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Mostrando postagens de junho, 2025

Perigo

  Viver é um perigo Um risco que eu adoro correr Andar em linha reta Dobrar esquinas O calor do asfalto Uma bala perdida Desviar dos carros Ou de um mosquito Eu sei, sei Que viver é um perigo Papo sobre política Uma simples opinião Línguas afiadas Gente desequilibrada Viver nessa nação A cor da minha camisa Uma mensagem escrita Palavras mal interpretadas O perigo não tem cara Sou ousado Insisto em viver

Incertezas

  A morte é certa Mas é só um dia Qualquer dia Então aproveite Viva Siga vivendo Não existe outro jeito Não existe outra saída Continue Porque tudo continua Não pare Porque nada para O tempo arrasta Você querendo ou não E antes que acabe Seja emoção Ninguém disse que seria fácil Não, não é Tem que ter cuidado Mas não pode ter medo Viver é um segredo Pronto para ser desvendado E se a morte é certa Prefiro incertezas

Muito Estranho

  Escolhe lado na guerra Não tem vergonha de torcer É fã da vida Mas diz que prefere morrer Juro não entendo Esse seu estranho prazer Gosta de algemas Mas corta os pulsos Provoca briga Depois dá seus pulos Seu passado escondido Seu futuro obscuro Quer conhecer o mundo Mas não suporta ninguém Sabe o caminho Mas vive sem rumo Coleciona misérias Mas exige notas de cem O pior do ser humano Algumas vezes é ser humano Procure sua paz Morra em paz Ano que vem Ou este ano Faça o que fez Belchior

Nas Alturas

  Todo azul do céu Perto das mãos Nuvens, pássaros Mundo de solidão Um sonhador Observando o espaço Alguns retratos Constelação Cores pelo ar Entre o sol e a lua O destino de um só Reflexo no mar Simplesmente voar De longe um tchau Um adeus qualquer Despedida O fim vem depois da partida Qualquer dia, todo dia Sobreviver é uma alegria Um céu todo azul Dentro das mãos Liberdade

Perfume

  O perfume das lembranças Das boas recordações Momentos inesquecíveis Ressuscitando sensações E ainda dá tempo Temos todo o tempo De matar saudade Repetir o passado Fazer o que parece errado Mas nunca foi Estamos melhores Bem melhores Treinados Estou aqui deste lado Esperando o sim Diga sim Hoje podemos terminar Concluir tudo Depois vamos gargalhar Engolir nosso orgulho O perfume das boas lembranças Corpos viciados nessa dança

Cartilha

  Você reclama de quase tudo Roupas espalhadas pela casa O barulho do meu cortador de unhas O copo sujo na pia Minha cara amarrada Garrafa de água sempre vazia Você reclama Quando quebro o silêncio cantando Quando levanto pó dançando Quando falo de um jeito estranho Quando digo que o dinheiro está acabando Mas nada disso abala Nosso amor sem tamanho Tem dia que é tudo estranho Mas a gente supera Mesmo com você odiando Corto o cabelo como você gosta Rezo da sua cartilha Não espero chamar para ir embora Vice reclama de quase tudo Mas no fundo, lá no fundo Eu gosto, eu te amo

Humanidade

  Rosa preta É luto Humanidade de luto Parece o fim do mundo Fim dos tempos O silêncio que perturba O barulho que assusta Beethoven e Stevie são felizes Personagens em um palco Atores e atrizes O planeta joga bola O planeta deita e rola Criança tem dor e chora Nada segura a mão do homem Só não entendo essa sua gargalhada Aponta o dedo Diz que nunca erra Mas costuma escolher Lado preferido na guerra

Fabiano Olivato

  Bom dia, boa tarde Boa noite Navegando nas melhores ondas No ar Palavras soltas Das boas Mesmo que nunca mais E assim foi Microfone ligado Silêncio rasgado No coração Uma música no rádio Volume mais alto O som da solidão Seu locutor Fale para os quatro cantos Quatro estações O mundo um alto-falante Sua voz tão distante Boas vibrações Mande recados Classificados, anúncios Mande notícias Todas suas vidas Palavras bonitas Nem todo adeus é despedida

Escuridão

  Pela rua escura Virando garrafa Achando graça Colocando apelidos Rindo da cara De estranhos desconhecidos Gritando poesia Beijando o céu Fazendo planos Uma paixão em cada esquina O próximo amor da vida Vamos tomar cerveja No mesmo copo Na mesma mesa Vamos dividir nossas tristezas Depois voltar para casa Na sua ou na minha Beijos quentes Em noites frias Fazer um escândalo Depois quem sabe alguma alegria

