Tio Afonso

O caminho do hospital
É o mesmo de um tempo bom 
Bateu uma saudade no peito
Doeu o coração 
Só não vai confundir 
São doenças diferentes
Sou um cara saudosista 
Guardo sempre os momentos bons 
O poeta é um artista 
Que enxerga o passado e o presente
Tudo isso em uma mesma vida

O GPS manda ir reto
Mas eu queria mesmo virar
Dobrar para direita 
Mas deste lado só tem vazio
Realidade é deitar na maca
Tomar soro
E sofrer só um pouco

Eu gostava mesmo
Do churrasco na casa do tio Afonso 
De injeção não gosto não 
Eu gostava mesmo
Das tardes boas na casa do tio Afonso
Ficar doente não é bom
Não gosto de remédio não

Não somos donos de nada
Nossa vida é uma jogada
Em um tabuleiro
Voltamos algumas casas
Pulamos outras
Os dados estão rolando
Gosto de olhar areia na ampulheta 
Escorrendo feito sangue no ferimento
O tempo está acabando

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