Obscuro

 Tenho sede

Quando escovo os dentes
Tenho raiva
Quando pedem calma
Tenho dor
Quando quebro o ritmo
Tenho medo
Quando olho o relógio
Não sou previsível
Só um pouco sensível
O lado B de um velho disco

Eu tenho uma arma
Revólver que não dispara
Flor de plástico
Sem cheiro, sem água
Televisão fora do ar
Não faz sentido
Pai mesmo sem um filho

O lado obscuro da vida
Já passei por ele
Quase voltei
Ao contrário do poeta
Morri ano passado
Mas esse ano ainda não sei

Continuo fazendo planos
Continuo chorando

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