Palavras, Letras e Poesias

  Eu quero guerra, eu quero Contra quem acaba com minha paz Quem transforma tudo em tanto faz Eu quero guerra com alguém Que queira guerra também Só luto com quem está armado Quem tem arma branca, revólver Ou podres do passado Guerra fria ou guerra quente Animais com cara de gente Amanhã podemos até brindar Mas hoje quero apenas duelar Chutar canelas, bater na cara Um bom conflito é minha tara Todo alvo é fácil Passo por cima, atropelo E quando o campo é minado O ato final, a última cena Sempre um grande espetáculo Minha estratégia é vencer Lutar para não morrer Mas quem morre lutando Sabe o tamanho, o quanto é bonito Não aceitar derrota, Nem perder no grito

  Estado de atenção Alerta máximo Beleza por todos os lados Radar detectando o perigo Cérebro brigando com o coração Eu tenho tanto medo Da loucura sem freio e sem razão Nem sei mais para onde olhar São tantas opções, ideias Desejos, vontades, loucuras Todo cuidado para não ser vulgar Jogo de sedução Sorte ou azar, perder ou ganhar Agora não tem mais jeito Bola rolando, times em campo É preciso jogar, jogar Contra tudo e contra todos Importante é ser feliz No escuro, ao vivo Com todas suas cores Ao som de um blues Para distrair, distrair Em ruas do pecado me perdi Passei por muitos braços Até aqui, aqui

  Nosso amor dá um filme Bem editado e produzido Nosso amor é uma novela Capítulos longos, curtos Cenas românticas, alguns absurdos Nosso amor merece uma placa Um troféu na estante, uma medalha E olhando de perto, bem perto A gente parece feliz, até parece Fale para mim um "eu te amo" Vou gravar para ouvir depois Quando você fizer um escândalo Chorar em qualquer canto Não querer me ver nem pintado De ouro ou qualquer outro pecado Melhor ator, melhor atriz Nem sempre sou o vilão Não seguimos roteiros Gostamos do cheiro, da química Palavras do coração Nosso amor dá um filme

  Entrei em um túnel Sem luz, sem flores, Sem esperança Meu grito não é mais ouvido Não tenho mais saída, Não tenho mais minhas sete vidas Correr e perder o ar Ficar parado e chorar Toda decisão é errada O erro começou lá atrás Aqui é o fim da linha Não existe mais nenhuma jogada Agora é imaginar um céu Bonito e cheio de amor Cansei do silêncio, do vazio Desisti de lutar, desisti Está calor, mas tenho frio Não tenho braços Para dar um abraço Não tenho tempo Para ganhar tempo Já não consigo abrir os olhos O medo é verdadeiro

  Coloco qualquer camiseta Bermuda rasgada Chinelo de dedo Corro louco, louco Mais uma noite quente Esperando o melhor do amor Ansioso na calçada Carros e mais carros Esqueci os óculos Não enxergo nada Celular sem bateria Melhor ir para um bar Estou perto da esquina E você chega chegando Essa boca linda Não pede licença Vai logo beijando Não, eu não reclamo Desce mais uma Bebida, peça de roupa E outra, outra, mais outra Quando o dia acordar Simplesmente me devolva Sempre quero mais Em seus braços numa boa

  Você sabe da minha condição E ri cruelmente da minha cara Não acredita que estou em sua vida Para ser simplesmente um nada Que sempre pede um pouco mais Que pede para ser o que você já sabe O que eu sempre fui, o que eu sou Alguém que está em suas mãos E mesmo assim agradece todo feliz Ninguém precisa entender, saber O gosto estranho de um prazer Saudade do seu doce veneno Que alimenta o meu amor Que escorre e morre aqui dentro Amo ficar esperando o momento Do sabor que sai de você E acaba preso em meu sorriso Na alegria de agradecer Sei, eu sei, sei Mas gosto de repetir Falar bem alto seu nome Para todo mundo ouvir Aqui embaixo olhando para cima É poesia, é verso, é rima Minha vontade eterna de dizer sim Sim, sim, sim, mais um monte de sim

  Mãe de todos, do coração Mãe do mundo, dos dois mundos Do tempo que passa, passa Ultrapassa o limite da vida Ultrapassa o limite da morte Muro invisível que separa Sua voz que nos prepara Ser forte é saber que o fim Não é, não é tão fim assim Preciso de um abraço, do seu abraço Mesmo de longe, mesmo distante Olhos fechados, mas acordado Observando o futuro, entendendo o passado Não sei o quanto ainda vou caminhar Quanto tempo ainda falta para chegar Sempre de mãos dadas com o amor Muito bem acompanhado, com os melhores Viver é não conhecer dor, nenhuma dor Por todos os lados Não importa o lado Dar e receber, dar é receber

