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Mostrando postagens de maio, 2024

Desejos

  Desejo proibido Lado B de um disco Dentro do espelho Sonho bom, verdadeiro Filho do prazer Fumar embaixo do chuveiro Sentir o gosto pelo cheiro Música bonita do Djavan Nem todo mundo entende O que é bom para a gente Amor logo pela manhã Parece errado, estranho Só parece Não é nada disso Água quando desce Alimento que alimenta Emoção de uma prece Desejos proibidos Vontades secretas Tudo normal Naturalmente natural Qualquer boa loucura Apenas desejo

Metáforas

  Vou começar pelo fim O começo você já sabe Foram erros e mais erros Muitos erros Alguns da minha parte Acreditamos no amor Mas o amor não acreditou Na nossa boa intenção No nosso desejo de futuro Ficamos pelo caminho Sem os planos, sem os filhos Dois perdidos Uma conversa Poucas palavras Cigarros e metáforas Fio da navalha O tempo que ajuda Também atrapalha Depois de tantas mentiras Verdades jogadas na cara Um contra o outro Desejo virou desgosto Sou o verdadeiro canalha O falho Que não admite sua falha

Planos

  Faço muitos planos Para daqui cinco Dez anos Mas tenho medo Será que aguento? Será que o mundo espera? Será que terei tempo? Guerra Quem ama também erra Viver é ter pressa Para chegar onde não sei Em algum lugar E também nunca sei Até onde posso ir O limite de um sonho É não saber o limite É não saber nada Não esperar nada Tudo tão estranho Hoje de outro tamanho Hoje, hoje O mundo já não é mais o mesmo Não julgo, apenas temo Faço planos Planos mentirosos

Silêncio

  No quintal de casa Na rua, na esquina Conversas Segredos nossos Páginas de revistas Somos artistas Somos explícitos Carinho inocente Sob o calor de uma laje quente Todos os cuidados Nosso gosto variado Está confirmado Somos felizes Escola da vida Aula de amor Professor Barulho e silêncio Movimento Nós Somente nós Tudo que sei Tudo que ensinei Tudo que ainda vai ser Nossos olhares Doces mares Oceano de prazer

Asfalto

  Morri na página quinze Ressuscitei na dezesseis Sou anjo sem asas O Demônio depois das três Para os meus inimigos Mostro os dentes Enfio o nariz onde sou chamado Sou o dom, sou o pecado Corro para sobreviver Para não esquecer Quem sou Quem sou eu? Não sinto dor Eu causo toda dor Meu dinheiro Na capa do jornal Meu corpo retorcido Perseguido Verdadeiro animal Fujo do perigo Mas não escapo Sou o retrato Mais do que falado Estou na mira Estou cheirando o asfalto

Cura

  Palavras obscenas Em meu ouvido puro O túnel está fechado Completamente escuro Meu chão é de areia Agora sou presente Acabou o futuro Corro contra o vento Contra tudo Contra o tempo Sou uma bomba-relógio Contagem regressiva Instantes de vida Vou olhar o mar Mais uma vez Vou olhar o mar Pela última vez Curar o que não tem cura Impossível Pelo menos paz Por isso vou olhar Beijar, sentir o cheiro Beijar, sentir o cheiro do mar Meu céu tem ondas

Maldito

  Mamãe está procurando Meu sorriso pela cidade Estou em uma linda cadeia Namorando minha vaidade Sou o poeta dos malditos O rei atrás das grades Amanhã estou solto Nas melhores areias Filmando o mar Beijando salivas Fazendo besteiras Sou da turma do abraço Da noite que não ilumina Do perfume de cigarro Dos gritos rasgados Indefinidas meninas Minha vida é uma garrafa Arrebentada na parede Formando cacos Cortando gente Sou o certo, o errado O filme repetido O dono do palco

Não Sei

  Até hoje não sei Pulou para ser feliz Ou caiu em si? Vi você sorrindo Abrindo o tempo Estava tão bem Canto dos pássaros Lábios colados Eu não entendi Agora é tarde Seus versos Suas palavras Frases enigmáticas Você falou Eu não entendi Acabou Por que não gritou meu nome? Por que disse que era forte? Eu estava aqui Ainda estou aqui Vou ficar por aqui Descobrindo os sinais Até hoje não sei Caiu em si Ou pulou para ser feliz?