Perigo

  O amor é perigoso Todo cuidado é pouco Amor de menos não é bom Demais pode matar É preciso ter equilíbrio É preciso equilibrar Lindo como o sol Ilumina e cega Caminho de curvas Nenhuma reta Tocaia do destino Ouro na beira do precipício O amor é remédio O amor é veneno É o tempo exato É um sopro de vento Amor que refresca Que esquenta Tormento Tiro que não volta Lágrimas e glórias O antes e o depois do amor Ter asas e não poder voar Pés na terra É hora de amar

Boas Novas

  Minha vida muda toda hora Quando escuto um disco Leio um livro Até mesmo quando vou embora Minha vida muda Quando revejo pessoas Quando vejo gente nova Tudo fica diferente Melhor que antes Muito melhor agora Coisas e lugares Nas ruas ou nos lares Pequenos gestos Um cantor, um ator Para revolucionar Mudar o meu dia Todos os meus próximos últimos dias Na próxima esquina No bolso de uma blusa esquecida Um bilhete manchado Qualquer poesia sem rima Minha vida muda toda hora Toda hora muda minha vida

Correspondência

  Uma carta de amor De mãos em mãos Sem destino Sem destinatário Aquecendo corações Criando expectativas Emoções Desejos proibidos Em um papel desbotado Letra bonita Prazer na caligrafia Gosto doce de pecado Uma carta de amor Nas mãos do menino Da senhora, da garota No meio de um livro Na boca do povo E o vento levou Para outras cidades Outros lugares Um mistério de séculos Frases bem escritas Palavras ditas Por um coração desconhecido

Tamanho

  O maior amor do mundo Cabe dentro do peito O amor mais bonito Agrada os lindos e também os feios E os mais distintos É o Cupido acertando em cheio Qualquer olhar Qualquer palavra Ou até o silêncio O ódio Sementes do amor O contrário da dor Fruto proibido Comido, mordido, lambido Uma canção para sonhar Outra para sofrer Vinho na taça Tentando fazer graça Beijar até morrer Dias bons, dias estranhos Dos mais quentes Aos sem tamanho Não sei fingir O maior amor do mundo Ainda está aqui

Ainda o Mar

  Quando não estou bem Ainda prefiro o mar Som das ondas O que faz curar Quando quero paz Deixo pegadas na areia Esqueço o tempo Sinto o sopro do vento É no mar que eu entendo A vida Mergulhar, renascer Sobreviver mais uns dias Olhar o céu, agradecer Mesmo sem saber O que vai ser, como vai ser O fim de tudo Já não tenho tanta força Meu corpo está derretendo Sou bonito por dentro Não existe mais remédio Está doendo Mas insisto Quando não estou bem Vou para o mar Virar o sal do mar

O Que Eu Sou

  Sou o que você gostaria de ser Na vida real Sou o que muita gente não pode ser Natural Sou o contrário da sua falta de coragem E sei que você sabe O que realmente sou Não quero ser exemplo E não tenho tempo para perder Explicando o tamanho do meu tamanho O que realmente sou E para onde vou O tempo que ainda tenho Aproveito e vivo para ser feliz E tudo que eu fiz Tem um significado Tem um motivo guardado Para quem quer descobrir Não faça o que eu faço Você não vai ter força para tanto Sou o que você gostaria de ser E será que um dia você vai ser?

Não Vai Esquecer

  Você pulou o meu olhar Mas não adianta Vou sempre ficar Em sua memória Sua vontade de não pensar... Em mim Eu perturbo sua cabeça Tiro seu juízo Você diz que não Mas eu sei que sim Sonha até comigo Sou o seu maior erro O que você tinha tanto medo Mas agora é tarde Já era Estou em sua memória Desde a hora que você acorda Você quer Não admite, mas quer Finge que não liga Mas arruma briga Porque quer minha atenção E nem precisava tanto Eu já moro em seu...

