Nando Reis

Sou o quarto filho
Dos cinco filhos do meu pai
Tenho cinco filhos
Também sou pai
Sou míope 
Mas quando quero ver gente
Coloco lente

Eu queria ser Alexandre, o Grande
E o meu maior pecado
Era venerar retratos da Ternurinha
Acabei crucificado 

Tinha perna azul
Mas não era perna de pau
Fazia até gol
Futebol só pela manhã 
Gosto de outras três cores
Meu ídolo sempre foi o Forlán

Segredos de um ruivo
Apesar que ser ruivo
Já é um grande segredo
O ruivo tem cor de ferrugem 
Ou será que é vermelho?

Gostava de sair antes do sol
Ônibus vazio
Motorista, cobrador e eu
Bom momento para rezar
Mas eu nunca tive religião 
Nunca senti o gosto
O gosto da comunhão #

Os cágados são cactos 
Que procuram um rumo
Ficam atrás do muro
Não nasci para matemática 
Prefiro mesmo estudar os caramujos 

Minha vida não acabou aos vinte sete
Mas dos cem não passo
Sempre achei tão bonito
Cortar unhas dos filhos
Não sou um falsário
Mas imito assinatura do meu pai
E gosto de tocar o Relicário

Segredos de um ruivo
Apesar que ser ruivo
Já é um grande segredo
O ruivo tem cor de ferrugem 
Ou será que é vermelho? 

Era adolescente 
Quando conheci meu amor
Esse amor me emociona
Choro por qualquer coisa
E o meu medo de altura
Passa quando estou nas nuvens 
Com minha eterna noiva

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