Libido

O poeta acordou daquele jeito
Cheio de loucura e empolgação
Olhou para cara do Brasil
Mandou um beijo
Depois mostrou o dedo do meio
O poeta não tem medo
Muito menos faz pose
Sempre com palavras ácidas
E fazendo careta quando aparece em close

Um dia abraçou a bandeira
No outro cuspiu
Qualquer tema vira letra
Sua caneta é um fuzil
Carregado de ódio e questionamentos
Qualquer coisa vira inspiração
Enxerga tudo com um outro olhar
Só o poeta sabe falar de amor
Falar de amor sem se apaixonar

O bom poeta quando quer se concentrar
Vai para rua
Para uma mesa de bar
Procura barulho
Som de garrafas
Goles curtos e longos
E quando sente dor
Bate remédio antimonotonia no liquidificador

Poeta é criança no corpo de adulto
Com brinquedos caros
E alguns outros proibidos
Poeta fala de sexo
Mas nem sempre tem libido

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