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Mostrando postagens de setembro, 2024

Tom

  O amor é um copo Um copo vazio Todo dia uma gota De qualquer coisa O amor é um rio Mergulho sem medo Algumas vezes arrependo Mas amo mergulhar O amor é um segredo Entre o mundo inteiro Fica evidente no olhar O amor é uma estrofe De uma canção que eu adoro É melodia Alegria em silêncio O que está aqui dentro Tenha tempo para o amor Que é tão simples Complicada é a dor Que nunca termina O amor é uma sina

Escola

  No pátio da escola Uma espatódea Eu não conhecia o nome Aprendi cantando Uma música do Nando No pátio da escola Mãe que vai embora Nem toda criança chora Amanhã tem excursão Hoje tem prova Em cima de uma árvore Ninguém é adulto Alunos correndo, surto Guerras e guerrinhas Bola de pedra Na merenda coxa de galinha Toda brincadeira é uma aventura Todo amor é uma loucura Tênis da moda Coca, cola, nota baixa Tocou o sinal Chegou a hora

Alguns

  Quem tem dois não tem nenhum Será? Duas vezes um Mais um Seis pés, três cabeças Tanto faz, alguns Convencer o coração Amor e paixão Caminhos diferentes Felicidade Antes que seja tarde Demais Cuidar, não machucar Com todos os dedos De leve Coisa de pele Amor Olhares apaixonados Indecisões O desejo é dobrado Triplicado Muitas mãos Braços por todos os lados Doces sensações

Última Vez

  Um dia foi a última vez E você nem percebeu Um dia você deu tchau Mas era um adeus E foi, foi... Seu último banho de chuva Sua última aventura Beijo com gosto de pecado Só mais uma loucura E o próximo segundo Pode não chegar Então, faça tudo Aproveite Tenha certeza Logo vai acabar Será que é hoje? Será que vai ser hoje? Será que vamos esquecer? Será que vai ficar alguma lembrança? Nossa última vez E você nem percebeu Era um adeus

Perto do Fim

  No armário roupas velhas Velhas manias No almoço de domingo Muita mesa, cadeiras vazias Perfume esquecido na penteadeira Paredes frias Meu maior medo O tempo que escapou Derreteu entre os dedos Espelho manchado Rosto apagado Não ficou nenhum retrato Em silêncio, em meu canto Desde o século passado Cadeado no portão Ninguém vai embora Coração que aperta e chora Saudade, saudade Pernas, saltos, calçados Sorrisos ocupando espaços

Apagão

  Avenidas Estradas curtas A mesma música Palavras repetidas Vasos, plantas Uma dança estranha O esmalte e o dedo Ainda é cedo Eu ainda lembro Memória que mora aqui Nem sempre De vez em quando Minha vida é um drama É um rock, é um samba Obrigado por avisar Por lembrar Não deixar eu esquecer Obrigado Por guiar meus passos Meu caminho de tijolinhos O corte da navalha Mão que treme Perna que falha O sol explode no horizonte De perto eu vejo longe Só não enxergo o fim

Valsa

  Você é a pessoa certa Na hora errada Muito errada Sei que mereço Sei o quanto sofri Mas agora realmente não é hora Não que eu não queira ser feliz Vento que traz coisas boas Boas surpresas Mas vou deixar para depois Vou deixar passar Melhor assim Por enquanto é melhor assim Fique sempre por perto Quem sabe eu mudo de ideia De vez em quando um abraço Um bem apertado Mas só isso, só isso Sei Meu sim pode chegar tarde demais É um risco Bem calculado Bem pensado Você é hora errada Dentro da pessoa certa

Valsa

  Vamos protestar Contra ninguém Vamos reclamar Do que eu não sei Vamos caminhar Sem nenhum destino Sem parada, sem abrigo Apenas vamos Vamos ouvir Os que não falam nada Vamos fugir Deixar pegadas Vamos aprender Sem professor na sala Simplesmente vamos Vamos ter medo Dos dias de 24 horas Vamos ter tempo Antes do agora Vamos ficar deitados lá fora Vamos sim Vamos dançar uma valsa Depois da despedida Vamos morrer em vida

Eu Entendo

  Tem coisa que só a gente entende O prazer inexplicável O prazer inocente Boas descobertas Bons segredos Suave medo O que só a gente sente Tento escrever Faço sinais Falo com os olhos É estranho Mas é gostoso demais Não vou esquecer Nunca Um pedaço de pano Embaixo do pano Explosão O que só eu sei O que você ainda vai entender Grave gravidez Só falta nascer Não vai nascer Tem coisa que só a gente entende Eu adoro entender

Yoga

  Sigo procurando O meu "eu" de todo dia Sigo respirando Todo amor e energia Idas e vindas Chegadas e partidas O fim que nunca termina Tento de tudo Mas não controlo nada Nem todo o esforço Deixa pegadas Sou livre, muito livre Solitário nessa estrada Do conhecimento Controlando minha mente Rompendo padrões Desarmando gatilhos Doces meditações E tudo está mudando Diante dos meus olhos O movimento é constante Variadas variáveis Desejos controláveis Sou um ser mutante O que aprendi Aprendi com Yoga

