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Mostrando postagens de janeiro, 2025

Duelo

  Em uma luta Quem perde Não é quem morre Mas sim quem foge Do duelo final Câmera lenta Trilha sonora Olhares Filme ao contrário Presente e passado Um tiro fatal O choro de quem fica Lágrimas e gritos Sem medo, com frio Um rio sem água História que fica Não acaba Sob o sol do meio-dia Homenagens Um pouco mais de vida Para quem acabou Virou lembrança Pássaro que cantou

Mudanças

  Mudei meu cabelo Não sou mais o mesmo Faço tudo diferente Estou mudado Olho e não me reconheço Um estranho no espelho Já não consigo correr Minha caminhada é curta Mas ainda sou esperto Mais esperto do que nunca Todo dia o mesmo rio Nunca a mesma água Vida é feita de dor Que de vez em quando passa Estou mudado Mas ainda sonho Com sorrisos bonitos Capas dos livros O futuro dos filhos Vivo dentro do descanso Amanhã sou paz Sou apenas um domingo

Crônica

  Minha camisa velha Em seu corpo frio Meu cigarro amassado Em sua boca vermelha Nosso amor é uma crônica Uma piada de bom gosto Uma desafinada sinfônica Em noite sem lua Procuramos o luar Em ruas escuras Sopramos velas Inventamos verdades Mentiras inéditas Você conta sobre seus discos Eu tomo Coca-Cola Estamos indo Enquanto todos vão embora Temos todo o tempo Mas perdemos a hora Pulamos casas Pulamos erros Jogos de tabuleiro Alegrias são estranhas Tristezas são maneiras

Sonhos

 S erá que você está igual? Tenho saudade da sua voz Fico aqui imaginando Algumas vezes até sonhando Como está por aí? Estou cada vez mais triste Ainda estou por aqui Já encontrou seus amigos Parentes, conhecidos? O mundo continua cruel Acho que até pior Mas tenha paciência Logo vou chegar Estou contando os dias Para correr até seus braços Para morrer de alegria Interurbano para o céu Não tem preço Contatos imediatos Nossos retratos Entre nós não existiu adeus Só quero matar a saudade Quero rever Você aqui comigo Em um sonhos bonito Qualquer maneira com você

Suave

  Uma canção suave Para viajar Nuvens, astronave Noite de lua cheia Feito Sérgio Cabeleira Voar, flutuar Fale em meu ouvido Alto ou bem baixinho Vou até o céu Pegar estrelas e outros astros Voltar para o asfalto E ser feliz Escalo paredes Vou ao topo do precipício Corro perigo Mas eu adoro Não desisto Um drama real Faço escândalo Sua voz é um escândalo Provocando Instinto animal

Bolero

  Você ainda chora por amor? Você ainda chora? Escuta um disco, Fica na fossa? Sorte que você ainda sente dor Toda melancolia O prazer de sofrer O pranto numa noite fria Som de um bolero Desespero sincero Vida vazia Cenas, cheiros Lembranças Tristeza é uma dança Que eu não paro de dançar Um ato solitário Um dromedário procurando seu par E tudo é tão difícil Até vale um sorriso Mas um cotovelo dolorido Tem um gosto especial E você ainda chora por amor?

Seu Endereço

  Flores Para o seu endereço Que antes também era o meu Um cartão, um pedido Um grito depois do adeus Nem toda decisão é definitiva Nem toda palavra deveria ser dita Eu sei O amor tem dessas coisas A gente adora Mas também a gente briga Será que dessa vez Mais uma vez Vou voltar para os seus braços Você vai colar o retrato Foram tantos rasgados Nem todo mundo entende Idas e vindas Estranhas partidas Voltas, reviravoltas Nossas tristezas e alegrias Flores para minha casa Por mais alguns dias

Ponto Final

  Correu para pegar o ônibus Foi pega pelo ônibus Virou história O dinheiro estava trocado Contado Mas um pequeno atraso E tudo mudou Tropeçou, caiu Seu mundo acabou No café não teve café Olhou o filho dormindo Ainda deu um sorriso Deixou o beijo para mais tarde Agora é tarde Amanhã também não vai ter café Viveu tanto Tanto viveu Não escapou do seu destino E no seu caminho O dia morreu Correu para pegar o ônibus Correu e virou história

Caju

  Caju para o verão Para refrescar O clima da estação Poesia na mesa de um bar Olho em seus olhos Assim meio de lado Faço charme Sou um charme Brinco com o cabelo Sou mesmo enrolado Um copo na mão Outro quebrado Estou quase bem Estou quase um caco Caju para o verão Tesão no prato Gritinhos bobos Apaixonados Contra o tédio Minha voz no rádio

O Mar

  O mar para agradecer Para curar Quando não o corpo Alma O mar para viver Para morrer De braços abertos Esquecer Todos os traumas Quem está no mar Está perto da felicidade O vento é frio Todo o resto é quente Areia é terra de gente Que deixa o tempo passar E quando não tem mais saída Quando a noite vira dia Sem destino É na praia que eu resisto Que eu tento e desvio Do ponto final O mar...