  Mate sua fome Sou seu prato Estradas, avenidas No acostamento, ao lado Perto de uma esquina Escura e perigosa Alimente meu prazer Aqui ou lá em casa Ouvindo um som, enquanto seu som Rompe o silêncio do meu corpo Fervendo, em brasa Você e seus mistérios Seu RG termina em x Não existe amor errado Mas existe pecado Quando um não quer O outro vai embora Não é tão fácil assim Depois do erro, O medo, todo o medo Sangue pelos móveis Em seu peito, em minhas mãos Fatal, animal Instinto selvagem Não foi por falta de aviso Pior castigo O fim em uma única imagem

  Todo menino quer ser Pelé O Maradona quer ser Pelé Todo jogador quer ser Pelé Todo atleta quer ser Pelé O Chaves também quer Quem não quer? Todo mundo quer ser Pelé Nada é mais bonito Que um gol de Pelé Sabe como é Em seu rosto toda lágrima brilha Dono da bola, artista É o Rei, é o Rei

Suas mãos são ganchos Que eu adoro me pendurar Fico esperando o corte O cheiro da morte Sua faca afiada deslizar Coração frigorífico Amor de inimigo Destrinchando ossos Água fervendo, limpando porcos Não aproveitamos quase nada Hoje faz bem, amanhã muito mal Gritos pela madrugada Sou carne Um pedaço de carne Esperando para apodrecer Sou carne Um pedaço de carne Com sentimento e um pouco de prazer Em fila, em ordem Na posição exata O matadouro está sujo de sangue Estou sujo de sangue Agora sou o seu alimento Nunca mais serei como antes

Vou fazer uma poesia Para um dia virar música Sou tão inseguro, seguramente sou Eu não escolhi, fui escolhido Sou cantor, pai dos meus filhos Não sou o melhor do mundo, Nem o mais bonito Vou lançar um disco De sucessos ainda desconhecidos Um clipe em uma praça Chão de paralelepípedo Vou montar uma banda Bateria, guitarra Baixo, microfone Vou cantar o amor Agradar o homem, o menino Mulher, madame Todo e qualquer ser esquisito Não sou bom com os livros Mas sou bom com palavras Engano muito bem Sou um gênio da raça Sem raça definida Mas eu resisto, Sim, eu resisto Sou um humilde artista

  Muito prazer, sou o prazer Qualquer hora do dia É só você querer Tarde da noite, pela manhã Qualquer momento Todo o tempo Loucura que faz tremer Sou o instrumento De alegria, de sedução Pilha para sua vontade Naquela hora Para não ficar na mão O que te faz feliz Ou pelo menos sorrir Por um pequeno instante Seu brinquedo favorito Seu amigo de estimação O bibelô na estante Escute o recado lá do céu Não, não é pecado não Chuva com sol Intimidade é conhecer cada curva Cada ponto de prazer Eu sou o prazer

  O sol chegou, tão lindo Igual você dormindo Embaixo do lençol Dorme mais um pouco, Pode dormir Vou preparar o café Torrada, geleia, Pão com manteiga Já já te acordo com um cafuné Conte os seus sonhos Será que sonhou comigo? Eu não consegui fechar os olhos Fui todo sorriso, dei até um grito Vou esperar sua volta Mande mensagem quando estiver por perto O jantar é surpresa Sobremesa na mesa e na cama Um beijo de despedida Prometo não chorar Só vou fazer cara triste na partida Uma taça de vinho Um pingo de coragem Anel de diamante Nosso amor eterno Juntos, um pacto de sangue

  Não sou Pelé Não sou bom em nada Não sou bom em tudo Eu não sou Pelé Não sou talentoso Não tenho bom gosto Não sou dono do mundo Não sou Pelé Meu chute de três dedos É cheio de defeito Não sou Rei de nada Não mando em casa Muito menos na quebrada Eu não sou Pelé Camisa dez Mas sempre fui nota cinco Nunca encontrei o melhor caminho Um perna de pau O pé só serve para rimar Para falar que não sou Pelé Flor da pele Pele do Pelé Sabe como é Eu nunca vou ser um Pelé

