Fim

O morto de fome está vivo
Talvez fosse melhor morrer
O pobre coitado come
O que ninguém mais quer comer
O lixo é lixo para quem não entende o que é lixo
O sujeito é tratado como bicho

O mundo faz barulho
O sofrimento é silencioso
Dor do corpo, dor da alma
Rua que liberta também prende
Miséria completa 
Sociedade doente

Beijo no asfalto
Para conversar com Deus
É preciso olhar para o alto
Tão difícil se reerguer 
Quando o sapato do poderoso 
Pisa com gosto 
Na cabeça de quem só sabe sofrer

Vida picadeiro
Eterno pandeiro
Bate e apanha
Todo mundo nasce para ser feliz
Mas em algum momento 
No meio do caminho tudo muda
Noite é sempre um pouco mais escura
Triste fim de um brasileiro

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