O Querido Que Ninguém Ama

Sem documentos,
Sem nenhum documento
Ando só com a roupa do corpo
E um pouco de talento
Mas não confunda, não sou vagabundo
Sou apenas um filho da rua
Sei o meu nome, sei como todo mundo me chama
Cada apelido conta um pouco de mim
Sou tão querido, mas ninguém me ama

Conheço todo tipo de dor
Da alma, do corpo, da mente
Que fica marcada na pele
Que faz eu esquecer que sou gente

Madames pelo calçadão
Desfilam com seus cachorros
Deixam muita merda para trás
Todas para eu pisar
Sou o que sobrou do mundo
Que vive lá no fundo
Lá onde você não quer enxergar

Na foto eu apareço lá atrás
Sendo preso, algemado, jogado no camburão
Aplaudido por fãs do pecado
Não tenho culpa, só queria voltar para o sertão

Conheço todo tipo de bandido
Alguns atrás das grades
Outros atrás das mesas
Fugir nunca esteve em meus planos
Bolso furado sempre foi minha maior riqueza

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