Três Linhas

  Escuto um milhão de vezes Uma mesma canção Para perceber sua beleza O mesmo faço com você Para perceber, perceber Já percebi Escuto um milhão de vezes Uma mesma canção E sempre choro, eu choro O mesmo é com você Sua beleza emociona Escrevo versos Poesias de três linhas Faço uma oração Vou com o vento E volto bem na palma de sua mão Decifro seus segredos E nem faço força Sou bom nisso Sou bom em amar Sonhar e ser feliz Ao seu lado

Coragem

  Ainda não nasci Já quero morrer Não vou sobreviver Nesse mundo louco Tenho minhas armas Revólveres e facas O dom da palavra Mas nada é suficiente Preciso fugir Eu vou fugir Dessa gente doente Eu quero voltar Para o meu lugar Meu lugar favorito Quero ser sonho Projeto de filho Tenho coragem Mas sou realista Sei detalhes da minha vida Sei como vai ser Nem nasci Já quero morrer "O mundo é bom Mas quando bebe Fica um saco"

Café da Manhã

  Duas torradas Um suco E você no café Certeza que vai ser Um bom dia O mundo girando A gente brindando Taças e amor Cheias de amor Nós comemorando Qualquer coisa Qualquer coisa é especial Pela tarde Um banho de piscina Toalhas molhadas Pratos e comida Uma dança gostosa Entre mãos atrevidas E pela noite Tudo outra vez Antes da despedida Beijos, carícias Até amanhã

Perpétua

  Um poeta apaixonado Merece ser preso Condenado Espalha palavras Machuca corações Fere quem já está ferido Um poeta apaixonado Suja tudo com açúcar Ruas, avenidas Móveis, imóveis, paredes Ao lado de um poeta Qualquer um tem sede Vira suicida Acrobata sem rede Poeta apaixonado Enforcado em praça pública Tristeza, alegria Loucuras absurdas Apaixonado não tem salvação Um caso perdido Cem anos de prisão Todo poeta é um louco Causa transtorno Faz sonhador acordar

Familiares

  O mundo é feito de famílias Unidas, amadas, destruídas Em festa, em guerra Com briga Cheia de dinheiro Faminta O mundo é uma família No banco dos réus Comendo pizza Família do bem Família do mal Papai mata Faz sua graça Tudo normal Família de Titãs De todas manhãs Na hora do almoço Passando o sal Na sala de jantar Em silêncio Falando com o olhar Família em movimento Girando fazendo tempo Agregado também é membro O mundo é cheio de famílias

Movimento

  Mulher tocando um instrumento Mulher em movimento Mulher gerando um filho Tudo tão bonito No palco, na vida Passando por cima Quebrando barreiras Todas suas certezas Mulheres cruéis Tão verdadeiras Palavra forte Suas palavras Medo que vira coragem Sonho que não acaba Voz que ninguém cala Vestida de amor Desprotegida Um corpo e suas feridas Nada é fácil Então não complica

Seu Lugar

  Eu sei, sei Eu sei, juro Eu juro que sei O meu lugar Meu devido lugar No mundo, no fundo Nas profundezas do oceano Aqui ou em outro plano Eu sei o meu lugar Na frente do espelho No mais profundo silêncio Cheguei até aqui No jogo da vida dancei Músicas e canções Hoje apenas observo Dou risada dos espertos Sou da época de Raul De alguns mil anos atrás Não preciso mais provar Não preciso provar nada Prefiro dar gargalhadas Não vou apontar o dedo Cada um sabe seu caminho Sigo o meu ritmo Calado dou um grito Na cara de quem não acreditou E tudo isso, tudo Porque eu sei, eu sei Meu devido lugar Só eu sei

O Fim

  O fim da linha É só o começo De uma nova jornada Uma outra vida Uma longa estrada Não olhar para trás É regra, é lei Deixar os amores Com suas dores Agora é viver Tudo diferente Tudo outra vez Sem documento Sem nome Com todo o tempo Eterna eternidade O outro lado Mar sem onda Céu sem tempestade Nasci Renasci Esqueci Não fui esquecido Sonho para ser vivido

Você Não é Todo Mundo

  Você não é todo mundo Você é mãe É minha mãe Você é um pouco de tudo Rainha dos absurdos Aprendi o caminho O melhor caminho E mãe não tem GPS Mas tem radar Seu maior "defeito" Principal "defeito" É amar Simplesmente amar demais Mãe não erra Até previsão do tempo acerta Para defender seu filho Sabe virar bicho Sabe fazer guerra Um dia mãe morre Para sempre voltar Para morar no pensamento Responder questionamentos Por isso fecho os olhos E sinto o abraço Amor por inteiro Amor em cada pedaço Você não é todo mundo É minha mãe

Apenas Diferente

  Diferente de tudo De todos Filho único de Deus Sou eu Vaidade zero Nenhum ego Super sincero Meu marketing é o silêncio Não sou daqui Sou de outro tempo Nem certo Talvez errado Frio, calculista Sou o pecado Sou a força da canção Plateia, palco Solidão O olhar do artista O fim da vida Tenho mil anéis E poucos dedos Onde morre o segredo O que odeia O que causa medo Vou deixar saudade Em quem não conheço

Outra Vez o Paul

  Pediu uma cerveja Latiu duas palavras Cantou suas certezas Paul, é o Paul Juntou os amigos Balançou o rabo Vira-lata de raça Sabe qual é a graça De viver e ser feliz Acendeu um cigarro Fez loucuras em um carro Paul é bicho louco Vida de cachorro Paul Um cara descolado Beija garotas Tem namorado Nem sempre curte Mas vive de quatro Paul Tão inteligente Uma quase enciclopédia Mas quando bebe Ninguém suporta Ninguém esquece

