O Adeus do Poeta
Era uma sexta-feira
Parecia um dia tão igual
De natureza plena
Sol forte, vento fraco
Era quase carnaval
Com poucas palavras, quase nenhuma
Não deu adeus
Apenas partiu
Sem destino, sem rumo
Não fez charme, não fez espuma
Deixou um violão com cordas quebradas
Duas ou três canções
Um charuto pela metade
Chapéu de palha
Camisa quadriculada
Num cabide de emoções
Em uma tarde de abril
O rádio falou, todo mundo ouviu
O poeta morreu
Discreto como sempre,
Não sofreu
Corri e peguei um trem para qualquer lugar
Para seguir os passos
De quem hoje é estrela
Faz versos e rimas no espaço
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