Banquete

 


Estou no lixo
No fundo do poço
Contra o fluxo, contra todos
Culpado sem culpa
O cão sem dono

Não tenho dinheiro
Não tenho o que comprar
Nem perfume, nem sonhos
Nem piedade em seu olhar
Sou o invisível que incomoda
O sozinho pelo caminho

E quando tenho fome
Qualquer resto vira pão
Um banquete, sabor dos deuses
Estômago vazio, garganta seca
Sou tristeza, solidão

Tenho medo do frio
Tenho medo de gente fria
O desarmado também é perigoso
O tiro sai da boca, da mente
Da alma do desalmado
Dessa gente com saúde e doente

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