Amargura
Sem número
Sem esperança
Rua da amargura
Escura, cheia de tristeza
É aqui que eu moro
Com dor de cotovelo
Onde rezo de joelhos
Esperando tudo acabar
Sarjeta suja, nojenta
Minha sala de jantar
Um brinde
Copo de plástico, requeijão
Nem carne, nem pão
Só aquele do Diabo
Desventura
Lugar para morrer, viver
Na rua da amargura
Pesadelo
Meu mundo real
Não tem asfalto
Pedras pelo chão
Feridas abertas
Na rua da amargura
Não existe paz
Muito menos festa
Escuto minha respiração
Meu sofrimento
Rua da amargura
Solidão
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