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Mostrando postagens de agosto, 2025

Nojo

  Saudade de quando tudo era alegria Quando o mundo sorria Quando o clima era de paz Risadas e um pouco mais Saudade do que ainda não aconteceu De quem ainda não morreu E quando o palhaço não era triste E quando o louco era livre E quando existia graça Quando a culpa não era da piada Sua raiva cuspida Seu ódio exalando nojo Seu desejo suicida Faca no pescoço Saudade de quando tudo era verdade Quando o mundo não tinha dúvida Quando não existia personagem Saudade do fim dos tempos Dos poucos gestos e movimentos

Arriscado

  Faça um pedido arriscado E corra perigo De ter o prazer dobrado Pode não dar certo Mas pode dar muito certo É rezar e torcer Para tudo acontecer O desejo não precisa de explicações Mel e seus sabores variados Nem sempre doce Algumas vezes amargo Eu gosto Enquanto você decide Espero aqui calado Aqui embaixo Sonhei com essas palavras Cada linha escrita Toda nossa conversa Seus desejos Nossas delícias Faça um pedido arriscado...

Sucesso

  Nosso amor é uma canção Que não para de tocar Nem todo mundo suporta A gente adora E não para de cantar O nosso amor Está nas paradas Nas mais tocadas É sucesso absoluto O hit que bate fundo Na alma Música chiclete Não sai da mente Pega e repete E toca, e toca, e toca Nosso amor é uma canção Na voz de um desafinado Em um karaokê quebrado Que só dá nota quatro

Dobraduras

  Aviões de papel Objetos voadores Longe do chão Sob o céu Sobrevoando nossas cabeças Levando recados Anunciando atrações Pequenos aviões Rampa de lançamento Entre os dedos Rumo ao desconhecido Em busca de um destino Levando sonhos Mãos de um menino Dobras Algumas dobras Sobras e rascunhos De próprio punho Boas manobras Vai e vem Sobe e desce Pista é vida Verdades bem escritas Avião de papel Vamos voar lá no...

  Tenha fé E se não tiver Tudo bem Nem todo mundo acredita Nem todo mundo crê Tem quem preferia viver E tudo bem O que vejo O que não vejo Onde estão os inimigos? Certo, errado e duvidoso Cada um com seu gosto Existe ou não existe o amanhã? Uns acreditam no profeta Outros no Djavan Crendo ou não Você sempre tem salvação Não é menos Não é mais Você crê em quem quiser Ou em ninguém E tudo bem Todo mundo pode ser feliz De qualquer jeito Do jeito que quiser

Artificial

  Mundo moderno Tão diferente Nem parece o mesmo Nasci no século passado Onde tudo era mato Mundo moderno Novos tempos, outros tempos Agora é digital Nada mais será como antes Nada será igual Cartas agora são mensagens Instantâneas, insuportáveis Olho no olho Com uma tela no meio Pessoas sem freio Tudo melhorou Será? Milionários Sem um tostão no bolso Moedas que não são centavos Miseráveis do novo milênio O alimento que não alimenta no prato Artificial Nem a inteligência está salva O que será que nos aguarda? O mundo moderno Nem mesmo é real

Placas

  O tempo tem tanta pressa Eu tenho até medo Luto, reluto, brigo Essa é uma guerra perdida Longe da entrada Mais perto da saída O tempo faz estragos Mas também faz vidas E toda sabedoria Chega com muita dor O corpo tão cansado De tanto aprendizado Um leão sem domador Ser atropelado Depois de novo E de novo Algumas vezes mais Melhor assim do que ter paz O tempo faz vítimas Algumas fatais E os feridos Seguem por caminhos Sem placas, perdidos

Aviões

  Tive uma ideia Vamos voar Sobrevoar Olhar tudo do alto Os beijos lá no asfalto Ou teria uma ideia melhor? Vamos voar Dar piruetas no ar Ir até o fim do mundo E depois voltar Desviar dos aviões Brincar com os pássaros Relaxar nas nuvens Segurar os raios Vamos voar Para todo o sempre Pelo espaço E no céu Vamos esperar por todos Os quase vivos E alguns mortos É hora de decolar Estamos prontos

Bombons

  Músicas são bombons Vou mandar uma caixa Recheada para você Deguste com calma Aprecie sem moderação Música é chocolate Mata fome, alimenta Uma paz inexplicável Até esquenta Um prazer maior Que vem e fica Meu paladar Meus ouvidos O prato é um disco Que eu mastigo sem parar Cante uma canção Cheia de sabor Doce feito um beijo Serenata de amor Alimento da alma Dos deuses Que tanto agrada O que mais agrada Sons das mordidas Os sons Músicas são bombons

Ideia

  Tive uma ideia Vamos voar Sobrevoar Olhar tudo do alto Os beijos lá no asfalto Ou teria uma ideia melhor? Vamos voar Dar piruetas no ar Ir até o fim do mundo E depois voltar Desviar dos aviões Brincar com os pássaros Relaxar nas nuvens Segurar os raios Vamos voar Para todo o sempre Pelo espaço E no céu Vamos esperar por todos Os quase vivos E alguns mortos É hora de decolar Estamos prontos

Sonhos

  Mais um sonho Outro sonho E você estava lá Sua cara brava Até que estava simpática Toda beleza em seu olhar Vamos nos divertir Como nos velhos tempos Vamos fugir Uma outra cidade Outra realidade Molhar palavras Vamos mesmo nos divertir Sorte que seu cachorro não fala Conhecemos bem o chão da sua sala Seus latidos nenhuma palavra Abre uma cerveja Passe o endereço da sua nova casa Estudamos e não tivemos futuro Caminhos contrários Seguimos outros rumos Será que vou sonhar de novo? Espero que sim

Flor de Gil

  O tempo Que levou o meu amor Que adaptou minha solidão O tempo Que deixou suas marcas Tirou um pouco da graça Machucou meu coração O tempo Que não vai curar minha dor Mas vai trazer paz Vai levar minhas lágrimas Até onde você está Está em todo lugar Seu prato está na mesa Sobremesa na geladeira O quarto como você deixou E seu perfume ficou no cobertor Faço canção Você faz chuva Canto emoção Você brinca na lua E quando quer brilhar Vira estrela E ilumina meu olhar

Beleza

  Eu choro de beleza Choro pelas palavras finas Lindas de um poeta Que já partiu Eu choro de beleza E tenho pena Um dia vou crescer Vou perder toda inocência Não quero não O cantor da minha infância Ainda canta, ainda dança E eu aqui chorando Querendo ser criança Um poema perdido Num caderno do passado Riscos e rabiscos Desenhos coloridos Giz de cera quebrado Eu choro de beleza