Garrafa

 Estou preso dentro de uma garrafa

Virei bebida, virei cachaça
De boca em boca, algumas mesas
Na mão de um pobre homem
Em uma rua, em uma praça
Estou preso em uma garrafa
Meu mundinho é tão fechado
Enxergo tudo, não toco em nada
Sou o vício da pessoa embriagada

Não sou sólido, sou líquido
Deixo qualquer um mais bonito
Dois ou três goles de mim
Dia vira noite, noite não tem fim

Sou água, aguardente
Mato a sede
De quem quer ficar quente

Agora sou alegria do alegre
A coragem do corajoso
O gosto amargo que desce

Estou preso em uma garrafa
Dando risada de piada sem graça

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