Altos e Baixos

  Amor Do jeito certo Amor Na medida exata Amor Sem erros, exageros Esse é o amor Amor Também vira cicatriz Fica um por um triz Nasce, renasce Finge que morre O amor é estranho Igual foto antiga Vergonha sem tamanho Seus altos e baixos Seus muitos planos O amor é humano Sua retas, suas curvas Com todas suas formas O amor tem cara boa Mas também machuca Para tudo tem um jeito Mas nem tudo tem cura

Passagem

  O mundo nasceu Eu não estava aqui Cheguei um pouco depois Logo depois de Deus dormir Estou de passagem Logo vou embora Já fiz minha mala Arrumei tudo O tempo é curto Essa casa não é minha Moro de favor Natureza meu jardim Planeta que não tem fim Minha vida sim Sou apenas um pedaço Um ser insignificante Pontinho no espaço Feito para ser esquecido Apagado Quando eu fechar os olhos Vou ser apenas mais um Que ficou pelo caminho Passou longe do infinito O mundo vai continuar Mesmo com minha ausência

Ainda Estou Aqui

  Um drama Estátua, samba Na escuridão Luz, câmera Determinação Clareando ideias Bons pensamentos No porão o tempo Encontrando desencontrados O pecado de ser feliz Em vez de choro Sorrisos Braços dados Avisos No real e no retrato São os verdadeiros fatos Silêncio Que tanto barulho faz Luta para ter paz Viver é um prêmio Viver para nunca mais

Guardando o Tempo

  Na parede, no pulso No bolso Não importa Eu sinto o tempo em meu corpo Tristeza que não é nossa Horas, minutos Segundos Não importa Alguém batendo na porta Hoje é cedo Amanhã vamos embora Acerte os ponteiros Os falsos, os verdadeiros Deixe o mundo girar Eu vou girar Com toda minha força Até você cansar Vento que leva minha juventude Mas que trouxe minha vida até aqui

Flor

  Estou tão perto Da cura e da dor Muito perto Sorriso ou flor Um dia eu vou Não sei quando Ainda eu vou Estou acabando Dou muitas voltas Mas volto aqui Janela sempre aberta Antes do fim Meu próximo lugar Onde vou estar O vento que refresca Amanhã sou eu quem vai soprar Uma boa lembrança Longe do seu olhar O pior castigo Logo não vai estar comigo É de paz que preciso

Eu Te Amo

  No fundo do mar Sem ar Eu te amo Frase no braço Tatuagem Poesia na pele Eu te amo Sem palavras Sorrindo Aos prantos Só eu sei Eu te amo Em cartas Mensagens Mil planos Eu te amo Mil formas De sair do óbvio Mas prefiro assim O jeito mais simples Filme sem surpresa Final feliz Nunca é tarde para dizer Sempre bom dizer Antes de tudo Antes de morrer

Vontades

  Suas vontades São tão estranhas Mas eu adoro Aceito na hora De olhos fechados Boca aberta Qualquer ideia Sei que não sei resistir Nem tento, nem penso Confio plenamente Seu bom gosto É o meu gosto Adoro o diferente Você ensina O lado bom do prazer Sou bom aluno Aprendo direitinho Na primeira aula Já sei o que fazer O que não mata engorda O que mata A gente também gosta Traga sua proposta Vou repetir Aceito na hora

Samanta

  Sua boca Poucas e boas Palavras fortes Amor e toda glória Histórias Sua língua Palavras finas Memórias E a garota Soltou um palavrão Arrancou gargalhadas Deixou os meninos com tesão Você faz discurso Faz pose Quer mostrar para o mundo Toda sua hipocrisia Sua igreja É qualquer bar de esquina O nome dela Eu não sei Mas pode ser Ousadia Ela é quente Ela é terrivelmente Maldita

Mais Que Metade

  Eu só quero uma coisa Sobreviver Chegar ao fim Não morrer Só quero terminar O próximo ano De ponta a ponta Janeiro até dezembro Sem susto, sem medo Quero percorrer Dias e dias Todos os dias Correr um pouco de risco Mas continuar vivo Tudo que eu quero Só isso que peço Calor do verão O sopro do inverno Outras estações E o tédio Só preciso viver Mais um pouco Ter o privilégio Mais uma vez Não morrer Será que cheguei na metade da vida? Será que estou perto da despedida?

Cerveja

  Paul Como foi o seu ano? Puxe uma cadeira Sente aí Vamos conversar Paul Vamos brindar com cerveja Gelada e caseira Vamos cantar Paul Fale sobre sua vida Seus filhos e Linda Fale sobre o amor Paul Charuto ou cigarro? Submarino ou carro? Estrela ou disco voador? Fique mais um pouco Faça o seu show O céu azul Vai voltar amanhã Agora é noite Bela como ontem Mais uma cerveja Um grito de fã Paul Olhe para os dois lados Tome cuidado Atravesse sempre na faixa