Respostas

  Viver É procurar respostas E nunca encontrar Na volta a gente compra Para nunca mais voltar É sorrir e chorar Sem ordem definida Uma causa perdida Viver é tentar voar Viver é escapar Dos olhos atentos dos pais Não ser devorado Não caber no retrato Fazer guerra sonhando com paz Viver Saber que o sol vai voltar Não para todo mundo É respirar fundo Também é gargalhar Uma trilha sonora Imaginária, real No ritmo da canção Um vídeo clipe Um eclipse Filme no telão Encontros, desencontros Saudades Cansar e não desistir Viver

Arte

  Música que salva Que faz tão bem Arte que resgata Cuida de almas Cura doenças Feche seus olhos Relaxe Tudo vai melhorar Escute minha voz Pegue minha mão Vamos voar Som de piano Pés no chão Outros planos Viver é tão difícil O fim pode ser lindo Um alívio E que toda dor Vire canção Som dos anjos Harpas, violinos Algo bom

Boa Canção

  Vamos ouvir uma música Como antigamente Vamos cantar no mesmo tom Fechar os olhos Abrir nossas mentes Vamos ouvir outras vozes Outras línguas Vamos repetir palavras Cantar o refrão O calor de outra mão Vamos dedilhar um instrumento Batucar e fazer movimento Sensualizar em outros terrenos Vamos cantar uma canção Diferente das outras Nos aventurar em muitas bocas Vamos nos descobrir Vamos descobrir Qual é a nossa praia Qual é a boa

Perfeição

  Você tem todos os defeitos Por isso gosto tanto Tanto Você está longe da perfeição Essa qualidade eu também gosto Tudo que sempre sonhei Tudo que imaginei Para toda minha vida Minha vida inteira E quando alguém diz que odeia Defendo com unhas e dentes Defendo até morrer Nada é tão lindo Que o seu jeito de ser Erre mais comigo Erre e pense no melhor castigo Vou fazer uma oração De joelhos pedindo perdão Prometo melhorar Elogiar mais suas loucuras Por favor não pare Não vou deixar parar Quando o mundo jogar pedras Vou virar seu escudo E cada vez mais feliz Quando um defeito seu Eu descubro

Puritano

  Faça o que eu digo Não faça o que eu faço Chuva de pedras no telhado O puro, o puritano O puro safado Faz escondido Olhando para o lado Puritano safado Reclama do show Mas dá um show Com sua hipocrisia Cuida de todas vidas Todas Finge indignação Faz coisa bem pior No silêncio do quarto Na hora da oração Livre Seja livre Viva sua vida Deixe o outro viver Não gosta de chuchu? Não plante chuchu E nem precisa comer O tempo estragou Encaretou... O mundo Faça o que eu digo Não faça o que eu faço

Declamo

  Escrevo poesias Declamo para quem quer ouvir Meus versos são tristes Realidade que existe Dentro do meu peito ferido Desejos ao vento Sou todo sentimento Junto pessoas Multidões Abro sorrisos Súditos e filhos O silêncio dos gritos Corações Quem é esperto Vem comigo Minhas palavras O destino Vou entrar em seus sonhos Tomar conta de sua alma Sou doença, sou praga Feridas e chagas Escrevo poesias

Dona

  Uma mulher na janela Atrás da cortina Observando tudo Olhando o mundo Uma mulher na passarela Roubando a cena Respirando fundo Uma mulher na praia Pisando na areia Usando máscara O canto da sereia Sob o sol do meio-dia Uma noite sem estrelas Uma mulher Uma quase brasileira Santa virgem Virgem Santa Rainha do mar Louca da dança Dona Em Copacabana Fazendo festa Fazendo fama Dona da minha cama Uma mulher na janela

Não Vou Mudar

  Não vou mudar Não adianta insistir Não perca seu tempo Sou assim, vou ser assim Para sempre Para sempre e até o fim Não quero ser igual você Deus me livre Sou do jeito que sou E assim serei Posso até errar Sei que vou errar Mas nunca igual você Não é exemplo de nada É uma piada O lado errado da pilha Polegar virado para baixo Cruz credo Credo em cruz Nada seduz Nem seu jeito Nem sua falsidade Sigo minha luz Sou luz Sou verdade

Memória

  Onde estão meus sonhos? Onde estão meus medos? Quem sou eu? Quem sou eu nesse tempo? O dia passa tão devagar Toda tristeza em meu olhar Esqueci o caminho Esqueci e não sei voltar Pessoas vão e vem O mundo anda tão calado Quero voltar para casa Moro na solidão do quarto Viajo dentro de uma canção Mesmo aqui fechado Acompanhado da minha solidão Tenho vontade Mas não sei de quê Morro acordado Nem tudo que enxergo Eu consigo ver Onde estão vocês?