  Não, Eu não estou bem O sorriso não quer dizer nada Pare de tentar adivinhar Não existe motivo para eu estar mal Só quero ficar quieto Seu barulho incomoda Meu silêncio está gritando O dia poderia ser noite Toda noite tinha que ser eterna Sou fã da escuridão Cansei de procurar resposta Para meu caso sem solução Não acredito em horóscopo Mas meu signo não está legal Estou no inferno, perdido Completamente sem astral Só consigo dormir Olhando para parede Tenho os piores pesadelos Quase sempre estou morrendo Caindo do andar mais alto De um prédio apagado Palhaços dançando, Com seus risos e aplausos Pés e mãos amarrados Eu fui jogado No fundo do poço Remédio já não tem efeito Só conheço o medo Eu sou o medo, o fim

  Tenho um problema O coração anda falando muito Dizendo coisas perigosas Vai começar tudo outra vez Sei que vou sofrer Mais um amor complicado, Mais um conflito Razão contra emoção Não tem perdedor, nem vencedor Tem sorriso, alegria Também tem susto, também tem dor Medo que vira coragem Receio que vira certeza O sonho agora é realidade Não tem mais jeito, não tem volta É tudo ou nada Sei que preciso arriscar No tabuleiro dos sentimentos O passo seguinte é uma nova jogada Vou preparar minha caixa de remédios Esparadrapo, pomada, analgésicos Rezando para dar certo Mas se eu quebrar a cara É lição de vida, é para ficar esperto

  Já estou em meu lugar Sentado, comportado Prestando atenção Uniforme impecável, cabelo penteado Lápis, borracha, caneta Caderno em cima da carteira Braço levantado, uma questão Sou o mais bobão O que eu quero mesmo É ser o pior aluno da escola Matar aula, jogar bola Riscar parede, colar na prova, Fumar no banheiro O mais bagunceiro Reprovado em geografia Professora é tudo tia Gosto mesmo é da merenda Não sou bom no português Física, química, matemática, inglês Não aguento mais essa rotina Sinto muito decepcionar Mas preciso falar O quadro negro não é negro

  Hoje mesmo Estava olhando os seus olhos Explicando pra quem não vem Sua beleza inimitável Que agora meu mundo está completo Todos sabem, eles sabem Agora estão sabendo Que do lado de cá O nosso amor, O nosso amor é lindo Cheio de gratidão E todo mundo conta, reconta Histórias da nossa paixão E pra você vou fazer Uma música desconhecida Uma canção tão bela Palavras bonitas, Versos e rimas Mas desconhecida

  Gosto de sentir o vento Que desvia em seu rosto E bate em mim Gosto de observar o tempo Invisível, mas sempre em movimento Viver e saber que existe um amanhã Que existe você Com vida, sorriso, desejos e medos Nunca é tarde, nunca é cedo Para um simples eu te amo Ainda temos alguns instantes Ainda podemos Vamos voar

  Uma taça de vinho Para comemorar o fim O fim de tanto não De tanto medo, de tanta solidão Um brinde para quem partiu Quem não pode mais voar Quem perdeu suas asas Que agora queima em brasas Já não pode mais conversar Cair de tanto beber Melhor do que morrer Liberdade dentro de um cálice Mãe que tanto chorou Acordou para ser feliz Abraçar um retrato, Olhar para o alto, E apenas sorrir Depois do grito, silêncio Depois do medo, paz Nada melhor do que o tempo Tortura nunca mais

  Barulho pela casa Quarto, sala, cozinha Vovó de olho na novela Gato miando, cachorro dormindo Olho gordo da vizinha Menino embaixo da cama Menina e sua boneca Família nunca sai de moda Na roda das grandes emoções Todo dia tem bom dia, Toda noite tem beijo na testa No aniversário algumas flores Um brinde para o papai Suas amantes e seus amores Mamãe chora por qualquer coisa Filme, novela, poesia boba Só não pode atrasar Depois das dez ninguém entra Nem adianta gritar Retrato na carteira Todos fazendo pose Vida cheia de pose No recanto do lar O pecado é qualquer besteira

  Um lugar calmo Mas todo lugar calmo é perigoso É um assim que eu preciso Para fugir e esconder Para todo tipo de prazer Quem sabe perder o juízo Um lugar calmo Para viver depois de morrer Chorar, mas não sofrer Colher o alimento da vida Ar puro para secar ferida Apenas um lugar No silêncio das madrugadas Não enxergar ninguém, escutar gargalhadas Felicidade não tem rosto Tem alma, tem espírito Têm todos os gostos Boas companhias Ou quase ninguém por perto O melhor é sempre um mistério Diga sim, mas saiba dizer não O bravo também tem bom coração Não existe guerra no cemitério