Janela

  O mundo é uma janela Enorme Aberta e esperando você pular De um jeito suave Ou mergulhando de cabeça Como você quiser Como você queira E viver é simples Tão simples É seguir o ritmo Viver no ritmo das coisas boas Amar o dia Respeitar a noite Entender os sinais E toda decisão Não pode ser um tanto faz Pare de complicar tudo Jogamos o jogo mais justo Não nascemos para sofrer Mas o sofrimento Só nos faz crescer O mundo é uma janela Sem rede de proteção

Anedota

  Estou preso Dentro de uma piada Cercado de gargalhadas Sendo feliz Gosto daquelas mais pesadas Do cara de cara lavada Falando sem medo de mimimi O vilão bateu no mocinho Que agrediu o vizinho Que chorou de saudade Tudo é obra de ficção Nada é realidade Piada boa é piada bem contada Não tenha vergonha de rir O bom foi feito para aplaudir Quem gosta acha graça E quem não gosta Nem sai de casa O crime do artista É levar alegria Para quem só sabe sofrer O bandido está solto O inimigo doido Louco para prender Morrer nas melhores risadas

Máquina de Escrever

  Vida injusta Noites avulsas Ser feliz numa boa Na boa Beijos no asfalto No meio da rua Parado Comendo cigarro Um alvo fácil Olhares e retratos Sempre disponível Por qualquer trocado Minha jaqueta jeans Tênis desamarrado Já é madrugada Uma dose de veneno Algumas boas pegadas E quando amanhecer Guardar o prazer Colocar tudo no papel Poesias e canções Sou uma máquina descontrolada de escrever

Encontros

  Um brinde para o nosso encontro Primeiro de muitos Muitos e tantos Nossas boas gargalhadas Risadas altas Encantos Contamos segredos Vivemos o tempo Desejamos o bem Até para quem não conhecemos Brincamos com os mesmos brinquedos Quem olha não entende Mas a gente sabe Todos os motivos dos nossos sorrisos A gente realmente sabe Vestimos o sol de lua Somos duas pessoas felizes Sem choro, sem vela Sem crise Mais um brinde para o nosso encontro...

Maurício

Música que vem de longe Que invade meu ouvido Que faz dançar Sem medo, sem vergonha Sem parar Barulho bom Que entra por um lado E não sai pelo outro O som que eu gosto O som do bom gosto O que seria do nosso amor Sem trilha sonora? Os seus, os meus Nossos discos na vitrola Pegue em minha mão Seja minha memória Vou assoviando até o mar Cantarolando Vou caminhando Vou seguir o sol Eu sou o sol Que não para de brilhar  

Hipócrita

  Exige fidelidade Mas não é fiel Promete mundos e fundos Diz que vai dar o céu Faz da vida do outro Um verdadeiro inferno Acha que pode tudo É cheio de "eu quero" Tem medo de ser traído Mas trai Dá palpite no vestido Paquera outras escondido Vive falando que nunca mais Azar de quem ainda acredita Não consegue ouvir não Faz escândalo sem razão Mata aos poucos o amor Que já morreu no coração Faz chorar e chora Diz que não pode ficar sozinho Não deixa ir embora Ameaça É o otário entre os vizinhos Exige fidelidade Tem medo de ser traído Um coitado

Play

  Medir o tempo É possível Mas queria mesmo é parar Ter chance de pensar Repensar Depois apertar o play E viver Errar, acertar Sem medo Mesmo não podendo voltar O sofrimento é um sentimento Um momento difícil Mas que é importante passar E hoje reparo Meus ídolos estão velhos Alguns inimigos também E não tenho mais força Não consigo lutar O pior do tempo É o próprio tempo Na fantasia simplesmente quero Na realidade finjo que aceito Mesmo cercado Sei que estou isolado Num gigante tabuleiro Chamado tempo

Caminhando

  Belchior andou, andou Chegou onde eu queria chegar Foi até o fim Foi para não mais voltar Quero ser Belchior Cantar minha poesia Mesmo triste fingir alegria Beijar meu amor Quero ser igual meu ídolo Mesmo no precipício Brincar feito um menino E quem ficar pelo caminho Que cante uma canção Vou deixar tudo para trás Colares e brincos Os medos e os riscos Sou um mensageiro da paz Aprendi com Belchior Hora de partir Sem aviso prévio Simplesmente sair

Seu Olhar

O silêncio do seu olhar Diz tanto, tanto O passado em sua cara Estampado Um retrato do terror O que sobrou do amor Fim de um pecado Roupas dentro da mala Vida toda guardada O tempo passa devagar Em preto e branco Grito que não consegue gritar Esperar, esperar, esperar... O som do bom dia Alguma alegria Tristeza que reina Ainda vai voltar Nos livros uma história Bem contada Mesmo contestada Nem toda dor é passageira Luz diante da cegueira No silêncio do olhar