Cadeiras

Verde pegando fogo O céu engasgado Cansado, desabando Por pouco E enquanto isso No reino dos sem juízo Cadeiras estão voando O final é cinza Verdade é mentira Meia-noite é noite Mas já é bom dia Será? E amanhã O que vai ser Do amanhã? Vai ser Vai ser difícil Vai ser difícil sobreviver Saudade do azul Saudade de quando tudo era azul Enquanto isso O planeta quase parando E cadeiras voando 

Suas Coisas

  Uma fotografia perdida Entre tantas outras Entre várias esquecidas Foto sua sorrindo, feliz Nem parecia ser o fim Fiquei com suas coisas Algumas poucas coisas Queria tanto devolver Entregar em suas mãos Nem sei como vai ser Livros, histórias Memórias Um pouco de você Discos e CDs Seus óculos de sol Poesias e receitas Suas frases feitas Seu cheiro no lençol Os dias estão longos Longuíssimos Objetos pela sala Todos com sua cara Mas por aqui Sua voz ainda fala

500 Páginas

  Sou um livro de quinhentas páginas Página que você volta para reler Sou um capítulo longo Com frases grifadas Trechos para não esquecer Sou o seu autor predileto O poema direto e reto Uma história sem fim Uma história real Enredo repetido Nada original Sou uma capa bonita Um grande mistério Um clássico Engraçado e também sério Faça um resumo Estude tudo, tudinho Leia todas linhas Entrelinhas Vou cair em sua prova Vou morar em sua vida

Bêbados

  Descalços Passos lentos Dois bêbados Quarto de hotel Lua sem mel Lábios em movimento Por um instante Um momento Felizes Taças quebradas Garrafas Nossas gargalhadas Risadas sem motivo Ninguém sabe Quando é dor ou prazer Nossos gritos Sóbrios Caídos Destruídos Cansados Pelados Dinheiro jogado Pó espalhado Maço de cigarro Viciei Beijo molhado Tudo outra vez

Muro Invisível

  Longe dos meus olhos Nem tão longe assim Atrás do muro invisível Aqui tão perto de mim Embaixo do meu chão Por cima do céu azul Canto uma canção Nossa canção Estrelas são peixes Na constelação Rio que você gosta de nadar De costas, borboletas Livre para voar Leve desespero Entendo Sei o que está acontecendo Palavras gravadas Últimas palavras reveladas Sopro de uma vida Viver é saber que tem despedida E todo vento que bate Penso que é você Acho que é Atrás do muro invisível Um sonho incrível Minha fé, toda minha fé

Cordeiro

  Vamos para o Rio... De janeiro, fevereiro Outros meses também Beijar os pés do Cristo Olhar o céu azul A olho nu Simplesmente dizer amém Vamos tomar um banho De Rio, de mar Vamos viver um pouco mais Vamos procurar nossa paz E tudo é uma questão de encaixe Você sabe, como sabe Sabe muito bem Somos abençoados Somos o retrato Do amor que deu certo Já deu No infinito uma paisagem Desejo, mãos dadas O brilho do sol Anunciando nossa chegada Intimidade é achar tudo natural

EstrelaNando

  Peguei carona Fui de passageiro para o espaço Estava precisando de espaço Fui conhecer outros quintais Outras ruas de terra Você vai receber notícias Nos jornais, nos portais Fique atento aos sinais Vou escrever cartas Também levei minha Polarid Daqui de cima vejo o cinza Mas eu prefiro azul Todos os tons de blue Não comprei passagem de volta Vou ficar dando voltas Deixar o tempo passar Vou fazer um pouco de hora Não sei qual é o meu lugar Entre estrelas e astros Um show marcado O Nando está cantando Nenhuma luz, nenhum farol Ainda estamos procurando O falado segundo sol

Mentirinha

  Eu amo você De mentira Eu amo você Do meu jeito estranho Diferente Sei que confundo Mas eu amo E com todo cuidado Eu te amo Do tamanho exato Sou assim Sempre sou assim Para sempre assim O amor é uma história Sem nenhuma lógica O fim não está no fim Adoro confundir Mexer com sua cabeça Amor e suas incertezas Eu amo você De mentirinha

Todo Dia

  Você foi embora Junto com sua memória Toda sua história Fez chorar, emocionar E voltou tão falante Naturalmente falou Disse que não tinha o que dizer Só foi resolver O que sua mente mandou Seu olhar de estranheza Nem foi tão estranho Seu mundo é desse tamanho O que vai ser? Como vai ser? Seus filhos na moldura Pregados na parede Ocupando espaço Poucos espaços Sorriso engolindo o choro Ainda não estamos prontos Vamos soprar em seu ouvido Dia nublado também é bonito Todo dia o mesmo dia Frases repetidas Leve uma blusa Essa madrugada vai ser fria Leve uma blusa Não esqueça da blusa Já pegou sua blusa? Todo dia o mesmo dia