  Não vou abrir meus braços Não vou facilitar Não sou o vilão dessa história Nem o inimigo da nação Não nasci para ser crucificado Muito menos para pedir perdão Por todos os Santos Eu não sou um Quem é você para julgar? Não conheço fraqueza Não vou facilitar, já disse Corpo fechado, aberto só quando Deus chamar Desviando de olhares maldosos Em toda esquina mão na cabeça Dinheiro para pagar o seu sorriso Ninguém ganha nada no grito Já conheço minha sentença Tudo vai ser melhor Sem seu palpite Vou seguir caminhando Em linha reta, curvas Pulando muros Minha paz faz sua própria guerra Não adianta atrapalhar Quem nasceu para vencer Nunca erra

  O carnaval foi cancelado O nosso amor também Não vai ter mais encontro Nem desejo, nem beijo Só mesmo um talvez Quem sabe um dia, uma outra vez O carnaval foi cancelado Sem choro, nem vela Nem festa, nem alegria Rasgando fantasias Tristeza é o que resta Acabou, O palhaço chorou Borrou toda sua pintura Colombina arrastou correntes Tristeza enorme, loucura Todo dia é quarta de cinza Dia cinza também é bonito Pare de falar em morrer Amanhã você vai sorrir Vai descobrir um novo prazer

  Nascemos para morrer Viver até morrer Tudo tão simples Mas tão difícil de compreender Nascer e amanhã dizer adeus Ou nem ter tempo para isso O próximo passo pode ser o último O próximo passo pode ser o precipício Aproveitar cada segundo da canção Vestir a melhor roupa Sorrir mesmo com cara de choro Beijar muitos rostos, a melhor boca Quebrar os ponteiros do relógio Soprar areia da ampulheta Guardar o calendário na gaveta Nada vai parar o tempo Não podemos perder tempo Cabeça erguida, sempre em frente Ter orgulho quando olhar para trás Cair nunca é opção E quando o fim chegar Fechar os olhos, deixar o perfume Apenas o perfume pelo ar

  O que faz o meu dia Faz o meu dia feliz Coisas simples do meu dia Nem tudo é tão bom como parece Meu mundo cheio de alegria Nada como acordar Em casa, no recanto No doce sabor do lar Tudo começa bem, Depois do café, do beijo da mulher Do choro gostoso do neném Ginástica, banho e barba A melhor roupa O ideal, fazer o que gosto Sentar, trabalhar Angústia do prazer Eu gosto é de escrever Para distrair Uma volta pelo jardim Gerar uma planta Linda vida de uma Dália, ciclo Beleza que encanta Sou bicho, gosto dos bichos Também do gosto do alimento Do amigo para dividir o tempo Tempo de ouvir meus discos Minha bagunça em ordem Um filme no cinema, amor sem risco Nada é mais bonito, nada Deitar e ficar olhando Os seus olhos dormindo

  Sou árvore que não para de crescer Meus braços são galhos secos Tentando tocar o céu O sol é vermelho, o meu planeta é azul O verde agora é fogo Que queima meu tronco, meu corpo nu Só quero descansar, deitar Encostar em uma sombra fresca Água que mata minha sede Minha necessidade de sobreviver Quero paz, quero chuva Antes tarde do que nunca Nunca é um bom dia para morrer Sou filho, sou mãe natureza Sou pai, sou o mundo de incertezas Um drama sem fim Quem vai cuidar de mim? Ecologicamente correto Quem vai martelar o último prego? Desistir agora é covardia Um brinde para os perdedores E todas suas fantasias

  Vejo gente por todos os lados Pelo caminho, em meus sonhos, dentro do quarto Fecho os olhos e escuto vozes Vivos e mortos seguindo os meus passos Eu tenho seguidores Perseguidores, anjos e demônios Embaixo da cama todo mundo é papão Eu sou bicho das trevas Sou o amigo reserva O que não tem medo de assombração Nem toda alma é penada Nem toda alma é perdida Troco segredos, informações Gargalhadas, confidências Gosto dos transparentes Dos que têm cara de gente Fui o escolhido, agora sou todo ouvido De quem ainda tem muito o que falar Ou apenas quer entender O que eu também não sei explicar Tudo termina em oração Todo livro pode ter continuação Aqui ou em outra vida

  Só as mães são felizes Decretou o poeta Toda mãe é linda, toda mãe presta Sempre o mesmo choro, sempre a mesma novela Filho abraça o diabo Depois manda a mãe acender uma vela Mãe é o pecado dos outros, É o sangue exposto O louco tem mãe Dentro uma taça de vinho Nas bolhas da champagne Mãe tem cheiro de medo É o pior pesadelo O grito de desespero Todo mundo quer ser mãe Entender todos os segredos