Planta

 Sou uma planta

Que nasce na barriga
Dessa gente estranha

Ando na ponta dos pés
Atravesso paredes
Escrevo cartas ao contrário
Tomo ácido para matar a sede
Eu sei, eu sei que sou
Sou estranho também
Mas nunca fui da sua laia
Sempre fiz o bem

Cito verdades para os mentirosos
Como todo o pão da manhã
Conto o final das tramas
Disfarço todos os meus dramas
Faço da sua orelha meu divã

Tenho meus defeitos, alguns
Mas não sou do mal
Não carrego maldade no coração
Toda flor tem seu espinho
Sei muito bem onde piso
Sou anjo sem asas pelo chão

Planta que nasce na barriga
Dessa gente estranha

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