Cotidiano

  Um espirro Acompanhado de outro O cotidiano é fogo Todo o bom gosto Um disco na vitrola Meninos jogando bola Já é hora do almoço No agasalho Cheiro de naftalina Não tem televisão na sala Agora fica lá em cima Uma família moderna Como antigamente Papai reclamando Mamãe plantando semente No carro Um cigarro esquecido O Júnior está com pressa O trânsito está terrível Daqui a pouco tem palestra Vamos escrever cartas Pregar quadros na parede Andar de bicicleta O cachorro está com sede Onde está minha blusa Vermelha e preta? Não está na gaveta

Um do Outro

  Nunca ninguém viu A gente longe um do outro Um é extensão do outro Estamos sempre juntos Um único ser E para sempre vai ser Assim vai ser Madrugada que encontra o amanhecer Tesão que termina em prazer Seu abraço, meu abraço Filhos do antigo e moderno amor Um laço Unindo o que nunca quebrou Aliança, Que prende Por livre espontânea vontade Na hora do sim O sim, sim Mera formalidade Não existe nenhuma dúvida Quem está feliz Nós Não nos desgrudamos Falamos No olhar, no silêncio Olhos fechados Guardados em sono profundo Qualquer parte do mundo Almas gêmeas

Ser Dia

  Cansei de ser noite Quero ser o sol do meio-dia O amor, toda alegria Abraço apertado Poesia Vento que soprou Balançou meu cabelo Vento que levou meu perfume Meu cheiro Tudo podia ser mais leve Sem suas neuras Seus medos Seu fetiche Meu sentimento Sua brincadeira Meu tempo Sua fantasia Minha realidade Pode não parecer Sou de verdade Não sou objeto Do seu ato sexual Mate sua curiosidade Longe do meu Carnaval Cansei de ser noite Venha clarear o meu dia

Obrigado

  Sou vulnerável Sou do seu tamanho Somos iguais Somos normais Também erro Sei que erro Nós erramos Nos desculpamos Hoje estou vivo Eu sobrevivo Graças ao amor Hoje eu choro Hoje imploro Peço por favor Segure minha mão Deixe meus pés no chão Mais um dia limpo Sem nenhum conflito A terrível solidão Uma canção para abençoar Abraçar, alimentar Ingredientes de uma receita Apenas duas letras Vamos nos emocionar Ainda vivo Ainda limpo

Palavras de Cazuza

  Minhas palavras quentes Nas páginas frias de um livro Minhas poesias Sou uma máquina de escrever Falo sobre o que todo mundo enxerga Mas quase ninguém vê Sou do século passado Sou tão atual Uma trilogia Outra língua Sou o desejo carnal Gravata que não combina Com minha camisa de força Sou a voz de tantas bocas Ainda sou uma voz Mais que uma lembrança Um vulcão adormecido Adormeceu mas não morreu O grito do excluído O luxo e o lixo Ainda sou novidade no museu Minhas palavras quentes...

Livramento

  Melhor do que achar É perder O lado bom do amor Pode estar no final Depois da despedida Após algumas brigas No momento do tchau Opostos, contrários Distantes, separados O bom passo É o que leva para longe Cama de solteiro Boca seca sem beijo Um bom travesseiro Só para mim Um grande erro Antes só do que.. Nem deveria ter começado Papo bobo de paixão Um belo chute no saco Vítima do próprio golpe O fim é mais que sorte Bom livramento Perde hoje Para ganhar hoje mesmo O bom e velho tempo

Janela

  Pela janela observo minha sorte Conto os minutos, os poucos Estou quente, muito quente Tenho febre, calafrios Mais uma vez estou doente Da janela eu vejo... O sol tentando brilhar A chuva que não refresca O céu é o meu espelho Realmente está feio E quando chegar O inevitável dia chegar Você vai saber Um vento que sopra Um copo que quebra Um dedo que corta Você vai saber Vou mandar sinais Um estranho arrepio Uma estranha paz Todo sonho é verdade É tudo real Realidade aumentada Para você nunca esquecer Jamais esquecer de mim Pela janela observo...

Luz

  Chegou setembro Já enxergo o fim Do ano, do meu plano De vida, toda vida Que deixei em suas mãos Enquanto viajei Por todo o calendário Dias pretos, dias vermelhos Os muitos que chorei Já chegou o mês nove Meu número de sorte Uma gestação Criança abraçando o papai Noel, no céu Mas ainda não acabou Setembro chove E também tem vento Reta final do livro Perto do último capítulo O que resta de um grito Só mais três, conte até três Conte tudo outra vez Está chegando Velas apagando Um fio de luz