Elegante

Não sou elegante
Não tenho charme
Não sei cantar
Não uso roupas novas
Não faço pose de galã
Moro em qualquer lugar

Sou um velho cansado
Cheio de histórias
Toda noite escrevo um livro
Conto minha vida inteira
Páginas e capítulos
Textos proibidos
Já não consigo mais sonhar
Toda manhã é um novo suicídio

Gosto de poesias
Sujas, safadas, sem regras
Papo barato, marginal
Bêbado na sarjeta
Meu duplo sentido é triplo,
Sem medo
Gosto da cor azul
Da escuridão que não é preta

Sorrir é fácil
Difícil é ser triste e aceitar
Felicidade até existe
Mas acaba na primeira esquina
Enquanto busco rima
Controlo o choro
Não acredito, mas não custa nada rezar

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