Tristeza em qualquer hora do dia
O auge da loucura

Completamente entregue
Esperando noite quente para partir
Cemitério, depósito do que não presta
De quem um dia até prestou,
Mas que acabou
Terminou pobre e sem sorte
É o fim
Sofrimento de uma vida
Vida inteira falando sim

O inferno é sempre um lugar refrescante
Para quem arde feito brasa
Todo demônio tem sua casa

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